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A linguagem indígena assim como qualquer outra língua natural não serve apenas para

comunicação social, ela está intimamente ligada ao processo cognitivo e a cultura de um povo.
Para um pesquisador ter acesso a cultura e conhecimento indígena ele precisa se ambientar
com a língua primeiro a fim de entender a origem das palavras.

Em alguns momentos a imposição sobre os índios em aprender o português é tão intensa que
sua língua natural acaba se perdendo, e com ela é esquecida grande parte da cultura e
conhecimento da tribo, conhecimento que foi passado de geração em geração por séculos de
aperfeiçoamento.

“cada língua está intimamente ligada aos processos cognitivos e à experiência acumulada pelo
povo que fala através de sucessivas gerações. (RODRIGUES, AYRONDALL’IGNA, Línguas
Indígenas Brasileiras; 2013, p01.)

No Brasil se tem em registro aproximadamente 199 línguas indígenas diferentes, as línguas


normalmente tem seu nome vinculado ao nome da tribo, como o povo “Tuparí” fala língua
“Tuparí “ , são raros os casos em que a língua tem nome diferente do povo.

Existem vários relatos de pessoas bilíngues, eles convivem com a língua indígena e a
portuguesa, em alguns casos a língua portuguesa se sobre sai a língua indígena,
principalmente nas crianças que adotam a língua portuguesa como língua materna. Existem
também os casos de multilinguismo com duas ou mais línguas indígenas falada pela mesma
pessoa.

Mas não é apenas a língua indígena que recebe a influência da língua portuguesa, o português
dos colonizadores na época da colonização recebeu também influência da cultura indígena,
assim como africana proveniente do trafico negreiro, porém com a quantidade de falantes do
português se sobressaindo, esta acabou por se sobrepor as outras línguas. No momento da
chegada as novas terras o português conviveu segundo relatos com aproximadamente pouco
mais de um milhão de indígenas que falavam cerca de 300 línguas.

Sousa Oliveira afirma que:

“a nossa língua nacional e, em substância a portuguesa, modificada na pronúncia, com leves e


pouco numerosas alterações sintáticas, mas copiosamente opulenta no léxico plástico
contribuições indígenas e africanas e pelos produtos da criança interna. (CARVALHO;
NASCIMENTO; 1981, p 99)”

Ainda hoje conseguimos ver os traços deixados em nossa língua dessa herança de um povo
que é brasileiro e faz parte da nossa cultura, vemos principalmente na comida que provém da
terra, trazemos essa cultura rica para o nosso dia a dia, por exemplo a mandioca, aipim e
macaxeira, todos esses três nomes derivam do Tupí, uma língua indígena amplamente falada
no Brasil. A partir dessa raiz, é feita a tapioca (tipioka), também conhecida como Beijo (me’iu),
ambas palavras de origem Tupí.

E não apenas na culinária e medicina, termos do nosso dia a dia são de origem Tupí, como
por exemplo jururu (triste) e também verbos como sapecar (sapek), que em português significa
queimar algo. Algumas palavras estão tão enraizadas na nossa cultura, que não pensamos
sobre sua origem, por já fazerem parte da cultura linguística do português brasileiro.
Conclusão:

A linguagem indigena sofreu forte influencia do Portugues de Portugal durante a colonização, o


dialeto indigena incorporou a lingua estrangeira que foi “imposta” pelos novos habitantes da
Nação. Como tambem o Portugues de Porgugal, sofreu fortes influencias de todos os povos
que imigraram com o decorrer dos anos ao territorio nacional, a primeira lingua a incorporar o
portugues para a formar o dialeto que conhecemos hoje foi a lingua indigena, principalmente
para dar nome as plantas e animais nativos, aos quais os Portugueses não conheciam.

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