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C as ações políticas e pedagógicas implementadas até

o momento são suficientes para a preservação da


língua geral amazônica.
D a diversidade do patrimônio cultural brasileiro,
História e formação da Língua historicamente, tem se construído com base na
unidade da língua portuguesa.
Portuguesa e Línguas indígenas E o Brasil precisa se diferenciar de países vizinhos,
como Venezuela e Colômbia, por meio de um idioma
1.(EnemAULA:
2017) 15 DE JUNHO comum na Amazônia brasileira

O último refúgio da língua geral no Brasil 2.(Enem 2017)


No coração da Floresta Amazônica é falada uma A língua tupi no Brasil
língua que participou intensamente da história da maior
região do Brasil. Trata-se da língua geral, também Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de
conhecida como nheengatu ou tupi moderno. A língua Piratininga (peixe seco, em tupi) era quase sinônimo de
geral foi ali mais falada que o próprio português, inclusive falar língua de índio. Em cada cinco habitantes da
por não índios, até o ano de 1877. Alguns fatores cidade, só dois conheciam o português. Por isso, em
contribuíram para o desaparecimento dessa língua de 1698, o governador da província, Artur de Sá e Meneses,
grande parte da Amazônia, como perseguições oficiais implorou a Portugal que só mandasse padres que
no século XVIII e a chegada maciça de falantes de soubessem a “língua geral dos índios”, pois “aquela
português durante o ciclo da borracha, no século XIX. gente não se explica em outro idioma”.
Língua-testemunho de um passado em que a Amazônia Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São
brasileira alargava seus territórios, a língua geral hoje é Paulo se desenvolveu e se espalhou no século XVII,
falada por mais de 6 mil pessoas, num território que se graças ao isolamento geográfico da cidade e à atividade
estende pelo Brasil, Venezuela e Colômbia. Em 2002, o pouco cristã dos mamelucos paulistas: as bandeiras,
município de São Gabriel da Cachoeira ficou conhecido expedições ao sertão em busca de escravos índios.
por ter oficializado as três línguas indígenas mais usadas Muitos bandeirantes nem sequer falavam o português ou
ali: o nheengatu, o baníua e o tucano. Foi a primeira vez se expressavam mal. Domingos Jorge Velho, o paulista
que outras línguas, além do português, ascendiam á que destruiu o Quilombo dos Palmares em 1694, foi
condição de línguas oficiais no Brasil. Embora a descrito pelo bispo de Pernambuco como “um bárbaro
oficialização dessas línguas não tenha obtido todos os que nem falar sabe”. Em suas andanças essa gente
resultados esperados, redundou no ensino de nheengatu batizou lugares como Avanhandava (lugar onde o índio
nas escolas municipais daquele município e em muitas corre), Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol) e Itu
escolas estaduais nele situadas. É fundamental que essa (cachoeira). E acabou inventando uma nova língua.
língua de tradição eminentemente oral tenha agora sua “Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de
gramática estudada e que textos de diversas naturezas 100 tribos diferentes”, conta o historiador e antropólogo
sejam escritos, justamente para enfrentar os novos John Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas.
tempos que chegaram. “Isso mudou o tupi paulista, que, além da influência do
NAVARRO, E. Estudos Avançados, n. 26, 2012 (adaptado). português, ainda recebia palavras de outros idiomas.” O
resultado da mistura ficou conhecido como língua geral
O esforço de preservação do nheengatu, uma língua que
do sul, uma espécie de tupi facilitado.
sofre com o risco de extinção, significa o reconhecimento
de que ÂNGELO, C. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (adaptado).

A as línguas de origem indígena têm seus próprios O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação
mecanismos de autoconservação. linguística nacional. Quanto ao papel do tupi na formação
do português brasileiro, depreende-se que essa língua
B a construção da cultura amazônica, ao longo dos
indígena
anos, constituiu-se, em parte, pela expressão em
línguas de origem indígena. A contribuiu efetivamente para o léxico, com nomes
relativos aos traços característicos dos lugares
designados.
B originou o português falado em São Paulo no século B as línguas indígenas brasileiras tivessem sido
XVII, em cuja base gramatical também está a fala de substituídas pela língua geral.
variadas etnias indígenas. C o conhecimento acadêmico tivesse sido priorizado
C desenvolveu-se sob influência dos trabalhos de pelos engenheiros.
catequese dos padres portugueses, vindos de D a língua tupinambá tivesse palavras adequadas para
Lisboa. descrever o solo.
D misturou-se aos falares africanos, em razão das E o laboratório tivesse sido construído de acordo com
interações entre portugueses e negros nas investidas as leis ambientais vigentes na época.
contra o Quilombo dos Palmares.
E expandiu-se paralelamente ao português falado pelo
colonizador, e juntos originaram a língua dos
bandeirantes paulistas.
5.(Enem 2014)
3.(Enem 2016) A forte presença de palavras indígenas e africanas e
de termos trazidos pelos imigrantes a partir do século XIX
Mandinga — Era a denominação que, no é um dos traços que distinguem o português do Brasil e o
período das grandes navegações, os português de Portugal. Mas, olhando para a história dos
portugueses davam à costa ocidental da África. A empréstimos que o português brasileiro recebeu de
palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os línguas europeias a partir do século XX, outra diferença
também aparece: com a vinda ao Brasil da família real
exploradores lusitanos consideravam bruxos os
portuguesa (1808) e, particularmente, com a
africanos que ali habitavam — é que eles davam Independência, Portugal deixou de ser o intermediário
indicações sobre a existência de ouro na região. obrigatório da assimilação desses empréstimos e, assim,
Em idioma nativo, manding designava terra de Brasil e Portugal começaram a divergir, não só por terem
feiticeiros. A palavra acabou virando sinônimo de sofrido influências diferentes, mas também pela maneira
feitiço, sortilégio. como reagiram a elas.
ILARI, R.; BASSO, R. O português da gente: a língua que estudamos, a língua que
COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração Editorial, 2009 (fragmento).
falamos. São Paulo: Contexto, 2006.

No texto evidencia-se que a construção do Os empréstimos linguísticos, recebidos de diversas


significado da palavra mandinga resulta de um(a) línguas, são importantes na constituição do português do
Brasil porque
A contexto sócio-histórico. A deixaram marcas da história vivida pela nação,
B diversidade étnica. como a colonização e a imigração.
C descoberta geográfica. B transformaram em um só idioma línguas diferentes,
como as africanas, as indígenas e as europeias.
D apropriação religiosa.
C promoveram uma língua acessível a falantes de
E contraste cultural. origens distintas, como o africano, o indígena e o
europeu.
4.(Enem 2015) D guardaram uma relação de identidade entre os
falantes do português do Brasil e os do português
No ano de 1985 aconteceu um acidente muito grave de Portugal.
em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, perto da aldeia
E tornaram a língua do Brasil mais complexa do que
guarani de Sapukai. Choveu muito e as águas pluviais
as línguas de outros países que também tiveram
provocaram deslizamentos de terras das encostas da
colonização portuguesa.
Serra do Mar, destruindo o Laboratório de Radioecologia
da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, construída
em 1970 num lugar que os índios tupinambás, há mais 6.(Enem 201)
de 500 anos, chamavam de Itaorna. O prejuízo foi O léxico e a cultura
calculado na época em 8 bilhões de cruzeiros. Os
engenheiros responsáveis pela construção da usina Potencialmente, todas as línguas de todos os
nuclear não sabiam que o nome dado pelos índios tempospodem candidatar-se a expressar qualquer
continha informação sobre a estrutura do solo, minado conteúdo. Apesquisa linguística do século XX
pelas águas da chuva. Só descobriram que Itaorna, em demonstrou que não há diferença qualitativa entre os
língua tupinambá, quer dizer ‘pedra podre’, depois do idiomas do mundo – ouseja, não há idiomas
acidente. gramaticalmente mais primitivos oumais desenvolvidos.
FREIRE, J. R. B. Disponível em: www.taquiprati.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012
Entretanto, para que possa ser efetivamente utilizada,
(adaptado). essa igualdade potencial precisarealizar-se na prática
histórica do idioma, o que nemsempre acontece.
Considerando-se a história da ocupação na região de
Teoricamente, uma língua com poucatradição escrita
Angra dos Reis mencionada no texto, os fenômenos
(como as línguas indígenas brasileiras) ouuma língua já
naturais que a atingiram poderiam ter sido previstos e
extinta (como o latim ou o grego clássicos)podem ser
suas consequências minimizadas se
empregadas para falar sobre qualquer assunto,como,
A o acervo linguístico indígena fosse conhecido e digamos, física quântica ou biologia molecular. Na
valorizado. prática, contudo, não é possível, de uma hora para
outra,expressar tais conteúdos em camaiurá ou latim,
simplesmente porque não haveria vocabulário próprio 8.(Enem 2010)
paraesses conteúdos. É perfeitamente possível
desenvolveresse vocabulário específico, seja por meio de Resta saber o que ficou das línguas indígenas
empréstimos de outras línguas, seja por meio da criação noportuguês do Brasil. Serafim da Silva Neto afirma:
de novostermos na língua em questão, mas tal tarefa não “Noportuguês brasileiro não há, positivamente, influência
serealizaria em pouco tempo nem com pouco esforço. daslínguas africanas ou ameríndias”. Todavia, é difícil
deaceitar que um longo período de bilinguismo de
BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. Manual do professor.
Curitiba: Positivo, 2004 (fragmento). doisséculos não deixasse marcas no português do Brasil.
ELIA, S. Fundamentos Histórico-Linguísticos do Português do Brasil. Rio de Janeiro:
Estudos contemporâneos mostram que cada língua Lucerna, 2003 (adaptado).
possuisua própria complexidade e dinâmica de
funcionamento.O texto ressalta essa dinâmica, na No final do século XVIII, no norte do Egito,
medida em que enfatiza foidescoberta a Pedra de Roseta, que continha um
textoescrito em egípcio antigo, uma versão desse
A a inexistência de conteúdo comum a todas as textochamada “demótico”, é o mesmo texto escrito em
línguas, pois o léxico contempla visão de mundo grego. Até então, a antiga escrita egípcia não estava
particular específica de uma cultura. decifrada. Oinglês Thomas Young estudou o objeto e fez
B a existência de línguas limitadas por não permitirem algumasdescobertas como, por exemplo, a direção em
ao falante nativo se comunicar perfeitamente a que aleitura deveria ser feita. Mais tarde, o francês Jean-
respeito de qualquer conteúdo. Francois Champollion voltou a estudá-la e
C a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a conseguiudecifrar a antiga escrita egípcia a partir do
gramática de línguas indígenas, se comparados grego,provando que, na verdade, o grego era a língua
com outras línguas de origem europeia. original dotexto e que o egípcio era uma tradução.
Com base na leitura dos textos conclui-se, sobre
D a existência de diferenças vocabulares entre os aslínguas, que
idiomas, especificidades relacionadas a própria
cultura dos falantes de uma comunidade. A cada língua é única e intraduzível.
E a atribuição de maior importância sociocultural às B elementos de uma língua são preservados, ainda
línguas contemporâneas, pois permitem que sejam que não haja mais falantes dessa língua.
abordadas quaisquer temáticas, sem dificuldades. C a língua escrita de determinado grupo desaparece
quando a sociedade que a produzia é extinta.
7.(Enem 2011) D o egípcio antigo e o grego apresentam a mesma
Quando os portugueses se instalaram no Brasil, o estrutura gramatical, assim como as línguas
país erapovoado de índios. Importaram, depois, da indígenas brasileiras e o português do Brasil.
África, grandenúmero de escravos. O Português, o Índio E o egípcio e o grego apresentavam letras e palavras
e o Negroconstituem, durante o período colonial, as três similares, o que possibilitou a comparação
bases dapopulação brasileira. Mas no que se refere à linguística, o mesmo que aconteceu com as línguas
cultura, acontribuição do Português foi de longe a mais indígenas brasileiras e o português do Brasil.
notada.Durante muito tempo o português e o tupi viveram
ladoa lado como línguas de comunicação. Era o tupi
queutilizavam os bandeirantes nas suas expedições. Em
1694,dizia o Padre Antônio Vieira que “as famílias
dosportugueses e índios em São Paulo estão tão ligadas
hojeumas com as outras, que as mulheres e os filhos se
criammística e domesticamente, e a língua que nas
ditasfamílias se fala é a dos Índios, e a portuguesa a vão
osmeninos aprender à escola.”
TEYSSIER, P. História da língua portuguesa. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1984
(adaptado).

A identidade de uma nação está diretamente ligada


àcultura de seu povo. O texto mostra que, no
períodocolonial brasileiro, o Português, o Índio e o
Negroformaram a base da população e que o patrimônio
linguístico brasileiro é resultado da
A contribuição dos índios na escolarização dos
brasileiros.
B diferença entre as línguas dos colonizadores e as
dos indígenas.
C importância do padre Antônio Vieira para a literatura
de língua portuguesa.
D origem das diferenças entre a língua portuguesa e
as línguas tupi.
E interação pacífica no uso da língua portuguesa e da
língua tupi.

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