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Professora Esp. Lígia Pereira Blanco
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INFORMAÇÕES RELEVANTES:
Prezado (a) aluno (a), convidamos você a embarcar no instigante ramo da Logís-
tica Internacional. Juntos, vamos compreender a magnitude da logística global, mercados
globais e estratégias competitivas globais. Também vamos explorar os fatores críticos de
sucesso e principais tendências da área - passando pelos ambientes políticos e legais em
mudanças; as opções de transportes globais e os intermediários estratégicos: companhias
de gestão de exportação, trading companies, ship brokers.
Iniciaremos a unidade I abordando a Logística Internacional e a Gestão da Cadeia
de Suprimentos, discorrendo sobre temas importantes como os fundamentos do comércio
internacional e o gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Já na unidade II, vamos nos inteirar sobre a Infraestrutura Logística e Transporte
Internacional compreendendo suas definições, além de perpassar pelos fundamentos e
conceitos da infraestrutura marítima, aérea, ferroviária e rodoviária.
Na unidade III, iremos apresentar os principais fatores estratégicos de entrada em
mercados estrangeiros, os contratos internacionais e siscomex e conhecer conceitos de
Incoterms e suas atribuições para as negociações internacionais.
Por fim, a unidade IV versará sobre as condições de pagamentos internacionais,
os tipos de documentos de exportação, importação e transporte e ademais premissas do
processo de desembaraço alfandegário.
Aproveito para reforçar a proposta de mergulharmos nesta jornada de conhecimen-
to a fim de nos tornarmos profissionais aptos e capacitados a cumprir requisitos não apenas
técnicos, mas que abrangem tarefas multifatoriais que nos qualificam e agregam valores
para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional.
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Logística Internacional e Gestão da Cadeia de Suprimentos
UNIDADE II.................................................................................................... 20
Infraestrutura Logística e Transporte Internacional
UNIDADE III................................................................................................... 44
Entrada em Mercados Estrangeiros,Contratos Internacionais,
Comércio ou Incoterms
UNIDADE IV................................................................................................... 62
Condições de Pagamento, Documentos Comerciais, Seguro
Internacional e Desembaraço Alfandegário
UNIDADE I
Logística Internacional e Gestão da
Cadeia de Suprimentos
Professora Esp. Lígia Pereira Blanco
Plano de Estudo:
● Fundamentos do Comércio Internacional;
● Gerenciamento da cadeia de suprimentos;
● Logística Internacional.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os fundamentos do comércio internacional;
● Compreender a importância da globalização e
do gerenciamento da cadeia de suprimentos;
● Conhecer o conceito de Logística internacional e
sua importância para as empresas brasileiras.
3
INTRODUÇÃO
Olá Caro (a) acadêmico (a), seja bem-vindo (a) a unidade I do nosso material, onde
falaremos sobre os principais fundamentos e marcos do comércio internacional, bem como
sua relação com a globalização e o desenvolvimento das trocas internacionais.
Nesta unidade trataremos de uma forma breve sobre o conceito da gestão da cadeia
de suprimentos e como o seu gerenciamento pode afetar a competitividade das empresas
no comércio internacional.
Além disso, discorremos também sobre a logística internacional e o escopo de
suas atividades em relação a logística doméstica e sua importância para a expansão do
comércio exterior.
Desta forma, esta unidade abordará sobre os temas como surgimento do comércio
internacional e de sua evolução através do tempo, bem como os fatores que influenciam
e moldam as mudanças ocorridas no mercado internacional. Aproveite para entender e
conhecer melhor esses temas!
O comércio internacional existe a muito tempo e foi evoluindo ao longo dos anos
até chegar ao formato que hoje conhecemos, mas seu surgimento é muito mais antigo do
que imaginamos, isso porque, sempre houve a necessidade de troca de produtos que não
podiam ser obtidos em determinada região. Observamos que até o século XV, não existia
uma economia interligada, e sim grandes grupos econômicos autônomos que em muitos
casos desconheciam a existência de outros continentes. Esse cenário só foi alterado com o
advento das grandes navegações em busca de novos produtos e mercados.
Assim sendo, Dias e Rodrigues (2012) nos apontam que a chamada “Revolução
Comercial” que ocorreu entre os anos de 1500 até 1750 foi essencial neste processo, pois
estabeleceu a economia mundial; e se tornou a base conceitual para todas as teorias de
comércio exterior que hoje conhecemos.
Séculos depois, foi a vez de a Revolução Industrial fomentar o comércio interna-
cional no qual a Inglaterra se destacou por oferecer produtos industrializados e com menor
preço, diante disso, Vasconcellos et al. (2017, p. 30) discorrem que:
O comércio internacional começou a ganhar as características modernas a
partir da Revolução Industrial e tem se efetivado pela gradual abertura das
economias nacionais às transações comerciais internacionais. São mais de
dois séculos de crescimento do comércio internacional e, no início do século
XXI, os países estão muito mais integrados em termos de comércio de bens
e serviços [...]
Ficou curioso(a) em saber mais sobre os blocos econômicos? Seu surgimento e abran-
gência? Eles foram essenciais para o fomento do comércio internacional!
Fonte: SANTOS, T. Alianças entre Países. Educa Mais Brasil. Disponível em:
Diante disso, caro (a) acadêmico (a) podemos perceber que a globalização im-
pactou e continua impactando as relações comerciais entre as nações, além disso, ela
também interfere em nossas escolhas como consumidores, afinal, em um mundo globaliza-
do e totalmente conectado pela tecnologia, as dificuldades em se obter itens estrangeiros
praticamente não existem mais.
Atualmente podemos comprar itens de qualquer lugar do mundo e receber em nos-
sas casas sem grandes dificuldades e em tempo recorde, e aí, nesse momento devemos
nos lembrar que para que todo esse processo aconteça corretamente é necessário que
haja o correto gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Assim sendo, Bowersox et al. (2014, p. 04) nos apresenta a seguinte definição:
Além disso, existem alguns elementos que estão presentes nas operações interna-
cionais que Giacomelli et al. (2018, p. 21) nos mostra a seguir:
● Conhecimentos legais e tratados de comércio:
A execução de uma operação de logística internacional envolverá uma
complexidade burocrática e legal substancialmente maior que uma ope-
ração nacional. É usual a contratação de assessorias jurídicas ou consul-
torias especialistas nos processos de importação e exportação [...]
● Estratégias de transportes intermodais:
A operação normalmente envolverá, pelo menos, dois diferentes modais
de transporte. Dentro do país de origem, os transportes ferroviário e ro-
doviário são os mais comuns e costumam levar os itens até os portos ou
aeroportos, de onde serão despachados via avião ou navios para o país
de destino [...]
● Alternativas de securitização de transporte:
Como as distâncias são mais extensas e normalmente cruzam diversos
países ou zonas territoriais, a contratação do seguro também é um as-
pecto pertencente ao escopo da logística internacional. A responsabilida-
de pelo seguro pode ser do comprador ou do vendedor, variando confor-
me contratação de Incoterm escolhida.
● Alternativas de armazenagem:
O transporte internacional ou, até mesmo, um processo de produção com
etapas em diferentes países. (GIACOMELLI et al., 2018, p. 21).
Neste contexto internacional, as demandas são mais complexas por conta de distâncias
geográficas maiores, idiomas e culturas diferentes e frequente uso de transporte multi-
modal. Neste âmbito, é ainda mais necessário fornecer informações precisas para par-
ceiros e clientes. Assim, os investimentos em tecnologia da informação são capazes de
proporcionar precisão e qualidade de informação, elevando o nível de serviço logístico.
Fonte: COMO funciona a Logística Internacional nas empresas. EDUCA Mais Brasil. Disponível em:
https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-faculdades/logistica/noticias/como-funciona-a-logistica-in-
Até mais.
Acordos Internacionais
As previsões favoráveis para a exportação brasileira são também um reflexo quanto
às parcerias comerciais realizadas pelo país. Uma relação mútua e estratégica entre dois
países com o objetivo de beneficiar ambos.
Os acordos internacionais possuem como meta o crescimento do fluxo comercial.
Podendo ser promovido por facilitações das operações, tanto das importações como das
exportações. Como também a diminuição das tarifas quanto aos processos.
Possuir um bom relacionamento com os países auxilia na possibilidade de ampliar
os diferentes mercados. Assim como, poder participar de negociações e redução de tributos.
Ações que dependem de um plano de governo com foco no incentivo do comércio exterior.
Atualmente, o Brasil possui acordos que garantem isenções tarifárias e aumento da
competitividade. Sendo algum eles:
Preferência Tarifária Regional entre países da ALADI (PTR-04);
● Brasil – Uruguai (ACE-02);
● Brasil – Argentina (ACE-14);
● Mercosul (ACE-18);
● Mercosul – Chile (ACE-35);
● Brasil – México (ACE-53);
● Mercosul – México (ACE-54);
● Automotivo Mercosul – México (ACE-55);
● Mercosul / Índia;
● Mercosul / Israel;
● Mercosul / SACU;
● Mercosul / Egito.
China
A China é o principal importador de produtos brasileiros. Por esta razão, qualquer
instabilidade que influencie a China reflete automaticamente em nossa exportação. Como
por exemplo, o Governo já anunciou que o novo coronavírus pode desfavorecer a exporta-
ção nesse início de 2020.
Os principais produtos importados pela China são: soja, minérios de ferro e óleos
brutos de petróleo. Eles ainda importam carros e carnes de aves.
Estados Unidos
Os Estados Unidos é um de nossos maiores parceiros comerciais, sendo o segundo
maior importador. Desta forma, a sua colocação política e as movimentações econômicas
refletem não só em nossa balança comercial, mas em todo o mundo. Exemplo recente temos
da guerra entre Estados Unidos e China, influenciando negativamente todo o mercado externo.
Entre os principais produtos importados pelos Estados Unidos há: aviões, semima-
nufaturados de aço ou ferro e óleos brutos de petróleo.
Países Baixos
Este é o nosso primeiro representante da Europa, estando presente com quase
9% na participação de nossa exportação. Ocupam, atualmente, a 8ª maior economia de
exportação no mundo.
Dentre os produtos importados há: tubos flexíveis de ferro ou aço, farelo e resíduos
de extração de soja e minério de ferro.
Argentina
A Argentina é nosso principal parceiro da América Latina, apesar da crise, sus-
tentaram acordos com grande representatividade. Mobilizando a sua participação como
parceira comercial do Brasil.
Os principais produtos que a Argentina importa são: veículos de cargas, automóveis
e peças para veículos (carros e tratores).
Chile
Outro importante importador da América Latina é o Chile. O acordo comercial firma-
do entre os países possui o objetivo de impulsionar investimentos. Além de promover uma
proximidade do país junto ao Mercosul. Nos últimos anos, o Brasil foi o principal parceiro
comercial do Chile.
Entre os principais produtos brasileiros importados foram: automóveis, carne bovina
e óleos brutos de petróleo.
México
Em 2019, tivemos a retomada do livre comércio de veículos entre os países. Uma
ação que favorece o governo brasileiro a ampliar o acordo para outros setores. Uma parceria
que tem aumentado muito a representatividade, podendo ser um ótimo mercado para o Brasil.
Os principais importados são automóveis, semimanufaturados de ferro ou aço e
motores de veículos.
Alemanha
Entre os países da América Latina, o Brasil é o principal parceiro comercial da
Alemanha. Representando a União Europeia, é um dos maiores importadores do Brasil. Os
dois países possuem uma parceria estratégica com estreita cooperação econômica.
Entre os principais produtos importados pela Alemanha há: minério de cobre, farelo
e resíduos de extração de soja e café.
Espanha
A Espanha defende junto ao Brasil um acordo de livre comércio entre o Mercosul
e a União Europeia. Essa medida favorece estrategicamente o favorecimento do Brasil no
comércio exterior. A Espanha importa do Brasil soja, milho e óleos brutos de petróleo.
Conclusão
Conhecer os maiores importadores do Brasil e seus principais mercados é uma for-
ma de entender o campo de atuação. O acompanhamento das variáveis e das colocações
mensais e anuais devem ser rotina para os profissionais de comércio exterior.
LIVRO
Título: Logística internacional: Gestão de operações de comércio
internacional
Autor: Pierre David.
Editora: Cengage Learning.
Sinopse: Este livro é indicado a usuários de serviços de logística
internacional. Ele aborda todos os conceitos importantes para
os gestores que estão exportando ou importando mercadorias
ativamente, ou que estão envolvidos em operações de comércio
internacional. O livro é acessível ao leitor: os conceitos são retrata-
dos com clareza e precisão e o vocabulário é exato, o que o torna
uma leitura fácil para todos. Nele, serão abordadas as seguintes
temáticas: comércio internacional, gestão da cadeia internacional
de suprimentos, infraestrutura logística internacional, métodos
de entrada em mercados estrangeiros, contratos internacionais,
termos de comércio ou termos Incoterms®, condições de paga-
mento, moeda de pagamento (gestão de riscos das transações),
documentos comerciais internacionais, transporte marítimo inter-
nacional, transporte aéreo internacional, transporte internacional
terrestre e multimodal, embalagem para exportação, segurança
logística internacional, desembaraço aduaneiro e logística interna-
cional como vantagem competitiva.
FILME / VÍDEO
Título: A Dama de Ferro (The Iron Lady)
Ano: 2012
Sinopse: Antes de se posicionar e adquirir o status de verdadeira
dama de ferro na mais alta esfera do poder britânico, Margaret
Thatcher (Meryl Streep) teve que enfrentar vários preconceitos
na função de primeira-ministra do Reino Unido em um mundo
até então dominado por homens. Durante a recessão econômica
causada pela crise do petróleo no fim da década de 70, a líder
política tomou medidas impopulares, visando a recuperação do
país. Seu grande teste, entretanto, foi quando o Reino Unido en-
trou em conflito com a Argentina na conhecida e polêmica Guerra
das Malvinas.
Plano de Estudo:
● Infraestrutura logística internacional;
● Transporte marítimo internacional;
● Transporte aéreo internacional;
● Transporte internacional terrestre e multimodal.
Objetivos da Aprendizagem:
● Apresentar as definições da infraestrutura da logística internacional;
● Compreender a importância das infraestruturas de transporte internacionais;
● Conceituar e contextualizar os fundamentos dos principais
modais de transporte internacionais.
20
INTRODUÇÃO
Olá Caro (a) acadêmico (a), seja bem-vindo (a) a unidade II, cujo poderemos conhe-
cer os principais conceitos e fundamentos relacionados a infraestrutura logística internacional
e seus elementos que são essenciais para que o comércio internacional seja realizado.
Também teremos a oportunidade de entender melhor como se dá o funcionamento
da infraestrutura marítima, aérea, ferroviária e rodoviária internacional e quais são os prin-
cipais pontos de atenção relacionados a essas estruturas e que podem determinar como o
transporte de determinada mercadoria será realizado.
Nesta unidade, ainda discorremos sobre os modais de transporte mais utilizados
na logística internacional e sobre os fundamentos e características de cada um deles, que
são essenciais para que as empresas que atuam no comércio internacional possam realizar
suas operações.
Além disso, ainda falaremos sobre os conceitos de Multimodalidade e Intermodali-
dade e sua importância para as empresas que atuam no cenário internacional.
Você poderá se aprofundar nesses temas que são de suma importância na logísti-
ca internacional, então aproveite cada um dos assuntos apresentados para ampliar o seu
conhecimento sobre esse vasto campo de estudo.
UNIDADE II
I Infraestrutura
Logística Internacional
Logística ee Gestão
Transporte
da Cadeia
Internacional
de Suprimentos 21
1. INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA INTERNACIONAL
UNIDADE II
I Infraestrutura
Logística Internacional
Logística ee Gestão
Transporte
da Cadeia
Internacional
de Suprimentos 22
Diante disso, podemos destacar que as empresas que atuam ou que pretendem
atuar no mercado internacional devem estar muito atentas ao cenário da infraestrutura,
principalmente a infraestrutura de transportes que é a que mais afeta as operações de
logística internacional, dessa forma, a seguir conheceremos melhor os principais partici-
pantes desse cenário.
UNIDADE II
I Infraestrutura
Logística Internacional
Logística ee Gestão
Transporte
da Cadeia
Internacional
de Suprimentos 23
● É necessário saber como é o restante da infraestrutura de transportes do país,
como ferrovias e rodovias. Em certos casos, as estradas de acesso aos terminais portuários
são tão congestionadas que o transporte da carga pode sofrer atrasos consideráveis.
● Outro ponto importante é a capacidade portuária, pois sabemos que a maioria
dos portos já opera em seu limite, não sendo possível expandir as operações devido muitas
vezes a localização do porto que é limitada por cidades e rios, por exemplo.
● Além dos pontos apresentados acima é necessário estar atento a manutenção
adequada de canais e outras vias marítimas pois o transporte marítimo depende muito
disso para que seja realizado.
Enfim, caro(a) acadêmico(a) existem diversos pontos relacionados à infraestru-
tura portuária e que devem ser atentamente observados antes de qualquer negociação
internacional.
SAIBA MAIS
Ele permitiu que as viagens marítimas entre a Europa e Ásia fossem reduzidas em apro-
ximadamente 7.000 quilômetros, uma vez que contornar o continente africano deixou de
ser obrigatório para a efetivação do comércio entre os dois continentes.
UNIDADE II
I Infraestrutura
Logística Internacional
Logística ee Gestão
Transporte
da Cadeia
Internacional
de Suprimentos 24
1.2 Infraestrutura aeroportuária
O transporte aéreo também é muito importante para o comércio internacional, por
isso, sua infraestrutura precisa ser bem desenvolvida para que as operações sejam van-
tajosas. Nesta infraestrutura não existem tantos fatores críticos em relação a sua gestão,
porém eles também podem ser limitantes nas operações. Dessa forma, David (2016, p. 61)
discorre que:
As pistas de um aeroporto determinam o tipo de aeronave que pode operar
nele. A extensão das pistas é particularmente relevante, já que, no geral, de-
fine se o aeroporto pode operar voos diretos para destinos remotos. Muitos
aeroportos em todo o mundo não podem acomodar grandes jatos do tipo
jumbo, que servem rotas internacionais, porque as pistas foram projetadas,
em sua maioria, para aeronaves menores. Com o crescimento das cidades
em torno dos aeroportos, estes ficaram cercados, impossibilitados de ampliar
suas pistas. Várias cidades tiveram de construir aeroportos longe do centro,
a fim de criar uma estrutura capaz de receber voos internacionais.
UNIDADE II
I Infraestrutura
Logística Internacional
Logística ee Gestão
Transporte
da Cadeia
Internacional
de Suprimentos 25
1.3 Infraestrutura ferroviária
A infraestrutura ferroviária é de suma importância e na maioria dos países de-
senvolvidos seu desenvolvimento acompanhou o crescimento do país, pois o transporte
ferroviário oferece diversos benefícios, porém existem problemas relacionados ao tamanho
das bitolas e que ainda hoje trazem dificuldades nesta modalidade.
No Brasil, como sabemos historicamente, não houve o investimento necessário
para que as ferrovias se desenvolvessem e explorassem todo seu potencial, David (2016,
p. 64) aponta que:
No Brasil, o custo das locomotivas é substancialmente mais alto, já que va-
gões e locomotivas, independentemente do fato de serem comprados novos
ou usados, precisam ser adaptados para a bitola não convencional, e os trens
precisam trafegar em menor velocidade porque os vagões são muito mais
largos do que o desenho dos trilhos permite, por isso são menos estáveis.
Podemos observar que grande parte dos países alterou sua infraestrutura ferroviá-
ria à medida que sua economia crescia. Porém, alguns tiveram um crescimento econômico
muito mais rápido, e a infraestrutura não conseguiu acompanhar. Como por exemplo a
China, no qual a procura por ferrovias é muito maior que a oferta desta modalidade. Neste
intuito, o governo chinês investiu bilhões para desenvolver sua infraestrutura ferroviária,
incluindo uma vasta rede de linhas ferroviárias de alta velocidade, e para ampliar sua rede
de estradas. (DAVID, 2016).
De modo geral, com o passar dos anos, enquanto houve avanços em estradas e
caminhões, as ferrovias de muitos países perderam, pouco a pouco, seu foco no transporte
de mercadorias e passaram a desenvolver o transporte de passageiros em alta velocidade.
Isso ocorreu fortemente na Europa, cuja maior parte das mercadorias é transportada por
outros meios de transportes, porém o transporte interurbano de pessoas por trens é muito
utilizado. David (2016).
UNIDADE II
I Infraestrutura
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Logística ee Gestão
Transporte
da Cadeia
Internacional
de Suprimentos 26
Diante disso David (2016, p. 68-69), destaca que:
Para diminuir os congestionamentos nas cidades, alguns países construíram
uma rede de conexões de alta velocidade que evitam as pequenas cidades
e ligam as grandes umas às outras. Essas autoestradas de acesso limitado
tornam bem mais ágil o transporte de mercadorias entre as cidades. Apesar
disso, estão sujeitas a diversas normas e regulamentos, alguns dos quais
limitam o porte dos caminhões que podem trafegar por essas vias e a veloci-
dade de trânsito. As normas variam de um país para outro, a coordenação do
transporte internacional de mercadorias por caminhão pode ser um grande
desafio. Além disso, em muitos países o acesso às autoestradas de alta ve-
locidade é limitado pela cobrança do pedágio, que torna essas estradas uma
alternativa dispendiosa.
UNIDADE II
I Infraestrutura
Logística Internacional
Logística ee Gestão
Transporte
da Cadeia
Internacional
de Suprimentos 27
2. TRANSPORTE MARÍTIMO INTERNACIONAL
Com o passar dos anos, os navios foram sendo adaptados e melhorados, atualmente
vemos diversos navios especiais que contemplam uma grande variedade de mercadorias
e produtos. Além de navios para o transporte ocasional de carga líquida e sólida a granel,
existem serviços regulares de navios para carga geral, Ludovico (2018).
Diante disso, Keedi (2011) considera que as embarcações podem ser divididas em
navios de carga geral, especializados, multipropósitos e porta-containers. Vejamos a seguir
os principais tipos de navios:
■ Navio Carga Geral (General Cargo Ship - Multipurpose): é o navio capaz de
transportar grande variedade e tipos de cargas sólidas embaladas e carga solta a granel,
como: fertilizantes e soja a granel, açúcar ensacado etc.
UNIDADE II
I Infraestrutura
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Transporte
da Cadeia
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de Suprimentos 28
FIGURA 1 - NAVIO CARGA GERAL
■ Navio ro-ro (roll-on roll-off) foram criados para acomodar carga autopropulsiona-
da, como automóveis ou caminhões, ou carga que pode ser transportada sobre rodas para
dentro de um navio, como vagões ferroviários.
Fonte: OMDN. Tipos de Navios: conheça o Roll on-Roll off (Ro-Ro). s/d. Disponível em:
UNIDADE II
I Infraestrutura
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Logística ee Gestão
Transporte
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de Suprimentos 29
■ Navio Graneleiro (Bulk Carrier): adequado para o transporte de carga sólida a
granel, como as commodities: soja, milho, trigo, cevada, minérios.
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Transporte
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de Suprimentos 30
FIGURA 4 - NAVIO PORTA-CONTAINER
Dentre suas principais vantagens, Giacomelli et al. (2018, p. 55) destacam: “os na-
vios possuem uma grande adaptabilidade de carga, levando grãos, alimentos, eletrônicos
e diversos outros tipos, gerando grandes economias de escala, o que permite drásticas
reduções de custo”. Por outro lado, nem sempre é possível utilizar esse tipo de transporte
devido a restrições, como a falta de acesso a determinados países pelo mar e, também,
pela falta de uma condição portuária apropriada para o recebimento de navios, ou, ainda,
por questões relacionadas à demora dos processos realizados nos porto, o que faz com
que as empresas utilizem outros modais (GIACOMELLI et al., 2018).
UNIDADE II
I Infraestrutura
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Logística ee Gestão
Transporte
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de Suprimentos 31
Um ponto importante que deve ser observado é que, por definição de convenção
internacional, todo navio utilizado no comércio internacional precisa estar registrado em
um país específico e, desta forma, utilizar a bandeira dele. De muitas formas, o navio é
considerado uma extensão do território de um país, em que as leis e regulamentos valem
também a bordo. Em troca, durante conflitos, as forças navais da bandeira de registro
protegerão os navios mercantes que carregam essa bandeira, David (2016).
Outras questões que devem ser observadas estão relacionadas a convenções e
responsabilidades que hoje são ditadas pela Regra de Haia e que definem a responsa-
bilidade do proprietário do navio e do proprietário da carga em relação a erros e falhas,
dentre outros assuntos. Além disso, também existem transportadoras que não são donas
de navios, e são reguladas pelo Federal Maritime Commission – FMC, essas empresas
atuam comprando espaço em um navio em determinada viagem e vendendo esse espaço
a companhias que precisem expedir carga. E também as exigências relacionadas à segu-
rança e inspeções de cargas que acontecem quando o navio chega ao porto de destino
e as cargas são conferidas aleatoriamente, essas inspeções são realizadas no intuito de
prevenir fraudes e também para evitar ações terroristas. (DAVID, 2016).
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Transporte
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de Suprimentos 32
3. TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL
Já Ludovico (2018, p. 217) nos diz que: “Do ponto de vista do comércio exterior,
esse modal é muito representativo por suas características, pois muitas empresas neces-
sitam de velocidade nas operações com o exterior, assim como do menor risco possível de
avarias e furtos para suas mercadorias”.
Dessa forma, caro (a) acadêmico (a) podemos compreender que mesmo não
oferecendo uma grande capacidade de volumes transportados, esse modal é cada vez
mais utilizado por empresas que procuram por mobilidade e rapidez na entrega de suas
mercadorias, visto que é um dos meios de transporte mais seguros.
As empresas optam pela utilização do frete aéreo de acordo com a natureza da de-
manda e pelo tipo de mercadoria. Esse tipo de transporte é mais utilizado para produtos de
alto valor agregado, com volumes menores ou perecíveis. Esse modal também é vantajoso
quando a demanda é imprevisível, pouco frequente, excede a oferta local ou é sazonal. As
empresas também utilizam esse modo de transporte quando existem mais riscos de que a
carga seja avariada ou roubada (DAVID, 2016).
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Assim sendo, Ludovico (2018, p. 218) nos mostra as principais características do
transporte aéreo:
■ É rápido: pois é um transporte seguro para itens que precisam ser entregues
com urgência;
■ É seguro: pois a taxa de ocorrência de sinistros é muito baixa;
■ É flexível: pois ocorrem as trocas de aeronaves em certos pontos da viagem
(hubs);
■ É limitado: em relação às dimensões da carga/portas da aeronave;
■ Tem um alto custo: se comparado a outros modais.
Quanto aos tipos de aeronaves existentes mesmo que hoje existam muitos tipos
sendo utilizadas para atender a grande demanda por este serviço, em geral as aeronaves
podem ser divididas de quatro formas: aviões de passageiros, aviões mistos ou combos,
aviões de conversão rápida e cargueiros aéreos, que são projetados para transportar car-
gas, David (2016).
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Transporte
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4. TRANSPORTE INTERNACIONAL TERRESTRE E MULTIMODAL
UNIDADE II
I Infraestrutura
Logística Internacional
Logística ee Gestão
Transporte
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Internacional
de Suprimentos 35
Existem algumas restrições que acabam criando grandes “áreas de estacionamen-
to” de caminhões nos pontos de entrada de um país e em saídas de rodovias. Além disso,
fiscalizar a enorme quantidade de regras e regulamentações acaba gerando atrasos nas
entregas, segundo David (2016).
Outro ponto de atenção, diz David (2016) está relacionado às operações realizadas
por meio de caminhões é a infraestrutura: existem limites de carga, de altura e de velocida-
de (condições da estrada) que atrapalham o transporte regular de mercadorias e causam
impactos no acondicionamento das cargas. E em alguns países, existe uma taxação proi-
bitiva do diesel que influencia a potência dos caminhões, o tamanho das carrocerias e a
velocidade de locomoção das cargas. Além do alto custo de pedágios de algumas rodovias
europeias que faz com que caminhoneiros utilizem estradas secundárias não muito ade-
quadas para carga.
Sobre as vantagens deste modal, podemos destacar a possibilidade de realizar a
entrega porta a porta, maior flexibilidade no planejamento de cargas e entregas e o custo
mais baixo em relação ao modal aéreo. Já as suas desvantagens são a capacidade redu-
zida para carregamento, que prejudica o ganho de escala, além da limitação relacionada à
infraestrutura logística de cada país, assim como as diferentes regras e restrições observa-
das em cada país (DAVID, 2016).
UNIDADE II
I Infraestrutura
Logística Internacional
Logística ee Gestão
Transporte
da Cadeia
Internacional
de Suprimentos 36
Diante do exposto, percebemos que o OTM (Operador de Transporte Multimodal)
pode realizar diversos tipos de serviços, assim, as empresas que precisam desses ser-
viços, mas não conseguem realizá-lo por conta própria podem recorrer aos operadores.
Além disso, os benefícios de uma parceria e utilização dos serviços com os operadores de
transporte multimodal são:
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Logística ee Gestão
Transporte
da Cadeia
Internacional
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REFLITA
- Soja;
- Petróleo;
- Celulose;
- Minério de ferro.
Fonte: Saiba como funciona o Comércio internacional. FAZ COMEX, 2022. Disponível em:
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Transporte
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de Suprimentos 38
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro (a) acadêmico (a) chegamos ao fim da nossa segunda unidade em que percor-
remos diversos temas extremamente importantes para a atuação no comércio internacional,
visto que a logística internacional com sua infraestrutura e seus modais é a responsável
pela dinâmica e pelas operações que fazem os produtos chegarem ao seu destino.
Pudemos conhecer melhor a formação e os componentes das infraestruturas marítima,
aérea, ferroviária e rodoviária e os principais desafios encontrados em cada uma delas. Também
compreendemos melhor cada um dos principais modais de transporte utilizados no comércio
internacional, suas vantagens, desvantagens e pontos de atenção que devem ser muito bem
observados pelas empresas antes de qualquer negociação com o mercado externo.
Além disso, tivemos a oportunidade de entender melhor os conceitos de multimo-
dalidade e intermodalidade e como essas operações podem trazer vantagens às empresas
nas operações internacionais.
Enfim, caro (a) aluno (a) entendemos um pouco mais sobre esse vasto campo de
estudo relacionado à logística internacional e seus principais temas, espero que tenha apro-
veitado da melhor maneira possível, e lembre-se de nunca parar de buscar conhecimento!
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LEITURA COMPLEMENTAR
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Os produtos perigosos são de origem química, biológica ou radiológica, que ex-
põem risco potencial à vida, à saúde e ao meio ambiente ou à segurança pública, em
caso de vazamentos. Os produtos perigosos são classificados pela sua composição em
classes e subclasses por seus fabricantes, de acordo com o grau de perigo que represen-
tam. Eles possuem uma numeração fornecida pela ONU e precisam respeitar o Decreto n.
96.044/1988, a Resolução ANTT n. 420/2004 e a Resolução ANTT n. 701/2004 para que
possam ser carregados.
O sistema de transporte é muito importante para a movimentação da economia,
através de movimentação de cargas, pessoas, animais ou meios intangíveis. Com a glo-
balização, facilitou muito o transporte de cargas e a concorrência com produtos de áreas
longínquas, por existir a facilidade em levar a produção para em que o cliente a queira e
também ocasionar preços diminutos (BALLOU, 2010).
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Uma das principais diferenças entre o Modelo Regulamento ONU e o ADR, para
fins da consecução dos objetivos deste trabalho, é que o último se detém mais pormenori-
zadamente nas questões afetas à expedição de cargas em pequenas quantidades.
O Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre (ATIT), por sua vez, assinado em
1° de janeiro de 1990 pelas Repúblicas da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru
e Uruguai, trata do principal instrumento regulador da prestação de serviços de transporte
terrestre rodoviário, tanto de cargas quanto de passageiros, e regulamenta, ainda, o trans-
porte ferroviário entre estes países do Cone Sul.
Dessa forma, o transporte rodoviário, por via pública, de produtos que sejam perigo-
sos, por apresentarem riscos à saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio
ambiente, é submetido às regras e aos procedimentos estabelecidos pelo Regulamento
para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, Resolução ANTT n.3665/2011 e alte-
rações, complementado pelas Instruções aprovadas pela Resolução ANTT n.5.232/2016,
e suas alterações, sem prejuízo do disposto nas normas específicas de cada produto. O
Regulamento estabelece, entre outras, prescrições relativas às condições do transporte,
documentação, deveres, obrigações/responsabilidades e infrações aplicáveis.
A Resolução ANTT n.. 5.232/2016 estabelece exigências e detalhamentos relativos,
entre outros, à correta classificação do produto, à adequação, certificação e identificação
dos volumes e das embalagens, à sinalização das unidades e dos equipamentos de trans-
porte, à documentação, às prescrições aplicáveis a veículos e equipamentos do transporte
rodoviário, quantidade limitada e provisões especiais, quando aplicáveis.
O transporte de produtos perigosos controlados pelo Exército também está sujeito
às exigências previstas pelo R-105, com redação dada pela Resolução n. 3665/2011, que
apresenta a lista de produtos permitidos. Neste caso, além dos documentos de porte obri-
gatório, previsto pelo RTPP (Ficha de Emergência, Envelope para o Transporte, Documento
Fiscal, e Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel),
também deve portar a guia de Tráfego, devidamente preenchida e assinada por Oficiais do
Exército Brasileiro, responsáveis pelo controle do transporte destes produtos.
Da mesma forma, o transporte de materiais radiativos é controlado pela Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que emite a Ficha de Monitoramento de Materiais
Radiativos e a Declaração do Expedidor de Material Radioativo, constantes na Resolução
ANTT n. 420/2004 e suas alterações, sem prejuízo do disposto nas normas específicas de
cada produto.
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MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Logística internacional uma abordagem para a integração
de negócios
Autor: Léo Tadeu Robles, Marisa Nobre.
Editora: Intersaberes.
Sinopse: A logística internacional é, sem dúvida, uma área com-
plexa, desafiadora e fundamental na competição global e na van-
tagem competitiva em mercados sofisticados e exigentes. Assim,
os profissionais do setor precisam ser capacitados e devem se
manter atualizados para agregar valor a clientes e acionistas. Esta
obra apresenta cadeias logísticas globais na integração de seus
componentes, como transporte internacional, negociação de con-
tratos e gestão de operações de exportação e importação e siste-
mas de informação. Juntos, analisaremos o conteúdo de formação
e atualização integradas nas práticas de negócios internacionais.
FILME / VÍDEO
Título: Capitão Phillips
Ano: 2013.
Sinopse: Em 2009, piratas somalis invadem o navio cargueiro
MV Maersk Alabama, dos Estados Unidos, e mantêm o capitão
Richard Phillips e sua tripulação como reféns.
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de Suprimentos 43
UNIDADE III
Entrada em Mercados Estrangeiros,
Contratos Internacionais, Comércio
ou Incoterms
Professora Esp. Lígia Pereira Blanco
Plano de Estudo:
● Fatores estratégicos de entrada, exportação indireta e ativa, produção no exterior;
● Siscomex, lex mercatoria, contratos de venda internacional;
● Termos de comércio internacional, tipos e definições dos incoterms.
Objetivos da Aprendizagem:
● Apresentar os principais fatores estratégicos de entrada em mercados estrangeiros,
bem como discorrer sobre os conceitos de exportação;
● Discorrer sobre contratos internacionais e suas atribuições e apresentar o Siscomex;
● Conhecer o conceito de Incoterms e sua importância
para as negociações internacionais.
44
INTRODUÇÃO
Olá Caro (a) acadêmico (a), seja bem-vindo (a) a unidade III do nosso material,
onde discorreremos sobre os fatores estratégicos que percorrem a entrada das empresas
no mercado internacional, o que leva uma empresa nacional a querer atuar em outros paí-
ses e como esse processo deve ser conduzido para que as operações alcancem o sucesso.
Nesta unidade também trabalharemos os conceitos de exportação direta e indireta as-
sim como a exportação ativa e todos os temas envolvidos neste formato de internacionalização
das empresas, além disso, poderemos entender melhor como funciona a produção no exterior.
Discorremos sobre a ferramenta Siscomex e qual a sua importância para o comércio
exterior brasileiro, falaremos sobre o conceito de Lex Mercatoria e suas atribuições. Falare-
mos também sobre os contratos de venda internacional e seus diversos e tão importantes
pontos que devem ser conhecidos pelas empresas antes de fecharem negócios no exterior.
Por fim, conheceremos os conceitos de Incoterms, suas definições e atribuições e
como impactam a logística internacional. Aproveite esta unidade para aumentar ainda mais
seus conhecimentos!
Vamos lá!?
Caro aluno (a) atuar no mercado internacional é uma decisão que deve ser toma-
da através da avaliação de muitos critérios, mesmo que normalmente a empresa acabe
começando através de contatos casuais com alguns clientes interessados ou através de
feiras organizadas para a exposição dos produtos à possíveis clientes, isso porque, atuar
no mercado externo não é tão simples como realizar uma operação nacional, diversos
aspectos devem ser analisados antes que contratos sejam fechados. Assim sendo, o expor-
tador deve analisar com cuidado alguns fatores determinantes para a entrada no mercado
internacional, que segundo David (2016) são:
● Tamanho do mercado – Embora não exista uma regra simples, o método de
entrada em um mercado cujas vendas anuais sejam na casa de milhares de dólares é
diferente de entrar em mercados com menor valor aquisitivo.
● Crescimento do mercado – Um mercado já consolidado, com crescimento
moderado, exige uma estratégia de entrada diferente da utilizada ao entrar em um mercado
com potencial de crescimento em ascensão.
● Fatia de mercado potencial do exportador – Um mercado em que o exportador
tem a possibilidade de ser um concorrente importante pede uma estratégia diferente da que
é utilizada em mercados em que a empresa exportadora tem chances apenas de ser uma
empresa de nicho.
Depois da análise desses pontos existem diferentes formas que podem ser utiliza-
das para que a empresa atue em mercados internacionais, as quais serão apresentadas a
seguir.
Este formato de exportação demanda das empresas que querem atuar no mercado
internacional um vasto conhecimento sobre normas e procedimentos, o que nem sempre é
possível para todas as organizações, principalmente para as de médio e pequeno portes.
Já para Brasil (2011, p. 15-16) as empresas que fazem a exportação indireta são
classificadas da seguinte forma:
● Filial comercial: Quando a empresa opta por ter sua própria filial de marketing
ou de venda no exterior acaba obtendo um maior controle sobre a divulgação e a venda
de seus produtos, essa filial fica incluída no exterior, e acaba se tornando a empresa im-
portadora que a exportação acontece entre duas organizações que fazem parte da mesma
empresa, como se fosse uma transferência de mercadorias. As vendas e o lucro criados
dessa operação são considerados domésticos e, portanto, são mais simples de gerenciar,
David (2016, p. 94) nos diz: “Os custos de uma filial comercial são maiores e boa parte deles
são fixos: é preciso alugar uma sede, montar um estoque, contratar e treinar funcionários;
só depois haverá vendas mensuráveis que compensam essas despesas.”
SAIBA MAIS
Quer saber mais sobre o Siscomex e entender melhor como ele pode ajudar nas opera-
ções de importação e exportação brasileiras?
Esses termos são revisados de forma periódica pela CCI (International Chamber
of Commerce), dessa forma, a atualização mais recente passou a ser utilizada, no Brasil,
em outubro de 2019 e é conhecida como INCOTERMS 2020. Segre et al. (2018, p. 59)
discorrem que:
TABELA 1- 11 INCOTERMS
CÓDIGO DESCRIÇÃO
EX WORKS (named place of delivery)
NA ORIGEM (local de entrega nomeado)
O vendedor limita-se a colocar a mercadoria à disposição do comprador no es-
tabelecimento do vendedor, no prazo estabelecido, não se responsabilizando
pelo desembaraço para exportação nem pelo carregamento da mercadoria em
EXW qualquer veículo coletor.
Utilizável em qualquer modalidade de transporte.
Nota: em virtude de o comprador estrangeiro não dispor de condições legais
para providenciar o desembaraço para saída de bens do País, fica subentendi-
do que esta providência é adotada pelo vendedor, sob suas expensas e riscos,
no caso da exportação brasileira.
REFLITA
Prezado (a) acadêmico (a), chegamos ao fim da unidade III do nosso material,
onde tivemos a oportunidade de conhecer mais sobre os fatores estratégicos de entrada
das empresas no mercado internacional, bem como os diversos pontos que devem ser
analisados antes da entrada no mercado exterior.
Nesta unidade trabalhamos os conceitos de exportação direta e indireta assim
como a exportação ativa e todos os temas envolvidos neste formato de internacionalização
das empresas, e pudemos entender melhor como funciona a produção no exterior.
Conhecemos também a ferramenta Siscomex e vimos sua importância para o
comércio exterior brasileiro e desenvolvimento das operações de importação e exportação,
conhecemos o conceito de Lex Mercatória e suas atribuições e discorremos também sobre
os contratos de venda internacional e seus tão importantes pontos que devem ser conheci-
dos pelas empresas antes de fecharem negócios no exterior.
Por fim, entendemos melhor o conceito de Incoterms, suas definições e atribuições
e como impactam a logística internacional. Espero que tenham aproveitado os temas apre-
sentados e que tenham despertado ainda mais a sua necessidade de conhecer esse vasto
campo de estudo!
Até breve!
Barreiras Comerciais
Embora não haja uma definição precisa para barreira comercial, esta pode ser
entendida como qualquer lei, regulamento, política, medida ou prática governamental que
imponha restrições ao comércio exterior.
Há duas categorias mais comuns de barreiras, quais sejam:
Barreiras tarifárias: que tratam de tarifas de importações e taxas diversas.
Barreiras não-tarifárias: que tratam de restrições quantitativas, licenciamento de
importação, procedimentos alfandegários, valoração aduaneira arbitrária ou com valores
fictícios, Medidas Antidumping, Medidas Compensatórias, subsídios, Medidas de Salva-
guarda e medidas sanitárias e fitossanitárias. Dentre estas últimas encontram-se as barrei-
ras técnicas, que são mecanismos utilizados com fins protecionistas.
É importante observar que as barreiras técnicas podem ocorrer devido à falta de
transparência das normas e regulamentos ou, ainda, pela imposição de determinados pro-
cedimentos morosos ou dispendiosos para avaliação de conformidade.
Os Acordos Antidumping, de Subsídios e Medidas Compensatórias e de Salva-
guardas fazem parte do conjunto de normas da Organização Mundial do Comércio-OMC,
ao qual o Brasil aderiu formalmente no final de 1994, por meio do Decreto n° 1.355, de
30/12/94 e, portanto, estão sujeitos a uma aplicação estritamente técnica.
http://www.aprendendoaexportar.gov.br/index.php/pesquisa-de-mercado/barreiras-comerciais.
LIVRO
Título: Esquematizado - Comércio Internacional e Legislação
Aduaneira
Autor: Pedro Lenza, Roberto Caparroz.
Editora: Saraiva Jur.
Sinopse: O autor traz importantes temas do Comércio Internacional
e Legislação Aduaneira, como o sistema multilateral do comércio,
organização e organismos internacionais relacionados ao comér-
cio, processos de integração econômica, Mercosul, administração
e instituições intervenientes no comércio exterior brasileiro, regras
de origem, sistema geral de preferências, práticas desleais no co-
mércio e medidas de defesa, classificação aduaneira de mercado-
rias, incoterms, impostos, controle aduaneiro, entre outros temas.
As matérias são abordadas com utilização de exemplos e gráficos,
que influem positivamente na fixação do conteúdo
FILME / VÍDEO
Título: The Founder (Fome de Poder)
Ano: 2016.
Sinopse: A história da ascensão do McDonald ‘s. Após receber
uma demanda sem precedentes e notar uma movimentação de
consumidores fora do normal, o vendedor de Illinois Ray Kroc
(Michael Keaton) adquire uma participação nos negócios da lan-
chonete dos irmãos Richard e Maurice “Mac” McDonald no sul da
Califórnia e, pouco a pouco eliminando os dois da rede, transforma
a marca em um gigantesco império alimentício.
Plano de Estudo:
● Conceitos de Pagamento;
● Documentos Comerciais;
● Desembaraço Alfandegário.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender os tipos e formas da realização do pagamento internacional;
● Conhecer os tipos de documentos utilizados na exportação,
importação e transporte internacional;
● Apresentar a definição de despacho aduaneiro,
do imposto de importação e das barreiras alfandegárias.
62
INTRODUÇÃO
Um dos grandes receios das empresas que exportam suas mercadorias, de acor-
do com David (2016) está relacionado ao pagamento de seus produtos, porém existem
diversos meios que garantem que o exportador receberá pelas mercadorias enviadas, uma
delas tem relação com a escolha de forma equilibrada de um Incoterm que seja vantajoso
para ambas as partes do negócio.
Diante disso, devemos observar algumas das características relacionadas ao pa-
gamento internacional que são, segundo David (2016, p. 165):
● Informação sobre crédito: bem mais restrita do que comparado às informações
dos clientes nacionais, mesmo que algumas agências tenham essas informações no país
importador, nem sempre elas estão disponíveis.
● Falta de contato pessoal: a negociação internacional acaba sendo um pouco
mais impessoal se comparada às relações domésticas, por estar distante o exportador nem
sempre consegue avaliar todas as características do importador, o que torna a operação
mais arriscada.
● A cobrança é difícil e cara: cobrar um cliente internacional é bem mais difícil do
que um cliente doméstico e poucas empresas oferecem um serviço de cobrança internacional,
existe a opção de contratar uma empresa de cobrança no país importador, porém corre-se o
risco de ter problemas na condução destas cobranças e isso afeta a imagem da exportadora.
desembaraço aduaneiro, mas basicamente este processo engloba a conferência dos itens
esse processo funcione, existem etapas e procedimentos padronizados que devem ser
ração de importação é feito. Esse registro consiste em uma numeração da RFB, emitida
parametrização, o Siscomex capta as DIs registradas e direciona para um dos quatro canais
Sobre a base de cálculo do imposto, que é o valor sobre o qual é aplicada a alíquota
visando determinar o valor do imposto, encontramos a seguinte informação:
Observa-se, caro(a) acadêmico(a), que cada país tem regras específicas relacio-
nadas a aplicação de impostos, por isso é muito importante para as empresas buscarem
auxílio antes de importarem produtos do exterior.
SAIBA MAIS
Fonte: MANUAL de Barreiras Técnicas às Exportações: Conceitos Fundamentais e Serviços Oferecidos pelo
Inmetro. INMETRO, 2014. Disponível em: http://inmetro.gov.br/barreirastecnicas/PDF/Manual_BarrTec2014.pdf.
Acesso em: 19 maio. 2022.
Fonte: HAYASHI, Francisco Yukio. RISCOS no comércio exterior. COSTA FERREIRA & HAYASHI – AD-
Fomento à exportação
tesouronacional/pt-br/execucao-orcamentaria-e-financeira/operacoes-oficiais-de-credito/fomento-a-exporta-
LIVRO
Título: Manual Prático de Comércio Exterior
Autor: German Segre
Editora: Atlas
Sinopse: Este livro oferece uma visão abrangente do comércio
internacional, expondo suas formas, envolvimento e implicações
dentro do ambiente profissional e de aprendizado acadêmico. Os
autores – professores, estudiosos e profissionais de áreas diversas
do comércio exterior brasileiro – enfatizam conceitos básicos, ado-
tando um critério que facilita o estudo da disciplina, principalmente
para o curso de comércio exterior. A obra aborda perspectiva,
discernimento, compreensão e desenvolvimento das habilidades
necessárias à gestão por excelência. Além disso, esta edição foi
atualizada de acordo com a Lei no 12.815/2013, que regulamenta
o funcionamento do setor Portuário no Brasil – Lei dos Portos.
FILME / VÍDEO
Título: O Lobo de Wall Street
Ano: 2013
Sinopse: Durante seis meses, Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio)
trabalhou duro em uma corretora de Wall Street, seguindo os en-
sinamentos de seu mentor Mark Hanna (Matthew McConaughey).
Quando finalmente consegue ser contratado como corretor da
firma, acontece o Black Monday, que faz com que as bolsas de
vários países caiam repentinamente. Sem emprego e bastante
ambicioso, ele acaba trabalhando para uma empresa de fundo de
quintal que lida com papéis de baixo valor, que não estão na bolsa
de valores. É lá que Belfort tem a ideia de montar uma empresa
focada neste tipo de negócio, cujas vendas são de valores mais
baixos mas, em compensação, o retorno para o corretor é bem
mais vantajoso. Ao lado de Donnie (Jonah Hill) e outros amigos
dos velhos tempos, ele cria a Stratton Oakmont, uma empresa que
faz com que todos enriqueçam rapidamente e, também, levem
uma vida dedicada ao prazer.
ANTT. OTM. Perguntas Mais Frequentes. 2021. Disponível em: http://www.antt.net.br/ ver/
otm-perguntas-mais-frequentes-41470. Acesso em: 10 ago. 2021.
BOWERSOX, D. J.; et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2014.
BRASIL. Barreiras Comerciais. Aprendendo a Exportar. 2021. Disponível em: http:// www.
aprendendoaexportar.gov.br/index.php/pesquisa-de-mercado/barreiras-comerciais. Acesso
em: 19 ago. 2021.
BRASIL. Incoterms 2020 - tabela resumo. Aprendendo a Exportar. 2021. Disponível em:
http://www.aprendendoaexportar.gov.br/index.php/negociando-com-importador/incoterms/
2-uncategorised/835-incoterms-2020-tabela-resumo. Acesso em: 19 ago. 2021
79
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Exportação Passo a Passo. Brasília: MRE,
2011. Disponível em: http://www.investexportbrasil.gov.br/sites/default/files/publicacoes/
manuais/PUBExportPassoPasso2012.pdf. Acesso em: 19 ago. 2021.
CNI. Confederação Nacional da Indústria. Manual sobre barreiras comerciais e aos inves-
timentos. Brasília: CNI, 2017. Disponível em: www.apexbrasil.com.br/uploads/clique%20
aqui.pdf. Acesso em: 20 ago. 2021.
DIAS, R.; RODRIGUES, W. Comércio exterior: teoria e gestão. 3. ed. São Paulo: Atlas,
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LUDOVICO, N. Como preparar uma empresa para o comércio exterior. 2. ed. São Paulo:
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80
RECEITA FEDERAL. Parametrização. 2014b. Disponível em: https://www.gov.br/recei-
tafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/despacho-de-importacao/
topicos-1/despacho-de-importacao/etapas-do-despacho-aduaneiro-de-importacao/para-
metricao. Acesso em: 22 ago. 2021.
SEGRE, G.; et al. Manual prático de comércio exterior. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
81
CONCLUSÃO GERAL
Prezado(a) aluno(a),
82
+55 (44) 3045 9898
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