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Português brasileiro

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Português brasileiro ou português do Brasil (abreviado como pt-BR) é o termo utilizado para classificar a
variedade da língua portuguesa falada pelos mais de 200 milhões de brasileiros que vivem dentro e fora do Português brasileiro
Brasil. A grande população brasileira, quando comparada com a dos demais países lusófonos, implica que o Falado em: Brasil
português brasileiro seja a variante do português mais falada, lida e escrita do mundo, 14 vezes mais que a Uruguai (região de fronteira
variante do país de origem, Portugal. com o Brasil)
Em todo o Brasil e nas regiões
Devido à importância do Brasil no Mercosul e na UNASUL, esta variante é ensinada nos países da América do Região: fronteiriças com a Argentina,
Uruguai e Paraguai
Sul e nos principais parceiros econômicos do Brasil. Também há falantes de português brasileiro como língua
materna nos países onde há grandes comunidades brasileiras, particularmente nos Estados Unidos, Japão e em Total [1]
de falantes: ≅ 211 milhões
diversos países da Europa, como Portugal, Alemanha, Reino Unido, França e Espanha. De facto, é a variação da
Família: Língua portuguesa
língua portuguesa mais estudada no mundo. No Japão, nos Estados Unidos, e, sobretudo, na América Latina, é Português brasileiro
ensinada a variante brasileira para estudantes estrangeiros da língua portuguesa.
Regulado Academia Brasileira de Letras
por: (ABL)
Antes da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, havia variadas línguas no território que coincide com o
Códigos de língua
atual país, faladas por indígenas americanos de diversas etnias. No decorrer da sua história, o português
ISO 639-1: pt-BR
brasileiro incorporou empréstimos de termos indígenas, como do tupi,[2] mas também de línguas africanas,
sobretudo do quicongo, quimbundo e umbundo,[3] do francês, do castelhano, do italiano, do alemão, do inglês e ISO 639-2: ---

do árabe.

Há várias diferenças entre o português europeu e o português brasileiro, especialmente no vocabulário,


pronúncia e sintaxe, principalmente nas variedades vernáculas; nos textos formais as diferenças também
existem, mas são bem menores. Vale ressaltar que dentro daquilo a que se convencionou chamar "português
brasileiro" e "português europeu" há um grande número de variações regionais. O estabelecimento do Acordo
Ortográfico de 1990, já em vigor no Brasil desde 1 de janeiro de 2009, visou a unificação da grafia das duas
variantes da língua portuguesa, criando uma ortografia comum que garantiria uma grafia única para 98% das
palavras. As diferenças entre a língua escrita formal de Portugal e do Brasil são comparáveis às diferenças
encontradas entre as normas cultas do inglês britânico e inglês americano.[4]
Localização do Brasil.

Índice
História
Línguas indígenas americanas ou ameríndias
O português no Brasil
pt-BR
Léxico
Tupinismos
Amerindinismos
Africanismos
Dialetalismos portugueses
Neologismos
Fonologia
Comparação ao português europeu
Aspectos conservadores
Aspectos inovadores
Nasalização
Redução de vogais
Palatalização de /di/ e /ti/
Epêntese em encontros consonantais
Supressão do R e vocalização do L
Dialetos do português brasileiro
Dialeto padrão
Ortografia
O trema
Acentuação Gráfica
Acento fonético
Sílaba tônica
Sílaba subtônica
Sílabas átonas
Teoria moderna do acento
Gramática
Afirmação e negação
Dícticos
Artigo definido antes do possessivo
"Você" e "tu"
Conjugação do pronome em segunda pessoa singular em português padrão e brasileiro [43][44][45]
Cê e ocê
Voceísmo, Queísmo e Gerundismo
Uso de reflexivos e da voz passiva sintética
Pronomes oblíquos
Gerúndio
Semântica
Diglossia
Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas

História

Línguas indígenas americanas ou ameríndias

Antes da chegada dos portugueses, estima-se que cerca de 1.500 línguas diferentes eram faladas no território que veio a ser o Brasil. Essas são agrupadas em
famílias, classificadas como pertencentes aos troncos Tupi, Macro-jê e Aruaque. Há famílias, entretanto, que não puderam ser identificadas como relacionadas
a nenhum destes troncos. São elas: Karib, Pano, Maku, Yanomami, Mura, Tukano, Katukina, Txapakura, Nambikwara e Guaikuru. Evidentemente, o facto de
duas sociedades indígenas americanas falarem línguas pertencentes a uma mesma família não faz com que seus membros consigam entender-se
mutuamente.[5]

Apesar de o Brasil ter sido descoberto oficialmente em 1500 pelos portugueses, sua colonização
europeia só começou efetivamente em 1532 e de forma gradual. No ano de 1530, o rei de Portugal,
João III, organizou a primeira expedição com objetivos de colonização. Foi comandada por Martim Língua Portuguesa
Afonso de Sousa e tinha, como metas, povoar o território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o
cultivo de cana-de-açúcar no Brasil. Com isso, a língua portuguesa passou a ser usada factualmente Última flor do Lácio, inculta e bela,
no território hoje conhecido como Brasil. Ao mesmo tempo, outras nações europeias vieram para o
Brasil, como a França e a Holanda (que chegou a instalar uma colônia na região que é hoje o Estado És, a um tempo, esplendor e sepultura:
de Pernambuco).
Ouro nativo, que na ganga impura
No início da colonização portuguesa no Brasil, a língua dos ameríndios Tupinambá (tronco Tupi) era
falada numa enorme extensão de território ao longo da costa atlântica. No século XVI, ela passou a A bruta mina entre os cascalhos vela…
ser aprendida pelos portugueses, que, de início, eram uma minoria entre a população local. Aos
poucos, o uso dessa língua, chamada de "brasílica", se intensificou e generalizou-se de tal forma que Amo-te assim, desconhecida e obscura,
passou a ser falada por quase toda a população que integrava o sistema colonial brasileiro. Com o
Tuba de alto clangor, lira singela,
decorrer do tempo, ela se modificou e, a partir da segunda metade do século XVII, passou a ser
chamada de "língua geral". Que tens o trom e o silvo da procela
Era a língua de contato entre ameríndios de diferentes línguas e entre ameríndios e portugueses e E o arrolo da saudade e da ternura!
seus descendentes. A língua geral era, assim, uma língua franca no atual território brasileiro. Essa
foi a primeira influência que a língua portuguesa recebeu no Brasil. Como tal, deixou algumas Amo o teu viço agreste e o teu aroma
marcas no vocabulário popular falado atualmente no país. A língua geral possuía duas variantes:
De virgens selvas e de oceano largo!
A Língua Geral Paulista: originária na língua dos ameríndios Tupi de São Vicente e do alto rio
Tietê, passou a ser falada pelos bandeirantes no século XVII. Dessa forma, ouve-se tal idioma Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em locais em que esses ameríndios jamais estiveram, influenciando o modo de falar dos
brasileiros. Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
O nheengatu (do tupi ie’engatú, "língua boa") é uma língua tupi-guarani que foi, durante a época
colonial, falada na Amazônia (atualmente, continua a ser falada apenas no noroeste do estado E em que Camões chorou, no exílio amargo,
do Amazonas e na Venezuela). O nheengatu é uma língua de comércio que foi desenvolvida ou
compilada pelos jesuítas portugueses nos séculos XVII e XVIII, tendo, como fundamentos, o O génio sem ventura e o amor sem brilho!
vocabulário e a pronúncia tupinambá e, como referência, a gramática da língua portuguesa,
tendo sido o vocabulário enriquecido com palavras do português e do castelhano. Olavo Bilac[6][7]

O português no Brasil

Com a saída dos holandeses em 1654, o português passou a ser a única "Língua de Estado" do Brasil.

No fim do século XVII, os bandeirantes iniciaram a exploração do interior do continente, e descobriram ouro e diamantes.
Devido a isso, o número de imigrantes portugueses no Brasil e o número de falantes da Língua Portuguesa no Brasil
passaram a aumentar, superando os falantes da língua geral (derivada do tupinambá). Em 17 de agosto de 1758, o Marquês
de Pombal instituiu o português como a língua oficial do Brasil, ficando proibido o uso da língua geral. Nessa altura,
devido à evolução natural da língua, o português falado no Brasil já tinha características próprias que o diferenciavam do
falado em Portugal. [carece de fontes?]

O Marquês de Pombal instituiu o No século XVII, por conta da intensificação do cultivo de cana-de-açúcar, houve um grande fluxo de escravos vindos da
português como a língua oficial do África, que se espalharam por todas as regiões ocupadas pelos portugueses e que trouxeram uma influência lexical africana
Brasil, proibindo o uso da língua para o português falado no Brasil. Para se ter uma ideia, no século XVI foram trazidos para o Brasil 100 mil negros. Este
geral. número salta para 600 mil no século XVII e 1 milhão e 300 mil no século XVIII. A influência lexical africana veio
principalmente da língua iorubá, falada pelos negros vindos da Nigéria, e do quimbundo angolano.

Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808, como consequência das invasões francesas, ocorreu uma relusitanização no falar da cidade do
Rio de Janeiro, que passou a ser a capital do país. Acompanhando a família real, chegaram ao Rio de Janeiro cerca de 15 mil portugueses. Essa relusitanização
expandiu-se e influenciou outras partes do Brasil. O sotaque carioca e seu dialecto (com "s" chiado e sílabas atonais fechadas e tónicas abertas), ainda guarda
profunda influência portuguesa provinda deste período[8].

Em 1822, o Brasil tornou-se independente. Com isso o tráfico negreiro diminuiu e muitos imigrantes europeus, como alemães e italianos, chegaram ao país.
Em números absolutos os italianos formaram a maior corrente imigratória no país. Deste modo, as especificidades linguísticas dos imigrantes italianos
interferiram nas transformações da língua portuguesa no Brasil. Assim, palavras foram agregadas de outros idiomas europeus.
Na segunda metade do século XIX ocorreu uma tentativa, dos autores romantistas, de criar uma
personalidade literal brasileira. Entretanto, o movimento que consagrou rapidamente a norma
brasileira foi o modernismo brasileiro. Esse foi um movimento de nacionalização que rompeu
com o parnasianismo e com a imitação do padrão tradicional do português, privilegiando as
peculiaridades do falar brasileiro. O modernismo brasileiro nasceu no dia 11 de fevereiro de 1922,
com a Semana de arte moderna de 1922, sendo alvo de muitas críticas, como as de Monteiro
Lobato, que consideravam-no caricato[9]. A posteriori, o movimento representou uma verdadeira
renovação da linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o
passado. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos.

Há várias ideias acerca de quando começaram a divergir o português do Brasil e o de Portugal. O A língua portuguesa no mundo:
professor titular da Universidade de São Paulo Ataliba Teixeira de Castilho disse numa entrevista Língua materna
ao jornal da Unicamp:[10] Língua oficial e administrativa

Há várias posições sobre isso. Uns dizem que a partir do século XIX começou a ser Língua cultural ou secundária
construída uma gramática do português brasileiro, quer dizer, uma nova língua, distinta do Minorias falantes do português
português europeu. Mas, se analisar o português medieval, como fez a minha mulher Célia
Crioulos de base portuguesa
Maria Moraes de Castilho em sua tese de doutorado, descobre-se que aquilo que se
explicava como um abrasileiramento do português, na verdade, já se encontrava lá,
sobretudo nos documentos do século XV. Ou seja, esse português veio para o Brasil e foi preservado. Nós estamos fazendo mudanças gramaticais a
partir dessa base. Já Portugal, a partir do século XVIII, imprimiu um novo rumo à língua. Por isso é que muito do que aqui sobreviveu não existe mais
lá. Eles é que estão diferentes, não nós.[11]

É preciso, também, não esquecer que em Portugal existe uma grande variedade de dialetos para além do de Lisboa, alguns mais próximos dos brasileiros.

pt-BR

pt-BR é um código de língua para o português brasileiro, definido por normas ISO (ver ISO 639-1 e ISO 3166-1 alpha-2) e normas Internet (ver "IETF
language tag").

Léxico
Ainda que o léxico brasileiro seja o mesmo que o do português europeu, existe uma série de regionalismos que podem
gerar confusão e desentendimentos entre os falantes das duas variantes. Há ainda as palavras que, apesar de estarem
dicionarizadas em ambos os países (Brasil e Portugal), não são utilizadas por um ou por outro, gerando a mesma
estranheza quando ouvidas ou lidas por um falante da outra variante.

Tupinismos

São os chamados "brasileirismos" que derivam diretamente da língua tupi ou que por ela foram influenciados, como Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio
acontece com alguns sufixos que, segundo alguns autores, funcionam mais como adjetivos do que como sufixos, já que não de Janeiro, a maior da América
alteram a constituição morfológica e fonética da palavra a que se ligam. São exemplos destes sufixos o -açu (grande), - Latina.[12]
guaçu (grande) e -mirim (pequeno) nas palavras arapaçu (pássaro de bico grande), babaçu (palmeira grande),
mandiguaçu (peixe grande), abatimirim (arroz miúdo) ou mesa-mirim (mesa pequena). Existem, no entanto, verdadeiros
sufixos, como -rana (parecido com) e -oara (valor gentílico) nas palavras bibirana (planta da família das anonáceas), brancarana (mulata clara) ou paroara
(natural do Pará) e marajoara (natural da Ilha do Marajó, Pará).

Outros exemplos são:

topônimos: Ipanema, Tijuca, Ceará, Taquara, Pará e Curicica;


nomes ou sobrenomes de pessoas: Araci, Jandaia e Iara;
substantivos peculiares da fauna e flora: como cupim, mandioca, jacarandá, abacaxi e caraíba;
nomes de utensílios, crenças e fenômenos da natureza: urupema, tipoia, moqueca, mingau, iracema, guri e xará;
enfermidades: catapora (varicela)

Amerindinismos

Existem influências de outras línguas ameríndias não tupis que se falavam no país à data da chegada dos portugueses e com as quais houve contato. Os índios
de língua tupi chamavam de tapuia os índios de fala não tupi, termo este que também foi adotado pelos colonizadores portugueses para se referir àqueles
índios.

Africanismos

O tráfico de escravos, especialmente da África para os engenhos brasileiros, trouxe consigo, mormente de povos Bantus, toda uma série de termos que em
breve seriam acrescentados ao português brasileiro. Duas línguas africanas foram as que tiveram maior influência: o ioruba, proveniente em grande parte da
atual Nigéria e que é chamado de nagô em ritos religiosos afro-brasileiros e com influência especialmente na Bahia; e o quimbundo, proveniente da atual
Angola e mais rico de vocabulário e de expressão no resto do país.[13]

Dialetalismos portugueses

Há outros brasileirismos aparentes que não passam de formas dialectais portuguesas, oriundas das regiões que forneceram os colonos portugueses que foram
antepassados de parte significativa da população do Brasil, como os Açores e as várias províncias portuguesas. O resultado foi prosa em vez de conversa ou
salvar por saudar (ou dar a salvação, como ainda se diz em algumas regiões de Portugal).

Neologismos

Há palavras novas (neologismos, que designam novos objetos, invenções, técnicas, etc) que têm uma formação distinta da que se verificou em Portugal. São
exemplos ônibus por oposição a autocarro, trem por oposição a comboio, ou bonde por oposição a eléctrico.
Outros exemplos são gol (pt golo, do inglês goal), esporte (pt desporto (obs.: desporto se usa no Brasil, mas é, na atualidade, incomum), do inglês sport),
xampu (pt champô, do inglês shampoo).

A tabela abaixo ilustra outras diferenças lexicais:


Brasil Portugal
abridor de garrafas ou saca-rolhas saca-rolhas
abridor de latas abre-latas
açougue talho
água-viva ou medusa água-viva alforreca ou medusa
água sanitária água sanitária, lixívia
AIDS SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida)
alho-poró alho-porro
alô? estou?
amerissagem amaragem
aquarela aguarela
arquivo (de computador) ficheiro
atacante avançado
aterrissagem aterragem
acostamento berma
banheiro, toalete, lavabo, sanitário casa de banho, lavabos, quarto de banho, sanitários, w.c.
bonde eléctrico
brócolis brócolos
café da manhã pequeno almoço
calcinha cuecas femininas
caminhão camião
caminhonete, van, perua carrinha
camiseta camisola
camisola camisa de dormir
canadense canadiano
câncer cancro
caqui dióspiro
carona boleia
carro conversível carro descapotável
carteira de identidade bilhete de identidade/ BI
cílio, pestana, celha pestana
concreto betão
descarga autoclismo
decolagem descolagem
diretor (de cinema) realizador
dublagem dobragem
durex, fita adesiva fita-cola, fita adesiva
escanteio pontapé de canto
esparadrapo, bandeide (band-aid) penso, penso-rápido
estação de trem gare, estação
estrada de ferro, ferrovia caminho de ferro, ferrovia
favela bairro de lata/favela (quando referência ao Brasil)
fones de ouvido auscultadores, auriculares, fones
freio, breque travão, freio
gol golo
gole golo
goleiro guarda-redes
grama, relva relva
grampeador agrafador
guitarra guitarra elétrica
isopor esferovite
israelense, israelita israelita
maiô fato de banho
mamadeira biberão
metrô metro, metropolitano
Moscou Moscovo
Mouse Rato
nadadeiras, pé-de-pato barbatanas
nitrogênio azoto, nitrogénio
ônibus autocarro
Papai Noel Pai Natal
pebolim (ou totó) matraquilhos
perua, van carrinha
pinha, fruta-do-conde anona
polonês, polaco polaco
privada sanitária, vaso sanitário ou privada retrete ou sanita
salva-vidas ou guarda-vidas salva-vidas ou nadador-salvador
sanduíche sandes ou sanduíche
secretária eletrónica atendedor de chamadas
sorvete gelado
sunga ou calção de banho calções de banho, calção de banho
tcheco, checo checo
tela ecrã
(telefone) celular telemóvel
terno fato
tiro de meta pontapé de baliza
torcida claque
trem comboio
violão guitarra
zagueiro defesa central

Fonologia
Os fonemas usados no português do Brasil são, muitas vezes, diferentes dos usados no português europeu, ou seja, uma mesma palavra tem notação fonética
diferente no Brasil da dos outros países lusófonos. Existem vários dialetos dentro do português brasileiro e o europeu, entretanto, dentro de cada padrão, esses
dialetos compartilham as mesmas peculiaridades básicas do ponto de vista fonético. O português brasileiro utiliza 34 fonemas, sendo treze vogais, dezenove
consoantes e duas semivogais.
Fonema
Características fonéticas Exemplos **
*

/a/ Aberta, central, oral, não arredondada. átomo, arte.

Semiaberta (dialetalmente semifechada possível no Rio de Janeiro), central, oral (possivelmente nasal quando na sílaba tônica
/ɐ/ pano, ramo, lanho.
antes de consoante nasal), não arredondada.
antes, amplo, maçã,
/ɐ̃/ Semiaberta, central, nasal, não arredondada.
âmbito, ânsia.

/ɛ/ Semiaberta, frontal, oral, não arredondada. métrica, peça.

/e/ Semifechada, frontal, oral, não arredondada medo, pêssego.

sempre, êmbolo, centro,


/ẽ/ Semifechada, frontal, nasal, não arredondada concêntrico, têm,
também.**
Vogais
/ɔ/ semiaberta (dialetalmente aberta possível no Rio de Janeiro), posterior, oral, arredondada ótima, ova.

/o/ Semifechada, posterior, oral, arredondada rolha, avô.

ombro, ontem, cômputo,


/õ/ Semifechada, posterior, nasal, arredondada.
cônsul.

/i/ Fechada, frontal, oral, não arredondada item, silvícola.

simples, símbolo, tinta,


/ĩ/ Fechada, frontal, nasal, não arredondada.
síncrono.

/u/ Fechada, posterior, oral, arredondada uva, útero.

algum, plúmbeo, nunca,


/ũ/ Fechada, posterior, nasal, arredondada.
renúncia, muito.

/m/ Nasal, sonora, bilabial marca.

/n/ Nasal, sonora, alveolar nervo.

/ɲ/ ~ /
Nasal sonora palatal ou Aproximante palatal nasalizada (varia com o falante) arranhado.
ȷ/̃

/b/ Oral, oclusiva, bilabial, sonora barco.

/p/ Oral, oclusiva, bilabial, surda pato.

/d/ Oral, oclusiva, linguodental, sonora data.

/t/ Oral, oclusiva, linguodental, surda telha.

/g/ Oral, oclusiva, velar, sonora gato.

/k/ Oral, oclusiva, velar, surda carro, quanto.

/v/ Oral, fricativa, labiodental, sonora vento.


Consoantes
/f/ Oral, fricativa, labiodental, surda farelo.

/z/ Oral, fricativa, alveolar, sonora zero, casa, exalar.

seta, cebola, espesso,


/s/ Oral, fricativa, alveolar, surda excesso, açúcar, auxílio,
asceta.

/ʒ/ Oral, fricativa, pós-alveolar, sonora gelo, jarro.

/ʃ/ Oral, fricativa, pós-alveolar, surda xarope, chuva.

Oral, vibrante, sonora, uvular. Inúmeros alófonos pelo território nacional, costuma ter esta exata pronúncia apenas em Santa
/ʁ/ Catarina, no Paraná, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e na Zona da Mata Mineira como resultado da maior influência rato, carroça.
europeia na região.

/ɾ/ Oral, vibrante, sonora, alveolar variação.

Oral, lateral aproximante, sonora, palatal. Ausente no dialeto caipira e socioletos de baixo prestígio por todo o território nacional,
/ʎ/ cavalheiro.
possuindo como alófonos /j/ e /l/ em tais ambientes.

/l/ Oral, lateral aproximante, sonora, alveolar luz.

uivo, mãe, área, têm,


/j/ ~ /ȷ/̃ Oral, palatal, sonora
também, vivem.
Semivogais
/w/ ~ Oral, velar, sonora. Uso como /ɫ/ vocalizado possui como alófono /ɻ/ no dialeto caipira e /ɫ/ em certos regionalismos do automático, móvel, pão,
/w̃/ dialeto gaúcho, como o original do português europeu. frequente, falam.

Comparação ao português europeu

Alguns autores sugerem que o português do Brasil seguiu as características do português europeu do Centro-Sul.[14] No entanto, dados históricos provam que a
grande maioria dos imigrantes portugueses que se instalaram no Brasil durante não só o período colonial mas também no período pós-colonial eram oriundos
das regiões Norte/Nordeste do país, o que sugere que o português do Brasil poderá ter uma grande influência dos dialetos setentrionais de Portugal.[15]

Alguns aspectos conservadores e inovadores da fonética brasileira:

Aspectos conservadores

Na maior parte do Brasil, os -s e -z em final de palavra ou diante de consoante surda são realizados como [s] (como em "atrás" ou "uma vez") ou como [z]
diante de consoante sonora ("desde"), em vez de [ʃ] e [ʒ] como em Portugal.
As vogais átonas permaneceram abertas, perpetuando "mais uma vez a pronúncia de Portugal antes das grandes mutações fonéticas do século XVIII".[16]

Por outro lado, certas inovações fonéticas ocorridas no português europeu no século XIX foram ignoradas no Brasil: manteve-se a pronúncia [ej] em ditongos
como do "ei" em "primeiro", versus a pronúncia [ɐj]; a pronúncia do "e" tônico como [e], versus [ɐ], em palavras como "espelho" ou "vejo".[17]

Aspectos inovadores

Entre outros, assinalam-se os seguintes: Desaparição da oposição entre timbre aberto e fechado nas vogais tônicas a, e e o seguidas de consoante nasal (ex:
"vênia" vs. "vénia", "Antônio" vs. "António"); O mesmo fenômeno ocorre nas vogais das sílabas pretônicas (ex: o primeiro "a" de cadeira, pronunciado /a/ no
Brasil e /ɐ/ em Portugal); Vocalização do "l" velar, como em "animal", que em algumas regiões é pronunciado [ɐn [18]
̃ iˈmaw].

Os fenômenos fonológicos do PB que não ocorreram no PE ora são apresentados pelos tupinólogos como provas da influência tupi, ora pelos africanistas como
influência das línguas dos escravos. Alguns autores, porém, contestam a tese de que esse tipo de influência tenha sido determinante, preferindo interpretar tais
mudanças fonéticas como "desenvolvimento ou a realização de tendências latentes, embrionárias ou incipientes na língua-tronco",[19] porquanto tais
fenômenos são encontrados em outras línguas neolatinas:

ensurdecimento e queda do r final: ocorre também em francês, provençal, catalão, andaluz, etc;
ieísmo (e. g. *muier por mulher ou *trabaio por trabalho): no francês, em espanhol, no galego, em Portugal, em dialectos crioulos portugueses;
redução de nd a n nos gerúndios (e. g. *andano em vez de andando): efetuou-se no catalão antigo, aragonês, italiano centro-meridional;
alguns casos de epêntese (e. g., *fulô por flor ou *quelaro por claro): aparece na evolução do latim nas diversas línguas românicas;
terminação verbal átona desnasalizada (e. g. *amaro por amaram): ocorre o mesmo em alguns falares do Norte de Portugal, como o do Baixo Minho;
queda ou vocalização do l final (e. g. *finaw em vez de final): possível de ouvir também em algumas zonas do Alto Minho, no Norte de Portugal, e da
Madeira, em Portugal Insular.

Nota: o asterisco (*) marca as palavras ortograficamente incorretas

Nasalização

A nasalização é muito mais presente no português brasileiro que no europeu. Isso é especialmente perceptível em vogais antes de /n/ ou /m/ seguidos de
vogal; no PB, são pronunciadas com tanta nasalização quanto as vogais foneticamente nasalizadas, enquanto no PE quase não têm nasalização. Pelo mesmo
motivo, vogais abertas (que não ocorrem em nasalização no português em geral) não ocorrem antes de /n/ ou /m/ no PB, mas ocorrem no PE. Isso pode afetar
a escrita das palavras, sendo a explicação para a maior parte das duplas grafias permitidas pelo Acordo Ortográfico, como harmónico [ɐɾˈmɔniku] e harmônico
[aɦˈmõniku]. Um outro caso é a distinção que o PE faz entre falamos [fɐˈlɐmuʃ] e falámos [fɐˈlamuʃ], enquanto os brasileiros pronunciam os dois tempos
verbais como [faˈlɐ̃mus].

De acordo com muitos historiadores, entre eles os célebres Teodoro Sampaio, Mário de Andrade e Roquette-Pinto, a nasalação da maior parte dos falares
brasileiros é uma herança tipicamente indígena.[20] Que as línguas autóctones desta parte das Américas, especialmente o tupi-guarani, eram muito nasais, é
indiscutível.[20]

No livro Aspectos da música brasileira, de Mário de Andrade, há a seguinte citação de Teodoro Sampaio:

(...) O vício da nasalação, herdado do índio, leva ainda hoje o brasileiro a fazer nasais sons que em vocábulos portugueses absolutamente não o
são brasileira é um vício que os índios exclusivamente nos herdaram.[20]

Uma exceção importante é a maior cidade do país, São Paulo, onde, supostamente pela influência da forte imigração italiana, a nasalização de vogais tônicas
antes de consoante nasal não ocorre. Dessa forma, a palavra homens é pronunciada em São Paulo com um /o/ oral, não nasal, ao invés do /õ/ nasal ouvido em
grande parte do Brasil.[21] Isso é tornado especialmente relevante pela condição de São Paulo como grande centro da mídia brasileira, sede das principais
emissoras de televisão (à exceção da Rede Globo), o que faz com que essa pronúncia não nasal seja ouvida em boa parte da programação nacional de televisão e
rádio.

Um fenômeno relacionado ao já descrito é uma divergência de pronúncia da consoante representada por nh. No PE, a pronúncia é sempre [ɲ], mas, em boa
parte do Brasil, é realizada como a semivogal nasalizada [ȷ]̃ .[22] Exemplo: manhãzinha [mɐ̃ȷɐ̃ ̃zĩȷɐ̃ ].

Redução de vogais

A redução de vogais é uma característica fonética notável da língua portuguesa, mas sua intensidade e frequência são variáveis entre a variante europeia e a
brasileira.

De forma geral, os brasileiros pronunciam as vogais de forma mais aberta que os portugueses, mesmo quando estão reduzindo-as.[23] Nas sílabas seguintes à
tônica, o PB geralmente pronuncia o O como [u], o A como [ɐ] e o E como [i]. Alguns dialectos do PB seguem esse padrão também nas vogais anteriores à
sílaba tônica.

Em contraste, o PE pronuncia o A átono principalmente como [ɐ], elide (não pronuncia) algumas vogais átonas ou as reduz a uma vogal [ɨ] (um som que não
existe no português do Brasil). Por exemplo, a palavra setembro é [seˈtẽbɾu]/[sɛˈtẽbɾʊ] no Brasil mas [s(ɨ)ˈtẽbɾu] em Portugal.

A principal diferença entre os dialectos internos do Brasil é a presença frequente ou não de vogais abertas em sílabas átonas. Em geral, os dialetos do Sul-
Sudeste sempre pronunciam E e O átonos como [e] e [o], isso quando não são reduzidos a [i] e [u]. Nesse caso a pronúncia pode variar de palavra para palavra
ou até de falante para falante. Em contraste, nos sotaques do Norte e Nordeste há muitas regras complexas, ainda não muito estudadas, que determinam a
pronúncia aberta de E e O em posição átona em muitas palavras. Exemplo: “rebolar”, que se fala [heboˈla] no Sudeste e [hɛbɔˈla] no Nordeste.

Uma outra diferença perceptível, mesmo que pequena, entre os dialectos é a frequência de nasalização das vogais antes de M e N. No Norte-Nordeste, são
nasalizadas quase sempre, enquanto no Sul-Sudeste podem permanecer não nasalizadas se forem átonas. Um exemplo famoso é a pronúncia de banana. No
Nordeste se fala [bɐˈ̃ nɐn
̃ ɐ], enquanto no Sul a pronúncia é [baˈnɐn
̃ ɐ].

Palatalização de /di/ e /ti/

Uma das tendências mais notáveis do PB moderno é a palatalização de /d/ e /t/[24] na maioria das regiões; esses sons são pronunciados como [dʒ] e [tʃ] (ou
[dᶾ] e [tᶴ]), respectivamente, antes de /i/. A palavra presidente, por exemplo, se fala [pɾeziˈdẽtᶴi] nas regiões brasileiras em que esse fenómeno ocorre, mas
[pɾɨziˈdẽt(ɨ)] em Portugal.
Essa pronúncia deve ter começado no Rio de Janeiro e ainda é frequentemente associada a essa cidade, mas atualmente é a norma em muitos outros estados e
grandes cidades, como Belo Horizonte e Salvador. Recentemente, foi difundida para algumas regiões do estado de São Paulo (talvez pela imigração), onde é
comum para a maioria dos falantes abaixo de 40 anos, em média. Sempre foi a norma na comunidade japonesa do Brasil, por ser também uma característica
da língua japonesa. As regiões que ainda preservam o [ti] e o [di] não palatalizados se localizam principalmente no Nordeste e no Sul do país, por conta da
influência maior do português europeu (no Nordeste) e do italiano e do espanhol (no caso do Sul).

Epêntese em encontros consonantais

O PB tende a desfazer encontros consonantais em que a primeira consoante não seja /r/, /l/, ou /s/ por meio da inserção da vogal epentética /i/, que também
pode ser caracterizada, em certos contextos, como um xevá.[25]

Esse fenómeno acontece predominantemente em posição pretónica e com os encontros consonantais ks, ps, bj, dj, dv, kt, bt, ft, mn, tm e dm, isto é, encontros
consonantais que não são comuns em português. Exemplo: "opção" : [ɔpˈsɐ̃ʊ̃] > [ɔpiˈsɐ̃ʊ̃]).

No entanto, algumas regiões brasileiras (como Minas Gerais e partes do Nordeste) apresentam uma tendência oposta, de reduzir a vogal átona [i] em uma
vogal muito fraca, o que faz com que partes ou destratar sejam frequentemente realizados como [pahts] e [dstɾaˈta]. Esse fenómeno pode ocorrer ainda mais
intensamente em vogais átonas pós-tónicas (exceto as finais), causando a redução da palavra e a criação de encontros consonantais: prática > prát'ca;
máquina > maq'na; abóbora > abobra; cócega > cosca).[26]

Supressão do R e vocalização do L

Na maioria das regiões do Brasil, [ʀ] (o som do dígrafo RR) é enfraquecido a [χ] ou [h], e o som representado pela letra R em fim de sílaba (qualquer que seja
esse som no dialeto em questão), quando está no fim de verbos, costuma ser suprimido em contextos não formais. Assim, matar e correr são normalmente
pronunciados como [maˈta] e [koˈhe]. Isto também é visto em PE, mas com menos frequência.[27]

Paralelamente, o som /l/ em fim de sílaba é pronunciado como [u̯] em quase todos os dialetos do país. Esses fenômenos, combinados com o fato de que /n/ e
/m/ não ocorrem em fim de sílaba em português (sendo substituídos pela nasalização da vogal anterior), fazem com que o PB tenha uma fonologia que
favorece fortemente sílabas abertas. Na quase totalidade do Brasil, a letra 'r' possui fonologia de [h], como exemplo a palavra "porta" fica pronunciada ['pohta].
Os únicos locais em que isso não ocorre é em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, talvez por conta da grande imigração portuguesa, italiana,
alemã e eslava.

Dialetos do português brasileiro

A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, apesar das dimensões continentais do Brasil.
A comparação das variedades dialetais do português brasileiro com as do português europeu leva à
conclusão de que aquelas representam em conjunto um sincretismo destas, já que quase todos os
traços regionais ou do português padrão europeu que não aparecem na língua culta brasileira são
encontrados em algum dialeto do Brasil.

Há pouca precisão na divisão dialetal brasileira. Alguns dialetos, como o dialeto caipira, já foram
estudados, estabelecidos e reconhecidos por linguistas tais como Amadeu Amaral. Contudo, há poucos
estudos a respeito da maioria dos demais dialetos, e atualmente aceita-se a classificação proposta pelo
filólogo Antenor Nascentes. Em entrevista ao jornal da UNICAMP,[10] o linguista Ataliba de Castilho
diz que o padrão do português paulista espalhou-se pelo Brasil. "Se você olhar mapas que retratem os
movimentos das bandeiras, das entradas e dos tropeiros, verá que os paulistas tomaram várias
direções, para Minas e Goiás, para o Mato Grosso, para os estados do sul. Tudo isso integrava a
Capitania de São Paulo. Na direção do Vale do Paraíba, eles levaram o português paulista até Macaé,
no estado do Rio de Janeiro. Era paulista a língua que se falava no Rio de Janeiro. Isso mudou em
1808, quando a população do Rio era de 14 mil habitantes e D. João VI chegou com sua Corte, cerca de
16 mil portugueses. Não eram portugueses quaisquer. Eram portugueses da Corte. Seu prestígio fez
com que imediatamente a língua local fosse alterada.

A primeira célula mais marcante do português brasileiro surgiu em Minas Gerais com a exploração de
pedras preciosas, quando bandeirantes paulistas, escravos, índios e europeus criaram um jeito de Dialetos do português brasileiro
pronunciar que se espalhou pelo país através do comércio e outras formas. Os principais dialetos do 1 - Caipira 7 - Nordestino 13 - Carioca
2 - Costa norte 8 - Nortista 14 - Brasiliense
português brasileiro são:
3 - Baiano 9 - Paulistano 15 - Serra amazônica
4 - Fluminense 10 - Sertanejo 16 - Recifense
Baiano - falado predominantemente na Bahia, mas utilizado em regiões de Sergipe e de Minas
5 - Gaúcho 11 - Sulista
Gerais;
6 - Mineiro 12 - Florianopolitano
Brasiliense - dialeto utilizado em Brasília e em sua área metropolitana.[28]
Caipira - falado na região que compreende o interior de São Paulo, sul de Goiás, o extremo norte
do Paraná, parte do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro;
Costa norte, por vezes chamado de dialeto cearense - é falado basicamente no Ceará, no Piauí e em parte do Maranhão;
Carioca - na cidade do Rio de Janeiro, e em sua região metropolitana;
Florianopolitano ou manezinho da ilha - é um dialeto, derivado do sulista e do gaúcho e com características do dialeto açoriano, utilizado na Região
Metropolitana de Florianópolis e em regiões do litoral catarinense.
Fluminense (ouvir (https://web.archive.org/web/20071030034105/http://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som90.html)) - dialeto usado
principalmente na região serrana e no sul do estado do Rio de Janeiro, com falantes em regiões de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo;
Gaúcho - predominantemente no Rio Grande do Sul, contudo falado em regiões de Santa Catarina;
Mineiro - utilizado principalmente nas regiões central e leste de Minas Gerais;
Neutro - geralmente usado nos meios de comunicação em massa pelos seus profissionais, mas também usado em algumas regiões urbanas brasileiras e
em cursos de português para estrangeiros;[29][30]
Nordestino (ouvir (https://web.archive.org/web/20071015043909/http://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/som91.html)) - falado em boa parte dos
interiores da Região Nordeste do Brasil, como em Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, parte de Sergipe, parte do Piauí, parte do
Maranhão, sul do Ceará e norte da Bahia.[31] Possui diferenças linguísticas - subdialetos, sendo os três principais: litorâneo, ou da Zona da mata, se
estendendo desde Aracaju até Natal; do interior, falado nas regiões do agreste e da caatinga; e dos cocais, falado em partes do Piauí e do Maranhão;
Nortista - utilizado em todos os estados da bacia do Amazonas (exceptuando-se somente a região do arco do desflorestamento). Considera-se que tenha
até quatro subdialetos: o cametaense, utilizado na região de Cametá e em algumas regiões da Ilha do Marajó; o Bragantino, falado na microrregião
Bragantina; o metropolitano, falado nas capitais Belém, Manaus e Porto Velho e em suas regiões metropolitanas, e o dos cocais, com influências dos
dialetos nortista, da serra amazônica e do cearense, falado principalmente no Maranhão, e em partes do Piauí e do Pará.
Paulistano - utilizado basicamente na Macrometrópole de São Paulo (com exceção dos municípios falantes do dialeto caipira);
Recifense - utilizado na Região Metropolitana do Recife, e em áreas próximas;
Serra amazônica[32] ou do arco do desflorestamento - utilizado na região do arco do desflorestamento: Rondônia, norte de Mato Grosso, Tocantins, sul do
Maranhão e sudeste do Pará. São marcantes as diferenças entre o dialeto desta região e o da bacia amazônica;
Sertanejo - utilizado nos estados de Goiás, sul de Mato Grosso, em parte do Tocantins, e em parte do Mato Grosso do Sul;
Sulista - utilizado em todo o Paraná, com exceção da região norte, praticamente todo o estado de Santa Catarina e no sul do estado de São Paulo.

Diversos linguistas têm estudado os vários dialetos do português brasileiro e verificam que os dialetos individuais se podem agrupar em grupos maiores e
estes, por sua vez, em dois grandes grupos - o do norte e o do sul. Na Nova Gramática do Português Contemporâneo (1996) Celso Cunha e Lindley Cintra
citam Antenor Nascentes sobre este assunto:

"De acordo com Antenor Nascentes é possível distinguir dois grupos de dialectos brasileiros – o do Norte e o do Sul -, tendo em conta dois traços
fundamentais:

a) abertura das vogais pré-tônicas, nos dialectos do Norte, em palavras que não sejam diminutivos nem advérbios em mente : pègar por pegar, còrrer por
correr;

b) o que ele chama um tanto impressionisticamente «cadência» da fala: fala «cantada» no Norte, fala «descansada» no Sul.

A fronteira entre os dois grupos de dialectos passa por «uma zona que ocupa uma posição mais ou menos equidistante dos extremos setentrional e
meridional do país. Esta zona se estende, mais ou menos, da foz do rio Mucuri, entre Espírito Santo e Bahia, até à cidade de Mato Grosso, no Estado do
mesmo nome.»"[33]

Assim, de acordo com as suas características (maior ou menor semelhança entre eles), os dialetos do português brasileiro acima mencionados podem ser
agrupados do seguinte modo:

Grupos de Dialetos[34][31][35][36]

Norte
Amazônico/Nortista (inclui as cidades de Belém, Manaus, Macapá, Boa Vista, Rio Branco e Porto Velho)
Baiano (inclui as cidades de Salvador, Aracaju, Vitória da Conquista e Barreiras)
Nordestino (inclui as cidades de Natal, Maceió, São Luís, Petrolina/Juazeiro e Oeiras)
Costa Norte/Cearense (inclui as cidades de Fortaleza, Teresina, Mossoró e Caxias)
Recifense (Recife e arredores)
Sul
Fluminense Lato (inclui as cidades de Campos, Vitória, Juiz de Fora)
Carioca/Fluminense Próprio (Rio de Janeiro e arredores)
Mineiro/Montanhês (inclui as cidades de Belo Horizonte, Ouro Preto, Lavras, Ipatinga e Montes Claros)
Sulista Lato
Paulista Lato
Paulistano/Paulista Próprio (inclui São Paulo, Santos e arredores)
Caipira (inclui as cidade de Campinas, Ribeirão Preto, Uberlândia)
Sertanejo (inclui as cidades de Campo Grande, Cuiabá, Goiânia)
Sulista Estrito (inclui as cidades de Curitiba, Foz do Iguaçu, Joinville e Chapecó)
Florianopolitano/Manezês (Florianópolis, Ilha de Santa Catarina)
Gaúcho (inclui as cidades de Porto Alegre, Santa Maria e Uruguaiana)
Dialetos Híbridos
Brasiliense (inclui Brasília e arredores)
Neutro (dialeto criado após o surgimento das transmissões televisivas em rede via satélite, não é característico de alguma região e por conta disso
é usado como padrão para os meios de comunicação em massa)[29][30]
Serra amazônica[32]/Arco do desflorestamento (inclui Palmas, Marabá, Sinop, Ji-Paraná e Imperatriz)

Dialeto padrão

Os dialetos das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro são os que têm maior exposição nacional, devido à condição de centro econômico e midiático das duas
cidades. O dialeto paulistano é apontado como o mais prestigioso entre os brasileiros,[37] enquanto que o dialeto do Rio de Janeiro[38] é apontado com maior
frequência como possível dialeto padrão brasileiro.[39] Desde a década de 1960, o dialeto usado como padrão na mídia é definido como sendo neutro, por
carregar elementos comuns à maioria dos sotaques do Brasil.[29][30]

Ortografia
Desde 1945, existiam duas normas ortográficas para o português: uma em vigor no Brasil e outra nos restantes países
lusófonos. A maior parte das diferenças diz respeito às consoantes "mudas", que haviam sido eliminadas da escrita no
Brasil. Por exemplo, as palavras ação e atual, que em Portugal eram grafadas acção e actual, mas ditas como no PB.

A sede da Academia Brasileira de


Letras no Rio de Janeiro.
Português europeu antes do Acordo Ortográfico de 1990 Português brasileiro antes e depois do Acordo Ortográfico de 1990
acção ação
baptismo batismo
contacto contato ou contacto (menos usado)
contactar contatar ou contactar (ainda comum em Norte e Nordeste)
direcção direção
eléctrico elétrico
facto fato ou facto (usado apenas como formalismo ou latinismo)
óptimo ótimo

Com a implementação do Acordo Ortográfico de 1990, aprovado pela Assembleia da República portuguesa e assinado pelo Presidente da República a 21 de
julho de 2008, a maioria das consoantes mudas foram também eliminadas da ortografia oficial do português europeu, restando apenas um número pequeno
de palavras que admitem ortografia dupla, geralmente quando a consoante é muda no português europeu, mas pronunciada no português brasileiro (por
exemplo, em recepção), ou vice-versa (por exemplo, em facto).

O trema

Até a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990, em janeiro de 2009, o trema era usado no português brasileiro para assinalar que a letra u nas
combinações que, qui, gue e gui, normalmente muda, deve ser pronunciada. Exemplos: sangüíneo (pronuncia-se /sãˈgwinju/) e conseqüência (pronuncia-se
/kõseˈkwẽsja/).

Com a entrada em vigor no novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa a partir de 1º de janeiro de 2009 o trema deixou de ser usado, a não ser em nomes
próprios e seus derivados. Palavras como lingüiça, seqüestro, tranqüilo deixam de ter trema. No entanto, o acento continua a ser usado em palavras
estrangeiras e seus derivados: Müller, mülleriano e Bündchen são exemplos.

Até 2012 no Brasil e até 2014 em Portugal, vigorou um período de adaptação, durante o qual tanto a antiga ortografia do Formulário Ortográfico de 1943 e da
Reforma Ortográfica de 1911 respectivamente, como a nova do Acordo Ortográfico de 1990 foram oficialmente aceitas como válidas.

A ortografia do português europeu já não utilizava o trema, reservando-o para palavras derivadas de nomes estrangeiros, como mülleriano (do antropônimo
Müller).

Acordo Ortográfico de 1990 Formulário Ortográfico de 1943


linguiça lingüiça
sequência seqüência
frequência freqüência
quinquênio qüinqüênio
pinguim pingüim
bilíngue bilíngüe
trilíngue trilíngüe
quinquelíngue qüinqüelíngüe
sequestro seqüestro

Acentuação Gráfica

Devido à diferença de pronúncia entre o português falado no Brasil e o falado em Portugal, as proparoxítonas que no Brasil recebem acento circunflexo, por
terem a vogal tônica fechada, em Portugal recebem acento agudo, por terem a vogal tônica aberta. Observe:

Português europeu Português brasileiro


cómodo cômodo
fenómeno fenômeno
tónico tônico
génio gênio

Note-se que existem exceções a esta regra, com palavras a proparoxítonas a receberem acento circunflexo em ambas as normas: fêmea, estômago, etc. (Em
algumas variantes de português europeu, particularmente no Norte de Portugal, a pronúncia de fato é fémea e estómago, apesar da grafia.). A grafia dupla,
entretanto, é permitida, embora não recomendada para ocasiões em que deve-se seguir àquela ou esta norma do país em questão (como em concurso públicos)
[40]

Na Língua Portuguesa, todas as palavras possuem uma sílaba tônica: a que recebe a maior inflexão de voz. Nem todas, porém, são marcadas pelo acento
gráfico. As sílabas são subdivididas em tônicas, subtônicas e átonas.

Acento fonético
De acordo com as teorias tradicionais, o acento no português é abordado nos seguintes aspectos.

Sílaba tônica

A sílaba tônica é a mais forte da palavra. Só existe uma sílaba tônica em cada palavra.

O guaraná - A sílaba tônica é a última (ná). A palavra é, portanto, oxítona. O táxi - A sílaba tônica é a penúltima (tá). A palavra é, portanto, paroxítona. A
própolis - A sílaba tônica é a antepenúltima (pró). A palavra é, portanto, proparoxítona.
A sílaba tônica sempre se encontra em uma destas três sílabas: na última (a palavra é oxítona), na penúltima (paroxítona) ou na antepenúltima
(proparoxítona).

Sílaba subtônica

A sílaba subtônica só existe em palavras derivadas, que são as que provêm de outra palavra. Coincide com a tônica da palavra primitiva, ou seja, a silaba tônica
da palavra primitiva se transforma em subtônica da derivada.

Guaranazinho - A sílaba tônica é zi, e a subtônica, na, pois era a tônica da primitiva (guaraná). Taxímetro - A sílaba tônica é xí, é a subtônica, ta, pois era a
tônica da primitiva (táxi). Propolina - A sílaba tônica é li, e a subtônica, pro, pois era a tônica da primitiva (própolis).

Sílabas átonas

Todas as outras sílabas são denominadas de átonas.

Teoria moderna do acento

Já as teorias modernas têm uma visão mais abrangente no que tange à questão do acento. De acordo com a Teoria do Acento, as palavras são divididas em pés,
nos quais há um elemento preponderante, que recebe o nome de cabeça. Por exemplo, a palavra parafuso se divide em dois pés: (pa.ra)(fu.so). Cada pé possui
seu cabeça, no caso, o cabeça do primeiro pé é PA e o do segundo, FU. Entretanto, o cabeça do segundo pé possui maior intensidade que o do primeiro, sendo o
pico de intensidade da palavra. Assim, em vez da ideia de sílabas tônicas e subtônicas, temos a noção de acento primário (fu) e acento secundário (pa).

Um outro aspecto considerado são os tipos de pés, como seguem:

Troqueu silábico - É um pé de duas sílabas, com o cabeça à esquerda. É o caso da língua portuguesa e bem representado em (pa.ra)(fu.so). O troqueu silábico é
sensível à intensidade.

Troqueu moraico - É um pé de duas moras, com o cabeça à esquerda. A mora é uma unidade de duração da sílaba. Por exemplo, uma sílaba curta como pé
possui uma mora, enquanto uma sílaba longa como "feet" (pés, em inglês) possui duas moras. Feet é um exemplo de troqueu moraico. O troqueu moraico é
sensível ao peso (sílabas com mais de uma mora são chamadas sílabas pesadas e aquelas que têm apenas uma mora, sílabas leves).

Iambo - Todo iambo é sensível ao peso. É composto ou por duas sílabas leves ou uma sílaba leve e uma pesada. A proeminência, diferente do troqueu, recai
sobre o elemento da direita. Exemplo de língua iâmbica é o francês, como, por exemplo, na palavra analogie, que pode ser dividida nos pés (a.na)(lo.gie), sendo
os elementos proeminentes NA e GIE, este último o mais proeminente da palavra.

Esta teoria contraria a teoria tradicional em alguns aspectos. Um deles está citado anteriormente sobre a sílaba subtônica. Retomando o exemplo de guaraná -
guaranazinho, que, na teoria tradicional tem "na" como sílaba subtônica e "zi" como tônica. Já a teoria do acento afirma que não pode haver choque de acentos.
Ou seja, o acento secundário nunca é vizinho do acento primário. Isto foi constatado também em estudos da fonética acústica. Se separarmos os pés troqueus,
como é o caso do português, teremos dois pés bem formados e um pé degenerado (pé que não segue a formação esperada): (gua)(ra.na)(zi.nho). Pela estrutura
acentual do português, a sílaba proeminente em (ra.na) será RA e em (zi.nho), ZI. Assim, temos, como acento secundário da palavra guaranazinho, a sílaba RA
e, como acento primário, a sílaba ZI.

Gramática

Afirmação e negação

O português falado informal raramente usa o advérbio "sim".[carece de fontes?] Geralmente, no lugar dele é preferido o verbo em questão, como no exemplo:

— Cê foi na prefeitura?
— Fui.

É comum se incluir a forma verbal "não é" (ou sua contração "né") no fim de perguntas, com função de ênfase. Por isso é comum responder a perguntas do tipo
dizendo-se simplesmente "É". Isso revela uma tendência no português brasileiro de responder não a uma pergunta literal, mas ao que o interlocutor quis saber
pela pergunta. Não se deve pensar, no entanto, que não existiria a hipótese de uma resposta como "Sim, fui."

É comum no Brasil fazer uma negação dupla com "não" no início e no fim da frase, como em "Não é, não". Em algumas regiões, o primeiro "não" desse par,
átono, é pronunciado como [nũ]. É também comum que se omita o primeiro "não", o que resulta numa ordem de palavras para negação inversa à prevalente
em Portugal. Exemplo: "Vou, não".

Dícticos

No português europeu, os pronomes demonstrativos têm três formas, correspondentes ao grau de proximidade do falante (isto/isso/aquilo, este/esse/aquele).
No português brasileiro, os pares "isto" e "isso" e "este" e "esse" são com frequência usados indiferentemente à norma coloquial (na culta, a regra é a mesma).
Na forma falada, fundiram-se na segunda forma.[41] Talvez para desfazer a ambiguidade gerada por essa fusão, é comum que o pronome demonstrativo venha
acompanhado de um advérbio que indique a proximidade (esse aqui/esse aí, substituindo este/esse).

Artigo definido antes do possessivo

Em todas as variantes do português, é facultativo o uso de artigo definido antes de pronome possessivo: o meu filho e meu filho são ambos corretos. No
entanto, é dito que no Brasil, em comparação a Portugal, há uma preferência maior pela ausência do artigo.[42]

"Você" e "tu"

Em algumas regiões do Brasil, o pronome de tratamento você ganhou estatuto de pronome pessoal, e nessas áreas houve uma quase extinção do uso do tu e do
vós. O você em Portugal é uma forma de tratamento semiformal; já no Brasil é a forma mais comum de se dirigir a qualquer pessoa, excetuando-se pessoas
mais velhas ou, em situações formais, superiores hierárquicos ou autoridades (nesses casos é empregada a forma de tratamento o senhor ou a senhora).
Os pronomes você e vocês requerem formas verbais de terceira pessoa, o que reduz o número de flexões do verbo em
relação aos pronomes. Quanto menor é o número de flexões que o verbo faz em relação aos pronomes, mais necessário se
faz o preenchimento do sujeito pronominal, para se ter maior precisão. Isso torna o português brasileiro mais parecido
com as línguas de pronome pessoal obrigatório como o francês, o alemão e o inglês. Além disso, o uso do "você" torna
ambíguo o pronome "seu", que pode se referir tanto à terceira pessoa como à segunda. Para desfazer a ambiguidade,
intensificou-se o uso da contração "dele". Na língua falada informal, o pronome "seu" é usado unicamente para a segunda
pessoa.

Apesar do pouco uso do pronome reto tu no português falado na maior parte do Brasil, o seu correspondente
pronome oblíquo te ainda é amplamente utilizado no português brasileiro, frequentemente em combinação com
formas pronominais e verbais de terceira pessoa. Apesar de dominante mesmo entre falantes escolarizados, o uso de
te com você é condenado pelas gramáticas normativas usadas nas escolas brasileiras e é evitado na linguagem
formal escrita. Uso da segunda pessoa do singular
Na linguagem informal, mesmo nas regiões que usam o pronome você, o modo imperativo do verbo concorda com o na lusofonia.
pronome tu ("Anda", em lugar de "Ande", mas "Não anda" em vez de "Não andes"). É interessante notar que, no caso
dos verbos ser e estar, os imperativos de segunda pessoa sê e está nunca são usados pelos brasileiros; as formas de
terceira pessoa seja e esteja são usadas em substituição.
O pronome possessivo teu também é ocasionalmente usado no português brasileiro para referir-se à segunda pessoa, embora seja muito menos comum
do que o oblíquo te. A combinação você/te/teu no português brasileiro falado assemelha-se em natureza à combinação vocês/vos/vosso encontrada
frequentemente no português europeu coloquial.
O tu é amplamente utilizado nas regiões Norte, Nordeste (excluindo Bahia e Sergipe), Sul e no Rio de Janeiro, mas conjugado frequentemente na 3ª
pessoa do singular: Tu fala, tu foi, tu é, excetuando-se as formas em que a sílaba tônica é a última, como tu 'tás. Em algumas regiões do Sul (sul,
sudoeste e oeste do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e do Norte (Pará), o uso do tu na forma culta (conjugado na 2ª pessoa do singular) é
até bem mais usado que o você.
Em alguns lugares da região Sul, Norte e em praticamente todo o Nordeste (excluindo a Bahia), o tratamento por tu é mais comum, usando-se os
pronomes pessoais oblíquos de forma mais consistente (p.ex. para ti, com o mesmo significado que teria para você).
Em parte da Região Sul (especialmente em Santa Catarina) e do Nordeste, muitas vezes conjuga-se o pronome pessoal tu com o que aparentemente
seria a mesma forma utilizada na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo para referir-se ao pretérito perfeito do indicativo. Ex: "Tu
fizesse isso?", "tu comesse no bar ontem?". Na verdade, isto é a contração da forma da segunda pessoa do pretérito perfeito do indicativo: fizeste →
fizes'e; comeste → comes'e, em que o "t" desaparece mas não se altera o som precedente de /s/.

Uso dos pronomes pessoais e formas de tratamento


1.ª
pess. Eu falo
sin.
Brasil: informal em algumas regiões; nas outras, restrito a serviço
2.ª religioso e arcaísmo histórico
pess. Tu falas
sin. Portugal: informal

Você no Brasil: informal e semiformal (por exemplo, no trato com


um desconhecido); aparece também nas formas cê e ocê, mesmo
Ele/Ela em situações semiformais
3.ª
pess. Você O senhor/A fala Você em Portugal e algumas regiões brasileiras:
sin. senhora A gente semiformal O senhor/A senhora: sempre formal A
gente: sempre informal

1.ª
pess. Nós falamos
pl.
Brasil: usa-se somente em formalidades, serviço religioso e
arcaísmo histórico.
2.ª
pess. Vós falais Portugal: usa-se (pouco) nos dialectos setentrionais e
pl. galegos (também se usa muito formalmente, como no
Brasil)

Eles/Elas Vocês: usado como plural tanto de "você" como de "tu", em todo o
3.ª espaço geográfico do português
pess. Vocês Os falam
pl. senhores/As senhoras Os senhores/As senhoras: sempre formal

Conjugação do pronome em segunda pessoa singular em português padrão e brasileiro [43][44][45]


você você tu tu tu

(padrão) (coloquial) (padrão) (coloquial) (coloquial sulista)

Presente
fala falas fala
indicativo
falaste,
Perfeito
falou falaste falou falasse,
indicativo
falou
Imperfeito
falasse falasses falasse
subjuntivo
Imperativo fala, fala,
fale fala
positivo fale fale
Imperativo não fale, não fale,
não fale não fales
negativo não fala não fala
se parece,
Reflexivo se parece te pareces
te parece

Cê e ocê

Quando o pronome você substituiu tu no português brasileiro, sendo usado em situações informais, passou a ser usado com muito mais frequência do que era
antes. Isso acelerou seu processo histórico de redução (a partir de vossa mercê), dando origem às formas ocê e cê. Em Portugal, onde você continuou a
coexistir com tu, esse pronome de tratamento foi sempre usado com menos frequência do que no Brasil. Além disso, em Portugal é usado em situações mais
formais, o que também atua contra sua redução, da mesma maneira que o pronome formal usted em espanhol, que também não tem redução equivalente. Ocê
é registrado em Cabo Verde,[46] mas cê só ocorre no português brasileiro.

A forma cê é usada na língua falada do Brasil como pronome fraco,[47] de maneira análoga ao pronome francês tu. Enquanto isso, as formas ocê e você exercem
papel de pronomes fortes, de maneira análoga a toi em francês. Por isso, cê jamais é objeto de verbo e não aparece em posição de foco,[48] o que torna
impossíveis construções como *"Queriam cê" em lugar de "Queriam ocê/você". A forma ocê é associada aos dialetos caipira e mineiro.

A forma ucê, outra das variantes, é encontrada principalmente no dialeto mineiro, e, como as formas "ocê" e "você", exerce também papel de pronome forte.

Cê e ocê são formas não padrão e não são aceitas na língua escrita, mas são de uso corrente mesmo nos falares cultos.[49] A forma cê, em especial, é
amplamente usada na televisão, sendo notável na fala de personagens de telenovelas brasileiras.

Voceísmo, Queísmo e Gerundismo

Alguns autores, mesmo brasileiros, relatam o que consideram vícios corriqueiros da síntaxe do português brasileiro, como o voceísmo[50][51] (uso excessivo do
pronome degenerado você, advindo de vossa mercê), queísmo (uso excessivo do pronome relativo que como ligação entre orações)[52] e gerundismo[53] (uso
excessivo do gerúndio como tempo verbal).

O gerundismo (abuso do gerúndio) é fenómeno linguístico relativamente recente no Brasil [53]. Exemplos:

Nós estaremos lhe enviando um fax com os detalhes.


Nós vamos estar lhe enviando um fax com os detalhes.

O voceísmo em detrimento de pronomes átonos, oblíquos, sujeito oculto ou da segunda pessoa. Este parece ser um vício das traduções do You, segunda
pessoa provinda do inglês, visto que muitos documentos traduzidos contém um excessivo uso deste pronome informal, como nas EULAS de softwares.

Você pode trazer o chocolate que pedi para você trazer e você não trouxe
"Você poderá adquirir Conteúdo nos nossos Serviços gratuitamente ou por um valor, sendo cada um referido como uma “Transação”. Cada Transação
constitui um contrato eletrônico entre você e a Apple, e/ou entre você e a entidade fornecendo o Conteúdo nos nossos Serviços. Contudo, caso você
seja um cliente da Apple Distribution International e você adquira um App ou um livro, a Apple Distribution International é o comerciante registado; isto
significa que você adquire[...][54]"

O queísmo referente ao uso excessivo do pronome relativo que:

“O repórter que gravou a matéria sobre o candidato eleito, que desagradou o público, também quer que haja recontagem dos votos”. Melhor seria: "O
repórter, autor da matéria sobre o candidato eleito rejeitado pelo público, também quer a recontagem dos votos"[52].

Uso de reflexivos e da voz passiva sintética

Há no Sudeste e no Sul do Brasil uma tendência de se omitir o uso dos pronomes reflexivos em alguns verbos, exemplo: eu lembro ao invés de eu me lembro,
ou eu deito ao invés de eu me deito. Em particular, verbos que indicam movimento como levantar-se, sentar-se, mudar-se, ou deitar-se são normalmente
tratados como não reflexivos na fala coloquial daquelas regiões. O uso da voz passiva analítica é também muito mais comum em PB do que em outras
variantes, onde a voz passiva sintética com a partícula apassivadora -se é preferida. Como exemplo, é muito mais comum dizer-se no Brasil a partida foi
disputada do que disputou-se a partida ou se disputou a partida.

Pronomes oblíquos

A colocação dos pronomes átonos é diferente na fala do Brasil e na de Portugal.[55] O PB é uma variante com forte tendência proclítica, preferindo-se sempre o
uso da próclise (pronome antes do verbo). A ênclise (depois do verbo) é usada em formalidades e alternativamente em orações imperativas (como em "faça-me
o favor"), e a mesóclise, possível nos tempos simples do futuro no PE, é pouco utilizada no PB, com exceção de contextos litúrgicos onde o padrão bíblico, que
privilegia essa colocação pronominal, é adotado. O PE, por sua vez, apresenta-se como uma variante mais enclítica, sendo uma exceção habitual as frases na
negativa.

No entanto, a gramática normativa prescreve as mesmas regras de colocação pronominal para as duas variantes; essas regras privilegiam as tendências do PE,
o que se evidencia em suas restrições à próclise.

Exemplos
PB PE
Eu o convido Convido-o
Ele me viu Ele viu-me
Eu te amo Amo-te
Ele se encontra Ele encontra-se
Me parece Parece-me
Vou o encontrar Vou encontrá-lo

No PB falado, os pronomes oblíquos 'o', 'a', 'os' e 'as' praticamente não são usados, sendo quase sempre substituídos pelos pronomes pessoais do caso reto
('ele', 'ela'…).[56] Entretanto, o uso dos pronomes oblíquos é mais comum na fala culta quando eles se seguem a um infinitivo e são transformados
respectivamente em 'lo', 'la, 'los, 'las'. Na linguagem formal escrita, o uso dos oblíquos de terceira pessoa é obrigatório em qualquer caso.

Gerúndio

Um aspecto conservador do PB em relação ao PE é a dominância da construção estar + gerúndio, em lugar da construção estar + a + infinitivo, que se tornou
dominante em Portugal. Nas variantes dialetais portuguesas a norte do rio Tejo, o gerúndio perifrástico combinado com verbos como estar e andar, (que dá
ideia de ação durativa ou de movimento reiterado) tem vindo a ser substituído pelo infinitivo do verbo antecedido pela preposição a (e. g. estou a fazer em vez
de estou fazendo). No Brasil este fenômeno também existe, mas é mais raro e aplica-se a um número mais reduzido de contextos gramaticais, em geral, para
combater o vício do gerundismo, muito condenado pelos falantes da norma culta.

Português Português europeu (a


Observações
brasileiro norte do Tejo)
Este tipo de estrutura é tão usada que pode dar a ideia de que
Eu estou cantando Eu estou a cantar
em Portugal não se usa gerúndio
A vida vai moldando A vida vai moldando a Neste caso (verbo ir, expressando mudança gradual), é sempre
a pessoa… pessoa… usado o gerúndio em qualquer região
O governo continua O governo continua a Há casos (como nos verbos continuar e acabar) em que no
defendendo… defender… Brasil também se pode não usar o gerúndio
A partir de 10 reais! Desde 10 euros! Neste caso, o infinitivo vingou pelo uso disseminado

Semântica
Muitas palavras, sem perderem o seu significado tradicional, enriqueceram-se com uma ou mais acepções novas no Brasil. Por exemplo, virar também
significa transformar-se em e prosa é também utilizado com o sentido de loquaz, conversador ou gabarola.

Diglossia
De acordo com alguns linguistas brasileiros contemporâneos (Bortoni, Kato, Mattos e Silva, Milton M. Azevedo,[57] Perini[58] e, mais recentemente, e com
grande impacto, Bagno[59]), o português brasileiro seria uma língua caracterizada pela diglossia. Essa teoria afirma que há uma forma B, que seria a fórmula
vernácula, língua materna de todos os brasileiros, e uma forma A (português brasileiro padrão), adquirido através da escolarização. A forma B representa uma
forma simplificada da língua (em termos gramaticais, mas não fonéticos) que poderia ter se desenvolvido do português do século XVI, com influências
ameríndias e africanas, enquanto a forma A seria baseada no português europeu do século XIX (e muito parecida com o português europeu padrão, com
diferenças pequenas de ortografia e gramática). Mário A. Perini, linguista brasileiro, chega a comparar a profundidade das diferenças entre as formas A e B do
português brasileiro com as das diferenças entre o espanhol padrão e o português padrão. No entanto, essa proposta é polêmica e não tem aceitação ampla,
nem entre gramáticos, nem entre acadêmicos.

Segundo a teoria, a forma B seria a forma falada do português brasileiro, evitada somente em fala muito formal (interrogação judicial, debate político),
enquanto a forma A seria a forma escrita da língua, evitada somente em escrita informal (como em letras de músicas ou correspondência íntima). Mesmo
professores de português usariam a forma B ao explicar a estrutura e uso da forma A; nas provas, entretanto, a forma A é exigida dos alunos.

A forma B seria a usada em canções, filmes, telenovelas e outros programas de tevê, embora a forma A às vezes seja usada em filmes ou telenovelas históricos,
para fazer a linguagem empregada parecer mais elegante ou arcaica.

Na maioria as obras literárias seriam escritas na forma A. Teria havido tentativas de escrevê-las na forma B (como a obra ‘’Macunaíma’’, de Mário de Andrade,
ou ‘’Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa), mas é afirmado que no presente a forma B só é usada em diálogo. A forma A, não obstante, é muito usada
mesmo em diálogo informal, especialmente em obras traduzidas. A forma B é mais comum de ser encontrada em livros infantis, mas somente os escritos
originalmente em português.

Ver também
Língua portuguesa
Acordo Ortográfico de 1990
CELPE-Bras
Português angolano
Português europeu
Português moçambicano
Academia Brasileira de Letras
Lista de diferenças lexicais entre versões da língua portuguesa
A ortografia no Brasil anterior a 1943

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Ligações externas
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Reportagem no Jornal da UNICAMP (http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/agosto2006/ju333pag6-7.html)
Uma história do português brasileiro (http://www.comciencia.br/reportagens/linguagem/ling03.htm)
Língua portuguesa ou "brasileira"? (http://www.usp.br/agen/bols/1998_2001/rede859.htm) - breve resenha do livro Português ou Brasileiro: um convite à
Pesquisa
Canção "Oslodum" de Gilberto Gil, de domínio público, cantada em português brasileiro. [1] (http://www.dominiopublico.gov.br/download/som/Gilberto%20
Gil%20-%20Oslodum.mp3)
Dicionário lusitano-brasileiro com cerca de 1200 verbetes (http://www.pitoresco.com/consultoria/variedades/29.htm)
Como surgiram os diferentes sotaques do Brasil? (http://revistaescola.abril.uol.com.br/lingua-portuguesa/fundamentos/como-surgiram-diferentes-sotaques
-brasil-492066.shtml) (em português)
A história da língua portuguesa no Brasil (http://revistaescola.abril.uol.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/historia-lingua-portuguesa-brasil-4257
89.shtml) (em português)

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