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UNIFATECIE Unidade 1
Reitor Rua Getúlio Vargas, 333
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Centro, Paranavaí, PR
Diretor de Ensino (44) 3045-9898
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz UNIFATECIE Unidade 2
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Diretor Administrativo Fortes, 2178, Centro,
Prof. Ms. Renato Valença Correia Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Prezado (a) aluno (a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é
o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto
com você construir nosso conhecimento sobre os conceitos fundamentais sobre conforto
ambiental. Além de conhecer seus principais conceitos e definições vamos explorar as mais
diversas aplicações em projetos.
Na Unidade I você será capaz de identificar como dar início ao projeto de conforto
térmico, identificará a influência do ser humano na temperatura do espaço que ele permanece,
conhecerá os principais conceitos relacionados à essa disciplina e suas normativas principais.
Já na Unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre o conforto acústico. As
técnicas do projeto de acústica têm sido consideradas relevantes na arquitetura. Acredita-
se que a questão acústica é o aspecto físico que traz maior complexidade no estudo do
conforto da edificação. Visto isso, os principais conceitos serão abordados.
Depois, nas Unidades III e IV vamos tratar especificamente de conforto ambiental e
sua relação com o projeto. Ao longo da unidade III, vamos destacar porque são necessárias
determinadas medidas ambientais nos projetos. Na Unidade IV, vamos entender o papel da
eficiência energética ligada à arquitetura.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em
nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional.
UNIDADE I....................................................................................................... 4
Aspectos Gerais do Conforto Térmico
UNIDADE II.................................................................................................... 30
Conforto Acústico
UNIDADE III................................................................................................... 53
Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
UNIDADE IV................................................................................................... 78
Recursos do Conforto Ambiental
UNIDADE I
Aspectos Gerais do
Conforto Térmico
Profª. Me. Nadyeska Copat
Plano de Estudo:
● Introdução, conceitos e fundamentos do Conforto térmico;
● Conceitos e Fatores determinantes para o conforto;
● Recursos, estratégias ou soluções de adequação dos ambientes internos;
● Normas técnicas e aplicações.
.
Objetivos da Aprendizagem:
● Identificar os conceitos básicos e necessários
para o estudo de projeto do conforto térmico;
● Conhecer alguns parâmetros para medir a quantidade de conforto do usuário;
● Estabelecer quais as melhores abordagens para adequar ambientes internos;
● Abordar as normativas técnicas que englobam
a parte do conforto térmico e a arquitetura.
4
INTRODUÇÃO
Quando as trocas de calor entre o ser humano e o ambiente ocorrem sem esforço,
o indivíduo tem capacidade de trabalho máxima e causa a sensação de conforto térmico.
Quando a condição ambiental é mais fria ou mais quente, ocorre a perca de mais ou menos
calor para a manutenção da homeotermia, e dessa maneira interferindo na realização de
atividades e na saúde dos indivíduos (FROTA e SCHIFFER, 2001) (Figura 2).
Quando a temperatura externa for maior que a interna, o organismo reage trocando
calor intensamente com o ambiente, ou seja, a temperatura da pele aumenta para que haja
a perda do calor. Outro mecanismo que é disparado é o suor. Além desses mecanismos
naturais, o ser humano pode recorrer a ventilação, à sombra, à água, ou até mesmo à
tecnologia, como o ar condicionado (Figura 4) (LAMBERTS; DUTRA e PEREIRA, 2004).
Lamberts, Dutra e Pereira (2014) afirma que quanto maior o calor gerado, maior o
metabolismo. Mas por que é importante para o profissional ter conhecimento sobre isso,
aluno (a)? Simples. Quando, por exemplo, o arquiteto determina a atividade realizada no
interior de uma edificação, toma-se como partido algumas premissas sobre a sensação de
conforto das pessoas. Em uma academia lotada, é recomendável uma ventilação maior
do que em uma sala de aula.
Além disso, a norma ISO 7730 (2005) traz as medidas em clo conforme as
vestimentas (Tabela 2).
A primeira norma que ouso citar é a ISO 7730:2015, cujo título é Ambientes
Termicamente Moderados – Determinação dos índices PMV/PPD e especificações das
condições térmicas. Esta norma propõe a determinação da sensação térmica e o grau de
desconforto dos indivíduos e os ambientes.
Outra norma é a ASHRAE Standard 55 (2017) cujo título é Condições ambientais
térmicas para ocupação humana. A norma aborda um método (opcional) para determinar
as condições térmicas aceitáveis em espaços ventilados.
No Brasil, temos a normativa responsável pelo desempenho térmico das edificações,
que é a NBR 15220:2005.
Na Figura 11 observa-se a direção dos ventos nas estações do ano e quais são
suas direções.
Outro exemplo a ser citado muito importante é a ocupação da cidade. As edificações
da cidade desviam, distribuem e canalizam os ventos urbanos.
O PMV ainda pode ser calculado através do software Conforto 2.02 de Ruas (2002)
ou pelo Programa “RayMan”.
● Porcentagem de pessoas insatisfeitas (PPD): A partir do estudo de PMV, criou-
se outro conceito, o denominado PPD. Apresentado na Figura 11, no eixo vertical,
o índice de porcentagem de pessoas insatisfeitas, (PPD) como o próprio nome já
sugere, representa a quantidade de pessoas que estão insatisfeitas no local de estudo.
A norma ISO 7730:2005 adota a pesquisa de Fanger (1970) como recomendações.
● O voto de sensação térmica real (ASV): O Voto de Sensação Térmica Real
(ASV - Actual Sensation Vote) é um índice empírico de conforto que é obtido através
de questionários para avaliar a sensação térmica dos indivíduos no momento da
entrevista (Tabela 3). As respostas adquiridas são comparadas com os índices
preditivos de conforto térmico, que podem ser PMV, PET e UTCI.
Segundo Rossi, Krüguer e Bröde (2012), o UTCI (Universal Thermal Climate Index)
foi desenvolvido com base no modelo de múltiplos nós termorregulatórios de Fiala, Lomas
e Stohrer (1999, 2001, 2003, 2007) e considera:
● O comportamento adaptativo em relação ao isolamento térmico a partir de seus
estudos de campo desenvolvidos na Europa;
● A distribuição da roupa em diferentes partes do corpo;
● A redução da resistência térmica e evaporativa da roupa causada pelo vento e
pelo movimento da pessoa andando a 4Km/h em superfície plana.
Para o cálculo deste índice, pode ser utilizado o programa Bioklima 2.6 desenvolvido
por Michael Blazejczyk. Os dados de entrada são: temperatura do ar, umidade relativa,
temperatura radiante média e velocidade do vento a 1,5 m e a 10 m de altura do solo.
SAIBA MAIS
REFLITA
Mas por que a amplitude térmica é maior em climas secos do que em climas úmidos?
Os climas secos se caracterizam por sua umidade e nebulosidade baixa. Nos climas
úmidos, durante o dia, a radiação é menor por causa da nebulosidade, além do fato
de que as perdas por evaporação são favorecidas devido à umidade que cobre o solo.
Sendo assim, a temperatura da superfície não atinge o mesmo valor que nos climas
secos. Por exemplo: A variação na capital do Piauí, em Teresina, com ar seco, tem
amplitude é alta, pois é um clima árido. Já em Florianópolis, capital de Santa Catarina,
possui clima úmido é de baixa amplitude.
LIVRO
Título: Eficiência energética na arquitetura
Autor: LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R.
Editora: ProLivros.
Sinopse: O livro “Eficiência Energética na Arquitetura” tem como
objetivo introduzir os principais conceitos relativos ao manejo e
controle do consumo de energia em edificações, tendo como crité-
rio central de projeto o conforto de seus usuários. Com conteúdo
completamente revisado e atualizado, o livro retorna com novos
conceitos, buscando não somente uma atualização, mas também
novos questionamentos referentes à arquitetura sustentável e sua
relação com a eficiência energética e a arquitetura bioclimática.
FILME/VÍDEO
Título: O que você não sabia sobre conforto térmico
Ano: 2021.
Sinopse: O Conforto ambiental arquitetura depende da plena
compreensão do que é conforto térmico e suas variáveis. O
Conforto Térmico na arquitetura depende de 6 principais fatores,
sendo 4 deles ambientais, e 2 pessoais. O conceito de arquitetura
bioclimática, arquitetura sustentável ou arquitetura verde depende
significativamente do pleno atendimento às condições climáticas
locais por parte dos projetos.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=CKbc7PtbTzU
Plano de Estudo:
● Introdução, conceitos e fundamentos do Conforto acústico;
● Conceitos e Fatores determinantes para acústica;
● Recursos, estratégias ou soluções da acústica arquitetônica,
● Parâmetros acústicos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Introduzir os principais elementos do conforto acústico e seus conceitos;
● Determinar quais as variáveis utilizadas para determinar o conforto acústico;
● Descrever a relação entre a arquitetura e o conforto acústico;
● Indicar quais parâmetros acústicos são necessários
para determinar o conforto em um ambiente.
30
INTRODUÇÃO
Em que:
W é a potência em watts.
S é a área em m².
SAIBA MAIS
O bel é uma unidade de medida. Ela foi criada para quantificar a redução de um nível
acústico. Sua primeira denominação foi TU, ou unidade de transmissão. Posteriormente,
foi renomeada em homenagem ao seu fundador, Alexander Graham Bell.
A escala decibel é uma escala que varia de 0 dB a 160 dB. O 0 corresponde à audibilidade
humana, ou seja, ao nível sonoro mínimo. O valor de 130 dB corresponde ao limite
superior da audição. Já quando se atinge uma escala de 160 dB, ocorre a perfuração da
membrana do tímpano, causando danos graves ao ouvido (BISTAFA, 2011).
De acordo com Gerges (2000), existem várias definições para o ruído; é importante
lembrar que ele é considerado um som, mas o som não é, necessariamente, um ruído. O
ruído pode ser definido como um conjunto de sons sem harmonia, confuso, que incomoda
e perturba o homem nas suas atividades.
Em que:
TR é o Tempo de Reverberação do recinto (s);
V é o volume da sala (m³);
A é a área de absorção (m² Sabine).
Na NBR 12179 (ABNT, 1992), é apresentada uma faixa de valores em que o tempo
de reverberação se encaixa, dependendo do volume em metros cúbicos do local (Figura
4). Por exemplo: se o tempo de reverberação do ambiente, na frequência de 500Hz,
se enquadrar em uma faixa em função do seu volume, o condicionamento acústico é
considerado satisfatório.
3.7 Isolamento
De acordo com a NBR 12179 (ABNT, 1992), o isolamento acústico é um processo
pelo qual se evita a passagem de ruídos em um determinado ambiente. Há dois tipos de
ruído: o aéreo e o impacto. Recchia (2001) descreveu como ruído de impacto aquele
que provém da própria estrutura, enquanto o ruído aéreo é aquele que se propaga na
edificação através do ar.
O isolamento entre dois ambientes é calculado pela diferença da pressão sonora
entre a sala do emissor e do receptor, além de considerar a absorção sonora na sala em
que o som é recebido. Sendo assim, considera-se o volume e o tempo de reverberação
para determinar a absorção do recinto (BRUEL e KJAER, 2003)
O problema acústico parece ser inofensivo, porém pode gerar situações graves. Em
maio de 2018, uma briga entre vizinhos acabou em morte na cidade de Curitiba-PR
devido ao som alto. O jovem relatou à polícia que a situação do som alto ocorria há
cerca de seis meses, por isso acabou se irritando. Ele vai responder por homicídio
qualificado e porte ilegal de arma de fogo.
SAIBA MAIS
O bel é uma unidade de medida. Ela foi criada para quantificar a redução de um nível
acústico. Sua primeira denominação foi TU, ou unidade de transmissão. Posteriormente,
foi renomeada em homenagem ao seu fundador, Alexander Graham Bell.
A escala decibel é uma escala que varia de 0 dB a 160 dB. O 0 corresponde à audibilidade
humana, ou seja, ao nível sonoro mínimo. O valor de 130 dB corresponde ao limite
superior da audição. Já quando se atinge uma escala de 160 dB, ocorre a perfuração da
membrana do tímpano, causando danos graves ao ouvido.
LIVRO
Título: Bê-á-bá da acústica arquitetônica
Autores: Lea Cristina Lucas de Souza, Manuela Guedes de Almei-
da e Luís Bragança.
Editora: EdUfscar.
Sinopse: O livro que recomendo para a Unidade II chama-se
“Bê-á-bá da acústica arquitetônica”, escrito por Lea Cristina Lucas
Souza e Manuela Guedes. O livro apresenta uma didática simples,
abordando o conforto acústico no ambiente e no entorno urbano.
O Brasil possui um deficit de livros sobre assunto; dessa forma, os
autores justificam a confecção da obra.
O próprio nome já reflete o conteúdo didático. O livro é dedicado
a iniciantes na área, gerando uma visão global sobre o assunto
e trazendo lazer e conhecimento para os leitores. Espero essa
sugestão desperte em você uma vontade de conhecer mais sobre
o universo da acústica.
FILME/VÍDEO
Título: Conforto acústico
Ano: 2019.
Sinopse: O escritório Studio M4 fez uma análise sobre o conforto
acústico e uma introdução sobre o tema.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=iLk0uILcYn8
Plano de Estudo:
● Bioclimatologia aplicada a arquitetura;
● Zoneamento Bioclimático Brasileiro;
● Geometria Solar;
● Carta Solar.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os conceitos de bioclimatologia,
como se trabalha com a arquitetura;
● Compreender os tipos de Zoneamento bioclimático brasileiro;
● Estabelecer a importância da geometria e da carta solar.
53
INTRODUÇÃO
Você sabe como mantém uma temperatura agradável nos pátios árabes? Tem alguma ideia?
Além disso, existe a relação de 330 cidades cujos os climas já foram classificados
no Anexo A da norma 15220-3:2005.
No Brasil, devido ao tipo de clima, a maior parte do território sofre com a alta
incidência de radiação solar. Um jeito prático de observar esta afirmação é por meio
da Tabela 4, retirada do programa Analysis Bio. Nesta tabela, reúne-se um conjunto de
informações sobre a necessidade de sombreamento em algumas cidades brasileiras.
Caducifólia significa folhas que caducam, ou seja, folhas que caem. Esse processo
ocorre na estação do inverno e volta a brotar somente na primavera. Esse tipo de
vegetação, em sua composição original, ocupava vastas áreas do continente europeu,
litoral nordeste dos Estados Unidos e sudeste do Canadá. No entanto, sua constante
exploração resultou em uma diminuição relevante das áreas nativas, e as que restaram
se encontram protegidas por severas leis ambientais.
Nos lugares que apresentam esse tipo de composição vegetativa predomina um clima
com as quatro estações do ano bem distintas, sendo que os invernos são rigorosos
e ocasionalmente ocorre precipitação de neve e as chuvas são regulares em todo o
decorrer do ano. No outono, as folhas das árvores exibem cores características desse
tipo de vegetação, como vermelho, alaranjado, dourado e cobre. Nessas florestas existe
uma grande diversidade de vida da flora como carvalho, bordo, faia e nogueira.
Exemplo de espécies brasileiras: Açoita cavalo (Luehea divaricata), Aldrago (Pterocarpus
violaceous), Amburana (Amburana cearenses).
Fonte: FREITAS, Eduardo de. Floresta Caducifólia. Brasil Escola. Disponível em https://brasilescola.
uol.com.br/geografia/floresta-caducifolia.htm. Acesso em: 29 mar. 2022.
Mas por que devo saber que posição o sol está? É muito simples! A partir do
movimento do sol, pode-se identificar as variáveis geográficas que serão utilizadas para o
cálculo dos brises e proteções solares.
A partir da posição do sol, é possível definir duas variáveis: a altura solar (H) e o
azimute solar (A). A altura solar nada mais é do que o ângulo formado entre o sol e o plano
horizontal da terra. Já o azimute consiste no ângulo formado entre o norte geográfico e a
projeção do sol no plano horizontal.
O Norte que uma bússola mede é o norte magnético. O norte magnético apresenta
uma diferença angular em relação ao norte geográfico, que é utilizado no cálculo das proteções
solares. Mas como identificar esse ângulo de diferença? Você pode acessar o site https://www.
ngdc.noaa.gov/geomag-web/ e calcular a declinação a partir do local e data (NGDC, 2018).
Para obter o norte geográfico em Brasília-DF, por exemplo, cuja declinação em
novembro de 2018 é de 7º 56’ oeste (-7º 56’W), o norte geográfico está a 7º56’ no sentido
horário, pois o valor da declinação magnética é negativo. A partir da definição desses
conceitos, dá-se início ao estudo da carta solar.
A partir de agora, agora você, aluno (a), tem a capacidade de identificar os conceitos
básicos da carta solar. Dessa maneira, é possível manipular a carta solar afim de conhecer
como a sombra se comporta no entorno de uma edificação.
Mas como utilizar os conceitos na carta solar? Bom, vamos lá. A figura 18 mostra
os itens que calculamos na carta solar.
Após encontrar o dia e a hora, a partir do centro da carta, trace uma reta até o
ponto de encontro da hora/dia. Pegue um transferidor e meça o angulo formado a partir
do Norte. No exemplo, seria de aproximadamente 45º.
Depois, a partir do centro, conte os círculos tracejados até chegar no ponto de encontro
dia/hora. Cada círculo tracejado equivale a 10º, sendo assim, o ponto fica entre o 2 e 3 círculos,
variando então de 20 a 30º. Pode-se dizer que vale aproximadamente 27º a altura solar.
Mas para que encontrar tudo isso? Caso você precise elaborar uma edificação
em altura de forma remota, sem ter o contato com o entorno, você consegue analisar
como a sombra irá afetar a proximidade.
A figura 21 mostra um exemplo de edifício na cidade de Florianópolis, para dar
continuidade no exemplo anterior. A sombra do edifício foi medida no dia 21 de março às nove
horas da manhã. Neste dia o azimute solar era de 67º e a altura solar de 37º aproximadamente.
LIVRO
Título: Arquitetura ecológica: Condicionamento térmico natural
Autor: Ennio Cruz da Costa.
Editora: Blusher.
Sinopse: O livro Arquitetura Ecológica: Condicionamento Térmico
Natural escrito por Ennio Cruz da Costa, apesar de antigo, é um
livro de extrema importância para esse assunto. Com a crise da
energia, está em alta a busca de soluções que não recorram ao
uso de recursos elétricos. Assim, o autor traz no decorrer do livro
soluções para a insolação, ventilação, isolamento, condiciona-
mento e etc. O objetivo é que a edificação tenha uma melhoria
substancial quanto ao conforto térmico no interior das habitações,
mas que seja economicamente viável e de técnicas construtivas
simples. Caro (a) aluno (a), atente-se a forma que ele retrata a
influência da radiação solar no ambiente interno
FILME/VÍDEO
Título: Aula de Estudos de carta solar, Software Analysis Solar,
ângulos de sombra (Transferidor) e brises
Ano: 2019.
Sinopse. Nesse vídeo a arquiteta Camila explica como fazer carta
solar manipulando os softwares Analysis Sol-ar.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=b8i3bRdt3u8
Plano de Estudo:
● Brises – conforto ambiental;
● Propriedades dos materiais – conforto térmico;
● Iluminação natural – conforto visual;
● Iluminação artificial – conforto visual.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a iluminação artificial e natural;
● Compreender os tipos de materiais que podem ser utilizados no conforto térmico;
● Estabelecer a importância dos brises na edificação.
78
INTRODUÇÃO
Embora não existam certificações específicas para esse tipo de dispositivo, a utiliza-
ção deste elemento, favorece a eficiência energética e o desempenho térmico e luminoso.
Os selos utilizados, por exemplo, é o AQUA e o LEED.
Como o brise visa o conforto térmico do usuário, e ainda auxilia nas condições de
luz natural, ele tem forte impacto na melhoria do desempenho da edificação e assim na
questão do conforto ambiental. O exemplo que podemos citar é a estrutura do museu do
Amanhã no Rio de Janeiro (Figura 2).
SAIBA MAIS
Um outro tipo de brise bastante popular são os cobogós. Basicamente, são elementos
vazados de concreto ou cerâmica muito utilizados em edifícios públicos, uma vez que
têm custo reduzido e alta durabilidade. No geral, os brises devem ser instalados no
lado de fora das janelas para terem um bom desempenho térmico. Porém, em algumas
situações, eles são instalados por dentro das janelas, facilitando sua limpeza e permitindo
o controle da luminosidade por trás de uma fachada envidraçada, por exemplo.
Para projetar corretamente, o brise tem algumas particularidades. A partir deste momento
na unidade, você, aluno (a), descobrirá como projetar conforme a necessidade projetual.
1.1 Os ângulos
Os ângulos de um elemento construtivo, como obstruções, aberturas, proteções
solares, edifícios, vegetação, entre outros, têm a necessidade de serem convertido a partir
dos conhecidos pela geometria solar. Sendo assim, o transferidor de ângulos (Figura 3) é
responsável por tal tarefa. Dessa maneira, o transferidor nada mais é do que um círculo
com as mesmas dimensões da carta solar, porém ele apresenta linhas radiais e curvas,
representando uma aresta do elemento a ser analisado.
1.3 O ângulo β
O ângulo β representa o azimute da aresta. O valor varia de 0 a 360º, ou considerando
os 4 quadrantes, varia de 0 a 90º em cada um.
FIGURA 5 - O ÂNGULO Β
Dessa maneira, a máscara de sombreamento final é composta pela área que une
os três ângulos medidos (Figura 9).
Além disso, o ângulo beta também é delimitado pelo ângulo alfa, que é medido a
partir do ponto superior da janela (Figura 11).
Deve-se, portanto, escolher o local que será o projeto, identificar a carta solar,
escolher um tipo de brise e comparar com sua máscara de sombra. É muito importante
que o brise não tenha somente a função de estética, mas sim de controlar a incidência do
sol ao ambiente.
A principal condição para que ocorra a transmissão de calor é que os corpos tenham
temperaturas diferentes.
● Condução
É realizada pelo contato molecular, ou seja, contato entre superfícies. Pode ocorrer
em sólidos, líquidos e gasosos.
● Convecção
Quando os corpos estão em contato molecular, um dele deve ser um fluido. O
processo ocorre em etapas: primeiro ocorre a transmissão pela condução e em seguida,
como houve alteração na temperatura do fluido, este modifica sua densidade, o que provoca
o movimento convectivo.
● Radiação
A radiação ocorre pelo processo de transformação da energia. Uma parte do calor
do corpo com maior temperatura se converte em energia que chega até o corpo de menor
temperatura, sem a necessidade do toque.
Quanto maior a emissividade, maior facilidade o material tem de emitir energia por
radiação.
Ainda sobre a invenção da luz artificial, ela possibilitou o ser humano a se locomover
pela noite, dar continuidade em suas atividades que não foram cumpridas durante o dia, ou
ainda se divertir lendo um livro.
3.1 Lâmpadas
As lâmpadas são utilizadas tanto em edificações residenciais como comerciais. Elas
podem ser divididas em dois grupos: as de irradiação por efeito térmico (incandescentes)
ou as de descarga em gases e vapores (fluorescentes, vapor de mercúrio, de sódio, etc.)
3.2 Incandescentes
Essa são a de uso mais comum. Embora a vida útil seja curta, seu custo é
relativamente baixo. O funcionamento é através da elevação da temperatura de um
filamento (geralmente o tungstênio), ao ser submetido à corrente elétrica. O seu tamanho,
o funcionamento imediato e a não necessidade de demais aparelhos são as principais
vantagens deste dispositivo. A desvantagem é sua eficiência luminosa, ela produz muito
calor, e no campo da física, é considerado um desperdício de energia. Além disso, corre
o risco de causar ofuscamento.
Dentro da tipologia de lâmpadas incandescentes, possuímos três tipos: as comuns,
refletoras e halógenas.
● As incandescentes comuns são as mais conhecidas e antigas. Com custo inicial
baixo, a lâmpada funciona ao elevar a temperatura do filamento, o que causa a
evaporação do tungstênio. Muitas vezes, ao repararmos nesses tipos de lâmpadas,
elas não possuem a mesma transparência de antes, ou seja, o tungstênio o
escurece. As figuras 16 e 17 apresenta o exemplo da lâmpada e suas partes.
SAIBA MAIS
Para exemplificar melhor, Lamberts (2014) criou as tabelas abaixo para melhor
explicar a relação das tipologias, e auxiliar o projetista na hora da escolha.
3.4 Luminárias
As luminárias são consideradas eficientes quando otimizam o desempenho do
sistema de iluminação artificial. Szokolay (1980) propôs uma equação para avaliar a
eficiência energética (ou FEL) a partir da quantidade de emissão de luz. A equação 02
apresenta esse esquema.
FEL = luz emitida pela luminária (%) luz emitida pela lâmpada
Isso só se explica porque parte da luz emitida pela lâmpada pode ser absorvida
pela luminária, enquanto parte é emitida ao ambiente. Por exemplo a figura 21, em que
apresenta três tipos de luminárias e como os raios luminosos se comportam.
REFLITA
Para realizar uma medição, coloca-se o sensor no exterior. Medem-se os dois valores
e acha a CIN por pela divisão de A e B. Ou seja, se em à eram 300 luxes, em B 10.000
lux, tem-se uma CIN de 0,03 ou 3%.
Para exemplificar melhor temos a Equação 1.
Em que,
Ep: é a iluminância num plano horizontal em um determinado ponto de um ambiente
interno medido em lux;
Eext: é a iluminância produzida por toda abóbada celeste em um plano horizontal
externo, medido em lux.
Caso os valores ultrapassem os da tabela, quer dizer que a luz natural presente ao
longo do ano todo será mais que suficiente.
A seguir, serão abordadas algumas diretrizes projetuais para auxiliar na iluminação
natural dos edifícios propostos.
4.5 Cores
As cores claras são as que melhor refletem a luz para o edifício. A utilização
de telhados claros pode aumentar a luz que as aberturas no teto permitem. A figura 26
apresenta um exemplo de sequência de refletâncias em superfícies internas.
Sempre que for possível, a melhor iluminação para um ambiente é quando temos
mais do que uma janela. Isso é o que caracteriza uma iluminação bilateral, caso exista
duas, por exemplo. Ao posicionarmos elas de diferentes modos, diminuímos a área de
sombra, ou seja, diminui a área de contraste.
4.7 Orientação
Entre as orientações, a que melhor apresenta iluminação natural é norte. Essa
posição permite a incidência mais frequente da luz solar direta. Apesar da radiação solar
trazer calor para edificação, essa orientação é fácil de sombrear.
A segunda melhor orientação é a sul, devido a constância da luz. Embora comparada
a face norte a quantidade de luz é menor, a qualidade é alta, pois recebe menos luz direta
e assim diminuindo problemas de ofuscamento. Caso precise de proteção, também é uma
face de fácil sombreamento.
As faces leste e oeste são as piores. Elas recebem a luz solar direta com intensidade
alta no verão e baixa no inverno, o que dificulta o projeto de proteção solar, já que existe
uma variedade de ângulos. A Figura 28 sintetiza essas indicações.
No Brasil, as normas brasileiras que podem ser aplicáveis ao projeto de iluminação são:
● NBR 5461:1991 - Iluminação: terminologia
● NBR 5413:1992 - Iluminância de interiores: procedimento
● NBR 5382:1985 - Verificação de iluminância de interiores: procedimento
● NBR:15215:2004 - Iluminação natural - Parte 1: conceitos básicos e definições
● NBR:15215:2004 - Iluminação natural - Parte 2: procedimentos de cálculo para a
estimativa da disponibilidade de luz natural
● NBR:15215:2004 - Iluminação natural - Parte 3: procedimento de cálculo para a
determinação da iluminação natural em ambientes internos
● NBR:15215:2004 - Iluminação natural - Parte 4: verificação experimental das
condições de iluminação interna de edificações - método de medição
LIVRO
Título: Conforto ambiental- iluminação, cores, ergonomia,
paisagismo e critériso para projetos
Autor: Antonio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro
Editora: Eixos
Sinopse: Em suas páginas, o autor aborda elementos essenciais
e variáveis do conforto. Apresenta ainda a teoria das cores e a
sua relação com a segurança do trabalho. É importante o aluno
se atentar as variáveis que o autor traz, sendo de fácil leitura e
compreensão.
FILME/VÍDEO
Título: Abstract - Série Netflix
Ano: 2017.
Sinopse: A série é formada por vários episódios específicos com
um profissional. Entre eles, podemos citar um arquiteto, design,
design de interiores. Eles mostram como desenvolveram produtos
e quais seus objetivos de projeto. Essa série amplia a nossa visão
de mundo e das coisas.
BAKER, Geoffrey H. Le Corbusier, uma análise da forma. Martins Fontes, S.P., 1998.
BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle do ruído. São Paulo: Edgard Blucher, 2011.
109
BRASIL. ABNT NBR 15215-1: Iluminação Natural – Parte 1: Conceitos Básicos e
Definições. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, 2004.
BRASIL. NBR 7199 - Vidros na Construção Civil - Projeto, execução e aplicações: Rio de
Janeiro. 2. ed. 2016.
BRÖDE, P.; KRÜGER, E. L.; ROSSI, F. A.; FIALA, D. Predicting urban outdoor thermal
comfort by the Universal Thermal Climate Index UTCI - a case study in southern Brazil.
International Journal of Biometeorology, Ohio, v. 56, p. 471 - 480, 2012.
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CONCLUSÃO GERAL
Escrever um livro não é fácil, e encerrá-lo só deixa a impressão que existe muitos
outros assuntos a serem explorados. Como todo texto precisa de um ponto final, então
começo o desfecho.
Espero que por meio do livro, você tenha agora a capacidade de entender o quão
fundamental é conforto ambiental. Que por meio destas páginas, caro leitor, você tenha
adquirido novas expressões e conceitos sobre esse nosso universo.
Fico na expectativa de ter feito você compreender as diferenças entre os tipos de
confortos e suas principais peculiaridades. Além disso, quero que depois de todo o conhecimento
adquirido, ao observar a paisagem e construções, note a influência desses aspectos.
Espero que você, aluno(a), tenha compreendido a importância dessas áreas para
a formação do arquiteto e urbanista e que tenha despertado o pesquisador que existe
dentro de você.
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