Você está na página 1de 43

Língua Brasileira de Sinais.

Prof. Esp. Leonardo J. de Souza


Libras:
Apresentando.
 Tem origem na língua de sinais francesa,
introduzida a pedido de D. Pedro II por E. Huet.
(1857);
 É a língua materna dos surdos brasileiros;
 Libras Viso-espacial/ L.P. Oral-auditiva;
 Possui os requisitos científicos para ser
considerado instrumento linguístico (diferença
entre linguagem e língua);
 Como idioma de um povo cada lugar possui sua
própria língua.
Algumas Ideias Equivocadas sobre as
Linguas de Sinais

 “A língua de sinais é uma mistura de mímica e


gestos naturais.”
 “A língua de sinais é universal.”
 “A língua de sinais é pobre e não transmite
ideias abstratas.”
 “Os surdos utilizam apenas o alfabeto manual
para se comunicar.”
 “Todos os surdos usam a língua de sinais.”
SURDO-MUDO, SURDO, MUDO OU
DEFICIENTE AUDITIVO.

 MUDO

 SURDO

 SURDO-MUDO;

 DEFICIENTE AUDITIVDO

 PESSOA COM SURDEZ


Como é a Estrutura da LSB
 A estrutura da Língua Brasileira de Sinais é
constituída de parâmetros primários e
secundários que se combinam de forma
sequencial ou simultânea. Segundo Brito (1995, p.
36 – 41) os parâmetros primários são:
PONTO DE
ARTICULAÇÃO

MOVIMENTO

CONFIGURAÇÃO
DE MAÕS
ENMs

DISPOSIÇÃO DAS
MÃOS.

REGIÃO DE
CONTATO
Iconicidade dos Sinais.

Os sinais podem ser divididos em duas


categorias:

 Icônicos;
 Arbitrários.
Principal Característica das Línguas de
Sinais
 Obviamente a atenção do olhar é imprescindível
para comunicação com pessoas Surdas;
 Poucas pessoas sabem como se comunicar com
pessoas surdas, a grande maioria fala por trás ou
de costas não mostrando sua expressão facial e
com movimentos limitados do corpo;
 Então o primeiro passo para a comunicação com
pessoas surdas é demonstrar pela expressão
facial, pela fala pausada (sem exageros), pelo
apontar e pela comunicação escrita o que se quer
informar.
Observe a figura abaixo e note ângulo do olhar quando se
utiliza a Libras ou se pretende comunicar com pessoas
surdas.
Sistema de Transcrição em Libras

 Libras é uma língua viso-espacial, logo o


melhor meio de reproduzi-la tem sido pelo
registro de imagem (vídeo);
 A escrita da língua de sinais (Sign Writing)
está em fase de pesquisas e aceitação;
 Sendo assim, para transcrever a libras
utilizaremos um sistema de transcrição, que
também é usado por pesquisadores, baseado
numa forma de Glosa com palavras da língua
portuguesa para representar enunciados da
Libras.
 Optamos apenas por algumas das convenções
apresentadas por Felipe (2001);
 1) Os sinais em Libras serão representados
por uma glosa (sistema de anotação) da
Língua Portuguesa em letras maiúsculas.
 Exemplos: TRABALHAR, QUERER, NÃO-TER;
 2) A datilologia (alfabeto manual) que é usada
para expressar nome de pessoas, de
localidades e outras palavras que não
possuem um sinal, está representada pela
palavra separada, letra por letra, por hífen.
 Exemplos: HOTEL I-T-A-G-U-A-Ç-U
 3) Na Libras não desinências para
gênero(masculino e feminino). O sinal,
representado por palavra da língua
portuguesa que possui marcas de gênero,
está terminado com o símbolo @ para
reforçar a idéia de ausência e não haver
confusão.
 Exemplos: EL@ (ela, ele), AMIG@S (amigos ou
amigas)
Gramática – Libras

 Estrutura diferente da língua portuguesa.


 Língua visual; Ação (verbo no final das
sentenças)
Por Exemplo:
Língua portuguesa:
 Sujeito Verbo Objeto.
Libras:
 Objeto Verbo.
 Negação diferente da Língua Portuguesa.
 Tempos verbais também.
 Existem vários tipos de negação e tempos
verbais.
Pronomes em Libras
 Na Língua Brasileira de Sinais também há uma
forma de representar pessoas no discurso, ou seja,
um sistema pronominal, para tanto se usa as
seguintes configurações de mão.
 Singular – Todas as representações têm a mesma
configuração, mudando somente a orientação.
 EU.
 Plural – A configuração muda conforme o número
de participantes, mudando também a orientação
conforme a pessoa do discurso.
 NÓS, VÓS, VOCÊS ou EL@S.
 Pronomes Possessivos:
 Os pronomes possessivos em Libras estão
relacionados às pessoas do discurso e aos
objetos de posse, também não possuem
marca de gênero. Mais uma vez a direção do
olhar e da mão são importantíssimos.
 ME@, TE@, SE@, DEL@
Diferentes Propostas e Breve Histórico da
Educação de Surdos.
 1° FASE: Até 1760 - Pedro Ponce de Leon (1520 –
1584);

 2° FASE: 1760 a 1880 – Três escolas Europeias


Oralistas
 Charles-Michel de L’Epée (França);
 Thomas Braidwood (Inglaterra);
 Samuel Heinicke (Alemanha).
 3° FASE – Após 1880
 ORALISMO: Difundido no mundo todo após o II
Congresso Internacional de Educação de Surdos
(congresso de Milão);
 COMUNICAÇÃO TOTAL: Década de 60 Faculdade
Gallaudet - EUA propõe o uso de qualquer método de
comunicação – Deu origem ao BIMODALISMO;
 BILINGUISMO: (1993) Refere-se ao aprendizado das
duas línguas pelos Surdos: a primeira a Língua de
Sinais, dá o arcabouço para o aprendizado da segunda, a
língua do país – PREFERENCIALMENTE NA
MODALIDADE ESCRITA.
No Brasil...
 1857 – D. Pedro II funda o Imperial Instituto
de Surdos-mudos.
 Proclamação da republica passa a se chamar
Instituto Nacional de Surdos-mudos.
 1957 – Recebe o nome de instituto nacional
de educação de Surdos.
 1929 – É fundado pelas irmãs da Congregação
Nossa Senhora do Calvário o Instituto Santa
Terezinha em Campinas. Em 1933 mudou-se
para cidade de São Paulo (1° escola particular
para surdos).
Legislação Sobre a Libras.
 Lei 10.436 de 24 de abril de 2002 – Oficializa a
Libras como 2ª língua oficial do País.

 Constituição de 1988 assegura ao surdo e as


(outras minorias) acesso a educação, a cultura
e o Lazer.

 Ela (constituição) também assegura a essas


minorias o direito ao trabalho e a igualdade a
todos.
2002 - LEI N.º 10.436

Art. 1º: É reconhecida como meio legal de


comunicação e expressão a Língua Brasileira de
Sinais.
Parágrafo único: Entende-se como Língua Brasileira
de Sinais a forma de comunicação e expressão, em
que o sistema linguístico de natureza visual-motora,
com estrutura gramatical própria, constituem um
sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos,
oriundos de comunidades surdas do Brasil.
2005 - DECRETO N.º 5.626

INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR


Art. 3º: A Libras deve ser inserida como disciplina
curricular obrigatória nos cursos de formação de
professores e Fonoaudiologia...

Art. 14. As instituições de ensino devem garantir,


obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à
comunicação, à informação e à educação nas atividades e
nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os
níveis, etapas e modalidades de educação, desde a
educação infantil até à superior em Língua de Sinais.
II - ofertar, obrigatoriamente, desde a educação infantil, o
ensino da Libras e também da Língua Portuguesa, como
segunda língua para alunos surdos;

III - prover as escolas com:


a) professor de Libras ou instrutor de Libras;
b) tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa;
c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como
segunda língua para pessoas surdas; e
d) professor regente de classe com conhecimento acerca
da singularidade linguística manifestada pelos alunos
surdos;

IV - garantir o atendimento às necessidades educacionais


especiais de alunos surdos, desde a educação infantil,
nas salas de aula e, também, em salas de recursos, em
turno contrário ao da escolarização;
Resolução SE - 38, de 19-6-2009

Dispõe sobre a admissão de docentes com


qualificação na Língua Brasileira de Sinais - Libras,
nas escolas da rede estadual de ensino, tendo em
vistas a Lei nº 10.436/2002, do Decreto Federal nº
5.626/2005 e considerando a necessidade de se
garantir aos alunos surdos ou com deficiência
auditiva, o acesso às informações e aos
conhecimentos curriculares dos ensinos
fundamental e médio, resolve:
Artigo 1º - As unidades escolares da rede estadual
de ensino incluirão em seu quadro funcional
docentes que apresentem qualificação e proficiência
na Língua Brasileira de Sinais - Libras, quando
tiverem alunos surdos ou com deficiência auditiva,
que não se comunicam oralmente, matriculados em
salas de aula comuns do ensino regular.

§ 1º - Os docentes atuarão na condição de


interlocutor dos professores e dos alunos, nas
classes e/ou nas séries do ensino fundamental e
médio, inclusive da educação de jovens e adultos
(EJA).
Apresentação Pessoal
Nome e Sinal Pessoal
 Comumente quando conhecemos alguém lhes
perguntamos logo o nome, para que todas as
vezes que quisermos nos referir àquela pessoa
temos um signo que a representa;
 O nome que estamos falando é o que na Língua
Brasileira de Sinais denominamos de sinal pessoal
ou somente sinal, costuma-se dizer que se trata
de um nome visual, um batismo, para dar início à
participação na comunidade surda;
 Um nome visual, como o próprio nome diz se
trata de uma marca, um traço visual próprio da
pessoa;
 Quando tal pessoa ainda não tem um sinal (nome
visual) usa-se o alfabeto manual que compõe o
quadro das configurações de mãos usadas na Libras;
 O alfabeto manual teve origem pela necessidade de
representar as letras de forma visual e era usado
principalmente para ensinar pessoas surdas a ler e
escrever, na Libras;
 Assim como todas as línguas a Libras tem seu léxico
criado a partir de unidades mínimas que junto a
outros parâmetros formam o sinal (vocábulo), estas
unidades mínimas denominamos de
CONFIGURAÇÕES DE MÃOS, ou seja, são as formas
utilizadas para formação de sinais.
Atividades “De um Sinal”
 Bibliografia Básica:

 BRASIL, Secretaria de Educação Especial. Serie


Atualidades pedagógicas vol.4. Brasília: SEE 1997.
 HONORA, Márcia; FRIZANCO, Mary Lopes Esteves;
SARUTA, Flaviana Borges da Silveira. Livro
Ilustrado da Língua Brasileira de Sinais:
Desvendando a Comunicação Usada pelas Pessoas
com Surdez. São Paulo: Ciranda Cultural, 2009.
 LOPES, M.C. Surdez e educação. Rio de Janeiro:
FENEIS, 2008.
 Bibliografia Complementar:
 BOTELHO, P. Linguagem e letramento na educação
dos surdos: ideologias e praticas pedagógicas. Belo
Horizonte: Autentica.
 CAPPOVILA, A.S. Dicionário Enciclopédico Trilingue
da Língua Brasileira de Sinais. São Paulo: Edusp,
2007.
 SANTANA, A.P. Surdez e linguagem. Rio de Janeiro:
FENEIS, 2008.
 SILVA, F.I.; REIS, F.; GAUTO, P.R.; SILVA, S.G.L.;
PATERNO, U. Aprendendo a Língua Brasileira de
Sinais Como Segunda Língua. Nível básico e
intermediário. Santa Catarina: CEFET/SC – NEPES,
2007/ 2008.
 Sites de Interesse:
 www.dicionarolibras.com.br
 www.libras.org.br
 www.sentidos.com.br
 www.surdosol.com.br
 www.acessobrasil.org.br
 www.cbsurdos.org.br
 www.pucsp.br/derdic
 www.entreamigos.com.br
 www.feneis.com.br
 www.ines.gov.br
 www.institutosantateresinha.org.br
 www.avape.org.br
 www.mec.gov.br/seesp

Você também pode gostar