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Noções de Libras

Apresentação
Após um período em que o método oralista foi, preferencialmente, escolhido para ditar a educação
de surdos, Willian Stokoe, nos anos de 1960, confere às Línguas de Sinais o status de línguas, ou
seja, há um reconhecimento de suas especificidades linguísticas. Muitos países, posteriormente à
essa data, iniciaram um movimento de oficialização das Línguas de Sinais em seus territórios. No
Brasil, essa oficialização, aconteceu somente em 2002.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará essa língua amplamente difundida no país,
principalmente na área educacional. É de suma importância o conhecimento sobre as
especificidades e as características da Libras, que fazem parte do cotidiano. Além disso, você
também conhecerá aspectos sobre a recepção e a produção da Libras, bem como sobre o seu
ensino em ambientes escolares.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Desenvolver as competências linguísticas, discursivas e sociolinguísticas da Libras.


• Praticar as habilidades de recepção e de produção da Libras.
• Explicar a importância do ensino da Libras nas escolas.
Desafio
O país vive um paradigma educacional inclusivo, ou seja, a escola está apta a atender à toda
diversidade de alunos que compõe as infâncias e juventudes. Parte integrante dessa diversidade
são os alunos surdos que, em grande parte, chegam às escolas sem uma proficiência em Libras e,
consequentemente, com um conhecimento precário da Língua Portuguesa.

A Lei Brasileira de Inclusão, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência,
publicada em 6 de julho de 2015, destaca no Capítulo IV, que trata sobre o Direito à Educação, no
artigo 28 inciso IV, a "oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade
escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, em escolas ou classes bilíngues e em escolas
inclusivas" (BRASIL, 2015).

Considerando esse contexto, o que você faria: defenderia a continuidade das aulas de Libras ou
não? Justifique.
Infográfico
É muito importante que a criança surda tenha acesso à língua de sinais desde o seu nascimento,
uma vez que essa é a língua materna desses sujeitos. Nesse sentido, é fundamental que a criança
surda tenha acesso à língua de sinais, nos mais variados contextos em que ela circula, e não
somente na escola.

Neste Infográfico, você conhecerá os principais contextos de aquisição da língua de sinais pela
criança surda descritos por Quadros & Cruz (2011).
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Conteúdo do livro
Da mesma forma que os sujeitos ouvintes têm acesso a sua língua natural, no caso a Língua
Portuguesa, desde o seu nascimento, os sujeitos surdos também têm esse mesmo direito.

Afinal: qual a melhor idade para aquisição da língua de sinais pela criança surda? No caso do Brasil,
a Língua Brasileira de Sinais - Libras é considerada primeira ou segunda língua da criança surda?
Surdos, filhos de pais ouvintes: quais as implicações? E surdos, filhos de pais surdos? Essas são
algumas das reflexões/indagações que pretendem ser respondidas durante o estudo.

No capítulo Noções de Libras, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender um
pouco sobre os processos de aquisição da língua de sinais pela criança surda, bem como, seus
estágios. Além disso, temas como recepção e produção da Libras e o papel da escola, frente ao
discente surdo, também serão abordados.

Boa leitura.
LÍNGUA BRASILEIRA
DE SINAIS
Noções de Libras
Gabriel Pigozzo Tanus Cherp Martins

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Reconhecer a Libras a partir das competências linguísticas, discursivas e


sociolinguísticas.
> Identificar os conceitos de recepção, produção, tradução e interpretação
em Libras.
> Explicar a importância do ensino da Libras na escola.

Introdução
A língua brasileira de sinais (Libras) vem ganhando notoriedade nas discussões
sobre educação inclusiva, principalmente sobre educação de surdos, desde
seu reconhecimento em 2002 com a Lei n° 10.436, de 24 de abril (BRASIL, 2002).
É verdade que entre o reconhecimento legal e o uso e/ou ensino nas escolas
comuns há um enorme abismo que se faz necessário transpor. Há uma disputa
por poderes linguísticos nestes espaços e até o presente momento a Libras está
em desvantagem. Faz-se mister que pesquisadores, docentes e a comunidade
surda se organizem para igualar essas forças dentro das instituições educacionais.
Neste capítulo, você vai conhecer as competências linguísticas, discursivas e
sociolinguísticas da Libras e seus recursos. Vai estudar conceitos de tradução e
interpretação da Libras e as diferenças entre essas duas atividades. Por fim, vai
conferir a importância do ensino da Libras nas escolas inclusivas.
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Competências linguísticas, discursivas


e sociolinguísticas da Libras
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é reconhecida como meio legal de
comunicação e expressão da comunidade surda do Brasil (BRASIL, 2002). A
Libras está envolvida em um crescente processo de ensino e pesquisa. É por
meio dela que os surdos compreendem, interagem e agem sobre o mundo em
que vivem, a fim de transformá-lo e torná-lo mais acessível, além de expressar
sua cultura e seu modo de viver.
A Libras é uma língua de modalidade visual-espacial: o corpo, as mãos e
as expressões faciais são primordiais para a comunicação. É como as pessoas
surdas se sentem seguras e confortáveis para se comunicar e se informar.
A origem da Libras remonta à segunda metade do século XIX, quando
se criou o Imperial Instituto de Surdos Mudos, atual Instituto Nacional de
Educação de Surdos (INES), na cidade do Rio de Janeiro. Nesse período, os
surdos de todo o país iam estudar nesse instituto e, a partir de então, houve
uma sistematização das diversas linguagens usadas pelos estudantes (PEREIRA
et al., 2011). A partir da década de 1960, Willian Stokoe, um importante linguista
norte-americano, se debruçou sobre a língua de sinais americana (ASL),
identificando que nela há todas as características de uma língua natural
(QUADROS; KARNOPP, 2007).

Assim como as línguas orais, as línguas de sinais são diferentes em


cada país. Por exemplo, em Portugal há a língua gestual portuguesa
(LGP); na Argentina, a Lengua de Señas Argentina; no Chile, a lengua de señas
chilena; nos Estados Unidos, a American sign language; entre outras.

Esse foi o início de um longo processo de estudo e pesquisa sobre línguas


de sinais em todo o mundo. Com essas pesquisas iniciais, identificaram-se
algumas características das línguas de sinais, classificadas como aspectos
fonológicos e morfológicos. Isso significa que há unidades mínimas sem e
com significado. No nível fonológico, por exemplo, foram estabelecidos os
cinco parâmetros a seguir (QUADROS; KARNOPP, 2007).

„ Configuração de mão (CM): forma que as mãos tomam para a realização


do sinal.
„ Ponto de articulação (PA) ou locação (L): locais em que se realiza a
sinalização.
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„ Movimento (M): movimento que as mãos e o corpo fazem no momento


da sinalização.
„ Orientação da palma da mão (O): mostra o direcionamento das palmas
das mãos quando se sinaliza.
„ Expressões não manuais (ENM): expressões faciais e corporais realizadas
no processo comunicativo.

Esses sinais podem ser feitos ancorados no corpo ou à frente do sinalizante


e são criados com a combinação desses parâmetros. Confira na Figura 1 um
exemplo de como os parâmetros se relacionam na elaboração de um sinal
em Libras.

Figura 1. Três dos parâmetros da Libras: locação (L), movimento (M) e configuração de mão (CM).
Fonte: Quadros e Karnopp (2007, p. 51).

Aquisição da Libras
A cultura surda é definida como a forma de “o sujeito surdo entender o mundo
e modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável ajustando-o com suas
percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas”
(STROBEL, 2009, p. 27). Prover o acesso à língua desde a mais tenra idade é
essencial para garantir um desenvolvimento pleno e integral do sujeito, além
de proporcionar sua percepção e interação com o mundo que o cerca.
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As crianças ouvintes, logo ao nascerem, entram em contato com a língua


majoritária — no nosso caso, a língua portuguesa —, na modalidade oral, por
meio dos mais diversos canais. A maioria das crianças surdas, por sua vez, não
tem esse contato linguístico desde que nascem. Por isso, é necessário usar a
Libras desde o nascimento, para que essa criança cresça imersa em sua cultura
e crie sua identidade. Ao crescerem e se desenvolverem tomando consciência
de sua condição, alguns surdos passam a frequentar as associações e a se
relacionar com seus pares, adquirindo ou desenvolvendo os demais artefatos
culturais, além da língua e da identidade.
Há três espaços possíveis para aquisição da Libras: o lar, a escola e a
clínica. Cada um deles tem sua importância, dependendo da história de
vida da criança surda. No lar, em geral o primeiro local de contato com a
língua, os bebês têm contato com os pais, surdos ou não, mas que sinalizam.
Algum outro familiar (tio, tia, avó ou avô, etc.) é fundamental nesse espaço.
A escola pode atender às especificidades linguísticas desses indivíduos,
com a presença de adultos surdos ou ouvintes, mas fluentes em Libras, e/
ou a presença de outras crianças surdas para que a língua seja usada nas
relações. Já a clínica é o local onde, de preferência com uma abordagem
oralista, a criança tem contato com a linguagem antes de ingressar à escola
comum (QUADROS; CRUZ, 2011).
O período em que a surdez foi detectada também influencia na aquisição
da Libras. Alguns diagnósticos costumam ser concluídos quando as
crianças estão no terceiro ou quarto ano de vida. Isso, comparado ao
caso das crianças ouvintes, faz as crianças surdas apresentarem atrasos
no desenvolvimento da linguagem, comprometendo seu desenvolvimento
integral e suas relações. O sucesso ou o fracasso desse processo depende,
em grande parte, do acesso às informações que os pais ou responsáveis têm
sobre a língua de sinais e sobre a surdez. Essas informações despertam nos
pais ou responsáveis a consciência sobre a necessidade de a criança surda
adquirir uma língua de modalidade visual-gestual, além de estabelecer
comunicação com os filhos, viabilizando um ambiente linguístico adequado
(QUADROS; CRUZ, 2011).
Confira a seguir os quatro estágios de aquisição de linguagem das crianças
surdas (QUADROS; CRUZ, 2011).

„ Primeiro estágio (pré-linguístico): as crianças surdas começam a


balbuciar, o que também acontece com as crianças ouvintes. O balbucio
apresenta partes do sistema fonológico das línguas de sinais.
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„ Segundo estágio: acontece por volta dos 12 até os 24 meses. A criança


se refere aos objetos apontando, segurando, olhando e tocando-os. As
primeiras produções incluem as formas da produção adulta chamadas
de congeladas, ou seja, a criança usa uma palavra com um significado
mais amplo.
„ Terceiro estágio: após o período de dois anos, as crianças surdas
começam a produzir as primeiras combinações de sinais, com o intuito
de descrever ações e acontecimentos do seu cotidiano. Usam, de
forma inconsistente, o sistema pronominal e a ordem verbo-objeto
em sua sinalização. Esse estágio dura aproximadamente até o 30º
mês de vida.
„ Quarto estágio: é o das múltiplas combinações. Há uma “explosão de
vocabulário”, e as crianças iniciam o processo de produção de frases
curtas e sentenças.

É importante que a criança surda esteja em um ambiente linguístico


adequado para que possa ter condições naturais de aquisição de linguagem
e desenvolvimento integral.

A Libras não é baseada em gestos ou mímicas. A errônea percepção


de que é uma linguagem mímica está associada à iconicidade. É
comum que aprendizes achem que, espacialmente e visualmente, a língua se
torna mais palpável e concreta. No entanto, ela tem uma estrutura gramatical
própria que a legitima como língua e, por isso, também não pode ser confundida
com uma versão sinalizada da língua oral.
Em muitos contextos educacionais, porém, equivocadamente os profissionais
usam o que é conhecido como português sinalizado, uma forma de tentar se
comunicar usando a Libras, mas seguindo a gramática da língua portuguesa.
Esse uso equivocado impossibilita a elaboração de sentenças compreensíveis
visualmente em Libras, além de não respeitar a estrutura gramatical de
nenhuma das línguas envolvidas (nem Libras nem português), criando barreiras
comunicacionais e informacionais nas relações (GESSER, 2009).
Além disso, temos o alfabeto manual (Figura 2), que não é a Libras em si,
mas um conjunto de configurações de mão (CM) que representam, na Libras,
as letras do alfabeto da língua portuguesa. Os sinalizantes usam o alfabeto
manual com um dos recursos para expressar palavras que não têm um sinal
na Libras, além de soletrar nomes de pessoas, lugares e siglas. É um recurso
linguístico (PEREIRA et al., 2011).
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Figura 2. Alfabeto manual da Libras.


Fonte: Cristiano (2020, documento on-line).

Nesta seção, conhecemos a constituição linguística da Libras, sua origem e


alguns marcos importantes, como a criação do Instituto Nacional de Educação
de Surdos. Na próxima seção, vamos estudar a diferença entre tradução e
interpretação, bem como o papel do intérprete educacional.

Tradução e interpretação de Libras


O objetivo da interpretação e da tradução é transladar informações de uma
língua-fonte para uma língua-alvo. No caso do par linguístico Libras-língua
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portuguesa, isso ocorre nos contextos em que falantes de um dos idiomas


não tem fluência no outro idioma. A Libras ocorre de maneira sinalizada, e a
língua portuguesa de forma oral.
A interpretação é um processo que, geralmente, acontece de forma si-
multânea, em contextos em que a oralidade prevalece, como uma palestra,
uma aula, um encontro entre falantes de duas línguas diferentes. O intér-
prete de língua de sinais “é o profissional que domina a língua de sinais e a
língua falada do país e que é qualificado para desempenhar a função”. Ao
realizar a interpretação, ele deve “observar os seguintes preceitos éticos:
confiabilidade, imparcialidade, discrição, distância profissional e fidelidade”
(QUADROS, 2004, p. 28).
Para a tradução, utilizam-se meios diferentes para chegar ao mesmo fim, de
transladar de uma língua para outra. Comumente, os tradutores trabalham com
textos escritos e/ou gravados (sinalizados) e têm um prazo maior para efetuar
a tradução do material recebido. Esse prazo varia de acordo com a demanda
de quem solicitou à tradução. O tradutor, portanto, costuma ter um tempo
maior para consultar fontes históricas, dicionários e materiais diversos, além
de revisar o conteúdo em que está trabalhando. Já o intérprete, em geral, não
dispõe desse tempo, porque a interpretação é realizada concomitantemente
com a fala e/ou discurso de um dos interlocutores.
Confira no Quadro 1 outras principais diferenças que geralmente se ob-
servam entre tradutores e intérpretes.

Quadro 1. Diferenças entre tradutores e intérpretes

Tradutores Intérpretes

Revisam seu trabalho ou solicitam Tomam decisões muito rápidas em


para um assistente de tradução relação ao significado do texto sem, às
revisá-lo, pois têm o texto permanente vezes, saber a intenção do autor ou o
à sua disposição. significado antecipadamente.

Reportam ao texto-fonte com Têm a opção de perguntar diretamente


frequência, tendo a opção de retornar à fonte, quando imaginam que cometeu
às partes já traduzidas, em qualquer erros ou quer esclarecer uma informação
tempo, pois o texto e a tradução são com antecipação.
escritos.

Podem se adiantar no texto para Não podem voltar atrás em partes do


resolver, antes, problemas de gênero discurso e, raramente, podem incorporar
no pronome de uma das línguas. feedback de outros ou rever o trabalho
antes do conhecimento público.

(Continua)
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(Continuação)

Tradutores Intérpretes

Usam dicionários e outros materiais, Não usam dicionários.


revendo a tradução e fazendo
correções.

Têm tempo para fazer pesquisas São muito limitados pelo tempo,
visando a buscar o sentido linguístico impossibilitando a busca pelo sentido
para a equivalência da mensagem. equivalente da mensagem. Isso os faz
deixar em segundo plano a escolha
linguística em favor do sentido.

Dificilmente encontram-se com o


autor do texto-fonte para dirimir
dúvidas de qualquer tipo.

Fonte: Adaptado de Leite (2005).

Tradutor-intérprete educacional
Nos contextos em que não há oferta de escolas bilíngues para surdos (quando a
língua de instrução é a Libras, e a língua portuguesa é ofertada na modalidade
de leitura e escrita), os surdos percorrem sua trajetória escolar em instituições
de ensino cuja perspectiva é a inclusão. Os conteúdos, métodos, práticas,
avaliações, currículo, entre outras questões que envolvem a organização
escolar, são pensados por e para ouvintes. Muitas vezes, o aluno surdo é o
único entre todos os discentes de uma determinada instituição.
Para que a acessibilidade linguística, informacional e comunicacional se
realize nesses espaços, a escola comum inclusiva conta com a presença do
tradutor-intérprete de Libras-língua portuguesa (TILSP). Esse profissional é
responsável por interpretar os conteúdos ministrados em cada disciplina,
tornando-os acessíveis, além de incentivar os discentes surdos a participa-
rem das aulas questionando, refletindo e discursando sobre os assuntos
abordados. Cabe também ao TILSP educacional comunicar aos surdos as
regras e normas da instituição, bem como a dinâmica escolar. É uma área da
interpretação muito requisitada (ALBRES, 2015; QUADROS, 2004).
A formação para que o TILSP atue em contextos educacionais não pode
ser somente técnica e de domínio das línguas, mas também uma formação
que abarque conhecimentos pedagógicos sobre a pedagogia surda, sobre
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as necessidades educacionais dos surdos e sobre o campo da educação


como um todo. É necessário que o TILSP educacional tenha conhecimento
sobre o que são os processos de inclusão e exclusão, sobre a cultura surda e
demais elementos que atravessam o fazer interpretativo na área da educação
(ALBRES, 2015).

Recepção e produção da Libras


As práticas de produção e recepção da Libras estão relacionadas ao contato
com seus pares linguísticos, de preferência surdos adultos e sinalizantes.
As crianças surdas precisam desse referencial para se reconhecerem como
surdas e linguisticamente diferentes, a fim de interagir e modificar o mundo
que as cerca. Esses adultos servirão como um modelo a ser seguido linguística
e culturalmente.
Cerca de 95% das crianças surdas são filhas de pais ouvintes e, por isso, a
língua de sinais não circulará em grande parte dos lares com a frequência e a
importância devidas. As crianças surdas terão acesso tardiamente à Libras,
o que torna importante a presença de um adulto surdo. É fundamental que
os pais ouvintes aprendam a Libras para se comunicarem com seus filhos,
minimizando as barreiras comunicativas e informacionais (RODRIGUES, 2014).
Ao atingirem a idade escolar, muitas crianças surdas chegam à escola sem
uma língua adquirida, pronta e internalizada. O paradigma atual é o de uma
escola inclusiva, uma escola para todos, uma escola que viva e promova a
diversidade, uma escola onde a diferença é valorizada, é estimulada, é traba-
lhada nos currículos e nas relações. Contudo, a língua majoritária é a língua
portuguesa; o currículo é pensado por e para ouvintes; as práticas, métodos
e avaliações também são pensados por e para ouvintes. É importante pensar
no papel dos discentes surdos nesse espaço do saber e em que língua ele
adquire os conhecimentos curriculares e mantém as relações estabelecidas.
Além disso, devem ser consideradas as especificidades dos discentes surdos
na escola para todos.
Nesta seção, conhecemos mais sobre as diferenças entre tradução e
interpretação do par linguístico Libras-língua portuguesa e algumas de suas
características. Estudamos as funções e os aspectos que perpassam o fazer
do intérprete educacional durante sua atuação na educação básica. Na pró-
xima seção, vamos abordar a importância do ensino da Libras nas escolas
de educação básica.
10 Noções de Libras

Importância do ensino de Libras na escola


O modelo educacional em que estamos inseridos segue os preceitos da Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008
(BRASIL, 2008). Portanto, grande parte de nossas escolas são inclusivas. As
crianças surdas são matriculadas nessas instituições, que como vimos, são
pensadas por e para ouvintes. Há um abismo entre a expectativa apresentada
por teóricos e nas legislações vigentes e a realidade vivida pelas crianças
surdas brasileiras.
Nas escolas inclusivas, geralmente, o aluno surdo só tem como interlocutor
o TILSP, que faz a tradução dos conteúdos das disciplinas e a mediação entre
os alunos surdos e a mediação destes com os demais atores escolares, como
alunos ouvintes e professores. No entanto, somente a presença do TILSP não
é suficiente para garantir a inclusão dos discentes surdos. Deve-se envolver
toda a comunidade escolar nesse processo (ALBRES, 2015).
Após o reconhecimento da Libras como língua de expressão e comunica-
ção da comunidade surda do país, com a Lei de Libras, houve uma demanda
crescente pela inserção da Libras como disciplina nas escolas de educação
básica. Além de ser a forma de comunicação das crianças surdas, o ensino
de Libras nas escolas comuns inclusivas abre infinitas possibilidades de
relacionamento e formação da comunidade escolar, inclusive contribuindo
para a eliminação do que chamamos de audismo, os preconceitos com as
pessoas que têm alguma restrição de audição (BRASIL, 2002).
O aprendizado da Libras para as crianças surdas extrapola as necessidades
básicas comunicativas. Ele é fator preponderante na relação com a família e
com a sociedade. O uso corrente da língua de sinais na escola é uma maneira
de ampliar as redes de contato e interação entre os agentes educacionais.
Criar um ambiente favorável para o ensino da Libras é essencial para que se
construa uma escola verdadeiramente inclusiva (BERNARDINO, 2014).
O ensino da língua brasileira de sinais nas escolas contribui para o de-
senvolvimento da autonomia social, emocional e intelectual das crianças
surdas, bem como abre as portas para um conhecimento de mundo que, até
o ingresso na educação básica, é restrito. Como cerca de 95% das crianças
surdas são filhas de pais ouvintes, muitas delas chegam à escola sem uma
língua adquirida, sem ter domínio da Libras. Esse é um dos gargalos que a
educação inclusiva precisa urgentemente resolver (RODRIGUES, 2014).
O ensino da Libras pode ser ofertado como ensino de primeira língua (L1)
para os surdos e segunda língua (L2) para os ouvintes. A escola deve ofertar
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às crianças surdas momentos em que elas possam, de preferência com um


adulto surdo, vivenciar momentos de interação e aprendizado de sua L1. O
ensino de Libras para ouvintes (L2) deve capacitar as crianças ouvintes para
que elas possam se comunicar com as crianças surdas dentro e fora dos
muros da escola (QUADROS; CRUZ, 2011).

O adulto surdo faz toda a diferença no trato com a criança surda filha
de pais ouvintes. Ele será o referencial linguístico e cultural para
essas crianças. É uma maneira de elas projetarem uma perspectiva de futuro e
terem acesso à Libras e à cultura surda por meio de um nativo (BERNARDINO, 2014).

Como vimos, o ensino de Libras nas escolas de educação básica apresenta


a perspectiva de uma inclusão dos surdos na comunidade escolar. Com a
implementação dessa disciplina no currículo da escola, mostra-se para os
membros dessa comunidade que a instituição está preocupada e envolvida
com as causas do movimento surdo, que respeita seus direitos linguísticos e
compreende a importância do ensino e da divulgação da Libras para docentes,
discentes, demais profissionais da escola, além da comunidade externa.
Neste capítulo, estudamos a Libras, uma língua de modalidade gestual-
-visual capaz de oportunizar aos surdos a autonomia necessária para viver,
relacionar-se e informar-se. Vimos também que, com a presença dos TILSP,
as barreiras de acessibilidade são rompidas em contextos escolares e não
escolares e que esses profissionais são fundamentais para um processo
educacional mais equitativo. Por fim, observamos que a inclusão da Libras
como disciplina obrigatória na educação básica e a presença de surdos adultos
nesses espaços é fundamental para que a sociedade modifique seu olhar
sobre os surdos.

Referências
ALBRES, N. A. Intérprete educacional: políticas e práticas em sala de aula inclusiva.
São Paulo: Harmonia, 2015.
BERNARDINO, E. L. A. Aquisição de línguas de sinais por crianças surdas e sua relação
com o bilinguismo. Educação em Foco, v. 19, n. 2, p. 71-100, 2014.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Si-
nais - Libras e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2002.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm. Acesso
em: 12 dez. 2022.
12 Noções de Libras

BRASIL. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva.


Brasília, DF: MEC, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/
politicaeducespecial.pdf. Acesso em: 12 dez. 2022.
CRISTIANO, A. Alfabeto manual. Libras, 2020. Disponível em: https://www.libras.com.
br/alfabeto-manual. Acesso em: 12 dez. 2022.
GESSER, A. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da língua de
sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
LEITE, E. M. C. Os papéis do intérprete de libras na sala de aula inclusiva. Petrópolis:
Arara Azul, 2005.
PEREIRA, M. C. C. et al. Libras: conhecimento além dos sinais. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2011.
QUADROS, R. M. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa.
Brasília, DF: MEC, 2004.
QUADROS, R. M.; CRUZ, C. R. Língua de sinais: instrumentos de avaliação. Porto Alegre:
Artmed, 2011.
QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto
Alegre: Artmed, 2007.
RODRIGUES, C. H. A realidade plurimultilíngue brasileira: língua de sinais e políticas
linguísticas. Educação em Foco, v. 19, p. 43-69, 2014.
STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. 2. ed. Florianópolis: UFSC, 2009.

Leituras recomendadas
BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de
24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18
da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília, DF: Presidência da República,
2005. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2005/decreto-5626-
-22-dezembro-2005-539842-publicacaooriginal-39399-pe.html. Acesso em: 12 dez. 2022.
BRASIL. Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010. Regulamenta a profissão de Tradutor e
Intérprete da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Brasília, DF: Presidência da República,
2010. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/
l12319.htm. Acesso em: 12 dez. 2022.
BRASIL. Lei nº 14.191, de 3 de agosto de 2021. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para dispor sobre a moda-
lidade de educação bilíngue de surdos. Brasília, DF: Presidência da República, 2021.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/Lei/L14191.
htm. Acesso em: 12 dez. 2022.
SILVA, V. A política da diferença: educadores intelectuais surdos em perspectiva. Tese
(Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
SKLIAR, C. (org.). A surdez: um olhar sobre as diferenças. 8. ed. Porto Alegre: Mediação,
2015.
SKLIAR, C.; LUNARDI, M. L. Estudos surdos e estudos culturais em educação: um debate
entre professores ouvintes e surdos sobre o currículo escolar. In: LACERDA, C. B. F.; GOÉS,
M. C. R. (org.). Surdez: processos educativos e subjetividade. São Paulo: Lovise, 2000.
Noções de Libras 13

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
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declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.
Dica do professor
Assim como qualquer criança ouvinte, a criança com surdez passará pelas fases de aquisição da
linguagem: pré-linguístico, estágio de uma palavra, estágio das primeiras combinações e estágio das
múltiplas combinações. Cabe ao adulto reconhecer o momento em que a criança está e assim
buscar recursos e ferramentas que possam contribuir nesse processo.

O professor precisa conhecer propostas e metodologias para estimular seu aluno nos diferentes
estágios de desenvolvimento da linguagem, mas para isso é necessário conhecê-las.

Assista ao vídeo da Dica do Professor e você poderá se informar sobre cada um desses estágios.

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Exercícios

1) No prefácio do livro Língua de Sinais: instrumentos de avaliação (QUADROS & CRUZ, 2011),
Maria Cristina Pereira aponta que “estudos sobre crianças surdas filhas de surdos
demonstravam que elas apresentavam desenvolvimento linguístico, cognitivo e acadêmico
comparável ao de crianças ouvintes, o que evidenciou a importância de os surdos serem
expostos à língua de sinais o mais cedo possível”.

Baseado nisso, qual afirmativa está correta?

A) Pesquisas como essa e as reivindicações dos movimentos surdos por direito de usarem a
língua oral, majoritária em seu país, foram importantes no processo de aquisição de língua
pelas crianças surdas.

B) Pesquisas como essa e as reivindicações dos movimentos surdos por direito de usarem a
língua de sinais, foram importantes para a aprovação das leis n.o 10.098/2000 e
10.436/2002, bem como do Decreto n.o 5.626/2005.

C) Pesquisas como essa e as reivindicações dos movimentos surdos por direito de usarem a
língua de sinais, não tiveram impacto na aprovação das leis n.o 10.098/2000 e 10.436/2002
e do Decreto n.o 5.626/2005.

D) Pesquisas como essa são suficientes para a aprovação da Lei n.o 10.436/2002 e do Decreto
n.o 5.626/2005, uma vez que política e movimentos sociais são questões distintas.

E) Pesquisas como essa e as reivindicações dos movimentos surdos foram feitas para garantir o
direito de usarem a língua portuguesa como língua de instrução em seu processo de
aprendizagem.

2) Atualmente, a escola vivencia o paradigma da inclusão, ou seja, da igualdade de acesso e de


permanência de todos os alunos regularmente matriculados.

Sendo um espaço que acolhe a todos, como ela pode se preparar para receber um aluno
surdo?

A) São necessárias adaptações do currículo, dos espaços físicos e dos materiais, além das
mudanças de estratégias, práticas e metodologias, com intuito de tornar a participação dos
discentes surdos possível.
B) Não se faz necessário adaptar currículos e nem o espaço físico, mas sim, os materiais. É
importante repensar estratégias e práticas de ensino, bem como metodologias que busquem a
visualidade e oralidade.

C) O ingresso dos discentes surdos exige da escola uma mudança de perspectiva, ou seja, deve
contratar um intérprete de Libras, que se torne professor desse aluno. Não é necessário
realizar nenhuma adaptação na estrutura escolar.

D) O tradutor intérprete de Libras é o responsável pelo processo de ensino do aluno surdo e é o


profissional que realiza as mudanças na escola.

E) A escola será adaptada, a fim de receber esse aluno surdo. Essas adaptações serão realizadas
nos seguintes quesitos: obras estruturais, horário de funcionamento e atendimento
especializado.

3) “Todos os estudos mencionados sobre a aquisição da língua de sinais por crianças surdas
concluíram que esse processo ocorre em período análogo à aquisição de crianças ouvintes”
(QUADROS, 2008).

Na aquisição de linguagem em crianças surdas, destacam-se quatro períodos (estágios).


Quais são eles?

A) Período pós-linguístico; estágio de um sinal; estágio das primeiras combinações e estágio das
múltiplas combinações.

B) Período pré-linguístico; estágio de dois sinais; estágio das primeiras combinações e estágio
das múltiplas combinações frasais.

C) Período pré-linguístico; estágio de um sinal; estágio das primeiras combinações e estágio das
múltiplas combinações.

D) Período de um sinal; estágio de dois sinais; estágio pós-linguístico e estágio das múltiplas
combinações.

E) Período pré e pós-linguístico; estágio de um sinal; estágio das primeiras frases e estágio das
múltiplas combinações sinalizadas.

4) A educação inclusiva é uma realidade nacional e os discentes surdos fazem parte disso.
Trata-se de línguas diferentes dentro do mesmo espaço pedagógico, cuja importância é
determinada pela quantidade de falantes/usuários. É sabido que, para a inclusão dos surdos,
é necessária uma série de adaptações e mudanças de atitude por parte da comunidade
escolar.
Em relação ao ensino da Libras nesse espaço, marque a alternativa correta.

A) A Libras é o meio de comunicação e expressão da comunidade surda brasileira.

B) A Libras é o meio de comunicação e expressão da comunidade surda internacional.

C) O aprendizado da Libras é obrigatório nos cursos de bacharelado.

D) Não há necessidade da disciplina de Libras nos cursos de licenciatura e fonoaudiologia.

E) A Libras é a língua de instrução nas escolas comuns inclusivas.

5) Carlos Skliar (2010) aponta que a “falta de compreensão e de produção dos significados da
língua oral, o analfabetismo massivo, a mínima proporção de surdos que têm acesso ao
ensino superior, a falta de qualificação profissional para o trabalho, etc.” são motivos para
justificar o fracasso escolar dos surdos.

Dentre as alternativas abaixo, aponte aquela que corrobora com essa reflexão.

A) A escola inclusiva está preparada para atender às demandas educacionais e de formação do


sujeito surdo.

B) A escola inclusiva trabalha numa perspectiva visual, a fim de aproveitar toda a visualidade do
sujeito surdo.

C) A escola inclusiva trabalha com métodos, estratégias, práticas e avaliações pensadas por e
para ouvintes.

D) A escola inclusiva trabalha com estratégias, métodos, avaliações e práticas pensadas para a
diversidade existente entre surdos e ouvintes.

E) A escola inclusiva trabalha numa perspectiva bilíngue de educação, tendo a Libras como
primeira língua e o Português, na modalidade escrita, como segunda língua.
Na prática
O uso e difusão da língua de sinais não precisa ser apenas uma prática de salas de aula ou escolas
que tenham alunos com surdez, todo e qualquer aluno deveria ser colocado em contato com a
língua para que se algum momento precisasse já a conhecesse. Ter apenas um ou dois professores
que saibam e usem a libras limita a circulação e aprendizagem do sujeito com surdez.

No vídeo do Na Prática é apresentada uma sugestão de trabalho a ser realizada na e com a escola
que tenha alunos com surdez, como organizar e proporcionar momentos de aprendizagens a todos
que estejam envolvidos nesse processo.

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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Língua de Sinais: instrumento de avaliação


O livro trata da apresentação de um instrumento de avaliação de linguagem para surdos, com
intuito de suprir uma demanda existente na área. Este material pode ser utilizado por profissionais
que se ocupam de estudar as questões referentes à compreensão e expressão da linguagem, além
de fonoaudiólogos. O instrumento de avaliação é um importante recurso para acompanhar a
aquisição da linguagem, na língua de sinais, em diversos contextos.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

A importância do ensino da Língua Brasileira de Sinais -


LIBRAS
O processo de aquisição da linguagem, por crianças surdas, é análogo ao das crianças ouvintes;
porém, na maioria dos lares, a criança surda não tem contato, desde o nascimento, com a língua de
sinais. Existe uma quantidade significativa de crianças surdas com atraso na aquisição e
desenvolvimento da língua. Isso desencadeia uma série de fatores que prejudicam seu
desenvolvimento linguístico, cultural, social e cognitivo. Nesta Dica do Professor, você terá a
oportunidade de refletir sobre a importância do acesso da criança surda, desde o nascimento, à sua
língua materna e o quanto a escola tem um papel fundamental na aquisição da Libras.

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Seu nome é Jonas


O filme retrata a história de um menino surdo internado com diagnóstico de deficiência mental por
erro médico. Jonas foi retirado do hospital quando tinha, aproximadamente, três anos de idade e, a
partir de então, a mãe do menino peregrina por diversas instituições e experimenta uma série de
técnicas para reparar o déficit auditivo do filho. Durante a trama, diversos desafios familiares são
apresentados, além da luta da mãe em buscar a melhor filosofia para educar seu filho. A história
tem uma reviravolta quando as personagens principais conhecem a Língua de Sinais Americana
(ASL). Apesar de ser da década de 1970, o filme pode ser considerado bem atual.
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Centro de Educação para Surdos Rio Branco


O Centro de Educação para Surdos (CES) Rio Branco é localizado em São Paulo (SP) e atende
crianças e jovens surdos. Com uma proposta de educação bilíngue e bicultural, o CES consegue
potencializar as especificidades dos educandos surdos, conta com uma equipe com profissionais
bilíngues e biculturais, além de promover a língua, a cultura e a identidade surda.

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