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Metodologias e Abordagens no Ensino de LIBRAS como L2
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Metodologias e Abordagens no
Ensino de LIBRAS como L2
Objetivos
• Discutir as abordagens e metodologias aplicadas ao ensino de LIBRAS;
• Relacionar as possibilidades da abordagem comunicativa no ensino de LIBRAS;
• Compreender a importância do ensino voltado para as habilidades receptivas
e expressivas.
Caro(a) Aluno(a),
Leia os materiais propostos nesta Unidade, acesse os links, observe referências bibliográ-
ficas, pois tudo tem sido oferecido a você para uma formação consistente e proficiente.
Bons Estudos!
UNIDADE
Metodologias e Abordagens no Ensino de LIBRAS como L2
Contextualização
No cenário que compõe a sala de aula, o ato de ensinar e aprender uma língua
está marcado de atravessamentos sociodiscursivos, políticos-ideológicos, culturais e
metodológicos. O processo ensino-aprendizagem não é e nunca foi um fenômeno
isolado desenvolvido em um vácuo independente de outras influências sociais. Você
verá que o estudo desta disciplina citará perspectivas das metodologias de ensino
de línguas orais, mas o ponto de partida é de que também se deva teorizar a partir
de perspectivas das culturas surdas e dos contextos de língua de sinais. E daí sua
contribuição para construirmos e refletirmos juntos a prática de ensino de LIBRAS
como L2 e/ou LE, no sentido de criarmos também uma tradição teórico-metodológica
pensada em outra dimensão de ensino-aprendizagem de línguas – a visual-gestual.
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Abordagens e Metodologias Aplicadas
ao Ensino de Língua de Sinais
O linguista suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913), nascido em Genebra, consi-
derado o pai da Linguística, define língua, no livro Curso de Linguística Geral, como
“um sistema de signos que exprimem ideias” (p. 24). Considera que a língua não é
nada mais que um sistema de valores puros. Apresenta sua teoria enfocando a língua
como uma instituição social, produto da coletividade, que estabelece os valores desse
sistema através da convenção social, sobre a qual o indivíduo não teria nenhum poder
de modificá-la, pois possui lei universal, uma parte psíquica. Ela não está completa em
nenhuma pessoa, mas sim, é na coletividade que se completa. Cada elemento linguístico,
cada signo, só possui um valor devido ao signo que o acompanha, que o rodeia. Para
perceber que a língua não é senão um sistema de valores, o linguista parte da análise de
dois de seus aspectos básicos, os sons/letras/parte concreta (significante) e as ideias/
conceito (significado). O que Saussure classifica como sistema de valores é o fato social,
que, estabelecido por via de acordo social, passa a representar grandezas e auxiliar na
gestão de algum aspecto das interações de uma sociedade.
A Linguística, ciência que tem como objeto de estudo a língua, busca, frequentemente,
definir os conceitos de Língua, Língua Materna, Segunda Língua e Língua Estrangeira,
com a consciência da complexidade que existe na definição conceitual desses termos.
A eles, sem dúvidas, estão ligados outros tantos conceitos e pressupostos, como a
própria definição do que é língua e a reflexão metodológica do ensino de uma língua.
No Brasil convivemos com situações de variedades linguísticas, influências linguísticas
na constituição do Português Brasileiro. Não é diferente a formação de nossa Língua de
Sinais, a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais.
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Metodologias e Abordagens no Ensino de LIBRAS como L2
A terminologia Língua Materna, ou a Primeira Língua (L1), não pode ser confun-
dida com a língua que a mãe daquela criança usa. Claro que a presença da mãe e dos
familiares fará relações e ocupará um papel importante no processo de aquisição de
linguagem, mas toda a comunidade que convive com aquela criança terá participação na
estruturação da Língua Materna. Exemplo: uma criança é surda, com familiares ouvin-
tes, não usuários de língua sinais, mas essa criança logo frequenta um espaço linguístico
em sinais, como uma escola bilíngue para surdos. A presença da língua de sinais terá
papel direto em sua aquisição da língua de sinais como sua Língua Materna.
Então, vimos que a língua dos pais não será, necessariamente, a Língua Materna do sujeito,
seja ele surdo ou ouvinte. Mas que tal pessoa, ao ter contato com mais de uma língua, se
tornará bilíngue. Um exemplo disso é a criança ouvinte, filha de pais surdos.
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https://goo.gl/4YY5o7
A definição de Língua Materna para o surdo, filho de ouvintes, é uma parte da lin-
guística que ainda possui muito campo para ser pesquisado. Não podemos ignorar que
uma criança surda, filha de ouvintes, que utilizam a oralização com essa criança, mesmo
que não ouça, faça relação em sua aquisição de linguagem, pois enquanto sujeito, somos
marcados pela subjetividade. Ele é surdo, mas possui sensibilidade, percepção.
A aprendizagem de uma Segunda Língua (L2 ), desta forma, se dá, quando o indiví-
duo já domina, em parte, ou totalmente a(s) sua(s) L1, ou seja, quando ele já está em um
estágio avançado da aquisição de sua Língua Materna. Uma escola bilíngue para surdos,
por exemplo, fará um trabalho com a língua de sinais, primeiramente, o que podemos
chamar de uma espécie de Letramento, para depois introduzir o ensino de segunda
língua escrita.
A situação tem que ser favorável para a aprendizagem de uma Segunda Língua
(SL ou L2): um novo meio, um contato mais intensivo com uma nova língua que seja
importante para a comunicação e para a integração social. A comunicação precisa
ser diária, que a língua a ser aprendida tenha uma função diária na vida do indivíduo e
que tal língua desempenhe um papel na integração em sociedade. A aprendizagem de
uma Segunda Língua, pensada como uma Língua Estrangeira (LE), possui semelhanças:
o fato de serem desenvolvidas por indivíduos que já possuem habilidades linguísticas,
com domínio de fala, isto é, por alguém que possui outros pressupostos cognitivos,
que organiza seus pensamentos pela aquisição da L1. O surdo brasileiro aprenderá
português escrito, por exemplo, porém de forma diferente do que a aquisição de Libras,
como L1.
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Aquisição e Aprendizagem
Aquisição: Aprendizagem:
processo subconsciente/intuitivo de princípios gramaticais. estudo consciente de gramática.
Presente na Língua Materna – L1. Presente na Segunda Língua – L2
De modo geral, não podemos esquecer que a criança ouvinte está todo o tempo
motivada a produzir a fala, enquanto a criança surda, a produzir sinais, por causa do
ambiente em que estão inseridas, principalmente porque é por esse meio linguístico
que a criança expressa-se e é compreendida. Também, a fala/sinal é um processo de
descobrimento natural da criança. No entanto, esse processo não é o mesmo com
o aprendiz de L2, seja ele criança, jovem ou adulto. É comum o aprendiz de uma
L2 buscar tal conhecimento depois de uma certa idade, o que gera uma implicação
psicolinguística de que quem aprende uma L2 traz consigo um outro sistema linguístico,
que é o da L1. Por esse fato, o aprendiz que já possui um sistema de hábitos musculares
e neuromusculares terá que substituir esse sistema gradativamente pelo da L2.
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Ser professor de Língua de Sinais requer uma consideração atenta às singularidades
apresentadas aqui, seja com aluno ouvinte, seja com aluno surdo. O aluno necessita,
em primeiro lugar, estabelecer relações entre o que vive em sala de aula e fora dela,
contextualizar socialmente os conteúdos, explorando, quando possível, filmes, docu-
mentários, literatura específica, jornais, jogos, de modo a tornar a aula e a aprendiza-
gem mais significativas.
As metodologias de ensino de línguas orais, de forma geral, oscilam entre duas abor-
dagens:
• Foco no uso da língua
• Foco na forma
Você deve estar se perguntando a esta altura: (1) qual a diferença entre abordagem
e metodologia de ensino? E (2): o que significa uma abordagem com foco na forma e
outra com foco no uso da língua?
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Vejamos que na hierarquia proposta acima, dois outros termos se relacionam: Méto-
do e Técnica. Podemos definir Método como a “um plano geral de apresentação siste-
mática da língua baseado em uma abordagem” e Técnica como tarefa, procedimento,
atividade, exercício. Seguimos o conceito de Brown (1994:48), ao falar de Técnica,
quando diz que seriam “as atividades específicas manifestadas na sala de aula que são
consistentes com o método e, portanto, também em harmonia com a abordagem”
(BROWN, 1994: 48). Com isso, podemos entender por que métodos distintos podem
pertencer a uma mesma abordagem.
- uma pode ser mais gramatical (forma): aqui, temos uma abordagem de viés estrutu-
ral da língua(gem); deve ser entendida e estudada a partir da análise da estrutura formal
da língua alvo. Assim, nesta abordagem, é mais contemplado o estudo da gramática,
como objeto de estudo e aprendizagem pelo aluno, ou seja, inclui o estudo das regras
gramaticais, da sintaxe e da fonética, por exemplo. Aqui, o ensino se baseia em livros
didáticos, no intuito de transmitir conteúdos da estrutura gramatical da língua alvo.
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Diante das definições destas duas grandes abordagens de ensino de línguas – uma mais
estrutural (foco na forma) e outra mais comunicativa (foco no uso) – fica ainda um lembrete:
o professor é quem irá decidir, considerando as diversidades (e adversidades!), quais
aspectos do ensino e da aprendizagem são mais ou menos relevantes em determinadas
situações, pois é sabido que não há teoria ou combinação de teorias capazes de dar conta
de todos os desafios presentes nos contextos de aprendizagem de línguas segundas e/ou
estrangeiras. A competência do professor é fundamental neste sentido.
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Estar diante de uma sala nos trouxe reflexões acerca da forma de ensino de Libras
como segunda língua. É necessário que o docente tenha dinâmicas e didática de ensino
voltadas para a turma que está sendo ensinada. Necessitará observar: a idade dos alunos,
seus interesses pessoais, objetivos, o quanto desejam aprender LIBRAS como L2, entre
outros fatores presentes em uma sala de aula. Dessa forma, a possibilidade do desperta-
mento, desejo e o interesse de aprender dos alunos, sem dúvida, será bem maior.
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O professor nasce pronto? Claro que não. Ao longo de nossa vida nos tornamos
professores. A prática docente é também um processo, trabalhado em nós,
gradativamente. Na dinâmica desse processo, amadurecemos nossos conceitos de
ensino, aperfeiçoamos nossa maneira de observar e interagir com os fatos, com
as pessoas. Refletir sobre a prática, como ensinamos e como nos convém ensinar,
é fundamental para nosso amadurecimento profissional. Como professor(a),
você percebeu que determinada atividade em LIBRAS foi eficaz, divertida, ou
ao contrário, foi maçante, não surtiu efeito na classe - reflita, refaça, aperfeiçoe,
mantenha aspectos positivos. Isso nos faz crescer também como pessoas. Fazemos
parte do processo, não estamos isolados.
Como será que um professor de LIBRAS como segunda língua constrói sua carreira?
Na reflexão, leitura, pesquisa, interação, uso da língua em diversos contextos. Vários
pontos neste sentido podem ser citados, ou mesmo complementados por você,
aluno(a), futuro(a) professor(a).
Cabe a nós, professores, juntos, encontrarmos meios eficazes de ensinar a língua de
sinais para ouvintes, sem fugir da grande responsabilidade que é ensinar.
Manual para o professor: Orientações para o exercício da docência em sala de aula regular
com alunos surdos inclusos: https://goo.gl/jcchRy
O ensino de LIBRAS, como segunda língua, considerada uma língua estrangeira para
o surdo, na tentativa de dar conta do campo novo que se abriu, buscou subsídios teóricos
no campo da Linguística Aplicada (LA), diante de variadas abordagens de ensino. O que
possuíam em comum, na verdade, a língua oral e a língua de sinal, enquanto língua, era o
termo estrangeira. Tratam-se de línguas com modalidades totalmente diferentes, cada qual
com suas especificidades. Como utilizar uma mesma teoria de segunda língua que abarque
o ensino de segunda língua em modalidade oral-auditiva e não visuo-espacial, como é a
língua de sinais? Esse é um tema complexo que merece um tratamento verticalizado.
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A autora cita que cada abordagem tem seus princípios específicos e que convocam
métodos e as estratégias próprias a serem empregadas em sala de aula.
A abordagem comunicativa adotou uma nova abordagem, um novo foco, nos anos
70, sobre o ensino de língua estrangeira. A aprendizagem começou a ser tratada não
como um hábito mecânico, repetitivo, mas sim como resultado da interação de forma
significativa entre o aprendiz, com sua língua materna, e os usuários da língua a ser
aprendida, a segunda língua, a língua-alvo. Nesta abordagem comunicativa, a aprendi-
zagem da gramática não foi colocada como foco principal, apesar de ocupar seu papel
importante também no processo, mas como o nome já define, o destaque ficou para as
funções comunicativas da nova língua. A gramática passa a ocupar um papel subordina-
do à função comunicativa.
Uma aula de LIBRAS pode ser organizada da seguinte forma: o(a) professor(a) in-
troduz a aula com uma foto, uma imagem. Discute o que os alunos entenderam, o que
pode ser dito sobre o tema em língua de sinais, que sinais se relacionam com o tema,
que sentenças são possíveis ser extraídas no contexto da figura ou foto introdutória,
diante da língua-alvo.
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Até aqui relembramos a complexidade existente na discussão sobre metodologias de ensino
de línguas, os conceitos que precisam ser esclarecidos, especialmente quando pensamos
no ensino de LIBRAS, uma língua de modalidade visuogestual. É importante lembrar que
as metodologias não devem ser apropriadas pelo professor dentro de uma perspectiva
universal ou imutável. Importante é a própria avaliação diagnóstica do professor: quem
é o aluno com quem ele irá interagir, qualidade, expectativas, interesses, condições de
ensino, maturidade linguística, entre outros pontos. Duas grandes abordagens foram
apresentadas com o intuito de esclarecer que os métodos apontam dois eixos: um com
o foco mais voltado para a forma e o outro para o uso da língua. Não esmiuçamos as
particularidades de cada método, contudo podemos antecipar que as metodologias –
termo abrangente para se referir aos métodos – permeiam-se por três Áreas do Saber:
a Linguística, a Psicolinguística e o Ensino de Línguas, cujos conceitos de língua(gem),
aprender e ensinar são fundamentais para toda a construção teórica.
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Wilcox & Wilcox (1997) e Gesser (1999) propõem uma nova nomeação para essa
modalidade de língua. Este modelo passa a ser lido da seguinte forma para o ensino de
LIBRAS, sem esquecer a complexidade e trabalho cerebral pelo aprendiz:
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E quanto às duas outras habilidades, leitura e escrita, no contexto de ensino de
LIBRAS como L2? Também ocupam um papel importante? Seriam tais habilidades
somente restritas para aplicação no ensino e aprendizagem do SignWriting (SW) – Sis-
tema de Escrita da Língua de Sinais? Não podemos afirmar que para um ouvinte, leitura
e escrita da L1, língua portuguesa, teria um papel neutro neste processo de aprendiza-
gem por alunos ouvintes. Esta é uma questão que merece um maior amadurecimento
teórico e pesquisas específicas sobre o tema. São teorias que investigam sobre aspectos
de processamento cognitivo das habilidades produtivas e receptivas da língua de uma
forma geral.
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O professor ouvinte até poderá também utilizar o português escrito quando seu aluno
não compreendeu sua sinalização. Ou mesmo fazer a datilologia da palavra. A língua
materna dos alunos ouvintes não precisa ser excluída do processo de ensino pelo pro-
fessor. Pode fazer uso em algumas ocasiões que julgar necessário, dentro de um critério
e equilíbrio, para que o aluno ouvinte, aprendiz de LIBRAS, não se torne dependente da
sua tradução – escrita e/ou fala. É preciso refletir na língua alvo a ser aprendida.
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Produção Oral e Expressão Sinalizada: Alguns Paralelos
Atualmente, podemos dizer que uma das preocupações em programas e cursos de L2/
LE é possibilitar uma interação e comunicação de qualidade, efetiva, aos aprendizes da lín-
gua alvo (língua estrangeira a ser aprendida); com isso, a ênfase maior está na conversação.
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Atividades Metalinguísticas e
Epilinguísticas noEnsino de LIBRAS
Este tópico tem como foco principal a análise de atividades de ensino de LIBRAS diante
do uso de conceitos de atividades metalinguísticas e epilinguísticas, presentes também
em diversos documentos que orientam a prática de ensino de Língua Portuguesa, como
é o caso dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que constituem um importante
documento nacional para guiar a operacionalização do ensino brasileiro. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1998, p. 28) definem dois tipos de saberes
em relação à linguagem: o saber epilinguístico e o saber metalinguístico. Nossa tarefa
será pensar a aplicação destes conceitos para o ensino de LIBRAS como segunda língua
– L2. Vamos começar pelas definições? O que teoricamente é chamado de atividade
metalinguística? E atividade epilinguística?
Metalinguística??!!
Primeiramente definiremos o conceito de metalinguagem: consiste num tipo de lingua-
gem que se refere diretamente à própria linguagem usada na comunicação, ou seja, a
língua que fala da própria língua. O dicionário é um exemplo de metalinguagem, pois tem
o propósito de descrever e falar sobre os códigos que compõem a linguagem em si. Palavras
que explicam palavras, buscam sinônimos. Por exemplo, quando determinada pessoa per-
gunta o significado de alguma palavra, esta está usando a função metalinguística, descrever
a própria linguagem.
O saber metalinguístico é uma reflexão consciente sobre a língua. Nesse sentido, para
Franchi (1988, p. 37), uma atividade metalinguística envolve fatos relevantes de sua
língua, ou seja, carregados de significação, em que o aprendiz (o aluno) tenha condições
de criar hipóteses sobre a natureza da língua, seu caráter sistemático, possibilidades de
construções linguísticas.
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Epilinguístico??!!
Epilinguístico pode ser entendido como uma atividade condizente à reflexão sobre a
língua em contexto de uso, isto é, em situações reais de interação comunicativa.
Uma atividade epilinguística pode ser definida como o exercício de reflexão sobre
o texto lido e/ou escrito e da operação sobre ele a fim de explorá-lo em suas diferentes
possibilidades. Dizendo em outras palavras, é a reflexão que quem escreve ou lê faz
enquanto escreve ou lê, para compreender ou atribuir sentidos ao texto, verificar sua
lógica, coesão, coerência, adequação das categorias gramaticais e ortografia, seja como
leitor que precisa entender o que lê, seja como autor que deseja que seu leitor entenda
o que escreve. Nesta atividade, está presente a capacidade de falar sobre a linguagem,
descrevê-la e analisá-la como objeto de estudo (a gramática convencional).
Para o professor consciente de que deseja levar seus alunos ao domínio proficiente do
uso da língua, em seus aspectos sociais, interações contextualizadas, práticas, o exercício
metalinguístico em sala de aula deve implicar o pensar, a um só tempo, sobre estratégias
discursivas, tais como os gêneros textuais, o uso da língua em diversos contextos, o
discurso real, a LIBRAS em situações reflexivas e contextos significativos.
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Exemplificando
Verificaremos, agora, como isso se dá nas atividades relativas aos textos presentes na
Figura 3, para a análise: atividades metalinguísticas e epilinguísticas.
Essas atividades sugeridas, assim como outras que o professor poderá elaborar, es-
pecialmente tendo em vista o nível linguístico, maturidade, entre outros fatores, de seus
alunos, podem ser classificadas como epilinguísticas, uma vez que o aluno terá que usar
o conhecimento linguístico e de mundo que já possui para se expressar sobre o tema
abordado no texto, sinalizando sobre o texto, terá que refletir sobre diferentes questões.
Considerações Finais
A escola, ao propiciar a realização de uma atividade como essa, se torna um espaço
de interação social, pois permitirá ao aluno e ao professor o diálogo, a troca a partir de
situações reais de interação, conforme sugere Franchi (1988). Isso sinaliza que o aluno,
para interpretar o texto e realizar as atividades linguísticas em LIBRAS, precisa possuir
e usar o conhecimento de mundo e linguístico, tanto da L1 como da L2.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Por uma Gramática de lLíngua de Sinais
FERREIRA, L. Por uma gramática de língua de sinais. Reimpr. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 2010.
Vídeos
Metodologias da Educação de Surdos
BARROS, Ricardo. Metodologias da educação de surdos.
https://goo.gl/d2uduL
Metodologia, Aquisição de Linguagem e assuntos diversos sobre Libras, Surdez e Educação
REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL. UFSC. Metodologia, aquisição de linguagem e
assuntos diversos sobre Libras, surdez e educação.
https://goo.gl/ntPz6d
Leitura
Metodologia de Ensino em LIBRAS como L2
GESSER, A. Metodologia de ensino em LIBRAS como L2. UFSC, Florianópolis, 2010.
https://goo.gl/FEpf6Y
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Referências
ALBRES, N. A. Ensino de LIBRAS como segunda língua e as formas de registrar uma
língua visuo-gestual: problematizando a questão. ReVEL, v. 10, n. 19, 2012. [www.
revel.inf.br]
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