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W.

D’Angelis 2014 - 1

Línguas Indígenas no Brasil: urgência de ações para que sobrevivam 1

Wilmar R. D’Angelis
UNICAMP

O grande linguista Aryon Rodrigues calculou que, na extensão que hoje constitui
território brasileiro, em 1500 haveria pelo menos 1.175 línguas indígenas. Ao comparar essa
grande variedade linguística com a situação atual de outros países, tanto na América, como
na África e Ásia, o professor Aryon concluiu, também, que na verdade seu cálculo chega a ser
conservador. Ou seja, pode ser que a riqueza da diversidade linguística no Brasil fosse ainda
maior, mas é seguro dizer que, no mínimo, mil línguas desapareceram em 500 anos de
colonização europeia no Brasil.
De uns 20 anos para cá, estamos acostumados a ouvir (e a repetir) a afirmação de que
no Brasil “hoje” são faladas cerca de 180 línguas indígenas. O Quadro I, que apresento em
Anexo, mostra que já são pouco menos de 170 línguas vivas. Na verdade, o quadro separa,
para fins de outros detalhamentos, os três dialetos Guarani presentes no Brasil (portanto, três
dialetos que devem contar como uma língua apenas) e dois dialetos Baniwa (Baniwa e
Kuripako), do mesmo modo que distingue, por razões culturais e políticas, grupos Timbira que
falam dialetos da mesma língua (Apãniekrá, Ramkokamekrá, Krahô, Krikatĩ e Pykobiê), ou seja,
a mesma língua está contando quatro vezes naquele quadro. 2 Retirando essas
‘multiplicações’, e ainda, algumas línguas que não contam sequer com 4 ou 5 falantes, o
número de línguas indígenas vivas no Brasil fica ainda abaixo de 160.
Além disso, o Quadro I mostra que mais de 50% das línguas indígenas sobreviventes
no Brasil contam com menos de 500 falantes.3 O quadro também destaca, nos casos em que
se tem alguma informação mais segura, quando o número de falantes é bem inferior ao
número da população total da etnia. Isso leva à observação de que mais de 40 línguas (isto é,
mais de 25% das línguas indígenas vivas no Brasil) contam com menos de 100 falantes cada
uma e, dessas, quase 30 contam menos de 20 falantes cada.
Isso representa um quadro gravíssimo, que sugere o desaparecimento rápido, no
futuro próximo, de mais um considerável número de línguas americanas.
Na outra ponta do Quadro I, vemos que as línguas indígenas com maior número de
falantes em território brasileiro não ultrapassam a casa dos 20 mil falantes, considerando as
línguas cujas etnias vivem apenas no Brasil. Das línguas indígenas faladas no Brasil, as que têm
maior número de falantes são línguas com população também presente em países limítrofes:

1
Exposição na mesa-redonda “A situação atual das línguas indígenas brasileiras”, no IX ELESI – Encontro sobre
Leitura e Escrita em Sociedades Indígenas (Porto Seguro, BA, 22 a 26 de outubro de 2012). Publicada em: Anari
Braz Bomfim & Francisco Vanderlei F. da Costa (orgs), Revitalização de língua indígena e educação escolar
indígena inclusiva (Salvador: Egba, 2014, p. 93-117).
2
Apãniekrá e Ramkokamekrá estão reunidos sob a denominação genérica “Canela”. As línguas Timbira
correspondem aos números 89, 101, 137 e 139 no Quadro I.
3
Ver o destaque na língua Puyanawa, número 83 do Quadro, que corresponde à metade das 166 línguas
elencadas. De fato, até o Tupari (número 80) está reunida a metade das 160 línguas sobreviventes.
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o Guarani, com perto de 50 mil pessoas no Brasil, e outras 50 mil na Argentina e Paraguai4; o
Ashaninka, com pouco mais de mil pessoas no Brasil, mas com perto de 95 mil no Peru; o
Yanomami, com cerca de 19 mil pessoas no Brasil e outras 16 mil na Venezuela; e o Tikuna,
com cerca de 35 mil falantes no Brasil, e perto de 15 mil na Colômbia e Peru.
Compare-se essa situação, com a de algumas outras minorias linguísticas no Brasil, a
das línguas de imigrantes. Infelizmente, não há estatísticas ainda confiáveis, embora em breve
saberemos resultados do Censo do IBGE de 2010, que incluiu o quesito Língua no seu
levantamento.5 Sem isso, contamos com estimativas imprecisas, mas que merecem menção
para estabelecer o contraste com o panorama das línguas indígenas, acima.
O árabe, que veio ao Brasil com dezenas de milhares de imigrantes (só os de origem
libanesa são, hoje, cerca de 10 milhões de pessoas), possivelmente tenha mais de 200 mil
falantes (nativos)6 no país. O alemão e o japonês talvez ultrapassem a casa dos 100 mil falantes
cada um, em território brasileiro. Do Chinês e do Coreano, provavelmente se contam mais de
40 mil falantes cada um, no Brasil. E as línguas polonesa e ucraniana não devem somar menos
de 30 mil falantes ainda hoje, em nosso país.
A situação das línguas indígenas no Brasil também é alvo de registro e informação por
um levantamento produzido sob os auspícios da UNESCO, que (aparentemente) vem sendo
atualizado on line. Trata-se do Atlas das Línguas do Mundo em Perigo, que pode ser facilmente
acessado (em Espanhol, Francês e Inglês) no endereço:
http://www.unesco.org/culture/languages-atlas/index.php

No Atlas da UNESCO, 45 línguas indígenas brasileiras estão sob a classificação “Em


situação crítica” (ou “Criticamente em Perigo”),7 o que representa mais de 25% das línguas
indígenas faladas no Brasil hoje.
Não é de pouca importância observar que, entre as línguas relacionadas como aquelas
“Em situação crítica”, duas línguas (Trumai e Yawalapiti) se encontram no que já foi
considerado o “paraíso” da proteção aos índios no Brasil: o Parque Nacional do Xingu.
Àquelas 45 mencionadas acima, somam-se outras 19 “Seriamente em perigo” (ou
“Seriamente Ameaçadas”), segundo o mesmo Atlas. Os dois grupos somados totalizam 40%
das línguas indígenas faladas no país.

Fatores ou critérios de avaliação da vitalidade linguística

4
Estamos usando apenas os dados referentes às parcialidades e dialetos Guarani presentes também no Brasil,
ou seja, Kaiowá, Nhandeva e Mbya. Na Bolivia existe também uma grande população Guarani, falante de outros
dialetos.
5
Impossível será saber o grau de confiabilidade do registro do IBGE, mas certamente será mais informativo do
que o que (não) sabemos hoje. Fique registrado, porém, que no caso das línguas indígenas, o Censo de 2010
oficialmente contabilizou 274 línguas faladas no país, o que indiscutivelmente não corresponde à realidade.
6
Estamos nos referindo sempre a falantes que aprenderam, em casa, como sua primeira língua (a chamada
“língua materna”).
7
Ver imagem no Anexo 3.
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Um dos fatores que afeta ou informa sobre a vitalidade de uma língua é a extensão de
sua comunidade de falantes. Como vimos acima, no caso das pouco menos de 160 línguas
indígenas vivas no Brasil, é relevante observar o seguinte:
- perto de 55 línguas (34,3%) conta com menos de 200 falantes.
- outras 30 línguas (18,7%) conta entre 200 e 500 falantes.
Somados os dois grupos, temos aqui o fato crítico de que mais de 50% das línguas
indígenas faladas no Brasil contam com menos de 500 falantes cada uma. E quase 70% das
línguas indígenas no Brasil têm menos de 1 mil falantes.
O critério quantitativo, no entanto, precisa ser tomado em sua dimensão relativa. Por
exemplo, a língua Aikanã, na Rondônia, conta com 140 falantes, enquanto que para o Tupari,
também na Rondônia, estima-se em 150 o número de falantes. No entanto, os 140 falantes
de Aikanã representam 70% da população total da etnia, enquanto nos Tupari, os cerca de
150 falantes da língua representam menos de 30% dos membros daquela comunidade.
Outro critério importante, frequentemente empregado para uma classificação
diagnóstica de línguas minoritárias, é a situação sociolinguística com relação ao uso da língua
no interior da respectiva comunidade linguística. O critério averigua o que podemos chamar
de “capacidade reprodutiva” da língua.
São elementos da situação sociolinguística, entre outros: a relação entre o número de
falantes nativos da língua e o número total de membros da comunidade da qual aquela língua
é o idioma dos ancestrais; a relação entre falantes nativos da língua e faixa etária; a relação
entre falantes nativos da língua e sexo dos falantes; a existência ou não de práticas de leitura
e escrita na língua em questão; a relação entre contextos sociais e usos linguísticos, etc.
Por exemplo, um caso em que 50% da comunidade étnica não fala a língua indígena
precisa ser caracterizado em termos sociolinguísticos precisos. Se a metade da população que
não fala a língua é integrada igualmente por crianças, jovens, adultos e velhos, do mesmo
modo que a outra metade, então certamente estamos diante de um caso em que parte do
grupo (ou então, uma ou algumas comunidades integrantes da etnia) abandonou a língua dos
ancestrais, mas a outra metade a mantém viva. No entanto, se no caso em questão, a metade
da população que não fala a língua for constituída da parte mais jovem da comunidade, a
situação é bem diferente; nesse caso, a língua está seriamente ameaçada, e seguramente
doente.
Uma comparação real, nesses termos, poderia ser feita, por exemplo, entre a situação
da língua Trumai e a língua Kaingang, ambas com número de falantes estimado entre 50 e 60%
do total da população da etnia. A diferença crucial entre as duas situações está em que, no
caso Trumai, a parcela da comunidade que não é falante da língua indígena, corresponde às
gerações mais jovens, o que significa que a língua deixou de ser transmitida inter-
geracionalmente. No caso do Kaingang, os 40% ou pouco mais que não falam a língua,
constituem famílias e, mesmo, aldeias quase inteiras, mas a língua é mantida viva em dezenas
de outras comunidades, praticamente integralmente (os Kaingang distribuem-se por mais de
30 terras indígenas, algumas delas com mais de 10 aldeias).
Um caso interessante é da língua Iranxe: possivelmente bem no início do século XX,
um grupo dos Iranxe (ou Manoki) separou-se e fugiu ao contato com os não-índios. O outro
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grupo fez contato pacífico com a Comissão Rondon, nos primeiros anos do século, e a partir
da década de 40 manteve intensas relações com os não-índios, começando pelos missionários
católicos e evangélicos e agentes do governo (SPI). Somente na década de 1970 o grupo
“arredio”, agora conhecido como Mỹky, aceitou relações pacíficas com missionários que os
procuraram. Disso resultou que na atual população Iranxe, do antigo contato, composta de
cerca de 380 pessoas, o número de falantes não chega a 10 pessoas, todas elas entre as mais
idosas, enquanto que a população Mỹky, de 102 pessoas, é 100% falante da língua indígena.
Desse modo, a língua Iranxe é mantida viva basicamente pela comunidade dos Mỹky, que
representa pouco mais de 20% da população total dos Manoki. Podemos contrastar essa
situação com a da etnia Paumari (no Amazonas), na qual apenas 20% de uma população de
cerca de 1500 pessoas são falantes da língua, mas um percentual concentrado nas gerações
mais velhas.
Outro fator decisivo para a vitalidade das línguas minoritárias é a atitude dos falantes
com respeito a ela e à língua majoritária, o que se pode traduzir por “atitudes linguísticas” dos
membros da comunidade minoritária. Línguas que são eleitas, pelas respectivas comunidades
falantes, como marca efetiva de identidade grupal ou étnica têm maior vitalidade e mais
chances de sobrevida.
Observa-se, muitas vezes, no entanto, comunidades indígenas em que, na escola, se
criam mil atividades de “valorização” da língua indígena (até mesmo com a criação de palavras
novas para objetos, números e outras aquisições culturais), mas os nomes pessoais indígenas
vão sendo rapidamente abandonados. Em muitos casos, nem o professor de língua indígena
interessou-se de escolher nomes indígenas para seus filhos. Isso tudo revela quais são as
“atitudes linguísticas” da comunidade, com fortes reflexos nas opções das gerações mais
novas.
De um ponto de vista bastante genérico, um outro fator relevante para a vitalidade de
uma língua é a condição socioeconômica da comunidade falante (ou de uma parcela bastante
significativa dela, e não de indivíduos isolados) e a representação ou imagem dessa
comunidade no conjunto da sociedade majoritária. Costumo dizer que, se os Kaingang fossem
um povo rico, haveria restaurantes especializados em comidas como bolo de milho azedo e
coró de palmeira. Mas eles não são um povo rico (apesar de, hoje, já existirem vários caciques
corruptos e, eles sim, viverem muito bem). Muito diferente é a situação do povo francês e do
povo japonês, e sua valorização no Brasil. Basta ver que as pessoas vão a finíssimos e caros
restaurantes “franceses” para consumir escargot, que é um primo da lesma e do caracol; ou
a restaurantes “japoneses” para comer peixe cru. O chamado “preconceito linguístico”, antes
de ser um preconceito contra as pessoas pela forma como falam, é um preconceito contra a
forma que algumas pessoas (comunidades) falam por causa de quem elas são. Em outras
palavras, o preconceito social, econômico e etnocêntrico é que leva ao preconceito linguístico,
e não o contrário.
Finalmente, um fator importante para a vitalidade das línguas é a existência, ou não,
de uma tradição escrita. Compreender e aceitar isso não significa dizer que tradição escrita é
superior, ou melhor, ou mais importante que tradição oral. Significa, apenas, compreender
em qual mundo e em que tipo de relações situam-se as comunidades indígenas minoritárias
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com respeito à sociedade nacional brasileira hoje, na qual, uma das razões da força da língua
majoritária está nas possibilidades de seu uso escrito. A escrita e a leitura são ferramentas
que contribuem muitíssimo para a disseminação de conhecimentos e para a construção da
imagem social de pessoas e comunidades. Além disso, as “exigências” colocadas aos falantes,
pela prática cotidiana da escrita, representam desafios que contribuíram decisivamente, em
muitas sociedades, para o maior desenvolvimento e enriquecimento das capacidades
expressivas de suas línguas. Línguas indígenas podem, igualmente, beneficiar-se muitíssimo
dessas possibilidades. Os “consultores” não-índios que enxergam uma competição entre
língua falada e escrita, e vêem a escrita como uma “coisa de branco” que afeta a “pureza” da
língua indígena, costumam revelar uma ingenuidade que, mais dia ou menos dia, vai cobrar
seu preço. Mas quem vai pagar são as comunidades indígenas e suas línguas, não eles.8

Uma classificação da vitalidade das línguas


Quando linguistas estabelecem critérios que classificam a situação de vitalidade das
línguas (e os critérios precisam ser universais, aplicáveis a qualquer língua em qualquer lugar
do mundo) eles não têm nenhum gosto especial em afirmar que tais ou quais línguas estão
‘mortas’ ou agonizantes, ou criticamente ameaçadas.
O que eles fazem é estabelecer formas objetivas de determinar a situação relativa das
línguas com respeito à vitalidade linguística, de modo a contribuir para ações de planejamento
linguístico. Em um diagnóstico, a realidade nunca pode ser uma olhada com os óculos do
simples desejo. A realidade não é o mundo que nós desejamos ou como gostaríamos que ele
fosse. Um diagnóstico precisa ser rigoroso, buscando a maior e mais fiel aproximação ao que
o mundo de fato é.
É nesse sentido que apresento, a seguir, uma classificação possível para a situação das
línguas indígenas:
1. Línguas vivas e plenamente ativas (língua forte, mas também alguma língua
enfraquecida)
2. Línguas vivas, com perda de falantes (língua muito enfraquecida ou língua doente)
3. Línguas vivas apenas nas gerações mais velhas (língua moribunda ou língua
agonizante)
4. Línguas mortas, com ou sem lembrantes (língua morta)
5. Línguas desaparecidas (língua extinta)

Diante das situações caracterizadas acima, comunidades indígenas no Brasil têm


buscado reagir, em favor de suas línguas, da língua de seus ancestrais ou de sua identidade,
por diferentes maneiras. Abaixo, sistematizo algumas das respostas possíveis (principalmente,
algumas desejáveis) a cada situação indicada. Onde a indicação “< ou” aparece, significa que

8
É curioso que, com frequência, esse tipo de discurso é proferido por gente que se orgulha de levar a fotografia,
o filme e, até, o computador para uso das comunidades indígenas. Sem contar que vão para as aldeias em
camionetes importadas, com ar condicionado, ou mesmo de avião. Nada disso lhes parece que afeta a “pureza”
da vida indígena.
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se está diante de respostas alternativas, mutuamente excludentes. Onde isso não ocorre,
estamos diante de respostas que se complementam ou podem somar-se.9

SITUAÇÃO RESPOSTA(S)
1. Línguas vivas e plenamente ativas Fortalecimento e Modernização
Desenvolvimento da escrita
( língua forte Inclusão em múltiplas mídias
ou língua enfraquecida ) Ensino como 1ª língua
Produção de materiais didáticos
Criação de Instrumentos Linguísticos
2. Línguas vivas, com perda de falantes Revitalização e Modernização
Desenvolvimento da escrita
( língua muito enfraquecida Ensino como 1ª e como 2ª língua
a língua doente ) Produção de materiais didáticos
3. Línguas vivas apenas entre os + velhos Recuperação e Revitalização < ou
Criação de língua mista < ou
( língua moribunda a língua agonizante ) Registro e documentação
Ensino como 2ª língua
Produção de materiais didáticos
4. Línguas mortas Re-introdução de Bilinguismo
Ressurreição < ou
( língua morta ) Criação de língua mista < ou
Adoção de (outra) Língua < ou
Criação artificial de língua < ou
Ensino como 2ª língua
Produção de materiais didáticos
5. Línguas desaparecidas Introdução de Língua Indígena
Reconstrução da língua ancestral < ou
( língua extinta desaparecida ) Adoção de uma Língua < ou
Criação artificial de língua < ou
Ensino como 2ª língua
Produção de materiais didáticos

Algumas de minhas conclusões


- As línguas indígenas no Brasil correm perigo, e possivelmente 20% delas não terão
mais falantes em menos de 40 anos.

9
O quadro integra o texto de D’Angelis (2011).
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- Todas as línguas indígenas no Brasil pedem ações imediatas de Planejamento


Linguístico para seu fortalecimento e em contraposição ao processo rápido de obsolescência
(quando a língua vai perdendo importância na comunidade)
- A falta gritante de uma política educacional voltada à melhor capacitação dos
professores indígenas e à implantação de verdadeiros programas de ensino bilíngue nas
escolas indígenas está contribuindo para o desaparecimento das línguas.
- É mais fácil encontrar linguistas interessados em guardar “em formol” os últimos
registros possíveis dos últimos falantes de línguas indígenas (e também burocratas e recursos
do Governo que os apoiem) do que linguistas dispostos a dedicar-se ao fortalecimento,
revitalização e outras ações pela sobrevivência real de línguas indígenas.

Referências

D’ANGELIS, Wilmar R. Recuperar, ressuscitar, adotar ou inventar? Povos indígenas em busca


de (alg)uma língua. X Congresso Argentino de Antropologia Social. Buenos Aires,
nov/dez 2011.
RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. 500 anos de descobertas e perdas. D.E.L.T.A., v. 9, n. 1, p. 83-
103. São Paulo, SP: LAEL-PUC-SP, 2002.
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ANEXO 1

QUADRO I
ETNIAS INDÍGENAS NO BRASIL FALANTES DE UMA LÍNGUA AMERÍNDIA AO LADO DO PORTUGUÊS10
(ORDENADA POR POPULAÇÃO)

Etnia / Língua Família Populaç Estado / País


1 Bará, Waipinomakã Tukano 3 ( Ø falantes? ) AM
2 Juma, Yuma Tupi-Guarani 4 ( Ø falantes? ) AM
3 Akuntsu Tupari 6 RO
4 Avá-Canoeiro, Canoeiro, Carijó Tupi-Guarani 18 GO, MG, TO
5 Korubo Pano 27 AM
6 Karipuna, Karipuna de Rondônia Tupi-Guarani 28 ( 10 falantes? ) RO
11
7 Makuna, Yeba-Masã Tukano 32 AM
8 Arikapu Jabuti 33 ( 2 falantes? ) RO
9 Barasana, Panenoá Tukano 38 AM
10 Kwazá, Koazá, Coaiá Isolada 40 ( 25 falantes ) RO
11 Chamacoco Samuko 40 MS
12
12 Witoto Witoto 44 AM
13 Kujubim, Kuyubi Txapakura 55 ( 2 falantes? ) RO
14 Ofaié, Ofaié-Xavante Macro-Jê 60 ( 12 falantes ) MS
15 Karapanã 13 Tukano 63 AM
16 Galibi, Galibi do Oiapoque 14 Karib 65 AP
15
17 Sirianó Tukano 71 AM
18 Oro Win, Oroin, Paaca-Nova Txapakura 73 ( 5 falantes?) RO
19 Naruvotu Karib 81 MT
20 Xipaya, Xipáya Juruna 84 ( 2 falantes?) PA
21 Trumai Trumai (Isolada) 97 ( 50 falantes ) MT
22 Jiahui, Djarroi, Parintintin, Kagwahiwa Tupi-Guarani 97 ( 10 falantes?) AM
23 Myky, Manoki, Iranxe Irantxe (Isolada) 102 MT
24 Aruá Mondé 107 ( 12 falantes ) RO
25 Amondawa Tupi-Guarani 107 RO

10
Os casos de monolinguismo em língua indígena são praticamente restritos aos chamados “grupos/povos isolados”, mas há
um certo número de comunidades e povos em que os falantes de português são apenas um pequeno número de pessoas, ou
a maioria tem um nível de conhecimento de português muito restrito.
11
Na Colômbia, são cerca de 530 pessoas.
12
A maior parte da população está na Colômbia (6 mil pessoas) e no Peru (cerca de 1.900).
13
População maior está na Colômbia, onde passam de 400 pessoas.
14
Existem cerca de 7 mil pessoas dessa etnia na Guiana Francesa e Suriname.
15
Maior população está na Colômbia: pouco mais de 650 pessoas.
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26 Uru-Eu-Wau-Wau, Bocas-negras Tupi-Guarani 115 RO


27 Nakuhuá, Nahkwá Karib 126 MT
16
28 Patamona, Ingarikó Karib 128 RR
29 Kulina Pano Pano 134 ( 20 falantes?) AM
30 Zuruahã, Suruwahá Arawá 142 AM
31 Matipu, Uagihütü Karib 149 ( 10 falantes ) MT
32 Kanoê, Canoe, Kapixaná Kanoê 152 ( 5 falantes ) RO
33 Asurini do Xingu, Assurini Tupi-Guarani 154 PA
34 Yawalapiti Aruak 156 ( 10 falantes ) MT
35 Banawá Arawá 158 AM
36 Kuruaya, Xipáia-Kuruáia Munduruku 159 ( 2 falantes ?) PA
37 Tapayuna, Beiço de Pau Jê 160 MT
38 Sakurabiat, Mequéns Tupari 161 ( 25 falantes ) RO
39 Djeromitxi, Jaboti Jabuti 190 ( 30 falantes ) RO
40 Aweti, Anumaniá, Auetö Aweti 195 MT
41 Arara Karo, Arara de Rondônia Ramarama 208 RO
42 Wajuru, Ajuru Tupari 213 ( 8 falantes?) RO
43 Jarawara Arawá 218 AM
44 Kinikinau, Guaná Aruak 250 ( 10 falantes?) MS
45 Mehinako, Meinaku Aruak 254 MT
46 Zo'é, Poturu Tupi-Guarani 256 PA
47 Aikanã (Massaca, Tubarão) Aikaná 258 ( 80% falantes?) RO
48 Xambioá, Karajá do Norte Macro-Jê 268 ( 10 falantes?) TO
49 Arara do R. Amônia (Apolima-Ar.) ? 278 AC
50 Wayana 17 Karib 304 AP, PA
51 Kaxarari Pano 318 AM, RO
52 Karitiana Arikén 320 RO
53 Suyá, Kisêdjê Suyá Jê 330 MT
54 Aikewara Suruí (Sororós, Aikewara) Tupi-Guarani 330 PA
55 Yudja, Juruna Juruna 348 MT
56 Arapaso (Arapasso) Tukano 349 AM
57 Kaxuyana, Caxuiana Karib 350 PA
58 Krenak, Botocudos de MG, Aimorés Macro-Jê 350 (10 falantes?) MT, MG, SP
59 Guajá, Avá Tupi-Guarani 355 MA
60 Guató Macro-Jê 370 ( 5 falantes?) MT, MS
62 Iranxe, Manoki, Irantxe Irantxe 379 ( 10 falantes ) MT

16
Informa-se viverem outros 5.500 na Guiana.
17
A população maior, cerca de 1.800 pessoas, distribui-se entre a Guiana Francesa e o Suriname.
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61 Kalapalo Karib 385 MT


63 Matis Pano 390 AM
64 Aparai, Apalaí Karib 398 AP, PA
65 Araweté Tupi-Guarani 398 PA
66 Kubeo, Kubéwa, Cubeo 18 Tukano 407 AM
67 Waurá, Waujá Aruak 409 MT
68 Shanenawa, Katukina Pano 411 AC
69 Parintintin, Kagwahiva Tupi-Guarani 418 AM
70 Pirahã, Mura Pirahã Mura 420 AM
71 Panará, Kren-Akarore, Krenakore Jê 437 MT
72 Arara Shawandawa, Arara Pano AC Pano 441 ( 10 falantes?) AC
73 Arara (Arara do Pará, Ukaragma) Karib 453 PA
74 Ikpeng, Txicão Karib 459 MT
75 Katukina do Rio Biá Katukina 462 AM
76 Asurini do Tocantins Tupi-Guarani 466 PA
77 Kamaiurá, Kamayurá Tupi-Guarani 467 MT
78 Yekuana, Ye'kuana, Maiongong 19 Karib 471 AM, RR
79 Makurap Tupari 478 ( 50 falantes?) RO
80 Tupari Tupari 517 ( 150 falantes?) RO
81 Kuikuro, Ipatse ótomo Karib 522 MT
82 Ikolen, Gavião de Rondônia, Digut Mondé 531 RO
83 Puyanawa, Poianawa Pano 540 ( 2 falantes?) AC
84 Yawanawá 20 Pano 541 AC
85 Enawenê Nawê, Salumã Aruak 566 MT
86 Parkatêjê, Gavião do Mãe Maria Jê 582 PA
87 Katukina Pano Pano 594 AC
88 Zoró Mondé 625 MT
89 Pykopjê, Pukobiê, Gavião do MA Jê 647 MA
90 Tapirapé Tupi-Guarani 655 MT, TO
21
91 Taurepang , Taulipang Karib 673 RR
92 Tenharim, Kagwahiva Tupi-Guarani 703 AM
22
93 Wanana, Wanano, Kotiria Tukano 735 AM
23
94 Chiquitano Chiquito 737 (- de 100 falantes?) MT

18
População maior está na Colômbia, com cerca de 4.300 pessoas.
19
Somam cerca de 6.500 na Venezuela.
20
Na Bolivia e Peru vivem outras 950 pessoas.
21
Sua população passa de 27.000 pessoas na Venezuela.
22
Pouco mais de 1 mil vivem na Colômbia.
23
Na Bolivia, somam mais de 10 mil pessoas.
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95 Kambeba, Omágua Tupi-Guarani 780 AM


96 Tuyuka 24 Tukano 825 AM
97 Miranha, Migueleno 25 Bora 836 AM
98 Jamamadi, Yamamadi, Kanamanti Arawá 882 AM
99 Warekena, Werekena 26 Aruak 887 (- de 20 falantes?) AM
100 Bakairi, Kurã Karib 910 MT
101 Krikati, Kricatijê Jê 921 MA
102 Manchineri, Manxineri 27 Aruak 937 AC
103 Hixkariana, Hixkaryana Karib 942 AM, PA
104 Wayãpi, Waiãpi, Oiampi 28 Tupi-Guarani 956 AP, PA
105 Ka'apor, Urubu-Kaapor Tupi-Guarani 991 MA, PA
106 Ashaninka, Ashenika 29 Aruak 1.018 AC
107 Suruí Paíter, Paiter Mondé 1.172 MT, RO
108 Deni, Jamamadi Arawá 1.254 AM
109 Parakanã Tupi-Guarani 1.266 PA
110 Ingarikó, Akawaio 30 Karib 1.271 RR
31
111 Jaminawa, Yaminawá Pano 1.298 AC, AM
112 Rikbaktsá, Erigbaktsa Macro-Jê 1.324 MT
32
113 Kuripako, Curripaco, Coripaco Aruak 1.332 AM
114 Kadiwéu, Kadiveo Guaikuru 1.346 MS
115 Pira-Tapuya, Piratapuyo 33 Tupi-Guarani34 1.433 AM
116 Javaé Karajá Macro-Jê 1.456 GO, TO
117 Tiriyó, Tirió 35 Tiriyó 1.464 AP, PA
118 Waimiri-Atroari, Kiña Karib 1.490 AM, RR
119 Maxakali, Monacó Macro-Jê 1.500 MG
120 Tembé, Tenetehara Tupi-Guarani 1.502 AM, PA
36
121 Palikur, Paricores, Palincur Aruak 1.525 AP
122 Paumari Arawá 1.559 (- de 300 falantes?) AM

24
Na Colômbia vivem perto de 600 Tuyuka.
25
Na Colômbia vivem outros 450 Miranha, aproximadamente.
26
Existem cerca de 500 Warekena na Venezuela.
27
Cerca de 100 pessoas vivem no Peru e Bolívia.
28
Uma população equivalente existe na Guiana Francesa.
29
A maior parte da população Ashaninka encontra-se no Peru, onde somam em torno de 95 mil pessoas.
30
Na Guiana e Venezuela somam em torno de 4.800 pessoas.
31
Outros 1200, aproximadamente, vivem na Bolívia e Peru.
32
Na Colômbia e Venezuela somam outros 13 mil indígenas.
33
Vivem outros 400 na Colômbia.
34
A referência é à língua indígena falada por eles, o Nheengatu. A língua ancestral do grupo seria Tukano.
35
Outros 1.900 vivem no Suriname.
36
Na Guiana Francesa vivem outros 950, aproximadamente.
W. D’Angelis 2014 - 12

123 Cinta-Larga, Matetamãe Mondé 1.567 MT, RO


124 Bororo, Coxiponé, Araés Bororo 1.571 MT
125 Matsés Mayoruna 37 Pano 1.592 AM
126 Xikrin (Kayapó) Jê 1.631 PA
127 Marubo Pano 1.705 AM
128 Apinayé (Apinajé, Apainaié) Jê 1.847 TO
129 Xokleng, Laklãnõ, Botocudos do Sul Jê 1.853 (30% falantes?) AM
130 Nambikwara, Halotesu, Mamaindê... Nambikwara 1.950 MT, RO
131 Kayabi, Kaiabi Tupi-Guarani 2.002 MT
132 Paresí, Pareci, Haliti, Arití, Waimare Aruak 2.005 (60% falantes?) AM
133 Tariana Aruak 2.067 (100 falantes?) AM
134 Desana, Desano 38 Tukano 2.204 AM
135 Galibi_Marworno, Galibi do Uaçá Crioulo 2.241 AP
136 Karipuna do Amapá Crioulo 2.421 AP
137 Krahô, Mehin + Krahô-Kanela Jê 2.547 TO
138 Wari, Uari, Pakaa Nova Txapakura 2.721 RO
139 Canela (Apanyekrá /Ramkokamekrá) Jê 2.780 MA
140 Waiwai, Wai-wai, Hixkaryana Karib 2.914 AM, PA, RR
141 Xerente, Akwen Jê 3.017 TO
142 Kanamari, Katukina Kanamari 3.167 AM
143 Karajá Macro-Jê 3.198 GO, MT, PA, TO
144 Maku, Nadob, Hupda 39 Makú 3.406 AM
145 Fulniô, Yathê, Ia-tê Macro-Jê 4.336 PE
40
146 Baniwa Aruak 5.521 AM
147 Kulina, Madiha, Madija 41 Arawá 5.558 AM
148 Tukano, Tsohom-Dyapa 42 Tukano 6.241 AM
43
149 Guarani Mbyá, Mbya Tupi-Guarani 7.000 ES, RJ, SP, PR, SC, RS, PA
150 Kaxinawá, Caxinauá, Hunĩ-Kuĩ 44 Pano 7.535 AC
151 Apurinã (Ipurina) Aruak 7.718 AM, RO, MT

37
No Peru vivem outros 1.700. aproximadamente.
38
Outras 2 mil pessoas, aproximadamente, vivem na Colômbia.
39
Do total indicado, cerca de 700 vivem na Colômbia.
40
Na Colômbia e Venezuela, os Baniwa somam cerca de 9.500 pessoas.
41
Contam-se cerca de 400 também no Peru.
42
Como outras etnias (ver Guarani e Tikuna), os Tukano possuem comunidades também em países limítrofes; no caso, na
Colômbia os Tukano possuem população pouco superior à sua população em território brasileiro.
43
Separamos nessa tabela as parcialidades Guarani e seus dialetos falados no Brasil (Mbyá = n. 149, Nhandeva = n. 158, e
Kaiowá = n. 164), mas trata-se da mesma língua. A separação é porque, eventualmente, há interessados em saber como se
distribuem. Somados, totalizam 51 mil pessoas no Brasil (mas há comunidades com perda linguística, notadamente entre os
Nhandeva). As mesmas parcialidades Guarani também têm grande população no Paraguai e Argentina onde, somadas,
totalizam outras 50 mil pessoas.
44
Outros 2.500 vivem no Peru.
W. D’Angelis 2014 - 13

152 Wapixana 45 Aruak 7.832 RR


153 Kayapó, Mebengokre, Xikrin Jê 8.638 MT, PA
154 Kokama, Cocama 46 Tupi-Guarani 9.636 (5 falantes?) AM
155 Sateré-Mawé Mawé 10.761 (60% falantes) AM
156 Munduruku, Cara Preta Munduruku 11.630 (80% flts) AM, MT, PA
157 Pataxó, Patachó Patxohã 11.833 (??? falantes) BA
158 Guarani Nhandeva, Avá-Guarani, Ñandeva Tupi-Guarani 13.000 MS, SP, PR, SC, RS
159 Xavante, A'uwe Jê 15.315 MT
47
160 Yanomami, Yanoama Yanomami 19.338 RR/AM
161 Guajajara, Tenetehara Tupi-Guarani 23.949 (65% falantes) MA
162 Terena Aruak 24.776 MT, MS, SP
48
163 Makuxi, Macuxi Karib 29.931 RR
164 Guarani Kaiowá, Pai-Tavyterã Tupi-Guarani 31.000 MS
165 Kaingang, Caingangue, Coroados Jê 34.032 (60% flts) SP, PR, SC, RS
166 Tikuna, Ticuna, Tücuna 49 Tikuna 36.377 AM

Fontes:
FUNASA, FUNAI, ISA, UNESCO, CIMI
2010-2012

45
Na Guiana vivem outros 6.000, aproximadamente.
46
Totalizam mais de 11.500 pessoas no Peru e Colômbia.
47
Na Venezuela vivem outros 16.000, aproximadamente.
48
Outros 9.500 vivem na Colômbia.
49
Na Colômbia e Peru os Tikuna somam mais 15 mil pessoas aproximadamente.
W. D’Angelis 2014 - 14

ANEXO 2

QUADRO II
ETNIAS INDÍGENAS NO BRASIL CUJAS COMUNIDADES SÃO MONOLÍNGUES EM PORTUGUÊS50
(ORDENADA POR POPULAÇÃO)

1 Turiwara (português) 60 PA
2 Mirity-Tapuya, Mirití Tapuia (português) 75 AM
3 Xetá, Hetá (português) 86 PR
4 Kariri (português) 118 CE
5 Anambé (português) 133 PA
6 Amanayé (Amanaié, Araradeua) (português) 134 PA
7 Pankaru (português) 179 BA
8 Poruborá, Puroborá (português) 209 RO
9 Arara do R. Branco, do Aripuanã (português) 213 MT
10 Kalabaça (português) 221 CE
11 Tapuio, Tapuya (português) 298 GO
12 Jenipapo-Kanindé (português) 302 CE
13 Kaxixó (português) 308 MG
14 Torá (português) 312 AM
15 Tingui Botó (português) 328 AL
16 Kantaruré, Pankararu (português) 340 BA
17 Aranã (português) 362 MG
18 Kalankó (português) 390 AL
19 Kuntanawa, Kontanawa (português) 400 AC
20 Xokó, Chocó (português) 400 SE
21 Nawa Náua (português) 423 AC
22 Umutina, Barbados, Bororo (português) 445 MT
23 Kaixana (português) 572 AM
24 Nukini (Pano) (português) 622 AC
25 Kaimbé (português) 710 BA
26 Kanindé (português) 714 CE
27 Apiaká (português) 1.000 MT, PA
28 Karuazu (português) 1.013 AL
29 Tumbalalá (português) 1.160 BA
30 Koiupanká (português) 1.263 AL

50
Em muitas dessas etnias (por exemplo: Potiguara, Mura, Tupinambá, etc.) as comunidades tem realizado ações de
recuperação ou adoção de língua indígena, introduzindo no ensino escolar.
W. D’Angelis 2014 - 15

31 Anacé (português) 1.281 CE


32 Pankararé (português) 1.640 BA
33 Pipipã (português) 1.640 PE
34 Wassu (português) 1.806 AL
35 Jeripankó, Jiripancó, Geripancó (português) 2.074 AL
36 Tuxá (português) 2.142 AL, BA, PE
37 Kiriri (português) 2.182 BA
38 Karapotó (português) 2.189 AL
39 Arapiuns (português) 2.204 PA
40 Kariri-Xokó, Cariri-Xocó (português) 2.311 AL
41 Pataxó Hã-Hã-Hãe (português) 2.375 BA
42 Pankará (português) 2.558 PE
43 Tupiniquim (português) 2.630 ES
44 Tabajara (português) 2.856 CE
45 Xukuru-Kariri (português) 2.926 AL, BA
46 Kambiwá (português) 2.954 PE
47 Tremembé (português) 2.971 CE
48 Truká (português) 3.078 BA, PE
49 Kapinawa (português) 3.702 PE
50 Pitaguary, Potiguara (português) 3.793 CE
51 Tupinambá (português) 4.729 BA
52 Atikum (português) 5.183 BA, PE
53 Tapeba (português) 6.600 CE
54 Pankararu (português) 8.477 MG, PE, SP
55 Xakriabá (português) 9.196 MG
56 Baré, Hanera (português) 10.275 AM
57 Xukuru (português) 12.139 PE
58 Potiguara (português) 15.713 AM
59 Mura (português) 16.095 CE, PB

Fontes:
FUNASA, FUNAI, ISA, UNESCO, CIMI
2010-2012
W. D’Angelis 2014 - 16

ANEXO 3

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