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Logística

Internacional
Professora Esp. Lígia Pereira Blanco
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

B641L Blanco, Lígia Pereira


Logística internacional / Lígia Pereira Blanco.
Paranavaí: EduFatecie, 2022.
82 p. : il. Color.

1. Logística empresarial. 2. Comércio internacional. 3.


Exportação. 4.Alfândegas. I. Centro Universitário UniFatecie.
II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título.

CDD : 23 ed. 658.78


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

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Revisão Textual
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Caroline da Silva Marques
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Jéssica Eugênio Azevedo
Kauê Berto

Projeto Gráfico, Design e


Diagramação
André Dudatt
Carlos Firmino de Oliveira
AUTORA

Professora Lígia Pereira Blanco

Professora do EAD (ensino à distância da UniCesumar); Professora da Pós-Gra-


duação do Instituto Paranaense e UNICESUMAR. Consultora em Comércio Exterior do
SEBRAE. Trader especialista no mercado asiático (China), tendo participado de diversas
missões empresariais nos seguintes países: China, Canadá, Emirados Árabes, Estados
Unidos, Índia, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.

INFORMAÇÕES RELEVANTES:

● Graduada em: Administração, com ênfase em comércio exterior (1999 - 2003);


● Especialização em: Direito Internacional, negócios Internacionais, ministrante
de cursos e palestras de importação e exportação;
● Diretora Comercial da AKON International;
● Participante da TRADING JR.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

Seja muito bem-vindo(a)!

Prezado (a) aluno (a), convidamos você a embarcar no instigante ramo da Logís-
tica Internacional. Juntos, vamos compreender a magnitude da logística global, mercados
globais e estratégias competitivas globais. Também vamos explorar os fatores críticos de
sucesso e principais tendências da área - passando pelos ambientes políticos e legais em
mudanças; as opções de transportes globais e os intermediários estratégicos: companhias
de gestão de exportação, trading companies, ship brokers.
Iniciaremos a unidade I abordando a Logística Internacional e a Gestão da Cadeia
de Suprimentos, discorrendo sobre temas importantes como os fundamentos do comércio
internacional e o gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Já na unidade II, vamos nos inteirar sobre a Infraestrutura Logística e Transporte
Internacional compreendendo suas definições, além de perpassar pelos fundamentos e
conceitos da infraestrutura marítima, aérea, ferroviária e rodoviária.
Na unidade III, iremos apresentar os principais fatores estratégicos de entrada em
mercados estrangeiros, os contratos internacionais e siscomex e conhecer conceitos de
Incoterms e suas atribuições para as negociações internacionais.
Por fim, a unidade IV versará sobre as condições de pagamentos internacionais,
os tipos de documentos de exportação, importação e transporte e ademais premissas do
processo de desembaraço alfandegário.
Aproveito para reforçar a proposta de mergulharmos nesta jornada de conhecimen-
to a fim de nos tornarmos profissionais aptos e capacitados a cumprir requisitos não apenas
técnicos, mas que abrangem tarefas multifatoriais que nos qualificam e agregam valores
para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional.

Muito obrigada e bom estudo!


SUMÁRIO

UNIDADE I....................................................................................................... 3
Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos

UNIDADE II.................................................................................................... 20
Infraestrutura Logística e Transporte Internacional

UNIDADE III................................................................................................... 44
Entrada em Mercados Estrangeiros,Contratos Internacionais,
Comércio ou Incoterms

UNIDADE IV................................................................................................... 62
Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro
Internacional e Desembaraço Alfandegário
UNIDADE I
Logística Internacional e Gestão da
Cadeia de Suprimentos
Professora Esp. Lígia Pereira Blanco

Plano de Estudo:
● Fundamentos do Comércio Internacional;
● Gerenciamento da cadeia de suprimentos;
● Logística Internacional.

Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os fundamentos do comércio internacional;
● Compreender a importância da globalização e
do gerenciamento da cadeia de suprimentos;
● Conhecer o conceito de Logística internacional e
sua importância para as empresas brasileiras.

3
INTRODUÇÃO

Olá Caro (a) acadêmico (a), seja bem-vindo (a) a unidade I do nosso material, onde
falaremos sobre os principais fundamentos e marcos do comércio internacional, bem como
sua relação com a globalização e o desenvolvimento das trocas internacionais.
Nesta unidade trataremos de uma forma breve sobre o conceito da gestão da cadeia
de suprimentos e como o seu gerenciamento pode afetar a competitividade das empresas
no comércio internacional.
Além disso, discorremos também sobre a logística internacional e o escopo de
suas atividades em relação a logística doméstica e sua importância para a expansão do
comércio exterior.
Desta forma, esta unidade abordará sobre os temas como surgimento do comércio
internacional e de sua evolução através do tempo, bem como os fatores que influenciam
e moldam as mudanças ocorridas no mercado internacional. Aproveite para entender e
conhecer melhor esses temas!

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 4


1. FUNDAMENTOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

O comércio internacional existe a muito tempo e foi evoluindo ao longo dos anos
até chegar ao formato que hoje conhecemos, mas seu surgimento é muito mais antigo do
que imaginamos, isso porque, sempre houve a necessidade de troca de produtos que não
podiam ser obtidos em determinada região. Observamos que até o século XV, não existia
uma economia interligada, e sim grandes grupos econômicos autônomos que em muitos
casos desconheciam a existência de outros continentes. Esse cenário só foi alterado com o
advento das grandes navegações em busca de novos produtos e mercados.
Assim sendo, Dias e Rodrigues (2012) nos apontam que a chamada “Revolução
Comercial” que ocorreu entre os anos de 1500 até 1750 foi essencial neste processo, pois
estabeleceu a economia mundial; e se tornou a base conceitual para todas as teorias de
comércio exterior que hoje conhecemos.
Séculos depois, foi a vez de a Revolução Industrial fomentar o comércio interna-
cional no qual a Inglaterra se destacou por oferecer produtos industrializados e com menor
preço, diante disso, Vasconcellos et al. (2017, p. 30) discorrem que:
O comércio internacional começou a ganhar as características modernas a
partir da Revolução Industrial e tem se efetivado pela gradual abertura das
economias nacionais às transações comerciais internacionais. São mais de
dois séculos de crescimento do comércio internacional e, no início do século
XXI, os países estão muito mais integrados em termos de comércio de bens
e serviços [...]

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 5


É importante observar caro (a) aluno (a) que a fases de expansão do comércio in-
ternacional estavam ligadas ao atendimento das necessidades e demandas que surgiam
em determinada região, mas que não podiam ser sanados com a produção local, o que
impulsionava os comerciantes dessas épocas a busca por novas regiões e tecnologias
que pudessem aumentar e melhorar o acesso a novos mercados e novos produtos, Gia-
comelli et al. (2018).
Após um desenvolvimento considerado lento, por volta do século XX, houve uma
mudança no comércio internacional, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial, pois
alguns pontos foram determinantes para que as trocas internacionais voltassem a impulsio-
nar o mundo, tais como a liberação do comércio entre os países, a criação de organizações
que facilitam as operações comerciais entre países e, principalmente, pelo consumidor
começar a aceitar os produtos vindos de outros países (DAVID, 2016).
Para entender melhor o desenvolvimento do mercado internacional é importante
conhecer seus principais marcos regulatórios que são: a criação do GATT – Acordo Geral
sobre Tarifas e Comércio, logo após o fim da Segunda Guerra, o BIRD – Banco Internacional
para Reconstrução e Desenvolvimento, o FMI – Fundo Monetário Internacional, a OCDE –
Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento e a OMC – Organização
Mundial do Comércio. Esses órgãos foram sendo criados de acordo com a evolução e
abrangência das trocas internacionais.
Além disso, não podemos deixar de citar a criação dos blocos econômicos que
foram essenciais para que o comércio internacional se desenvolvesse, estes são formados
por grupos de países que se unem devido a necessidades específicas, por estarem próxi-
mos geograficamente ou por terem interesses em comum, e que decidem facilitar e agilizar
a negociação entre si (GIACOMELLI et al., 2018). Alguns dos exemplos desses blocos são:
o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a União Europeia (UE) e o Tratado Norte-Americano
de Livre Comércio (Nafta).
É importante ressaltar que os blocos econômicos foram de extrema importância
até os anos 2000, porém, de lá pra cá, nos encontramos em outro cenário, em que a
globalização e a entrada da China no mercado internacional vêm ditando novas regras e
moldando as negociações no formato que hoje conhecemos.

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 6


SAIBA MAIS

Ficou curioso(a) em saber mais sobre os blocos econômicos? Seu surgimento e abran-
gência? Eles foram essenciais para o fomento do comércio internacional!

Fonte: SANTOS, T. Alianças entre Países. Educa Mais Brasil. Disponível em:

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/geografia/blocos-economicos. Acesso em: 31 ago. 2021.

Dessa forma, é importante que saibamos quais os princípios norteiam a criação do


comércio internacional, bem como é necessário entender suas mudanças com o passar
dos anos. A partir de agora conheceremos os pilares do comércio internacional que conhe-
cemos hoje, seu desenvolvimento e sua importância em nossas vidas.

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2. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Com o aumento da utilização da tecnologia nos vemos em um mundo totalmente


conectado, vivemos em um mundo globalizado no qual compartilhamos cada vez mais
nossos gostos e costumes em tempo real, dessa forma, devemos conhecer o conceito de
globalização que para Ludovico (2018, p. 05) é:
[...] um processo de integração mundial que está ocorrendo há pelo menos
três décadas nos setores de comunicação, economia, finanças e comércio.
Por sua velocidade e amplitude, esse fenômeno já afetou indivíduos, em-
presas e nações, pois altera os fundamentos sobre os quais se organizou a
economia mundial nos últimos 50 anos.

Diante disso, caro (a) acadêmico (a) podemos perceber que a globalização im-
pactou e continua impactando as relações comerciais entre as nações, além disso, ela
também interfere em nossas escolhas como consumidores, afinal, em um mundo globaliza-
do e totalmente conectado pela tecnologia, as dificuldades em se obter itens estrangeiros
praticamente não existem mais.
Atualmente podemos comprar itens de qualquer lugar do mundo e receber em nos-
sas casas sem grandes dificuldades e em tempo recorde, e aí, nesse momento devemos
nos lembrar que para que todo esse processo aconteça corretamente é necessário que
haja o correto gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Assim sendo, Bowersox et al. (2014, p. 04) nos apresenta a seguinte definição:

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A gestão da cadeia de suprimentos consiste na colaboração entre empre-
sas para impulsionar o posicionamento estratégico e melhorar a eficiência
operacional. Para cada empresa envolvida, o relacionamento na cadeia de
suprimentos reflete uma opção estratégica. Uma estratégia de cadeia de
suprimentos é um arranjo organizacional de canais e de negócios baseado
na dependência e na colaboração. As operações da cadeia de suprimentos
exigem processos gerenciais que atravessam as áreas funcionais dentro de
cada empresa e conectam fornecedores, parceiros comerciais e clientes atra-
vés das fronteiras organizacionais.

Ou seja, podemos compreender que a gestão da cadeia de suprimentos envolve


todos os processos de uma operação passando por fornecedores, transportadores, com-
pradores e armazenagem, de forma que sejam gerenciados para que agreguem valor à
operação entregue ao cliente final. Diante disso, David (2016, p. 37-38) nos mostra que:
A gestão da cadeia de suprimentos é um termo muito amplo; inclui funções de
logística doméstica e internacional e envolve o gerenciamento das relações
com fornecedores e clientes (domésticos e estrangeiros) e, em certo grau,
das relações destes com seus próprios fornecedores e clientes.

Ao participarmos de uma economia globalizada é necessário que saibamos a real


importância do correto gerenciamento da cadeia de suprimentos, pois, através deste geren-
ciamento podemos aumentar e melhorar as operações logísticas nacionais e internacionais.
Assim sendo, para que a gestão da cadeia de suprimentos funcione da forma correta, é
necessário que se faça uma logística integrada e colaborativa, a fim de alcançar a proposta
de agregar valor às entregas de nossos clientes.

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 9


3. LOGÍSTICA INTERNACIONAL

Com o aumento das negociações internacionais as empresas precisaram se


adaptar às novas necessidades criadas e tentam buscar cada vez mais eficiência em suas
operações. Diante disso, verificamos que a logística internacional é a responsável por vá-
rios processos que ligam empresas, fornecedores e clientes no mundo todo, dessa forma,
David (2016, p. 38) nos mostra que:
A logística internacional atua de modo paralelo para fornecedores e clientes
estrangeiros. Ela inclui outras atividades, como liberação na alfândega, con-
trole de documentos e embalagem internacional, porém sua principal função
se concentra no movimento físico das mercadorias: dos fornecedores para a
empresa e da empresa para os clientes. O fato de as mercadorias estarem
em território internacional faz que realizar essas atividades seja uma tarefa
muito mais complexa.

Isso porque, existem complicações aduaneiras, culturais e geopolíticas envolvidas


nas negociações internacionais que devem ser observadas e muito bem estruturadas para
que haja sucesso na operação.
Por outro lado, mesmo que a gestão logística tenha algumas premissas a serem
seguidas nas operações, é necessário entender que a logística internacional deve ser feita
de forma diferenciada e deve levar em consideração alguns pontos como aponta David
(2016, p. 39):

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 10


● Existem diferenças na infraestrutura da logística internacional, dessa for-
ma, além das diferenças culturais e linguísticas entre os países, é ne-
cessário que os gestores estejam atentos aos desafios impostos pelas
diferentes infraestruturas dos mercados.
● Por conta da distância entre os mercados as decisões relacionadas ao
transporte são mais complicadas; além disso, é necessário que a empre-
sa esteja atenta aos diferentes tipos de transportes e documentos para
transportes que devem ser utilizados em cada operação. E ainda, devem
levar em conta que o tempo de deslocamento é bem maior do que o rea-
lizado no mercado interno.
● A quantidade de intermediários envolvidos nas operações internacionais
é bem maior, existem instituições bancárias, seguradoras e fretadores,
além dos governos dos países envolvidos na negociação, dessa forma,
deve-se levar em conta as diferentes exigências burocráticas de cada um
desses participantes.
● *Para que o transporte internacional seja bem executado é necessário
que os gestores conheçam as mais diversas opções de embalagens, a
fim de diminuir os riscos e danos no envio das mercadorias.
● O seguro internacional acaba sendo mais complexo visto que, em deter-
minadas situações existe a possibilidade de uma dupla interpretação de
sentido no que foi redigido no contrato.
● As dificuldades no pagamento internacional também são maiores, pois
existe um alto risco de inadimplência bem como a flutuação do câmbio
que deve ser observada para que a empresa não acabe tendo prejuízo.
● Por existirem diversos pontos de interseção e diversas trocas de res-
ponsabilidades, as operações no mercado internacional são bem mais
complicadas. Além disso, existe muita burocracia nos processos de alfân-
dega. (DAVID, 2016, p. 39).

Além disso, existem alguns elementos que estão presentes nas operações interna-
cionais que Giacomelli et al. (2018, p. 21) nos mostra a seguir:
● Conhecimentos legais e tratados de comércio:
A execução de uma operação de logística internacional envolverá uma
complexidade burocrática e legal substancialmente maior que uma ope-
ração nacional. É usual a contratação de assessorias jurídicas ou consul-
torias especialistas nos processos de importação e exportação [...]
● Estratégias de transportes intermodais:
A operação normalmente envolverá, pelo menos, dois diferentes modais
de transporte. Dentro do país de origem, os transportes ferroviário e ro-
doviário são os mais comuns e costumam levar os itens até os portos ou
aeroportos, de onde serão despachados via avião ou navios para o país
de destino [...]
● Alternativas de securitização de transporte:
Como as distâncias são mais extensas e normalmente cruzam diversos
países ou zonas territoriais, a contratação do seguro também é um as-
pecto pertencente ao escopo da logística internacional. A responsabilida-
de pelo seguro pode ser do comprador ou do vendedor, variando confor-
me contratação de Incoterm escolhida.
● Alternativas de armazenagem:
O transporte internacional ou, até mesmo, um processo de produção com
etapas em diferentes países. (GIACOMELLI et al., 2018, p. 21).

Caro (a) acadêmico (a) é necessário compreender as premissas da logística in-


ternacional e as diferenças em relação a logística doméstica, além disso, é importante
compreender que a logística internacional está totalmente relacionada ao comércio exterior
brasileiro e é responsável pela viabilidade das operações do comércio internacional.
Dessa forma, podemos entender que o desenvolvimento dos modais e das in-
fraestruturas logísticas são de suma importância para que as empresas brasileiras possam
ganhar competitividade no mercado internacional.

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 11


REFLITA

Como funciona a Logística Internacional nas empresas

A logística internacional é importante para reduzir os custos, o tempo e o risco da mo-


vimentação dos produtos nas estradas e fronteiras. Essa atividade envolve não apenas
o transporte, mas a emissão de notas fiscais, organização interna da empresa e gestão
de estoque. Nas empresas, a logística internacional trata das questões internas de uma
empresa, tendo como preocupação a entrega, recebimento e distribuição de produtos
ligados à importação e exportação.

Neste contexto internacional, as demandas são mais complexas por conta de distâncias
geográficas maiores, idiomas e culturas diferentes e frequente uso de transporte multi-
modal. Neste âmbito, é ainda mais necessário fornecer informações precisas para par-
ceiros e clientes. Assim, os investimentos em tecnologia da informação são capazes de
proporcionar precisão e qualidade de informação, elevando o nível de serviço logístico.

Fonte: COMO funciona a Logística Internacional nas empresas. EDUCA Mais Brasil. Disponível em:

https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-faculdades/logistica/noticias/como-funciona-a-logistica-in-

ternacional-nas-empresas. Acesso em: 19 maio. 2022.

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 12


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) acadêmico(a) chegamos ao fim da nossa primeira unidade e nela pudemos


conhecer de forma breve o histórico e a evolução do comércio internacional. Compreende-
mos melhor como as trocas internacionais surgiram e como evoluíram ao formato que hoje
conhecemos.
Também tivemos a oportunidade de entender melhor o conceito de globalização e
como ele afeta a nossa sociedade e nossas escolhas. Além disso, apresentamos o conceito
da gestão da cadeia de suprimentos e como seu gerenciamento pode afetar as operações
das empresas no mercado internacional.
Por fim, pudemos entender melhor o conceito de Logística Internacional, suas par-
ticularidades e diferenças em relação à logística doméstica. Espero que tenha aberto sua
visão em relação a este tema e que esses tópicos fiquem cada vez mais claros, para que
possam ser utilizados da melhor forma em sua jornada acadêmica.

Até mais.

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 13


LEITURA COMPLEMENTAR

Quais são os maiores importadores do Brasil?

Uma das principais operações que influenciam diretamente a economia de um país,


são as parcerias dos países que compram nossos produtos, eles são fundamentais na nossa
economia. Entender a dinâmica das importações e exportações é essencial para análise do
mercado e tomada de decisões. Neste artigo, iremos apresentar os maiores importadores do
Brasil, os principais parceiros que compram nossos produtos, sejam manufaturados ou agro-
pecuários. A pretensão para os próximos anos é um elevado crescimento de nosso mercado
externo. Por esta razão, devemos conhecer os principais importadores de nossos produtos.
O governo tem investido consideravelmente em políticas e incentivos para impul-
sionar a nossa representatividade na concorrência. Foi lançado o Novo Processo de Expor-
tação levando agilidade nos processos quanto às negociações internacionais. Confira mais
informações no texto abaixo.
 
Maiores importadores do Brasil

As exportações de 2019 foram de US$ 225.383,5, uma queda de 5,8% comparado


a 2018. Já as importações foram de US$ 177.347,9, uma queda de 2,1% do ano anterior.
Mesmo assim, tivemos um superávit de US$ 48.035,55.
As variações no mercado são influenciadas diretamente por ações políticas e eco-
nômicas, não só do Brasil, mas de todo o mundo. Como exemplo, em 2019 ocorreu uma
manifestação em países Europeus para boicote de produtos brasileiros. A motivação foi
dada por conta das queimadas na Amazônia, fato que gerou mobilização global. Mesmo
assim, a Europa tem quase 9% de participação em nossas vendas.
Profissionais voltados para o comércio exterior, precisam ter em mente os prin-
cipais mercados do país. Ou seja, os maiores importadores do Brasil para focar o seu
trabalho no desenvolvimento de negociações. Uma forma de identificar se a empresa
está no caminho certo.
De acordo com informações do Comexvis, os principais parceiros do Brasil no ano
de 2019 são:

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 14


IMPORTADOR VALOR FOB Participação
China US$ 63,36 Bilhões 28,1%
Estados Unidos US$ 29,72 Bilhões 13,2%
Países Baixos US$ 10,13 Bilhões 4,49%
Argentina US$ 9,79 Bilhões 4,34%
Japão US$ 5,43 Bilhões 2,41%
Chile US$ 5,16 Bilhões 2,29%
México US$ 4,9 Bilhões 2,17%
Alemanha US$ 4,73 Bilhões 2,09%
Espanha US$ 4,04 Bilhões 1,79%
Coreia do Sul US$ 3,45 Bilhões 1,53%

Os principais mercados de exportação do Brasil tiveram no ano de 2019 um bom


desempenho, apesar da queda. China, Estados Unidos e União Europeia ainda perma-
necem como os maiores importadores do Brasil. E apesar da crise, a Argentina também
continua sendo nosso principal parceiro da América Latina. 

Acordos Internacionais
As previsões favoráveis para a exportação brasileira são também um reflexo quanto
às parcerias comerciais realizadas pelo país. Uma relação mútua e estratégica entre dois
países com o objetivo de beneficiar ambos. 
Os acordos internacionais possuem como meta o crescimento do fluxo comercial.
Podendo ser promovido por facilitações das operações, tanto das importações como das
exportações. Como também a diminuição das tarifas quanto aos processos.
Possuir um bom relacionamento com os países auxilia na possibilidade de ampliar
os diferentes mercados. Assim como, poder participar de negociações e redução de tributos.
Ações que dependem de um plano de governo com foco no incentivo do comércio exterior. 
Atualmente, o Brasil possui acordos que garantem isenções tarifárias e aumento da
competitividade. Sendo algum eles:
Preferência Tarifária Regional entre países da ALADI (PTR-04);
● Brasil – Uruguai (ACE-02);
● Brasil – Argentina (ACE-14);
● Mercosul (ACE-18);
● Mercosul – Chile (ACE-35);
● Brasil – México (ACE-53);
● Mercosul – México (ACE-54);
● Automotivo Mercosul – México (ACE-55);
● Mercosul / Índia;
● Mercosul / Israel;
● Mercosul / SACU;
● Mercosul / Egito.

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 15


O que os principais países mais importam?
Entendendo que todos os países precisam um dos outros para suprir as suas ne-
cessidades, as parcerias comerciais são realizadas. O Brasil possui uma boa reputação no
mercado externo, com grande destaque para a soja, minério de ferro e carne.

China
A China é o principal importador de produtos brasileiros. Por esta razão, qualquer
instabilidade que influencie a China reflete automaticamente em nossa exportação. Como
por exemplo, o Governo já anunciou que o novo coronavírus pode desfavorecer a exporta-
ção nesse início de 2020.
Os principais produtos importados pela China são: soja, minérios de ferro e óleos
brutos de petróleo. Eles ainda importam carros e carnes de aves.

Estados Unidos
Os Estados Unidos é um de nossos maiores parceiros comerciais, sendo o segundo
maior importador. Desta forma, a sua colocação política e as movimentações econômicas
refletem não só em nossa balança comercial, mas em todo o mundo. Exemplo recente temos
da guerra entre Estados Unidos e China, influenciando negativamente todo o mercado externo.
Entre os principais produtos importados pelos Estados Unidos há: aviões, semima-
nufaturados de aço ou ferro e óleos brutos de petróleo.

Países Baixos
Este é o nosso primeiro representante da Europa, estando presente com quase
9% na participação de nossa exportação. Ocupam, atualmente, a 8ª maior economia de
exportação no mundo.
Dentre os produtos importados há: tubos flexíveis de ferro ou aço, farelo e resíduos
de extração de soja e minério de ferro.

Argentina
A Argentina é nosso principal parceiro da América Latina, apesar da crise, sus-
tentaram acordos com grande representatividade. Mobilizando a sua participação como
parceira comercial do Brasil.
Os principais produtos que a Argentina importa são: veículos de cargas, automóveis
e peças para veículos (carros e tratores).

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 16


Japão
As parcerias comerciais entre Japão e Brasil tem promovido um favorecimento para
a importação de nossos produtos. Em 2019, o país superou os Emirados Árabes e Ará-
bia Saudita passando para o segundo maior importador de carne de frango. Uma grande
representatividade para nosso mercado. Além da carne de frango, os principais produtos
importados são milho e minério de ferro.

Chile
Outro importante importador da América Latina é o Chile. O acordo comercial firma-
do entre os países possui o objetivo de impulsionar investimentos. Além de promover uma
proximidade do país junto ao Mercosul. Nos últimos anos, o Brasil foi o principal parceiro
comercial do Chile. 
Entre os principais produtos brasileiros importados foram: automóveis, carne bovina
e óleos brutos de petróleo.

México
Em 2019, tivemos a retomada do livre comércio de veículos entre os países. Uma
ação que favorece o governo brasileiro a ampliar o acordo para outros setores. Uma parceria
que tem aumentado muito a representatividade, podendo ser um ótimo mercado para o Brasil.
Os principais importados são automóveis, semimanufaturados de ferro ou aço e
motores de veículos.

Alemanha
Entre os países da América Latina, o Brasil é o principal parceiro comercial da
Alemanha. Representando a União Europeia, é um dos maiores importadores do Brasil. Os
dois países possuem uma parceria estratégica com estreita cooperação econômica. 
Entre os principais produtos importados pela Alemanha há: minério de cobre, farelo
e resíduos de extração de soja e café. 

Espanha
A Espanha defende junto ao Brasil um acordo de livre comércio entre o Mercosul
e a União Europeia. Essa medida favorece estrategicamente o favorecimento do Brasil no
comércio exterior. A Espanha importa do Brasil soja, milho e óleos brutos de petróleo.

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 17


Coréia do Sul
A Coréia do Sul tornou-se recentemente o terceiro maior país importador de produ-
tos brasileiros da Ásia. O mercado está em expansão e há fortes estudos para ampliação
das relações comerciais entre os países.
Os principais produtos brasileiros importados são: minérios, soja, milho e algodão.

Conclusão
Conhecer os maiores importadores do Brasil e seus principais mercados é uma for-
ma de entender o campo de atuação. O acompanhamento das variáveis e das colocações
mensais e anuais devem ser rotina para os profissionais de comércio exterior.

Fonte: TATAGIBA, M. V. F. Quais são os maiores importadores do Brasil. Abracomex.

Disponível em: https://www.abracomex.org/quais-sao-os-maiores-importadores-do-brasil.

Acesso em: 20 jun. 2021.

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 18


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Logística internacional: Gestão de operações de comércio
internacional
Autor: Pierre David.
Editora: Cengage Learning.
Sinopse: Este livro é indicado a usuários de serviços de logística
internacional. Ele aborda todos os conceitos importantes para
os gestores que estão exportando ou importando mercadorias
ativamente, ou que estão envolvidos em operações de comércio
internacional. O livro é acessível ao leitor: os conceitos são retrata-
dos com clareza e precisão e o vocabulário é exato, o que o torna
uma leitura fácil para todos. Nele, serão abordadas as seguintes
temáticas: comércio internacional, gestão da cadeia internacional
de suprimentos, infraestrutura logística internacional, métodos
de entrada em mercados estrangeiros, contratos internacionais,
termos de comércio ou termos Incoterms®, condições de paga-
mento, moeda de pagamento (gestão de riscos das transações),
documentos comerciais internacionais, transporte marítimo inter-
nacional, transporte aéreo internacional, transporte internacional
terrestre e multimodal, embalagem para exportação, segurança
logística internacional, desembaraço aduaneiro e logística interna-
cional como vantagem competitiva.

FILME / VÍDEO
Título: A Dama de Ferro (The Iron Lady)
Ano: 2012
Sinopse: Antes de se posicionar e adquirir o status de verdadeira
dama de ferro na mais alta esfera do poder britânico, Margaret
Thatcher (Meryl Streep) teve que enfrentar vários preconceitos
na função de primeira-ministra do Reino Unido em um mundo
até então dominado por homens. Durante a recessão econômica
causada pela crise do petróleo no fim da década de 70, a líder
política tomou medidas impopulares, visando a recuperação do
país. Seu grande teste, entretanto, foi quando o Reino Unido en-
trou em conflito com a Argentina na conhecida e polêmica Guerra
das Malvinas.

UNIDADE I Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos 19


UNIDADE II
Infraestrutura Logística e
Transporte Internacional
Professora Esp. Lígia Pereira Blanco

Plano de Estudo:
● Infraestrutura logística internacional;
● Transporte marítimo internacional;
● Transporte aéreo internacional;
● Transporte internacional terrestre e multimodal.

Objetivos da Aprendizagem:
● Apresentar as definições da infraestrutura da logística internacional;
● Compreender a importância das infraestruturas de transporte internacionais;
● Conceituar e contextualizar os fundamentos dos principais
modais de transporte internacionais.

20
INTRODUÇÃO

Olá Caro (a) acadêmico (a), seja bem-vindo (a) a unidade II, cujo poderemos conhe-
cer os principais conceitos e fundamentos relacionados a infraestrutura logística internacional
e seus elementos que são essenciais para que o comércio internacional seja realizado.
Também teremos a oportunidade de entender melhor como se dá o funcionamento
da infraestrutura marítima, aérea, ferroviária e rodoviária internacional e quais são os prin-
cipais pontos de atenção relacionados a essas estruturas e que podem determinar como o
transporte de determinada mercadoria será realizado.
Nesta unidade, ainda discorremos sobre os modais de transporte mais utilizados
na logística internacional e sobre os fundamentos e características de cada um deles, que
são essenciais para que as empresas que atuam no comércio internacional possam realizar
suas operações.
Além disso, ainda falaremos sobre os conceitos de Multimodalidade e Intermodali-
dade e sua importância para as empresas que atuam no cenário internacional.
Você poderá se aprofundar nesses temas que são de suma importância na logísti-
ca internacional, então aproveite cada um dos assuntos apresentados para ampliar o seu
conhecimento sobre esse vasto campo de estudo.

UNIDADE II
I Infraestrutura
Logística Internacional
Logística ee Gestão
Transporte
da Cadeia
Internacional
de Suprimentos 21
1. INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA INTERNACIONAL

Para que as operações do comércio internacional sejam realizadas e sejam van-


tajosas para os envolvidos é necessário que a infraestrutura logística internacional esteja
funcionando da melhor maneira possível. Diante disso, é de suma importância que saiba-
mos o conceito de infraestrutura que David (2016, p. 49) nos apresenta sendo:
No campo da logística, a definição pode ser muito ampla. Infraestrutura é um
termo coletivo que se refere a todos os elementos disponíveis (de proprieda-
de pública ou privada) para facilitar o transporte, as comunicações e as trocas
comerciais. Portanto, inclui não apenas o transporte e as comunicações, mas
também a existência e qualidade dos recursos públicos, serviços bancários
e canais de distribuição de varejo. Faz sentido acrescentar a essa lista a
presença e qualidade do sistema judiciário, do sistema de proteção à proprie-
dade intelectual e a presença de padrões.

É necessário ressaltar que os gestores de logística internacional devem estar aten-


tos ao conjunto de elementos que forma a infraestrutura internacional e sempre levar em
consideração que os desafios encontrados no mercado interno não são os mesmos que o
do mercado internacional, existem diferenças nas estruturas de outros países que devem
ser consideradas e contabilizadas antes de se fechar uma negociação. Dessa forma, David
(2016, p. 49) destaca que:
A maioria dos desafios tende a se concentrar em pequenas áreas geográficas
e, na maioria dos casos, é limitada a um único local: um porto específico que
não tem espaço suficiente em câmara fria ou que não tem gruas de tamanho
adequado; demora na liberação das mercadorias do porto para o restante
do país; uma rodovia congestionada, um determinado túnel recentemente
interditado ou uma ferrovia que tem escassez de vagões adequados. Esses
desafios exigem que o gestor envolvido na logística internacional reconheça
a possibilidade de ocorrerem sérios problemas.

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Logística ee Gestão
Transporte
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Internacional
de Suprimentos 22
Diante disso, podemos destacar que as empresas que atuam ou que pretendem
atuar no mercado internacional devem estar muito atentas ao cenário da infraestrutura,
principalmente a infraestrutura de transportes que é a que mais afeta as operações de
logística internacional, dessa forma, a seguir conheceremos melhor os principais partici-
pantes desse cenário.

1.1 Infraestrutura portuária


Ao falarmos da infraestrutura portuária devemos levar em conta diversos pontos
que em grande parte estão conectados, como a capacidade de receber navios de cada
porto, os tipos de navios e os tipos de cargas que podem transitar em cada navio/porto.
Assim sendo, é necessário verificarmos a profundidade da água nos portos que
pretende-se atuar, esta deve ser na quantidade suficiente para acomodar o calado dos
navios que lá chegam. Por conta, dos navios mais modernos e cada vez maiores, muitos
portos tiveram que se adaptar e realizar procedimentos de dragagem, para que navios com
calado acima de 40 pés (13,5 metros) pudessem atracar. É importante ressaltar que a dra-
gagem de portos é uma operação muito cara, mas que sem esse procedimento os portos
acabam ficando limitados e perdendo espaço no mercado internacional, David (2016).
Diante disso, David (2016, p. 52) nos mostra que:
[...] fatores (profundidade de canais e berços, além de passagem sob pontes)
deverão afetar o modo como os portos serão usados no futuro. Há grande
probabilidade de que alguns portos não sejam capazes de fazer os ajustes
necessários em sua infraestrutura para acomodar navios maiores e de que
seja preciso criar grandes terminais portuários, de onde partirão e nos quais
atracarão os meganavios que carregam contêineres. Os portos menores
serviriam aos navios menores, “de abastecimento”, que não exigiriam deles
maior capacidade.

Outros pontos de atenção quando falamos em infraestrutura portuária para David


(2016) são:
● Falta de capacidade das gruas no carregamento/descarregamento dos navios
- Para os transportadores trabalharem com cargas não conteinerizadas, a capacidade das
gruas é um fator essencial para a decisão do porto pelo qual uma carga específica deverá
ser despachada.
● O gerenciamento dos portos pode ser algo muito complicado, a legisla-
ção trabalhista pode ser de tal complexidade que acaba por minar a eficiência dos
portos, a ponto de torná-los cada vez menos competitivos.
● É de suma importância saber o tamanho do espaço para armazenagem do porto
para em que se enviará a mercadoria, pois muitas vezes é necessário que as mercadorias
fiquem em algum tipo de armazém, e o ideal é que sejam bem acondicionadas e minima-
mente movimentadas.

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de Suprimentos 23
● É necessário saber como é o restante da infraestrutura de transportes do país,
como ferrovias e rodovias. Em certos casos, as estradas de acesso aos terminais portuários
são tão congestionadas que o transporte da carga pode sofrer atrasos consideráveis.
● Outro ponto importante é a capacidade portuária, pois sabemos que a maioria
dos portos já opera em seu limite, não sendo possível expandir as operações devido muitas
vezes a localização do porto que é limitada por cidades e rios, por exemplo.
● Além dos pontos apresentados acima é necessário estar atento a manutenção
adequada de canais e outras vias marítimas pois o transporte marítimo depende muito
disso para que seja realizado.
Enfim, caro(a) acadêmico(a) existem diversos pontos relacionados à infraestru-
tura portuária e que devem ser atentamente observados antes de qualquer negociação
internacional.

SAIBA MAIS

Você já ouviu falar sobre o Canal de Suez?

Ele permitiu que as viagens marítimas entre a Europa e Ásia fossem reduzidas em apro-
ximadamente 7.000 quilômetros, uma vez que contornar o continente africano deixou de
ser obrigatório para a efetivação do comércio entre os dois continentes.

Fonte: MOTA, H. Canal de Suez. Brasil Escola. Disponível em:

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/canal-suez.htm. Acesso em: 31 ago. 2021.

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de Suprimentos 24
1.2 Infraestrutura aeroportuária
O transporte aéreo também é muito importante para o comércio internacional, por
isso, sua infraestrutura precisa ser bem desenvolvida para que as operações sejam van-
tajosas. Nesta infraestrutura não existem tantos fatores críticos em relação a sua gestão,
porém eles também podem ser limitantes nas operações. Dessa forma, David (2016, p. 61)
discorre que:
As pistas de um aeroporto determinam o tipo de aeronave que pode operar
nele. A extensão das pistas é particularmente relevante, já que, no geral, de-
fine se o aeroporto pode operar voos diretos para destinos remotos. Muitos
aeroportos em todo o mundo não podem acomodar grandes jatos do tipo
jumbo, que servem rotas internacionais, porque as pistas foram projetadas,
em sua maioria, para aeronaves menores. Com o crescimento das cidades
em torno dos aeroportos, estes ficaram cercados, impossibilitados de ampliar
suas pistas. Várias cidades tiveram de construir aeroportos longe do centro,
a fim de criar uma estrutura capaz de receber voos internacionais.

Alguns dos principais pontos de atenção relacionados a infraestrutura aeroportuária


para David (2016) são:
● Número de pistas o que determina a capacidade do aeroporto - a maioria dos
aeroportos do mundo tem mais de uma pista, mas existem locais que não comportam
uma ampliação e isso prejudica o transporte aéreo internacional, visto que terminais de
pista única aumentam a possibilidade de atrasos, pois qualquer pequeno incidente ou mau
funcionamento paralisa todo o aeroporto.
● Outro ponto de atenção está relacionado ao horário de operação dos aeropor-
tos. Como a maioria deles fica próximo às grandes cidades, seus horários de operação
geralmente são limitados por normas quanto a ruído, e eles só operam no período diurno.
Entretanto, como os aviões de carga costumam voar à noite, começaram a surgir aeropor-
tos especializados em carga, localizados fora das grandes cidades e que operam 24 horas
por dia, sete dias por semana.
● A questão da armazenagem também é muito importante, pois as mercadorias
devem ficar protegidas enquanto estiverem em trânsito, não devem ser expostas a con-
dições climáticas. Isso porque, erroneamente, a carga aérea, em geral, não é tão bem
embalada quanto a carga destinada ao transporte marítimo. O problema é ainda mais sério
no que diz respeito a armazéns refrigerados, que podem ser bastante escassos.

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de Suprimentos 25
1.3 Infraestrutura ferroviária
A infraestrutura ferroviária é de suma importância e na maioria dos países de-
senvolvidos seu desenvolvimento acompanhou o crescimento do país, pois o transporte
ferroviário oferece diversos benefícios, porém existem problemas relacionados ao tamanho
das bitolas e que ainda hoje trazem dificuldades nesta modalidade.
No Brasil, como sabemos historicamente, não houve o investimento necessário
para que as ferrovias se desenvolvessem e explorassem todo seu potencial, David (2016,
p. 64) aponta que:
No Brasil, o custo das locomotivas é substancialmente mais alto, já que va-
gões e locomotivas, independentemente do fato de serem comprados novos
ou usados, precisam ser adaptados para a bitola não convencional, e os trens
precisam trafegar em menor velocidade porque os vagões são muito mais
largos do que o desenho dos trilhos permite, por isso são menos estáveis.

Podemos observar que grande parte dos países alterou sua infraestrutura ferroviá-
ria à medida que sua economia crescia. Porém, alguns tiveram um crescimento econômico
muito mais rápido, e a infraestrutura não conseguiu acompanhar. Como por exemplo a
China, no qual a procura por ferrovias é muito maior que a oferta desta modalidade. Neste
intuito, o governo chinês investiu bilhões para desenvolver sua infraestrutura ferroviária,
incluindo uma vasta rede de linhas ferroviárias de alta velocidade, e para ampliar sua rede
de estradas. (DAVID, 2016).
De modo geral, com o passar dos anos, enquanto houve avanços em estradas e
caminhões, as ferrovias de muitos países perderam, pouco a pouco, seu foco no transporte
de mercadorias e passaram a desenvolver o transporte de passageiros em alta velocidade.
Isso ocorreu fortemente na Europa, cuja maior parte das mercadorias é transportada por
outros meios de transportes, porém o transporte interurbano de pessoas por trens é muito
utilizado. David (2016).

1.4 Infraestrutura rodoviária


Conhecemos as principais infraestruturas utilizadas no transporte internacional,
porém não menos importante é a infraestrutura rodoviária, pois ela é muito utilizada no
último trecho da viagem, seja do porto, aeroporto ou terminal ferroviário até o cliente final.
Essa parte do transporte é conhecida como a “última milha”, segundo David (2016).
A infraestrutura rodoviária é grandemente utilizada em quase todos os países do
mundo, e os principais pontos que devem ser observados estão relacionados a qualidade
e a manutenção da rede, o congestionamento, assim como a existência de ligações de alta
velocidade entre as principais áreas metropolitanas. A preocupação, portanto, não é de
densidade, mas de acessibilidade.

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de Suprimentos 26
Diante disso David (2016, p. 68-69), destaca que:
Para diminuir os congestionamentos nas cidades, alguns países construíram
uma rede de conexões de alta velocidade que evitam as pequenas cidades
e ligam as grandes umas às outras. Essas autoestradas de acesso limitado
tornam bem mais ágil o transporte de mercadorias entre as cidades. Apesar
disso, estão sujeitas a diversas normas e regulamentos, alguns dos quais
limitam o porte dos caminhões que podem trafegar por essas vias e a veloci-
dade de trânsito. As normas variam de um país para outro, a coordenação do
transporte internacional de mercadorias por caminhão pode ser um grande
desafio. Além disso, em muitos países o acesso às autoestradas de alta ve-
locidade é limitado pela cobrança do pedágio, que torna essas estradas uma
alternativa dispendiosa.

Os pontos de atenção relacionados a infraestrutura rodoviária estão ligados à


estruturas de engenharia, pois em grande parte dos casos foi necessário a realização de
obras que possibilitaram a construção das rodovias, por exemplo, se o país é montanhoso,
as vias expressas precisam ter pontes e túneis suficientes para “eliminar” os obstáculos
naturais, conforme diz David (2016).
Outro ponto importante mencionado pelo autor David (2016) é a infraestrutura de
armazenagem, pois muito frequentemente, a carga fica parada, esperando pelo próximo
meio de transporte disponível. Dessa forma, é fundamental que o fretador tenha informa-
ções sobre a infraestrutura de armazenagem dos locais por onde a carga deverá passar. As
questões que giram em torno da infraestrutura de armazenagem dizem respeito à proteção
das mercadorias quando estão em espera, durante o trânsito.
Conhecendo melhor os elementos que compõem a infraestrutura de transportes,
vamos poder conhecer melhor os principais modais de transporte utilizados no comércio
internacional.

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2. TRANSPORTE MARÍTIMO INTERNACIONAL

O transporte marítimo foi fundamental para o desenvolvimento do comércio inter-


nacional e ainda é o responsável pela maior quantidade de itens movimentados na logística
internacional, assim sendo, David (2016, p. 271), destaca que:
A indústria de transporte marítimo desempenha um papel fundamental na
realização do comércio mundial. Há mais de 50 mil navios mercantes que
operam no mundo, registrados em mais de 150 países e operados por mais
de um milhão de trabalhadores marítimos de praticamente todas as nacio-
nalidades. As operações dos navios mercantes geram uma receita estimada
anual de mais de US$ 380 bilhões em mercadorias na economia global e
transportam mais de 7,7 bilhões de toneladas de cargas.

Com o passar dos anos, os navios foram sendo adaptados e melhorados, atualmente
vemos diversos navios especiais que contemplam uma grande variedade de mercadorias
e produtos. Além de navios para o transporte ocasional de carga líquida e sólida a granel,
existem serviços regulares de navios para carga geral, Ludovico (2018).
Diante disso, Keedi (2011) considera que as embarcações podem ser divididas em
navios de carga geral, especializados, multipropósitos e porta-containers. Vejamos a seguir
os principais tipos de navios:
■ Navio Carga Geral (General Cargo Ship - Multipurpose): é o navio capaz de
transportar grande variedade e tipos de cargas sólidas embaladas e carga solta a granel,
como: fertilizantes e soja a granel, açúcar ensacado etc.

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de Suprimentos 28
FIGURA 1 - NAVIO CARGA GERAL

■ Navio ro-ro (roll-on roll-off) foram criados para acomodar carga autopropulsiona-
da, como automóveis ou caminhões, ou carga que pode ser transportada sobre rodas para
dentro de um navio, como vagões ferroviários.

FIGURA 2 - NAVIO ROLL-ON ROLL-OFF

Fonte: OMDN. Tipos de Navios: conheça o Roll on-Roll off (Ro-Ro). s/d. Disponível em:

https://www.omdn.com.br/tipos-de-navios-conheca-o-roll-on-roll-off-ro-ro/. Acesso em: 19 fev. 2022.

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de Suprimentos 29
■ Navio Graneleiro (Bulk Carrier): adequado para o transporte de carga sólida a
granel, como as commodities: soja, milho, trigo, cevada, minérios.

FIGURA 3 - NAVIO GRANELEIRO

■ Navio Porta-Container (Full Container Ship): possuem posições específicas


para a acomodação do contêiner, encaixados nos slots e seções (bay). Não é exagero
considerar que são os mais modernos utilizados atualmente, pois por meio do contêiner
podem transportar quase todos os tipos de cargas dos demais navios, limitando-se apenas
às cargas com dimensões excedentes ao tamanho do contêiner.

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FIGURA 4 - NAVIO PORTA-CONTAINER

■ Navio Tanque (Tanker): especializado para o transporte de granéis líquidos, por


exemplo: petróleo, óleos minerais e vegetais, produtos químicos etc.

FIGURA 5 - NAVIO TANQUE

Fonte: YOUTUBE. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Kdk79N2gJ2w. Acesso em: 18 fefv. 2022.

Dentre suas principais vantagens, Giacomelli et al. (2018, p. 55) destacam: “os na-
vios possuem uma grande adaptabilidade de carga, levando grãos, alimentos, eletrônicos
e diversos outros tipos, gerando grandes economias de escala, o que permite drásticas
reduções de custo”. Por outro lado, nem sempre é possível utilizar esse tipo de transporte
devido a restrições, como a falta de acesso a determinados países pelo mar e, também,
pela falta de uma condição portuária apropriada para o recebimento de navios, ou, ainda,
por questões relacionadas à demora dos processos realizados nos porto, o que faz com
que as empresas utilizem outros modais (GIACOMELLI et al., 2018).

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de Suprimentos 31
Um ponto importante que deve ser observado é que, por definição de convenção
internacional, todo navio utilizado no comércio internacional precisa estar registrado em
um país específico e, desta forma, utilizar a bandeira dele. De muitas formas, o navio é
considerado uma extensão do território de um país, em que as leis e regulamentos valem
também a bordo. Em troca, durante conflitos, as forças navais da bandeira de registro
protegerão os navios mercantes que carregam essa bandeira, David (2016).
Outras questões que devem ser observadas estão relacionadas a convenções e
responsabilidades que hoje são ditadas pela Regra de Haia e que definem a responsa-
bilidade do proprietário do navio e do proprietário da carga em relação a erros e falhas,
dentre outros assuntos. Além disso, também existem transportadoras que não são donas
de navios, e são reguladas pelo Federal Maritime Commission – FMC, essas empresas
atuam comprando espaço em um navio em determinada viagem e vendendo esse espaço
a companhias que precisem expedir carga. E também as exigências relacionadas à segu-
rança e inspeções de cargas que acontecem quando o navio chega ao porto de destino
e as cargas são conferidas aleatoriamente, essas inspeções são realizadas no intuito de
prevenir fraudes e também para evitar ações terroristas. (DAVID, 2016).

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3. TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL

A utilização do transporte aéreo vem crescendo cada vez mais, impulsionado


principalmente pela globalização e o aumento da demanda de produtos negociados no
mercado internacional, assim sendo, David (2016, p. 303) define que:
Hoje, embora o frete aéreo possa apresentar apenas 1% do comércio mundial
em peso, ele é responsável por aproximadamente 40% do comércio mundial
por valor. A demanda pelo frete aéreo também está altamente correlacionada
com o PIB mundial, e mais de 75% da carga aérea do mundo é realizada por
companhias aéreas não norte-americanas.

Já Ludovico (2018, p. 217) nos diz que: “Do ponto de vista do comércio exterior,
esse modal é muito representativo por suas características, pois muitas empresas neces-
sitam de velocidade nas operações com o exterior, assim como do menor risco possível de
avarias e furtos para suas mercadorias”.
Dessa forma, caro (a) acadêmico (a) podemos compreender que mesmo não
oferecendo uma grande capacidade de volumes transportados, esse modal é cada vez
mais utilizado por empresas que procuram por mobilidade e rapidez na entrega de suas
mercadorias, visto que é um dos meios de transporte mais seguros.
As empresas optam pela utilização do frete aéreo de acordo com a natureza da de-
manda e pelo tipo de mercadoria. Esse tipo de transporte é mais utilizado para produtos de
alto valor agregado, com volumes menores ou perecíveis. Esse modal também é vantajoso
quando a demanda é imprevisível, pouco frequente, excede a oferta local ou é sazonal. As
empresas também utilizam esse modo de transporte quando existem mais riscos de que a
carga seja avariada ou roubada (DAVID, 2016).

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Assim sendo, Ludovico (2018, p. 218) nos mostra as principais características do
transporte aéreo:
■ É rápido: pois é um transporte seguro para itens que precisam ser entregues
com urgência;
■ É seguro: pois a taxa de ocorrência de sinistros é muito baixa;
■ É flexível: pois ocorrem as trocas de aeronaves em certos pontos da viagem
(hubs);
■ É limitado: em relação às dimensões da carga/portas da aeronave;
■ Tem um alto custo: se comparado a outros modais.

Quanto aos tipos de aeronaves existentes mesmo que hoje existam muitos tipos
sendo utilizadas para atender a grande demanda por este serviço, em geral as aeronaves
podem ser divididas de quatro formas: aviões de passageiros, aviões mistos ou combos,
aviões de conversão rápida e cargueiros aéreos, que são projetados para transportar car-
gas, David (2016).

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4. TRANSPORTE INTERNACIONAL TERRESTRE E MULTIMODAL

O transporte terrestre é o mais utilizado internamente nos países, e normalmente é o


que finaliza as operações do comércio exterior entregando as cargas ao cliente final, o principal
modal desta operação é o rodoviário e sobre este modal Ludovico (2018, p. 223) nos diz que:
O transporte rodoviário evidencia, entre outras características, a economia
de tempo e o sistema “porta a porta”. As principais características desse
tipo de transporte é a simplicidade de funcionamento. Entre os armazéns do
exportador e do importador, a mercadoria sofre apenas duas operações: o
embarque, nas instalações do exportador, e a descarga, nas instalações do
importador. Com isso, as possibilidades de riscos com manuseio diminuem
sensivelmente e há redução de custos com a simplificação de embalagens.

Já David (2016, p. 330) discorre que:


No âmbito mundial, o transporte feito por caminhões ainda é dominado por
uma miscelânea de regras e regulamentações domésticas, que exercem
grande influência no modo como a indústria se organiza. Há limites em rela-
ção ao número de eixos que um caminhão pode ter, ao peso que ele pode
carregar por eixo, ao seu peso total, à sua largura e ao seu comprimento.
Além disso, há exigências quanto ao equipamento obrigatório, ao treinamen-
to do motorista e ao número de horas consecutivas que esse profissional
pode dirigir. Todas essas exigências geram frotas de caminhões ligeiramente
diferentes, dependendo do país.

Um dos grandes problemas relacionados ao envio internacional de mercadorias


por caminhões está relacionado às regras e regulamentações de cada país e que são
complexas e não podem ser esquecidas ou subestimadas.

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Existem algumas restrições que acabam criando grandes “áreas de estacionamen-
to” de caminhões nos pontos de entrada de um país e em saídas de rodovias. Além disso,
fiscalizar a enorme quantidade de regras e regulamentações acaba gerando atrasos nas
entregas, segundo David (2016).
Outro ponto de atenção, diz David (2016) está relacionado às operações realizadas
por meio de caminhões é a infraestrutura: existem limites de carga, de altura e de velocida-
de (condições da estrada) que atrapalham o transporte regular de mercadorias e causam
impactos no acondicionamento das cargas. E em alguns países, existe uma taxação proi-
bitiva do diesel que influencia a potência dos caminhões, o tamanho das carrocerias e a
velocidade de locomoção das cargas. Além do alto custo de pedágios de algumas rodovias
europeias que faz com que caminhoneiros utilizem estradas secundárias não muito ade-
quadas para carga.
Sobre as vantagens deste modal, podemos destacar a possibilidade de realizar a
entrega porta a porta, maior flexibilidade no planejamento de cargas e entregas e o custo
mais baixo em relação ao modal aéreo. Já as suas desvantagens são a capacidade redu-
zida para carregamento, que prejudica o ganho de escala, além da limitação relacionada à
infraestrutura logística de cada país, assim como as diferentes regras e restrições observa-
das em cada país (DAVID, 2016).

4.1 Multimodalidade e Intermodalidade


O transporte multimodal é bastante utilizado nas operações do comércio internacio-
nal, isso porque oferece diversas facilidades às empresas, dessa forma Brasil (1998 apud
MAIA, 2014, on-line) nos apresenta o conceito de multimodalidade: “Art. 2º - Transporte
Multimodal de Cargas é aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais
modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é executado sob a responsabi-
lidade única de um Operador de Transporte Multimodal.”
Diante desta definição, Brasil (1988 apud MAIA, 2014, online) também nos traz
informações em relação às funções e operações realizadas por um operador de transporte
multimodal:
Art. 3º - O Transporte Multimodal de Cargas compreende, além do transporte
em si, os serviços de coleta, unitização desunitização, movimentação, arma-
zenagem e entrega de carga ao destinatário, bem como a realização dos ser-
viços correlatos que forem contratados entre a origem e o destino, inclusive
os de consolidação e desconsolidação documental de cargas.

UNIDADE II
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Diante do exposto, percebemos que o OTM (Operador de Transporte Multimodal)
pode realizar diversos tipos de serviços, assim, as empresas que precisam desses ser-
viços, mas não conseguem realizá-lo por conta própria podem recorrer aos operadores.
Além disso, os benefícios de uma parceria e utilização dos serviços com os operadores de
transporte multimodal são:

■ A capacidade total da matriz de transporte é utilizada de forma mais produtiva;


■ São utilizadas as combinações de modais de transporte mais eficientes energe
-ticamente;
■ Maior utilização da tecnologia de informação com melhores resultados;
■ A infraestrutura para as atividades de apoio, tais como armazenagem e manu-
seio são melhor aproveitadas;
■ A responsabilidade pelas mercadorias, diante do cliente, da origem até o destino,
é de apenas uma empresa, a OTM.

Já sobre a Intermodalidade encontramos a seguinte definição no site da ANTT


(2021, on-line), encontramos a seguinte definição:
[...] transporte intermodal, é uma modalidade que utiliza mais de um meio de
transporte para levar a carga até o destino final. Ou seja, ela pode sair da fá-
brica de caminhão e depois seguir em uma embarcação até o ponto de venda
ou local de armazenamento, por exemplo. Também é comum combinar trans-
porte rodoviário com aéreo, especialmente quando se fala em exportação.
Cada operação determina como se dará o transporte intermodal e quando
ele é mais vantajoso ou necessário, em razão da localidade ou da estratégia
logística adotada por cada empresa.

A utilização de um transporte intermodal é muito vantajosa, principalmente, em locais


de difícil acesso, que impossibilitem o transporte de mercadorias por determinados modais,
ou quando a utilização de mais de um modal se torna mais lucrativa para a operação.

As principais vantagens desse meio de transporte, segundo a ANTT (2021), São:

■ Diminuição dos custos nas operações;


■ Aumento da segurança no transporte;
■ Menor movimentação nas rodovias;
■ Diminuição na emissão de poluentes;
■ Menor consumo de energia;
■ Possibilidade de horários alternativos para transporte da carga (fim de semana à noite).

O transporte intermodal pode ser uma estratégia vantajosa para as empresas


que atuam no mercado internacional, pois existe uma melhora na entrega dos processos
logísticos, porém precisa ser muito bem estruturado em relação aos prazos e às respon-
sabilidades de cada parte envolvida, para que não aconteçam problemas na entrega, visto
que em cada meio de transporte contratado, emite-se um documento próprio, que cobre
apenas o trajeto pelo qual será responsável.

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Transporte
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de Suprimentos 37
REFLITA

Qual a importância do comércio internacional para a economia de um país?

A importância para a economia se deve a diversos fatores, acima de tudo o principal


que já foi citado acima é a possibilidade de importar produtos não existentes no país e
exportar produtos em sobra para outros países.
O Comércio Internacional dilui os riscos de atividades, permite a empresa seguir comer-
cializando mesmo com uma crise econômica interna no país.
A melhor forma de visualizarmos o desempenho do comércio internacional de um país
é por meio de sua balança comercial. Esse indicador registra as importações e expor-
tações de bens e serviços. Se seu saldo for positivo, consequentemente significa que o
país está exportando mais do que importando. Se for negativo, certamente o valor das
importações ultrapassa o das exportações.
O Comércio Internacional Brasileiro é conhecido no mundo todo devido à razão de que
exporta produtos como:

- Soja;
- Petróleo;
- Celulose;
- Minério de ferro.

Fonte: Saiba como funciona o Comércio internacional. FAZ COMEX, 2022. Disponível em:

https://www.fazcomex.com.br/comex/comercio-internacional/. Acesso em: 19 maio. 2022.

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de Suprimentos 38
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro (a) acadêmico (a) chegamos ao fim da nossa segunda unidade em que percor-
remos diversos temas extremamente importantes para a atuação no comércio internacional,
visto que a logística internacional com sua infraestrutura e seus modais é a responsável
pela dinâmica e pelas operações que fazem os produtos chegarem ao seu destino.
Pudemos conhecer melhor a formação e os componentes das infraestruturas marítima,
aérea, ferroviária e rodoviária e os principais desafios encontrados em cada uma delas. Também
compreendemos melhor cada um dos principais modais de transporte utilizados no comércio
internacional, suas vantagens, desvantagens e pontos de atenção que devem ser muito bem
observados pelas empresas antes de qualquer negociação com o mercado externo.
Além disso, tivemos a oportunidade de entender melhor os conceitos de multimo-
dalidade e intermodalidade e como essas operações podem trazer vantagens às empresas
nas operações internacionais.
Enfim, caro (a) aluno (a) entendemos um pouco mais sobre esse vasto campo de
estudo relacionado à logística internacional e seus principais temas, espero que tenha apro-
veitado da melhor maneira possível, e lembre-se de nunca parar de buscar conhecimento!

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LEITURA COMPLEMENTAR

Transporte rodoviário internacional de cargas perigosas

1 O TRANSPORTE INTERNACIONAL DE CARGAS


Para que uma empresa possa operar com transporte rodoviário internacional de
cargas, é necessário que se cumpra uma série de requisitos estabelecidos pelos órgãos
reguladores. No caso de transporte rodoviário internacional de cargas, esse órgão é a
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável por emitir os atos legais e
regulamentares e os procedimentos operacionais desse tipo de transporte no País.
Os procedimentos para uma empresa de Transporte Rodoviário Internacional obter
autorização para o transporte internacional estão regulamentados no Brasil pela Resolução
ANTT n. 1.474, de 31 de maio de 2006.
O Brasil possui praticamente todos os acordos de transporte internacional rodoviá-
rio terrestre dos países da América do Sul, devido à sua localização geográfica privilegiada,
por se encontrar na região central desse continente. Os países que têm esse acordo com
o Brasil são Equador, Colômbia e Guiana Francesa. Ainda está sendo negociada a entrada
do Suriname nesse grupo.
O Brasil tem também acordo de Transporte Terrestre Rodoviário com países do
Cone Sul, isto é, Bolívia, Argentina, Peru, Paraguai, Venezuela, Uruguai e Guiana, a qual
está em fase de negociação. Além disso, há acordos com os países do Mercosul de Produ-
tos Perigosos, ou seja, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Segundo Araújo (2001), produtos perigosos são as substâncias com propriedades
físico-químicas que podem causar danos à saúde e ao meio ambiente e carga perigosa
é qualquer tipo de carga transportada de forma inadequada, que possa acarretar aciden-
tes. O acidente com produto perigoso é um evento repentino e não desejado, no qual há
a liberação de substâncias nocivas em forma de incêndio, explosão, derramamento ou
vazamento, causando danos a pessoas ou ao meio ambiente. O transporte de produtos
dos setores químico, petroquímico e de refino de petróleo são produtos perigosos que são
transportados no Brasil em quantidade significativa nas rodovias do país.
O transporte de cargas é favorável em vários sentidos. Entre eles a agilidade e
a rapidez na entrega de mercadorias em viagens curtas e longas, a disponibilidade de
carregar e descarregar em qualquer lugar diretamente ao cliente, sendo que o transporte
rodoviário vai ganhando um grande mercado no setor produtivo em geral (BALLOU, 2010).

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Transporte
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Internacional
de Suprimentos 40
Os produtos perigosos são de origem química, biológica ou radiológica, que ex-
põem risco potencial à vida, à saúde e ao meio ambiente ou à segurança pública, em
caso de vazamentos. Os produtos perigosos são classificados pela sua composição em
classes e subclasses por seus fabricantes, de acordo com o grau de perigo que represen-
tam. Eles possuem uma numeração fornecida pela ONU e precisam respeitar o Decreto n.
96.044/1988, a Resolução ANTT n. 420/2004 e a Resolução ANTT n. 701/2004 para que
possam ser carregados.
O sistema de transporte é muito importante para a movimentação da economia,
através de movimentação de cargas, pessoas, animais ou meios intangíveis. Com a glo-
balização, facilitou muito o transporte de cargas e a concorrência com produtos de áreas
longínquas, por existir a facilidade em levar a produção para em que o cliente a queira e
também ocasionar preços diminutos (BALLOU, 2010).

2 PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES TÉCNICAS E AMBIENTAIS PERTINENTES


O transporte de produtos perigosos é objeto de extensa e complexa legislação,
que acompanha a evolução da preocupação da sociedade em relação à preservação do
meio ambiente. A regulamentação brasileira de transporte rodoviário de produtos perigosos
baseia-se nas recomendações emanadas pelo Comitê de Peritos em Transporte de Pro-
dutos Perigosos das Nações Unidas, publicadas no Regulamento Modelo conhecido como
Orange Book, atualizado periodicamente, bem como no Acordo Europeu para o Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos, conhecido como ADR.
O ADR é um regulamento internacional de produtos perigosos pelo modo rodoviá-
rio, sendo o The International Carriage of Dangerous Goods by Rail (RID) a versão para o
modo ferroviário. Trata-se de um acordo assinado pela maioria dos países europeus, a fim
de estabelecer as normas para circulação de produtos perigosos entre suas fronteiras e
através de seus territórios.
O sistema de classificação dos produtos perigosos adotado pelo ADR (2007) é
semelhante ao das recomendações da ONU (2007) e foi elaborado pelo Comitê para o
Transporte Terrestre (Inland Transport Committee), de acordo com o estabelecido pela Co-
missão Econômica das Nações Unidas para a Europa (United Nations Economic Commis-
sion for Europe - [UNECE]), em 2007. Em princípio, seu escopo é regional e aplicável aos
países-membros da Comunidade Europeia. No entanto, devido à natureza internacional
do transporte, suas recomendações têm-se difundido mundialmente. As normas do Acordo
são, principalmente, dirigidas para a classificação, o acondicionamento, a identificação, a
capacitação e os procedimentos para o TRPP.

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Uma das principais diferenças entre o Modelo Regulamento ONU e o ADR, para
fins da consecução dos objetivos deste trabalho, é que o último se detém mais pormenori-
zadamente nas questões afetas à expedição de cargas em pequenas quantidades.
O Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre (ATIT), por sua vez, assinado em
1° de janeiro de 1990 pelas Repúblicas da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru
e Uruguai, trata do principal instrumento regulador da prestação de serviços de transporte
terrestre rodoviário, tanto de cargas quanto de passageiros, e regulamenta, ainda, o trans-
porte ferroviário entre estes países do Cone Sul.
Dessa forma, o transporte rodoviário, por via pública, de produtos que sejam perigo-
sos, por apresentarem riscos à saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio
ambiente, é submetido às regras e aos procedimentos estabelecidos pelo Regulamento
para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, Resolução ANTT n.3665/2011 e alte-
rações, complementado pelas Instruções aprovadas pela Resolução ANTT n.5.232/2016,
e suas alterações, sem prejuízo do disposto nas normas específicas de cada produto. O
Regulamento estabelece, entre outras, prescrições relativas às condições do transporte,
documentação, deveres, obrigações/responsabilidades e infrações aplicáveis.
A Resolução ANTT n.. 5.232/2016 estabelece exigências e detalhamentos relativos,
entre outros, à correta classificação do produto, à adequação, certificação e identificação
dos volumes e das embalagens, à sinalização das unidades e dos equipamentos de trans-
porte, à documentação, às prescrições aplicáveis a veículos e equipamentos do transporte
rodoviário, quantidade limitada e provisões especiais, quando aplicáveis.
O transporte de produtos perigosos controlados pelo Exército também está sujeito
às exigências previstas pelo R-105, com redação dada pela Resolução n. 3665/2011, que
apresenta a lista de produtos permitidos. Neste caso, além dos documentos de porte obri-
gatório, previsto pelo RTPP (Ficha de Emergência, Envelope para o Transporte, Documento
Fiscal, e Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel),
também deve portar a guia de Tráfego, devidamente preenchida e assinada por Oficiais do
Exército Brasileiro, responsáveis pelo controle do transporte destes produtos.
Da mesma forma, o transporte de materiais radiativos é controlado pela Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que emite a Ficha de Monitoramento de Materiais
Radiativos e a Declaração do Expedidor de Material Radioativo, constantes na Resolução
ANTT n. 420/2004 e suas alterações, sem prejuízo do disposto nas normas específicas de
cada produto.

Fonte: TAVEIRA, J. C.; PORTELA,R. R.; MENEGANTE, R. R. Transporte rodoviário internacional de

cargas perigosas. Scielo Brasil. Disponível em: https://www.scielo.br/j/inter/a/pJcD7nC7q3Qm7QJyKKykSW-

D/?lang=pt#. Acesso em: 31 ago. 2021.

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de Suprimentos 42
MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Logística internacional uma abordagem para a integração
de negócios
Autor: Léo Tadeu Robles, Marisa Nobre.
Editora: Intersaberes.
Sinopse: A logística internacional é, sem dúvida, uma área com-
plexa, desafiadora e fundamental na competição global e na van-
tagem competitiva em mercados sofisticados e exigentes. Assim,
os profissionais do setor precisam ser capacitados e devem se
manter atualizados para agregar valor a clientes e acionistas. Esta
obra apresenta cadeias logísticas globais na integração de seus
componentes, como transporte internacional, negociação de con-
tratos e gestão de operações de exportação e importação e siste-
mas de informação. Juntos, analisaremos o conteúdo de formação
e atualização integradas nas práticas de negócios internacionais.

FILME / VÍDEO
Título: Capitão Phillips
Ano: 2013.
Sinopse: Em 2009, piratas somalis invadem o navio cargueiro
MV Maersk Alabama, dos Estados Unidos, e mantêm o capitão
Richard Phillips e sua tripulação como reféns.

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de Suprimentos 43
UNIDADE III
Entrada em Mercados Estrangeiros,
Contratos Internacionais, Comércio
ou Incoterms
Professora Esp. Lígia Pereira Blanco

Plano de Estudo:
● Fatores estratégicos de entrada, exportação indireta e ativa, produção no exterior;
● Siscomex, lex mercatoria, contratos de venda internacional;
● Termos de comércio internacional, tipos e definições dos incoterms.

Objetivos da Aprendizagem:
● Apresentar os principais fatores estratégicos de entrada em mercados estrangeiros,
bem como discorrer sobre os conceitos de exportação;
● Discorrer sobre contratos internacionais e suas atribuições e apresentar o Siscomex;
● Conhecer o conceito de Incoterms e sua importância
para as negociações internacionais.

44
INTRODUÇÃO

Olá Caro (a) acadêmico (a), seja bem-vindo (a) a unidade III do nosso material,
onde discorreremos sobre os fatores estratégicos que percorrem a entrada das empresas
no mercado internacional, o que leva uma empresa nacional a querer atuar em outros paí-
ses e como esse processo deve ser conduzido para que as operações alcancem o sucesso.
Nesta unidade também trabalharemos os conceitos de exportação direta e indireta as-
sim como a exportação ativa e todos os temas envolvidos neste formato de internacionalização
das empresas, além disso, poderemos entender melhor como funciona a produção no exterior.
Discorremos sobre a ferramenta Siscomex e qual a sua importância para o comércio
exterior brasileiro, falaremos sobre o conceito de Lex Mercatoria e suas atribuições. Falare-
mos também sobre os contratos de venda internacional e seus diversos e tão importantes
pontos que devem ser conhecidos pelas empresas antes de fecharem negócios no exterior.
Por fim, conheceremos os conceitos de Incoterms, suas definições e atribuições e
como impactam a logística internacional. Aproveite esta unidade para aumentar ainda mais
seus conhecimentos!

Vamos lá!?

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 45


1. FATORES ESTRATÉGICOS DE ENTRADA, EXPORTAÇÃO INDIRETA E ATIVA,
PRODUÇÃO NO EXTERIOR

Caro aluno (a) atuar no mercado internacional é uma decisão que deve ser toma-
da através da avaliação de muitos critérios, mesmo que normalmente a empresa acabe
começando através de contatos casuais com alguns clientes interessados ou através de
feiras organizadas para a exposição dos produtos à possíveis clientes, isso porque, atuar
no mercado externo não é tão simples como realizar uma operação nacional, diversos
aspectos devem ser analisados antes que contratos sejam fechados. Assim sendo, o expor-
tador deve analisar com cuidado alguns fatores determinantes para a entrada no mercado
internacional, que segundo David (2016) são:
● Tamanho do mercado – Embora não exista uma regra simples, o método de
entrada em um mercado cujas vendas anuais sejam na casa de milhares de dólares é
diferente de entrar em mercados com menor valor aquisitivo.
● Crescimento do mercado – Um mercado já consolidado, com crescimento
moderado, exige uma estratégia de entrada diferente da utilizada ao entrar em um mercado
com potencial de crescimento em ascensão.
● Fatia de mercado potencial do exportador – Um mercado em que o exportador
tem a possibilidade de ser um concorrente importante pede uma estratégia diferente da que
é utilizada em mercados em que a empresa exportadora tem chances apenas de ser uma
empresa de nicho.

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 46


● Tipo de produto – É necessário entender que artigos tecnológicos, que neces-
sitam de serviços pós-venda e peças de reposição, precisam de uma estratégia de entrada
diferente da utilizada para os produtos de consumo descartável.
● Estratégia de mercado da empresa – Empresas cuja estratégia é fornecer
produtos de alto nível devem utilizar uma estratégia de entrada diferente da utilizada por
uma empresa que optou por oferecer preços mais baixos.
● Disposição da empresa para se envolver – As organizações que pretendem
desenvolver ativamente mercados estrangeiros devem ter uma estratégia de entrada
diferente da de empresas que acreditam que o mercado interno é seu foco principal e
consideram as vendas para o exterior apenas de forma esporádica.
● Características do país-alvo – Devem ser analisados os pontos principais
como: o grau de desenvolvimento do país e sua infraestrutura, a possibilidade de parceiros
comerciais, o ambiente em que os negócios são realizados, além da cultura do mercado e
dos clientes.
● Horizonte de tempo considerado – Para os itens em que o ciclo de vida é curto
ou produtos que podem ser facilmente copiados necessitam de uma estratégia de entrada
diferente da dos produtos patenteados ou que podem ter um longo ciclo de vida ou gerar
uma extensa linha de produtos complementares.

Depois da análise desses pontos existem diferentes formas que podem ser utiliza-
das para que a empresa atue em mercados internacionais, as quais serão apresentadas a
seguir.

1.1 Exportação direta


Segre et al. (2018, p.46) nos apresenta a seguinte definição:
A venda de produtos diretamente ao consumidor no exterior possibilita a eli-
minação de intermediários. O contato entre exportador e importador é direto,
o exportador fatura a mercadoria em nome do importador, providencia todos
os trâmites necessários para a exportação e recebe o pagamento diretamen-
te do importador, eliminando a atuação de comerciais exportadoras ou tra-
ding companies.

Este formato de exportação demanda das empresas que querem atuar no mercado
internacional um vasto conhecimento sobre normas e procedimentos, o que nem sempre é
possível para todas as organizações, principalmente para as de médio e pequeno portes.

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 47


1.2 Exportação Indireta
A exportação indireta é descrita por Brasil (2011, p. 15) como aquela:
[...] realizada por meio de empresas estabelecidas no Brasil que adquirem
produtos para exportá-los. Assim, a empresa que produz a mercadoria não
cuida da comercialização externa do produto, do transporte para o país de
destino, da localização de compradores externos, de pesquisas de mercados
e da promoção externa do produto.

A exportação indireta, normalmente, é utilizada por micro e pequenas empresas


que ainda estão iniciando suas negociações no mercado internacional. Sobre isso David
(2016, p. 86) discorre que:
Para empresas que não querem se envolver com nenhuma das atividades de
marketing no exterior, a solução mais simples é a empresa comercial expor-
tadora. Uma empresa comercial exportadora (export trading company – ETC)
é um intermediário que comprará as mercadorias no país exportador para
revendê-las a clientes no país estrangeiro.

Já para Brasil (2011, p. 15-16) as empresas que fazem a exportação indireta são
classificadas da seguinte forma:

a) trading companies (a venda da mercadoria pela empresa produtora para


uma trading que atua no mercado interno é equiparada a uma operação de
exportação, em termos fiscais). As tradings companies foram constituídas pelo
Decreto Lei nº 1.248, de 1972;
b) empresas comerciais exclusivamente exportadoras;
c) empresas comerciais que operam no mercado interno e externo;
d) outros estabelecimentos de empresas produtoras. No caso, a venda a esse
tipo de empresa é considerada equivalente a uma exportação direta, assegu-
rando os mesmos benefícios fiscais (IPI e ICMS); e
e) consórcios de exportação. Trata-se de associações de empresas que conju-
gam esforços e/ou estabelecem divisão interna de trabalho com vistas à redu-
ção de custos, ao aumento da oferta de produtos destinados ao mercado ex-
terno e à ampliação das exportações. Os consórcios podem ser formados por
empresas que ofereçam produtos complementares ou mesmo concorrentes.

1.3 Exportação Ativa


A exportação ativa pode ser definida como a percepção de uma empresa que decide
explorar o mercado internacional e para isso se utiliza de diversas alternativas que variam
em relação ao nível de envolvimento e às estratégias utilizadas pelas empresas exportadoras
(DAVID, 2016). Os principais envolvidos nas operações de exportação ativa são:
● Os agentes: que são pequenas empresas que estão situadas no país importa-
dor e que representam o exportador, vendendo seus produtos da forma como o exportador
determina; o agente não compra os produtos para revender, ele apenas organiza as vendas
para a empresa exportadora. Normalmente trabalham com várias empresas e produtos
complementares que não competem entre si. A empresa exportadora pode oferecer treina-
mentos ou apenas material de divulgação sobre os produtos. Diante disso David (2016, p.
91) discorre que:

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 48


A escolha de um agente deve ser feita com base em diversos critérios: boa
capacidade de representação do exportador e de seus produtos, habilida-
de para vendas, contratos, conhecimento do setor alvo para o exportador,
compatibilidade entre os objetivos do agente e os do exportador, e assim por
diante. Além disso, a escolha do agente é um compromisso de longo prazo;
embora o contrato frequentemente tenha duração de um ano, renovável por
igual período, o período efetivo da relação entre o exportador e o seu agente
costuma ser bem mais longo.

● O distribuidor: é uma empresa situada no país importador que se responsabili-


za por comprar os produtos do exportador, assumindo a posse dos produtos que revende.
Neste tipo de operação existem dois canais de distribuição: um entre o exportador e o
distribuidor, e o outro entre o distribuidor/importador com sua rede de distribuição domés-
tica que abrange seus consumidores. O distribuidor é considerado em parceiro de longo
prazo, pois faz investimentos nos estoques e acaba se envolvendo muito mais para que as
mercadorias sejam vendidas. dessa forma, David (2016, p. 92) nos mostra que:
[...] o distribuidor assume riscos muito maiores que o agente, além de arcar
com custos mais elevados. Está sujeito aos riscos tradicionalmente associa-
dos à manutenção de estoques e investe neles uma quantia considerável, se
as mercadorias não venderem bem, o distribuidor fica com as encalhadas ou
obsoletas. Além disso, é comum o distribuidor cobrir parte dos custos de pro-
paganda, participação em feiras e outras atividades. Em troca tem, tem muito
mais liberdade para definir preços, negociar termos com clientes e gerenciar
todos os aspectos não direcionados às marcas comerciais ou aos direitos
autorais do exportador [...]

● Filial comercial: Quando a empresa opta por ter sua própria filial de marketing
ou de venda no exterior acaba obtendo um maior controle sobre a divulgação e a venda
de seus produtos, essa filial fica incluída no exterior, e acaba se tornando a empresa im-
portadora que a exportação acontece entre duas organizações que fazem parte da mesma
empresa, como se fosse uma transferência de mercadorias. As vendas e o lucro criados
dessa operação são considerados domésticos e, portanto, são mais simples de gerenciar,
David (2016, p. 94) nos diz: “Os custos de uma filial comercial são maiores e boa parte deles
são fixos: é preciso alugar uma sede, montar um estoque, contratar e treinar funcionários;
só depois haverá vendas mensuráveis que compensam essas despesas.”

1.4 Produção no exterior


Utilizada como alternativa para exportação a empresa também pode optar por
realizar a produção em outro país, principalmente quando os custos desta operação são
menores do que no país de origem, ou quando o frete internacional se torna inviável, até
mesmo quando a capacidade produtiva da empresa acaba ficando limitada, neste proces-
so a empresa exportadora tem um nível de envolvimento muito grande na relação com o
mercado internacional. David (2016) nos apresenta as principais opções desta operação:

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 49


● Contrato de fabricação/subcontratação – em que a empresa exportadora
firma um contrato com um fabricante estrangeiro para a produção de seus itens, esta opção
não é realmente um contrato, mas sim uma forma que garante a produção dos itens no país
estrangeiro. Em muitos casos este processo é utilizado como estratégia para entrar em
mercados onde existem muitas barreiras.
● Licença – Neste processo a empresa exportadora concede os direitos sobre sua
propriedade intelectual e é remunerada por isso. Pode ser uma patente, ou uma tecnologia,
um processo ou uma marca, o contratante ou licenciado tem direito de usar apenas este
item e paga por isso cada vez que o utiliza. Este processo é muito utilizado quando existem
muitas barreiras de entrada no mercado, custos altos de transportes ou quando a empresa
exportadora não quer participar ativamente deste mercado.
● Franquia – o franqueador concede os direitos de vários itens em um pacote comer-
cial, neste modelo o franqueado utiliza marcas comerciais, direitos autorais e patentes, assim
como os conhecimentos técnicos, treinamentos e modelo de operação e paga os royalties
para poder operar. Este é um formato vantajoso para o exportador, pois os custos ficam a
cargo do franqueado, sendo esse modelo muito popular para a expansão de mercado.
● Parceria (joint venture) – neste processo a empresa exportadora investe em
instalações no país importador, criando uma nova empresa em parceria com outros em-
presários, normalmente do país importador, a parceria na maioria dos casos é de 50%
para cada participante. Neste caso, o exportador busca parceiros que queiram expandir as
operações e juntar esforços para aumentar a fatia de mercado, empresas experientes que
possam ajudar no processo de entrada no mercado ou nos casos em que por lei (do país
importador) seja obrigatório a formação de parcerias com empresas locais.
● Subsidiária – Conhecida também como empresa estrangeira, no qual o controle
acionário é totalmente da empresa matriz do país exportador, neste caso o controle fica
totalmente nas mãos do exportador, este tipo de negócio pode ser feito através da cons-
trução de uma instalação totalmente nova ou pela aquisição de uma empresa local. Esta
opção é vantajosa por oferecer liberdade a empresa, porém é uma estratégia de alto custo
e envolvimento no negócio.
Podemos perceber então que independente do modelo que a empresa escolher
para atuar no mercado internacional, é necessário que haja um estudo prévio e que os
objetivos da empresa estejam alinhados com esta proposta, assim não correm o risco de
iniciarem operações inviáveis.

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 50


2. SISCOMEX, LEX MERCATORIA, CONTRATOS DE VENDA INTERNACIONAL

Siscomex é o sistema integrado de comércio exterior que é utilizado pelo governo


brasileiro para controlar os processos do comércio exterior brasileiro.
Essa ferramenta facilita o fluxo de informações sobre as operações realizadas com
outras nações, ele promove a eliminação de controles paralelos e diminui a quantidade de
documentos utilizados nas operações, diante disso, encontramos a seguinte informação
(BRASIL, 2021, online):
É um instrumento que agrega competitividade às empresas exportadoras, na
medida em que reduz o custo da burocracia;
O Siscomex promove a integração das atividades de todos os órgãos gestores
do comércio exterior, inclusive o câmbio, permitindo o acompanhamento, orien-
tação e controle das diversas etapas do processo exportador e importador;
O Siscomex começou a operar em 1993, para as exportações e, em 1997, para
as importações. É administrado pelos chamados órgãos gestores, que são: a
Secretaria de Comércio Exterior - SECEX, a Receita Federal do Brasil - RFB e
o Banco Central do Brasil – BACEN.
As operações registradas via Sistema são analisadas online tanto pelos órgãos
gestores, quanto pelos órgãos anuentes que estabelecem regras específicas
para o desembaraço de mercadorias dentro de sua área de competência.

Este sistema tem por objetivo atualizar os processos de importação e exportação


brasileiras, de forma que possam ser mais eficientes e para melhorar a relação entre o
governo e as empresas que atuam no mercado internacional importando ou exportando
seus produtos.

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 51


Ao acessar esta plataforma online os operadores de comércio exterior encontram
diversas ferramentas e diretrizes para dar andamento aos seus processos de compra ou
venda de mercadorias.

SAIBA MAIS

Quer saber mais sobre o Siscomex e entender melhor como ele pode ajudar nas opera-
ções de importação e exportação brasileiras?

Fonte: SISCOMEX. Sistema de Comércio Exterior. Disponível em: http://www.siscomex.gov.br/.

Acesso em: 31 ago. 2021.

2.1 Lex Mercatória


Ao atuar no mercado internacional, as empresas precisam estar atentas aos con-
tratos que serão firmados, isso porque, as regras e particularidades não são iguais às
dos contratos assinados no mercado doméstico e não existe diferentemente do mercado
interno uma lei que regule esses contratos internacionais, porém, existe a lex mercatória
que segundo David (2016, p. 113) são:
[...] leis de comércio-, um conjunto de diversos tratados internacionais e cos-
tumes do comércio internacional, todos aplicados em complemento às leis
domésticas.

A Lex Mercatória é complexa porque inclui numerosas fontes de referências


legais e de jurisprudência. Existem tratados e decisões das Nações Unidas,
tratados internacionais, como o Acordo geral de tarifas e comércio (Gatt), que
deu origem à Organização Mundial do Comércio (OMC), com suas próprias
regras e sistema jurídico; acordos multilaterais sobre questões específicas de
setores, como a convenção de Varsóvia sobre transporte aéreo internacional
[...]

2.2 Contratos de venda internacional e o CISG


Os contratos de venda e questões abordadas entre exportadores e importadores
na maior parte dos países estão cobertas pela Convenção das Nações Unidas sobre Con-
tratos de Venda Internacional de Mercadorias (United Nations Convention on Contracts for
the International Sale of Goods – CISG), conhecida como convenção de Viena, conforme
David (2016).
Esse tratado é a base para a resolução de problemas nos contratos que nem
sempre ficam claros no que tange o comércio internacional, porém nem todos os países
importantes no comércio internacional ratificam esta convenção e suas definições o que
acaba gerando diversos impasses que deverão ser resolvidos por tribunais especializados
em tratar disputas comerciais.

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 52


A CISG tem suas normas internas consideradas no formação, formulação e quebras
de contratos, que devem ser observadas e respeitadas pelos países que participam deste
tratado, David (2016).

2.3 Questões legais relativas à agenciamento versus distribuição


Por cada país ter suas leis e regulamentos relacionados aos contratos de distri-
buição não existe um modelo de contrato internacional e os pontos como a escolha de leis
e o foro onde serão julgados ficam na maioria das vezes a cargo do país onde reside o
agente ou distribuidor dos produtos. Porém é bastante complicado determinar uma regra
geral que todos os países obedeçam. Diante disso, deve-se observar alguns pontos de
acordo com David (2016):
● O idioma do contrato que deve ser definido para que nenhuma parte seja preju-
dicada com a diferença de traduções ou interpretações por exemplo;
● A questão da boa-fé firmada entre as partes negociantes em que ambas devem
interpretar o contrato de forma que os termos não sejam utilizados de forma
distorcida a favor de determinada parte;
● A questão de força maior, em que todos os contratos possuem uma cláusula que
se refere a eventos que não podem ser evitados e que não tem um responsável
direto, desta forma, as partes podem ser absorvidas por não cumprirem seus
acordos em caso de força maior ou ocorrência fora de seu controle;
● Escopo e funções que serão desempenhadas pelo importador, cláusula em que
se define também os produtos que se aplicam ao contrato;
● Território onde é definido quais os limites geográficos cujo importador poderá
atuar, além do ponto em que se define se haverá uma exclusividade na repre-
sentação do produto em questão;
● Prazo de vigência do contrato, no qual se determina a duração da contratação
do representante, essa cláusula também define o período de renovação após o
fim do contrato original;
● Legislação aplicável, como serão dois países com leis diferentes, nesta cláusula
se especifica em qual país será feita a arbitragem caso haja conflito entre as
partes envolvidas.

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 53


2.4 Término, arbitragem e mediação.
O término do contrato de distribuição é um tema bastante sensível e deve ser
muito bem especificado no momento da negociação, eles podem ser feitos por justa causa
quando ocorre uma falha de qualquer uma das partes, em que se encerra o contrato por
conta do descumprimento do que foi acordado de forma mais simples pois há a quebra de
contrato. Outro tipo de encerramento é o por conveniência cujo uma das partes resolve
acabar com a parceria por uma razão que não está relacionada ao desempenho, nesses
casos é necessário ter bastante cuidado para que não haja nenhum problema com a parte
que está sendo dispensada, David (2016).
Já a arbitragem é a forma pela qual são resolvidos os impasses entre as partes
envolvidas no contrato, esse formato de resolução pode ser escolhido desde o início do
contrato ou as empresas podem optar em mencionar as “regras de conciliação e arbitragem
da Câmara Internacional de Comércio”, no qual há três árbitros (cada parte escolhe um e
o terceiro é eleito pela câmara) deverão decidir sobre o impasse em questão. A arbitragem
é vista como justa pois tende a não beneficiar nenhum dos lados e também são bem mais
rápidas do que se o assunto for levado aos tribunais, além disso as resoluções propostas
pela arbitragem tendem a resolver o conflito de forma que todos saiam satisfeitos e acabam
sendo mais eficazes pois os árbitros têm bastante experiência em relação ao comércio in-
ternacional e por fim a arbitragem não é aberta ao público ficando as decisões deliberadas
apenas entre as partes envolvidas, David (2016).
E por fim, na mediação ocorre um processo em que um mediador tenta fazer uma
ligação entre as partes, os mediadores em sua maioria são formados na área jurídica ou
conhecem muito bem o cenário das disputas. A mediação é considerada menos formal e
várias pessoas envolvidas com as empresas em questão podem participar em busca de
uma solução para o impasse. A mediação também não obriga as partes a resolverem algo,
ela ajuda os lados a entenderem suas posições e possibilidades, além de ser mais prática
para casos de pequenos conflitos ou no caso de problemas causados por um mal-entendi-
do, por exemplo, David (2016).
Obviamente caro (a) acadêmico (a) um contrato internacional é muito complexo
e tem diversos temas que devem ser abordados e esclarecidos, diante disso, trouxemos
apenas alguns dos pontos que devem ser observados pelas empresas antes de se iniciar
uma operação no exterior.

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 54


3. TERMOS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL, TIPOS E DEFINIÇÕES
DOS INCOTERMS

Os INCOTERMS ou Termos Internacionais de Comércio são utilizados nas nego-


ciações internacionais e servem para padronizar as operações. Em geral, pode-se dizer
que os Incoterms são regras internacionais que definem de quem é a responsabilidade
do pagamento do frete, o local de entrega, entre outros pontos muito importantes para o
comércio internacional. Diante disso, Segre et al. (2018, p. 59) nos mostra que:
Os INCOTERMS tratam-se de regras internacionais para a interpretação dos
termos comerciais fixados pela Câmara do Comércio Internacional (CCI) [...]

A CCI instituiu, em 1936, os INCOTERMS que inicialmente foram emprega-


dos nos transportes marítimos e terrestres e a partir de 1976, nos transportes
aéreos. Mais dois termos foram criados em 1980 com o aparecimento do sis-
tema intermodal de transporte que utiliza o processo de unitização de carga.
Em 2010, uma nova versão dos INCOTERMS foi instituída contendo onze
termos e no Brasil autorizada pela Câmara de Comércio Exterior (CAMEX)
[...]

Esses termos são revisados de forma periódica pela CCI (International Chamber
of Commerce), dessa forma, a atualização mais recente passou a ser utilizada, no Brasil,
em outubro de 2019 e é conhecida como INCOTERMS 2020. Segre et al. (2018, p. 59)
discorrem que:

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 55


Uma operação de comércio exterior com base nos Incoterms reduz a pos-
sibilidade de interpretações controversas e de prejuízos a uma das partes
envolvidas. A importância dos Incoterms reside na determinação precisa do
momento da transferência de obrigações, ou seja, do momento em que o
exportador é considerado isento de responsabilidades legais sobre o produto
exportado.

Os Incoterms segundo Segre et al. (2018, p. 59), regulam os seguintes itens:

■ A distribuição dos documentos;


■ As condições de entrega da mercadoria;
■ A distribuição dos custos da operação;
■ A distribuição dos riscos da operação.

Diante disso, a seguir conheceremos os 11 incoterms 2020 na tabela segundo


Brasil (2021) online:

TABELA 1- 11 INCOTERMS

CÓDIGO DESCRIÇÃO
EX WORKS (named place of delivery)
NA ORIGEM (local de entrega nomeado)
O vendedor limita-se a colocar a mercadoria à disposição do comprador no es-
tabelecimento do vendedor, no prazo estabelecido, não se responsabilizando
pelo desembaraço para exportação nem pelo carregamento da mercadoria em
EXW qualquer veículo coletor.
Utilizável em qualquer modalidade de transporte.
Nota: em virtude de o comprador estrangeiro não dispor de condições legais
para providenciar o desembaraço para saída de bens do País, fica subentendi-
do que esta providência é adotada pelo vendedor, sob suas expensas e riscos,
no caso da exportação brasileira.

FREE CARRIER (named place of delivery)


LIVRE NO TRANSPORTADOR (local de entrega nomeado)
O vendedor completa suas obrigações e encerra sua responsabilidade quando
entrega a mercadoria, desembaraçada para a exportação, ao transportador ou
FCA a outra pessoa indicada pelo comprador, no local nomeado do país de origem.
Utilizável em qualquer modalidade de transporte.
Comprador e vendedor poderão utilizar transporte próprio em trechos do des-
locamento.

FREE ALONGSIDE SHIP (named port of shipment)


LIVRE AO LADO DO NAVIO (porto de embarque nomeado)
O vendedor encerra suas obrigações no momento em que a mercadoria é co-
locada, desembaraçada para exportação, ao longo do costado do navio trans-
FAS portador indicado pelo comprador, no cais ou em embarcações utilizadas para
carregamento da mercadoria, no porto de embarque nomeado pelo comprador.
Utilizável exclusivamente no transporte aquaviário (marítimo ou hidroviário
interior).

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 56


FREE ON BOARD (named port of shipment)
LIVRE A BORDO (porto de embarque nomeado)
O vendedor encerra suas obrigações e responsabilidades quando a merca-
doria, desembaraçada para a exportação, é entregue, arrumada, a bordo do
FOB navio no porto de embarque, ambos indicados pelo comprador, na data ou
dentro do período acordado.
Utilizável exclusivamente no transporte aquaviário
(marítimo ou hidroviário interior).

COST AND FREIGHT (named port of destination)


CUSTO E FRETE (porto de destino nomeado)
Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o termo FOB, o vendedor
contrata e paga frete e custos necessários para levar a mercadoria até o porto
CFR de destino combinado.
Utilizável exclusivamente no transporte aquaviário
(marítimo ou hidroviário interior).

COST, INSURANCE AND FREIGHT (named port of destination)


CUSTO, SEGURO E FRETE (porto de destino nomeado)
Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o termo FOB, o vendedor
contrata e paga frete, custos e seguro relativos ao transporte da mercadoria até
CIF o porto de destino combinado.
Utilizável exclusivamente no transporte aquaviário
(marítimo ou hidroviário interior).

CARRIAGE PAID TO (named place of destination)


TRANSPORTE PAGO ATÉ (local de destino nomeado)
Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o termo FCA, o vendedor
contrata e paga frete e custos necessários para levar a mercadoria até o local
CPT de destino combinado.
Utilizável em qualquer modalidade de transporte.

CARRIAGE AND INSURANCE PAID TO (named place of destination)


TRANSPORTE E SEGURO PAGOS ATÉ (local de destino nomeado)
Além de arcar com obrigações e riscos previstos para o termo FCA, o vendedor
contrata e paga frete, custos e seguro relativos ao transporte da mercadoria até
CIP o local de destino combinado.
Utilizável em qualquer modalidade de transporte.

DELIVERED AT PLACE (named place of destination)


ENTREGUE NO LOCAL (local de destino nomeado)
O vendedor completa suas obrigações e encerra sua responsabilidade quando
coloca a mercadoria à disposição do comprador, na data ou dentro do período
DAP acordado, num local indicado no país de destino, pronta para ser descarregada
do veículo transportador e não desembaraçada para importação.
Utilizável em qualquer modalidade de transporte.
Comprador e vendedor poderão utilizar transporte próprio em trechos do des-
locamento.

DELIVERED AT PLACE UNLOADED (named place of destination)


ENTREGUE NO LOCAL DESCARREGADO (local de destino)
O vendedor completa suas obrigações e encerra sua responsabilidade quando
a mercadoria é colocada à disposição do comprador, na data ou dentro do
DPU período acordado, em local determinado no país de destino, descarregada do
veículo transportador mas não desembaraçada para importação.
Utilizável em qualquer modalidade de transporte.

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 57


Comprador e vendedor poderão utilizar transporte próprio em trechos do
deslocamento.
Termo definido em substituição ao DAT, com a diferença que o DAT determi-
nava a “entrega” exclusivamente em terminais de carga, podendo o DPU ser
utilizado em terminais ou qualquer outro local determinado.

(por exemplo o armazém do comprador).

DELIVERED DUTY PAID (named place of destination)


ENTREGUE COM DIREITOS PAGOS (local de destino nomeado)
O vendedor completa suas obrigações e encerra sua responsabilidade quando
a mercadoria é colocada à disposição do comprador, na data ou dentro do
DDPs período acordado, no local de destino designado no país importador, não des-
carregada do meio de transporte. O vendedor, além do desembaraço, assume
todos os riscos e custos, inclusive impostos, taxas e outros encargos incidentes
na importação.

Utilizável em qualquer modalidade de transporte.


Comprador e vendedor poderão utilizar transporte próprio em trechos do des-
locamento.
Nota: em razão de o vendedor estrangeiro não dispor de condições legais para
providenciar o desembaraço para entrada de bens do País, este termo não
pode ser utilizado na importação brasileira , devendo ser escolhido o DPU ou
DAP no caso de preferência por condição disciplinada pela ICC.

REFLITA

A “lex mercatoria” é um conjunto ordenado de procedimentos que conduz adequadas


soluções para as expectativas dos participantes do comércio internacional, sistema este
que não possui relação necessária com os sistemas jurídicos estatais, embora, inde-
pendentemente disto, seja juridicamente válido e eficaz. Em nosso país há uma Lex
Mercatoria?

Fonte: RETKVA, A. G. Principais aspectos da lex mercatoria. Disponível em:

https://jus.com.br/artigos/51882/principais-aspectos-da-lex-mercatoria. Acesso em: 19 abr. 2022.

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 58


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado (a) acadêmico (a), chegamos ao fim da unidade III do nosso material,
onde tivemos a oportunidade de conhecer mais sobre os fatores estratégicos de entrada
das empresas no mercado internacional, bem como os diversos pontos que devem ser
analisados antes da entrada no mercado exterior.
Nesta unidade trabalhamos os conceitos de exportação direta e indireta assim
como a exportação ativa e todos os temas envolvidos neste formato de internacionalização
das empresas, e pudemos entender melhor como funciona a produção no exterior.
Conhecemos também a ferramenta Siscomex e vimos sua importância para o
comércio exterior brasileiro e desenvolvimento das operações de importação e exportação,
conhecemos o conceito de Lex Mercatória e suas atribuições e discorremos também sobre
os contratos de venda internacional e seus tão importantes pontos que devem ser conheci-
dos pelas empresas antes de fecharem negócios no exterior.
Por fim, entendemos melhor o conceito de Incoterms, suas definições e atribuições
e como impactam a logística internacional. Espero que tenham aproveitado os temas apre-
sentados e que tenham despertado ainda mais a sua necessidade de conhecer esse vasto
campo de estudo!

Até breve!

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 59


LEITURA COMPLEMENTAR

Barreiras Comerciais

Embora não haja uma definição precisa para barreira comercial, esta pode ser
entendida como qualquer lei, regulamento, política, medida ou prática governamental que
imponha restrições ao comércio exterior.
Há duas categorias mais comuns de barreiras, quais sejam:
Barreiras tarifárias: que tratam de tarifas de importações e taxas diversas.
Barreiras não-tarifárias: que tratam de restrições quantitativas, licenciamento de
importação, procedimentos alfandegários, valoração aduaneira arbitrária ou com valores
fictícios, Medidas Antidumping, Medidas Compensatórias, subsídios, Medidas de Salva-
guarda e medidas sanitárias e fitossanitárias. Dentre estas últimas encontram-se as barrei-
ras técnicas, que são mecanismos utilizados com fins protecionistas.
É importante observar que as barreiras técnicas podem ocorrer devido à falta de
transparência das normas e regulamentos ou, ainda, pela imposição de determinados pro-
cedimentos morosos ou dispendiosos para avaliação de conformidade.
Os Acordos Antidumping, de Subsídios e Medidas Compensatórias e de Salva-
guardas fazem parte do conjunto de normas da Organização Mundial do Comércio-OMC,
ao qual o Brasil aderiu formalmente no final de 1994, por meio do Decreto n° 1.355, de
30/12/94 e, portanto, estão sujeitos a uma aplicação estritamente técnica.

Para saber mais baixe o manual da ApexBrasil:


http://www.apexbrasil.com.br/uploads/clique%20aqui.pdf

Fonte: APRENDENDO a Exportar. Barreiras Comerciais. Disponível em:

http://www.aprendendoaexportar.gov.br/index.php/pesquisa-de-mercado/barreiras-comerciais.

Acesso em: 31 ago. 2021.

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 60


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Esquematizado - Comércio Internacional e Legislação
Aduaneira
Autor: Pedro Lenza, Roberto Caparroz.
Editora: Saraiva Jur.
Sinopse: O autor traz importantes temas do Comércio Internacional
e Legislação Aduaneira, como o sistema multilateral do comércio,
organização e organismos internacionais relacionados ao comér-
cio, processos de integração econômica, Mercosul, administração
e instituições intervenientes no comércio exterior brasileiro, regras
de origem, sistema geral de preferências, práticas desleais no co-
mércio e medidas de defesa, classificação aduaneira de mercado-
rias, incoterms, impostos, controle aduaneiro, entre outros temas.
As matérias são abordadas com utilização de exemplos e gráficos,
que influem positivamente na fixação do conteúdo

FILME / VÍDEO
Título: The Founder (Fome de Poder)
Ano: 2016.
Sinopse: A história da ascensão do McDonald ‘s. Após receber
uma demanda sem precedentes e notar uma movimentação de
consumidores fora do normal, o vendedor de Illinois Ray Kroc
(Michael Keaton) adquire uma participação nos negócios da lan-
chonete dos irmãos Richard e Maurice “Mac” McDonald no sul da
Califórnia e, pouco a pouco eliminando os dois da rede, transforma
a marca em um gigantesco império alimentício.

UNIDADE III Entrada em Mercados Estrangeiros, Contratos Internacionais, Comércio ou Incoterms 61


UNIDADE IV
Condições de Pagamento, Documentos
Comerciais, Seguro Internacional e
Desembaraço Alfandegário
Professora Esp. Lígia Pereira Blanco

Plano de Estudo:
● Conceitos de Pagamento;
● Documentos Comerciais;
● Desembaraço Alfandegário.

Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender os tipos e formas da realização do pagamento internacional;
● Conhecer os tipos de documentos utilizados na exportação,
importação e transporte internacional;
● Apresentar a definição de despacho aduaneiro,
do imposto de importação e das barreiras alfandegárias.

62
INTRODUÇÃO

Olá prezado(a) acadêmico(a), seja muito bem-vindo(a) a unidade IV do nosso


material! Nesta última unidade falaremos sobre assuntos extremamente importantes para
as operações internacionais, começaremos com as condições de pagamentos e suas prin-
cipais características, falaremos também sobre as condições alternativas de pagamento e
suas vantagens e desvantagens.
Conheceremos os principais riscos inerentes ao comércio internacional e sobre a
decisão da moeda que deverá ser utilizada na negociação do contrato internacional. Nesta
unidade também discutiremos sobre os principais documentos utilizados nas operações
internacionais e suas respectivas funções.
E por fim conheceremos melhor as questões relacionadas ao despacho aduaneiro,
bem como os processos que devem ser realizados em cada operação, além disso, podere-
mos entender um pouco mais sobre o imposto de importação e conheceremos mais sobre
as barreiras comerciais existentes no comércio internacional.
Caro(a) acadêmico(a) espero que ao chegar até aqui você tenha mudado sua visão
sobre os mais diversos aspectos que foram apresentados ao longo deste material e que
aproveite ainda mais esta unidade.

UNIDADE IV Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro Internacional e Desembaraço Alfandegário 63


1. CONCEITOS DE PAGAMENTO

Um dos grandes receios das empresas que exportam suas mercadorias, de acor-
do com David (2016) está relacionado ao pagamento de seus produtos, porém existem
diversos meios que garantem que o exportador receberá pelas mercadorias enviadas, uma
delas tem relação com a escolha de forma equilibrada de um Incoterm que seja vantajoso
para ambas as partes do negócio.
Diante disso, devemos observar algumas das características relacionadas ao pa-
gamento internacional que são, segundo David (2016, p. 165):
● Informação sobre crédito: bem mais restrita do que comparado às informações
dos clientes nacionais, mesmo que algumas agências tenham essas informações no país
importador, nem sempre elas estão disponíveis.
● Falta de contato pessoal: a negociação internacional acaba sendo um pouco
mais impessoal se comparada às relações domésticas, por estar distante o exportador nem
sempre consegue avaliar todas as características do importador, o que torna a operação
mais arriscada.
● A cobrança é difícil e cara: cobrar um cliente internacional é bem mais difícil do
que um cliente doméstico e poucas empresas oferecem um serviço de cobrança internacional,
existe a opção de contratar uma empresa de cobrança no país importador, porém corre-se o
risco de ter problemas na condução destas cobranças e isso afeta a imagem da exportadora.

UNIDADE IV Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro Internacional e Desembaraço Alfandegário 64


● Não é fácil recorrer à justiça: isto acontece porque não existe um código co-
mercial legal e jurisprudência internacional, além disso, nenhuma corte tem jurisdição sobre
conflitos internacionais.
● Custos mais elevados dos processos de litígio: tentar um parecer judicial
contrária ao importador tem custos muito maiores do que os feitos no mercado doméstico,
acaba tomando mais tempo, é necessária a contratação de advogados no país importador,
além da possível demora no julgamento do caso.
● Desconfiança: pois o exportador pode acabar não confiando facilmente na em-
presa importadora, justamente por saber da dificuldade em resolver problemas que venham
a acontecer.

1.1 Condições alternativas de pagamento


Existem alguns métodos para realizar os pagamentos de uma negociação internacio-
nal e de certa forma, todos oferecem algum tipo de risco aos envolvidos e têm suas vantagens
e desvantagens, a seguir conheceremos cada uma delas de acordo com Brasil (2021):
● Pagamento antecipado: Nesta modalidade o importador envia o valor da tran-
sação de forma antecipada, e só depois disso o exportador procede com a exportação da
mercadoria e o envio da documentação. Na questão cambial, o exportador deve provi-
denciar de forma obrigatória, o contrato de câmbio no banco em que receberá, antes que
o embarque aconteça. Esta modalidade de pagamento não é muito utilizada pois deixa o
importador totalmente dependente do exportador, (Brasil 2021a).
● Remessa sem saque: Nesta modalidade de pagamento, o exportador envia
os documentos de embarque e despacho da mercadoria direto para o importador, com
os documentos em mãos o importador solicita o desembaraço dos produtos para depois
realizar o pagamento através de um banco no país de destino das mercadorias. Neste
processo o exportador não tem nenhum título de crédito que garanta o pagamento e é
utilizado normalmente quando já existe uma confiança entre as partes, (Brasil 2021b).
● Cobrança Documentária: Nesta modalidade o exportador envia a mercadoria
e os documentos de embarque a um banco, que os envia para outra instituição bancária,
no país importador, para que seja feita a (cobrança à vista) ou para aceite e posterior
pagamento (cobrança a prazo). O importador só poderá desembaraçar a mercadoria na
alfândega, quando tiver em mãos os documentos apresentados para cobrança. Portanto,
após retirar os documentos do banco, pagando à vista ou aceitando (assina, manifestando
concordância) para pagamento posterior, desta forma, o importador estará apto a liberar a
mercadoria, (Brasil 2021c).

UNIDADE IV Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro Internacional e Desembaraço Alfandegário 65


● Carta de crédito: Esta modalidade também é conhecida como crédito docu-
mentário, e é uma das mais utilizadas no comércio internacional, pois oferece maiores
garantias, tanto para o exportador como para o importador, em que após as negociações
o importador solicita ao banco (de seu país) a abertura de crédito para o exportador, o
banco emite a carta de crédito e informa o banco no país do exportador. Após a emissão do
crédito o exportador despacha e embarca a mercadoria e para receber entrega ao banco
em seu país os documentos solicitados que serão analisados e estando corretos o paga-
mento é efetuado. Após o exame da documentação, o banco do país exportador envia os
documentos ao banco do país importador. O importador paga pelos trâmites no banco de
seu país e então pode desembaraçar a mercadoria. A carta de crédito é uma modalidade de
pagamento condicionada, em que o exportador só terá direito ao recebimento se atender a
todas as exigências por ela exigidas. (Brasil 2021d).
● TradeCard: Trata- se de um sistema eletrônico que vem sendo aceito cada vez
mais entre os países e utiliza as vantagens combinadas de cartas de créditos com cartões
de compras. Nesta modalidade, o pagamento só realizado após a regularização de todos
os documentos, assim que os documentos conferidos são aprovados o importador deve
realizar o pagamento; esse processo é mais rápido e tem como vantagens o baixo custo de
taxas e a utilização de ferramentas eletrônicas onde há a possibilidade de transmissão de
documentos de forma segura. Porém, apesar das vantagens, é muito pouco utilizado nas
negociações internacionais, David (2016).

1.2 Riscos do comércio internacional


Para David (2016) existem três tipos de riscos que devem ser monitorados no co-
mércio internacional, o primeiro é o risco comercial que está relacionado à capacidade e a
disponibilidade do importador de efetuar o pagamento de forma correta. O segundo seria o
risco-país que engloba questões como política (instabilidades) e a interferência no mercado
interno, economia e possíveis políticas contra a importação de produtos visando a proteção
do mercado interno, inflação e balança de pagamentos, entre outros. Já o terceiro risco é o
comercial onde a dificuldade de se ter informações é muito maior, é muito mais difícil conhecer
as empresas que podem ser parceiras de negócios quando não há como levantar informações
de confiança. E todos esses pontos precisam ser averiguados pelas empresas que decidem
exportar seus produtos, a fim de que não haja problemas nas futuras negociações.

UNIDADE IV Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro Internacional e Desembaraço Alfandegário 66


1.3 Moeda de cotação do contrato de venda
Outro ponto que deve ser observado é que muito importante para o andamento dos
negócios no mercado internacional é a escolha da moeda de pagamento, nesse sentido
David (2016, p.199) nos mostra que:
O exportador e o importador têm três alternativas possíveis na determinação
da moeda que será usada na transação internacional. A venda pode ser con-
duzida usando a moeda do exportador, a moeda do importador ou a moeda
de um terceiro país.

A utilização de uma terceira moeda pode beneficiar os dois lados na negociação,


visto que cada um acaba assumindo o risco de flutuação cambial da moeda do seu país em
relação à moeda escolhida para efetuar o negócio.

UNIDADE IV Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro Internacional e Desembaraço Alfandegário 67


2. DOCUMENTOS COMERCIAIS

Para que as operações do comércio internacional ocorram é necessária a utilização


de diversos documentos que nem sempre são iguais em todos os países, diante disso
David (2016, p. 231), nos explica que:
A maioria das transações comerciais internacionais requer vários documen-
tos. Cada um deles deve ser preenchido de maneira muito específica, depen-
dendo do país de destino, do tipo de mercadoria, do meio de transporte, da
forma de pagamento escolhida pelo exportado e pelo importador, do(s) banco
(s) envolvidos e assim por diante. Cada documento deve conter informações
detalhadas e declarações específicas e costuma ser entregue em períodos
especificados (ou específicos). [...] Por fim, a maioria dos países ainda exige
que a documentação seja emitida em papel, apesar de recentemente muitos
deles terem passado a aceitar submissões eletrônicas de registros de dados.
Para muitos, é necessário arquivar tudo em papel, pois apenas documentos
em papel possuem valor legal.

Assim sendo, vamos conhecer os principais documentos relacionados à logística


internacional, segundo Segre et al. (2018) :
■ Proforma invoice (fatura proforma): documento solicitado pelo importador. Sua
emissão é feita pelo exportador, que deverá providenciar a licença de importação bem
como os outros documentos que forem necessários. A proforma é considerada como o
modelo de contrato mais utilizado para formalizar e confirmar uma negociação, além disso,
essa fatura não gera obrigações de pagamento para o importador. Deve ser emitida no
idioma do país importador ou em inglês.

UNIDADE IV Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro Internacional e Desembaraço Alfandegário 68


■ Commercial invoice (fatura comercial): consiste em documento internacional
que deve ser emitido pelo exportador. A invoice é considerada, no exterior, uma nota fiscal,
que tem validade a partir do momento que a mercadoria sai do território nacional, sendo sua
utilização essencial para o importador desembaraçar a mercadoria em seu país.
■ Packing list (romaneio de embarque): documento que deve ser emitido pelo ex-
portador. É utilizado no desembaraço da mercadoria e, também, para orientar o importador
em relação à chegada dos produtos no país de destino. Esse romaneio é considerado como
uma simples relação que indica os volumes a serem embarcados e respectivos conteúdos.
■ Certificado de origem: é o documento que deve ser apresentado pelo expor-
tador. É emitido pelos órgãos da agricultura, indústria e comércio do país e, também, por
associações comerciais, centros e câmaras de comércio. É utilizado pelo importador para
comprovar a origem da mercadoria e habilitação à isenção ou redução do Imposto de Im-
portação. Esses certificados são fornecidos por meio da apresentação de cópia da fatura
comercial e documentos de análise solicitados em cada acordo internacional.
■ Conhecimento de embarque (B/L – AWB – TIF – CRT): esse documento deve
ser emitido pela transportadora que declara o recebimento da carga, as condições de trans-
porte e a obrigação de entrega das mercadorias ao destinatário legal, no local de destino
combinado, conferindo a posse das mercadorias. O conhecimento de embarque pode
ser considerado um recibo de mercadorias, um contrato de entrega e um documento de
propriedade, dessa forma, considerado como um título de crédito. Esse documento recebe
denominações de acordo com o meio de transporte utilizado.
■ Nota fiscal: esse é o documento que acompanha a mercadoria desde a saída do
exportador até o desembaraço físico junto à Secretaria da Receita Federal. O desembaraço é
considerado o procedimento aduaneiro que libera o embarque da mercadoria para o exterior.
■ Certificado fitossanitário: é o documento que deve ser preparado de acordo com o
modelo da Convenção Internacional de Proteção de Plantas e emitido de acordo com o que esta-
belecem as Diretrizes para a Elaboração e Emissão dos Certificados Fitossanitários do Cosave.
■ Certificado Sanitário Internacional: esse documento deve ser emitido por uma
autoridade veterinária e deve constar que as carnes ou os produtos de origem animal
cumprem com as condições internacionais vigentes no âmbito de higiene veterinária de
produtos e/ou de sanidade animal.
■ Certificado zoosanitário internacional: esse documento deve ser emitido por
uma autoridade veterinária do país exportador, atestando o perfeito estado de saúde do
animal, ou animais, ou de materiais de multiplicação, assim como as medidas adotadas
para evitar a transmissão de epizootias.

UNIDADE IV Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro Internacional e Desembaraço Alfandegário 69


3. DESEMBARAÇO ALFANDEGÁRIO

Em cada país encontramos diferentes tipos de processos a serem realizados no

desembaraço aduaneiro, mas basicamente este processo engloba a conferência dos itens

importados e exportados, cujo é feita a verificação do produto e da documentação apre-

sentada, a fim de averiguar se as informações apresentadas estão corretas. E para que

esse processo funcione, existem etapas e procedimentos padronizados que devem ser

seguidos. No site da Receita Federal (2014a, online), encontramos a seguinte definição:


O despacho aduaneiro de importação é processado com base em declara-
ção. A declaração de importação, regra geral, é processada no Siscomex,
por meio de Declaração de Importação (DI), Declaração Única de Importação
(Duimp) ou Declaração Simplificada de Importação (DSI eletrônica). No en-
tanto, existem exceções, em razão da natureza da mercadoria, da operação
e da qualidade do importador, em que o despacho de importação é processa-
do sem registro no Siscomex por meio de Declaração Simplificada de Impor-
tação (DSI formulário).

O processo de desembaraço na importação é iniciado quando o registro da decla-

ração de importação é feito. Esse registro consiste em uma numeração da RFB, emitida

pelo SISCOMEX. Assim sendo, através do cruzamento de informações, conhecido como

parametrização, o Siscomex capta as DIs registradas e direciona para um dos quatro canais

de conferência aduaneira (RECEITA FEDERAL, 2014b, online), que são:

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Canal Verde: onde ocorre o desembaraço de forma automática da merca-
doria, sendo dispensado a verificação documental e a avaliação física da
mercadoria. Mas mesmo que a DI seja selecionada para canal verde, no
Siscomex, poderá ser feita a conferência física ou documental, quando forem
apontadas possibilidades de irregularidade na importação;
Canal Amarelo: onde realiza-se o exame dos documentos, e se não forem en-
contradas irregularidades, acontece então o desembaraço aduaneiro, nesse
caso também fica dispensada a verificação física da mercadoria. Caso a des-
crição da mercadoria esteja incompleta na DI, é necessário a verificação físi-
ca dos itens para que seja feita a identificação de todos os itens e a correção
da classificação fiscal ou da origem declarada. Dessa forma, pode-se condi-
cionar a conclusão do exame documental à verificação física da mercadoria;
Canal Vermelho: onde mercadoria só é desembaraçada depois da conferên-
cia dos documentos e da verificação física da mercadoria; Canal Cinza: onde
os documentos devem ser conferidos, assim como a verificação física da
mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro,
para verificar indícios de fraude, inclusive no que se refere ao preço declara-
do da mercadoria.

E já os procedimentos realizados na exportação são definidos como:


O despacho aduaneiro de exportação poderá ser processado com base em
Declaração Única de Exportação (DU-E), formulada, por meio do Portal Único
de Comércio Exterior, no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Portal SIS-
COMEX) [...]. A DU-E é um documento eletrônico que contém informações
de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária, fiscal
e logística, que caracterizam a operação de exportação dos bens por ela
amparados e definem o enquadramento dessa operação [...]. A DU-E servirá
de base para o despacho aduaneiro de exportação [...], em substituição aos
atuais Registro de Exportação (RE), Declaração de Exportação (DE) em suas
versões na web e no Grande Porte e Declaração Simplificada de Exportação
(DSE), (BRASIL, 2021)

Assim sendo, percebemos que a parametrização de canais da exportação ocorre de


forma parecida com a de importação, porém existem apenas três canais para conferência
das mercadorias segundo a Receita Federal (BRASIL, 2021):

■ Canal verde: o sistema realiza o desembaraço automático da declaração,


não sendo obrigatória a conferência aduaneira.
■ Canal laranja: ocorre o procedimento obrigatório — exame documental
feito pela fiscalização aduaneira.
■ Canal vermelho: ocorrem os procedimentos obrigatórios — análise de do-
cumentos e verificação da mercadoria, feitos pela fiscalização aduaneira.

Desta forma caro(a) aluno(a) aos chegarem na alfândega (portos, fronteiras e


aeroportos em todo o país), os produtos passam por uma verificação, se estiverem todos
corretos de acordo com o que foi declarado à Receita Federal desembaraça a mercadoria,
mas se houver algum problema ou irregularidade, a empresa responsável deverá regula-
rizar as pendências junto aos órgãos responsáveis e somente depois dar continuidade na
liberação da mercadoria.

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3.1 Imposto de Importação
Ao trazer um produto do exterior, o importador deverá verificar se incide sobre
o produto algum tipo de imposto, sobre este tema, Brasil (2021, online) nos mostra a
seguinte definição:
O fato gerador do Imposto de Importação é a entrada de mercadoria estran-
geira no território aduaneiro. Para efeito do cálculo do imposto, considera-se
ocorrido o fato gerador na data do registro da Declaração de Importação de
mercadoria despachada para consumo ou, nos casos previstos em lei, no dia
do lançamento do correspondente crédito tributário.

Salvo algumas exceções de produtos que não geram o imposto de importação ao


entrar em nosso país e que devem ser verificadas pelo importador, dessa forma, Brasil
(2021- online) discorre que:

A Alíquota do Imposto de Importação tem por base a Tarifa Externa Comum


- TEC  do Mercosul. O Imposto de Importação (II) incide sobre mercadoria
estrangeira, bem como sobre bagagem de viajante e bens enviados como
presente ou amostra, ou a título gratuito. Para fins de incidência do imposto,
considera-se estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada,
que retorne ao país, salvo se:
1. Enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;
2. Devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição;
3. Por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país
importador;
4. Por motivo de guerra ou calamidade pública;
5. Por outros motivos alheios à vontade do exportador.

Sobre a base de cálculo do imposto, que é o valor sobre o qual é aplicada a alíquota
visando determinar o valor do imposto, encontramos a seguinte informação:

1. Quando a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria expressa na


unidade de medida indicada na tarifa;
2. Quando a alíquota for “ad valorem”, o valor aduaneiro apurado segundo
normas do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio
(GATT). (BRASIL, 2021).

Observa-se, caro(a) acadêmico(a), que cada país tem regras específicas relacio-
nadas a aplicação de impostos, por isso é muito importante para as empresas buscarem
auxílio antes de importarem produtos do exterior.

3.2 Barreiras não tarifárias


As barreiras ao livre comércio sempre existiram no mercado internacional, os
países sempre tentaram barrar as compras de determinados produtos vindos de outras
nações com preços menores para que a indústria nacional não fosse prejudicada, no início
as importações destes itens eram sobretaxadas com altos impostos, mas a partir do Acordo
Geral de tarifas e Comércio (GATT) e da criação da OMC os valores dos impostos come-
çaram a baixar, porém outras formas de restrição ao comércio foram criadas, estas são
chamadas de barreiras não tarifárias. Assim sendo, temos a seguinte definição:

UNIDADE IV Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro Internacional e Desembaraço Alfandegário 72


Barreiras comerciais podem ser entendidas, de forma geral, como qualquer
medida ou prática, de origem pública ou privada, que tenha o efeito de res-
tringir o acesso de bens e serviços de origem estrangeira a um mercado,
tanto no estágio da importação, como no da comercialização. Barreiras aos
investimentos, do mesmo modo, dizem respeito a medidas ou práticas que,
de alguma forma, restringem a entrada de capitais estrangeiros em um país.
As definições são bastante abrangentes, o que reflete o fato de que governos
(bem como o setor privado) podem estabelecer barreiras comerciais e aos
investimentos por inúmeras maneiras (CNI, 2017, p. 13).

Já no site Aprendendo a Exportar (BRASIL, 2021, online), encontramos a seguinte


definição:
Barreiras não tarifárias: que tratam de restrições quantitativas, licenciamento
de importação, procedimentos alfandegários, valoração aduaneira arbitrária
ou com valores fictícios, Medidas Antidumping, Medidas Compensatórias,
subsídios, Medidas de Salvaguarda e medidas sanitárias e fitossanitárias.
Dentre estas últimas encontram-se as barreiras técnicas, que são mecanis-
mos utilizados com fins protecionistas.
É importante estar atento caro(a) aluno(a), que essas medidas podem ser adotadas
pelos países a fim de proteger a sua indústria nacional, ou no intuito de que os produtos que
circulam em seu mercado interno vindos do exterior tenham o mesmo padrão de qualidade
que é exigido das indústrias nacionais. Porém, existem casos cujo essas restrições são
impostas em busca de frear a participação de concorrentes no mercado, e acabam sendo
utilizadas de forma desleal, no mercado internacional.

SAIBA MAIS

No intuito de proteger a indústria nacional, existem algumas barreiras técnicas para


limitar ou impedir a entrada de produtos importados que, muitas vezes, não estão ade-
quados às normas nacionais ou que não têm um padrão de qualidade aceitável. Para
regulamentar essas barreiras, criou-se o Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio
(Acordo TBT da OMC). No link a seguir você terá acesso a mais informações sobre este
tema, acesse!

Fonte: MANUAL de Barreiras Técnicas às Exportações: Conceitos Fundamentais e Serviços Oferecidos pelo
Inmetro. INMETRO, 2014. Disponível em: http://inmetro.gov.br/barreirastecnicas/PDF/Manual_BarrTec2014.pdf.
Acesso em: 19 maio. 2022.

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REFLITA

RISCOS NO COMÉRCIO EXTERIOR

A preocupação internacional com esse ramo da economia é fruto do enorme volume de


trocas, que permite ocultar transações comerciais, além da multiplicidade de arranjos
negociais e dos recursos limitados dos órgãos governamentais responsáveis pela fisca-
lização desse mercado.
O uso fraudulento do comércio internacional para práticas ilícitas é denominado pelo
Financial Action Task Force “abuso do sistema internacional de comércio”, sendo tal
abuso dividido em três categorias: sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de
dinheiro baseada em transações comerciais [...]

Para saber mais sobre o assunto clique no link abaixo:

Fonte: HAYASHI, Francisco Yukio. RISCOS no comércio exterior. COSTA FERREIRA & HAYASHI – AD-

VOCACIA E CONSULTORIA, 2022. Disponível em: https://cfhadvocacia.com.br/riscos-no-comercio-exte-

rior/. Acesso em: 19 maio. 2022.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) acadêmico(a), chegamos ao fim da última unidade do nosso material! E


nela pudemos discutir diversos temas de vital importância para as operações realizadas no
comércio internacional.
Discorremos sobre as condições de pagamentos e suas principais características,
também pudemos conhecer as principais condições alternativas de pagamento e suas
vantagens e desvantagens. Entendemos melhor quais são os principais riscos encontrados
no comércio internacional e ainda discutimos sobre a decisão da moeda de pagamento a
ser utilizada na negociação de um contrato internacional.
Também discutimos sobre os principais documentos utilizados nas operações
internacionais e suas respectivas funções. Ainda pudemos entender melhor as questões
relacionadas ao despacho aduaneiro e suas particularidades, bem como os processos que
devem ser realizados em cada operação, também discorremos sobre o imposto de importa-
ção e sobre as barreiras comerciais existentes no comércio internacional e que devem ser
conhecidas das empresas antes do ingresso em determinado mercado externo.
Prezado(a) acadêmico(a) chegamos ao final do nosso material em que pudemos
viajar por temas extremamente importantes para as empresas que pretendem atuar ou que
já atuam no mercado internacional e precisam de uma atualização, nesta viagem espero
que você possa abrir ainda mais sua mente ao conhecimento e que possa aplicar em sua
vida, em seu dia a dia algumas das ferramentas aqui apresentadas!

Um grande abraço e até mais!

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LEITURA COMPLEMENTAR

Fomento à exportação

Para ter acesso ao concorrido mercado internacional, os exportadores se valem


de sistemas de  financiamento às exportações para tornar as condições financeiras para
a compra e venda de seus produtos e serviços mais atrativas. Muitas vezes, a decisão de
compra pode ser determinada pelas condições creditícias da operação, tendo em vista a
similaridade das ofertas apresentadas quanto aos demais aspectos.
Os governos, atentos a esta realidade, e cientes da importância do comércio
exterior, desenvolvem seus próprios sistemas de crédito às exportações, visando suprir
falhas de mercado e oferecer condições  financeiras compatíveis com as praticadas no
mercado internacional.
Em consonância com a praxe internacional, o Brasil possui mecanismos/programas
de fomento às exportações, dentre os quais destacamos o Programa de Financiamento às
Exportações (PROEX) e o Seguro de Crédito à Exportação (SCE).
O PROEX conta com recursos do Tesouro Nacional, com dotação específica no
Orçamento Geral da União, para fornecer apoio ao exportador em duas modalidades: Fi-
nanciamento e Equalização. Seu principal instrumento legal é a Lei nº 10.184/2001. Abaixo
um resumo de cada uma:
● PROEX – Financiamento: É o Financiamento direto ao exportador brasileiro
(supplier credit) ou importador (buyer credit) de bens e serviços brasileiros. Essa modali-
dade de apoio está voltada fundamentalmente para o atendimento às micro, pequenas e
médias empresas com faturamento bruto anual de até R$600 milhões.
● PROEX – Equalização: Neste caso, a exportação brasileira é financiada pelas
instituições financeiras  estabelecidas no País ou no exterior. O PROEX arca com parte
dos encargos financeiros incidentes, de forma a tornar as taxas de juros equivalentes às
praticadas internacionalmente. Atende a empresas brasileiras de qualquer porte, exporta-
doras de bens e serviços. O Banco do Brasil é o agente financeiro da União para o PROEX,
e atua com exclusividade em sua operacionalização. Informações sobre as condições e
especificidade de cada modalidade podem ser  obtidas diretamente em uma agência do
Banco do Brasil ou em sua web site.
Já o Seguro de Crédito à Exportação (SCE) é uma garantia aos créditos decorren-
tes das vendas externas.

UNIDADE IV Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro Internacional e Desembaraço Alfandegário 76


É considerado um instrumento de estímulo às exportações, por proteger o expor-
tador ou a instituição  financeira contra o não recebimento dos créditos concedidos aos
importadores ou a outros devedores estrangeiros. Seu principal instrumento legal é a Lei
nº 6.704/1979.
O SCE possui lastro no Fundo de Garantia à Exportação (FGE), que é um fundo
público, de natureza contábil – contando, portanto, com recursos do Tesouro Nacional,
sendo necessária sua autorização no Orçamento Geral da União. Vinculado ao Ministério
da Economia, tem como finalidade dar cobertura às  garantias prestadas pela União nas
operações do Seguro de Crédito à Exportação (SCE). Seu principal instrumento legal é
a Lei nº 9.818/1999.
Cabe ao Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria de Assuntos Internacio-
nais (SAIN), conceder a garantia da cobertura em virtude do SCE. Para isso, conta com a
assessoria da Seguradora de Crédito à Exportação S.A. (SBCE), uma companhia privada,
contratada pela União. As operações elegíveis para garantia com recursos do FGE são
aquelas com prazo de pagamento superior a 2 anos. Para prazos inferiores a SBCE atua
efetivamente como seguradora, garantindo a exportação com recursos próprios.

Fonte: FOMENTO à exportação. Governo do Brasil, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/

tesouronacional/pt-br/execucao-orcamentaria-e-financeira/operacoes-oficiais-de-credito/fomento-a-exporta-

cao. Acesso em: 19 maio. 2022.

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MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Manual Prático de Comércio Exterior
Autor: German Segre
Editora: Atlas
Sinopse: Este livro oferece uma visão abrangente do comércio
internacional, expondo suas formas, envolvimento e implicações
dentro do ambiente profissional e de aprendizado acadêmico. Os
autores – professores, estudiosos e profissionais de áreas diversas
do comércio exterior brasileiro – enfatizam conceitos básicos, ado-
tando um critério que facilita o estudo da disciplina, principalmente
para o curso de comércio exterior. A obra aborda perspectiva,
discernimento, compreensão e desenvolvimento das habilidades
necessárias à gestão por excelência. Além disso, esta edição foi
atualizada de acordo com a Lei no 12.815/2013, que regulamenta
o funcionamento do setor Portuário no Brasil – Lei dos Portos.

FILME / VÍDEO
Título: O Lobo de Wall Street
Ano: 2013
Sinopse: Durante seis meses, Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio)
trabalhou duro em uma corretora de Wall Street, seguindo os en-
sinamentos de seu mentor Mark Hanna (Matthew McConaughey).
Quando finalmente consegue ser contratado como corretor da
firma, acontece o Black Monday, que faz com que as bolsas de
vários países caiam repentinamente. Sem emprego e bastante
ambicioso, ele acaba trabalhando para uma empresa de fundo de
quintal que lida com papéis de baixo valor, que não estão na bolsa
de valores. É lá que Belfort tem a ideia de montar uma empresa
focada neste tipo de negócio, cujas vendas são de valores mais
baixos mas, em compensação, o retorno para o corretor é bem
mais vantajoso. Ao lado de Donnie (Jonah Hill) e outros amigos
dos velhos tempos, ele cria a Stratton Oakmont, uma empresa que
faz com que todos enriqueçam rapidamente e, também, levem
uma vida dedicada ao prazer.

UNIDADE IV Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro Internacional e Desembaraço Alfandegário 78


REFERÊNCIAS

ANTT. OTM. Perguntas Mais Frequentes. 2021. Disponível em: http://www.antt.net.br/ ver/
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BRASIL. Aprendendo a exportar. Negociando com o importador / remessa sem saque,


[2021]. Disponível em: http://www.aprendendoaexportar.gov.br/index.php/62-negociando-
-com-o-importador/266-remessa-sem-saque. Acesso em: 25 ago. 2021, b.

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aprendendoaexportar.gov.br/index.php/pesquisa-de-mercado/barreiras-comerciais. Acesso
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79
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80
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SEGRE, G.; et al. Manual prático de comércio exterior. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

VASCONCELLOS, M, A, S de.; et al. Manual de comércio exterior e negócios internacionais.


São Paulo: Saraiva, 2017

81
CONCLUSÃO GERAL

Prezado(a) aluno(a),

Neste material, apresentamos a você os principais marcos do comércio interna-


cional, desde o seu surgimento que é muito mais antigo do que imaginamos, bem como
sua relação com a globalização e o desenvolvimento das trocas internacionais. Também
destacamos de forma breve sobre o conceito da gestão da cadeia de suprimentos e como
o seu gerenciamento pode afetar a competitividade das empresas neste comércio.
Aprofundamos nosso conhecimento sobre o campo da infraestrutura logística inter-
nacional, que pode ter uma definição muito ampla e engloba todos os elementos disponíveis
para facilitar o transporte, as comunicações e as trocas internacionais. Tivemos a oportunidade
de compreender o funcionamento da infraestrutura marítima, aérea, ferroviária e rodoviária.
Ao longo do conteúdo discorremos sobre os fatores determinantes que um expor-
tador deve ter para a entrada no mercado internacional e conhecemos sobre a ferramenta
Siscomex, os conceitos de Lex Mercatoria e as normas do Incoterms.
E por último, interamo-nos sobre as características relacionadas às condições de
pagamentos internacionais, os documentos de exportação, importação e transporte e os
diferentes tipos de processos a serem realizados no desembaraço aduaneiro.
Acreditamos que estes conhecimentos possam inspirar e apoiar sua caminhada no
ramo da Logística Internacional para que você desenvolva novas habilidades e estratégias
a fim de torná-lo um profissional capacitado para atuar em indústrias, distribuidoras, empre-
sas de logística, entre outros.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!

82
+55 (44) 3045 9898
Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro
CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR
www.unifatecie.edu.br

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