Você está na página 1de 3

CURSINHO PRÉ-VESTIBULAR AVANTE!

ITAPIPOCA
Compromisso, Seriedade e Competência. Seu futuro começa aqui.
________________________________________________________________________________________________
Objetividade. O poeta apresenta o fato, a personagem, as
PARNASIANISMO coisas como são e como acontecem na realidade, sem deformá-los
pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Era dessa forma
O nome “Parnasianismo” deriva de “Parnaso”, nome de que os poetas acreditavam estar contrariando o subjetivismo
um monte da Grécia antiga, onde, segundo a lenda, os poetas romântico. O eu-lírico deixava de expressar as suas emoções
residiam. Desse nome, foi lançado, em 1886, na França, uma tentando mostrar-se indiferente à realidade, o que, de fato, nem
antologia poética, isto é, um conjunto de poemas com o título sempre consegue.
Parnasse Contemporain. Essa antologia, que vinha apresentando A emoção estética, ou seja, a emoção que resulta da
novos escritores, tinha como principal objetivo afastar-se da contemplação da beleza. O poema tem por objetivo evocar a
subjetividade romântica, cultivando novas formas de expressão, a beleza por sua própria construção, pela escolha e combinação que
que denominaram a “arte pela arte”. Começavam os primeiros o poeta faz no emprego de palavras. Esse ideal de beleza,
contornos do Parnasianismo francês. acreditam, só pode ser cultivado em textos que colocam em
Recusando-se a exteriorizar sentimentos e emoções segundo plano a realidade evocada, seja ela individual ou social.
individuais, e mantendo-se à parte das questões sociais, a poesia A arte pela arte, ou seja, a poesia valia por si mesma,
parnasiana passava a ser um fim em si mesma, ou seja, o que não tendo nenhum tipo de compromisso social ou individual,
importava não era criticar a sociedade ou expressar sentimentos, justificando-se por si mesma.
mas a pura e simples tarefa de escrever poesias. Em outras palavras, A beleza dos parnasianos reside, portanto, não na
a beleza da forma (da poesia) era o suficiente como motivo subjetividade, mas naquilo que se descreve: objetos raros e
poético. preciosos, que são vistos de modo minucioso, ou cenas grandiosas,
No Brasil, a poesia parnasiana foi contemporânea da como se fossem quadros. O poeta contempla a realidade exterior
prosa realista-naturalista. Foi aqui que esse realismo classicizante para reconstruir o mundo por meio das palavras, tornando o
na poesia teve maior fortuna, visto a facilidade em que os fazedores descritivíssimo um recurso habitual na poesia parnasiana. Assim,
de verso encontraram na sua poética, mais a técnica do que a a maioria dos poemas parnasianos é baseada na descrição de objetos
inspiração, mais formal do que essencial. O Parnasianismo aqui fez inertes, sempre optando por aqueles que exigem uma descrição
tanto sucesso perante a crítica literária que penetrou muito além de bem detalhada, como também fenômenos naturais e fatos
seus limites cronológicos, paralelamente ao Simbolismo e mesmo históricos.
ao Modernismo. Enquanto os românticos pregavam uma poesia mais solta,
Bastante diferentes entre si, autores parnasianos, realistas com liberdade nas formas, os parnasianos, ao contrário, exigiam
e naturalistas apresentam, apenas, um ponto em comum: a postura obediência aos mais rigorosos padrões formais. Isso se justifica
objetiva antirromântica, uma vez que rejeitam o egocentrismo e a também pelo fato de que como os poemas parnasianos não
subjetividade da poesia romântica (que a essa época já estava apresentam nenhum tipo de compromisso, a estética foi
fadada), expressando-se, na medida do possível, com uma excessivamente valorizada. Assim, o poeta parnasiano busca a
linguagem objetiva, adversa ao sentimentalismo. Assim, é no perfeição formal a todo custo e, por vezes, mostra-se incapaz para
mundo exterior que os poetas parnasianos vão buscar os temas e tal. Esse rigor estético permite identificar quase de imediato à poesia
questões de suas poesias. parnasiana. Com isso, predominam as rimas ricas, utilizando-se o
Impressionados com o ideal parnasiano de busca de esquema rimático ABAB (rimas cruzadas) ou ABBA (rimas
perfeição técnica da obra de arte, os escritores deram uma interpoladas). Além disso, os poetas apresentavam uma métrica
excessiva ênfase à técnica e não ao tema, distanciando o sujeito rigorosa: o número de sílabas em cada verso tem que ser o mesmo
criador do objeto criado, num exemplo de esteticismo alienante em todo o poema, buscando preferência nos versos decassílabos (10
sem precedentes em toda a história da Literatura. Por isso, muitos sílabas) ou nos versos alexandrinos (12 sílabas), os mais utilizados
críticos observam que o movimento Parnasiano cultivava muito no período. Nos sonetos, estilo de poema mais utilizado e que
mais o “como fazer o poema” do que o próprio poema. voltou a ter uma grande importância, buscava-se uma “chave de
ouro”, ou seja, um verso final de grande expressividade e que
CRONOLOGIA DO PARNASIANISMO
resume todo o texto.
Período: Século XIX Por fim, a afinidade do Parnasianismo com a poesia
clássica não se limitou à rigidez formal, estendendo-se também aos
• Início: 1882, com a publicação de Fanfarras, de Teófilo Dias.
seus temas. Cultuou-se, por exemplo, a beleza de edifícios e
• Termino: 1983, com a publicação de Missal e Broquéis, de Cruz e
monumentos da Antiguidade clássica. Voltando-se para aquela
Sousa, obras literárias que iniciam o Simbolismo no Brasil.
época, alguns poetas adotaram a temática da mitologia clássica.
Assim, é bem comum na poesia parnasiana os textos descreverem
Contexto Histórico deuses, heróis, fatos lendários e personagens marcados na história
Um ano após o nascimento das ideias realistas- da antiguidade clássica.
naturalistas, surgiu o movimento parnasiano no Brasil. A situação
histórica em que nosso país vivia é a mesma exposta no momento Produção Literária
realista-naturalista, salvo algumas importantes observações. No
entanto, antes de tudo, é interessante explorar os contornos Correspondendo ao movimento realista-naturalista na
históricos europeus, onde o surgimento do Parnasianismo se fez poesia, o Parnasianismo fez muito sucesso perante a crítica da
presente e que levaram sua inicialização em nosso país. época, tanto que permaneceu por várias décadas no cenário artístico-
De início, convém mencionar que as ideias realistas sejam literário brasileiro, como já mencionado. Desde o início do
elas naturalistas parnasianas ou mesmo realistas, tiveram sua Romantismo, a circulação dos textos literários era feita
gênese nas manifestações literárias francesas. principalmente nos jornais e periódicos. Muitos de nossos escritores
CARACTERÍSTICAS DO PARNASIANISMO mais populares escreviam nos jornais e, assim, tornavam-se
conhecidos pelo público. Os leitores, familiarizados com esses
1
autores, transformavam-se em público fiel. Talvez seja por isso que Olavo Bilac, no poema, compara o poeta com o ourives.
a poesia parnasiana perdurou por muito tempo, adentrando o século Para ele, ambas as profissões, tanto a ourivesaria quanto a poesia
XX durante a inserção do movimento modernista. buscam a perfeição, por meio de um trabalho árduo, difícil. Bilac
acentua a importância das palavras precisas, do cuidado com as
A TRÍADE PARNASIANA: OS TRÊS MAIORES frases e realça o polimento dos versos, para que o poema se torne
ESCRITORES DO PARNASIANISMO BRASILEIRO: uma espécie de objeto precioso, semelhante a uma joia rara. O
ALBERTO DE OLIVEIRA, RAIMUNDO CORREA E trabalho artesanal a que o poeta parnasiano atribui às palavras é
OLAVO BILAC. para o autor semelhante ao do ourives, perseverante, delicado e
cheio de dedicação e minúcia.
Todavia, Bilac não vê nenhuma semelhança entre o poeta
AUTORES E OBRAS e o escultor, visto que o escultor para produzir uma obra modifica
totalmente sua matéria prima, criando um novo objeto a partir de
suas inspirações. Já o poeta parnasiano se utiliza da palavra
Biografia (matéria-prima) somente aprimorando-a e adaptando-a para que o
estilo prevaleça, ou seja, buscando somente a perfeição formal.
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu em 16 de
De acordo com Bilac, a preocupação primeira do poeta
dezembro de 1865 no Rio de Janeiro. Aluno aplicadíssimo
parnasiano deveria ser a de produzir uma poesia formalmente
conseguiu, aos 15 anos de idade, autorização para cursar a faculdade
perfeita, isto é, utilizando uma linguagem elaborada, rimas
de Medicina do Rio de Janeiro, em 1880. Mesmo contra seu gosto
perfeitas, sintaxe tradicional, não atendo-se ao conteúdo das
(era seu pai quem o estimulava à Medicina), Olavo Bilac decidiu
palavras sendo superficial. Sua real preocupação era com o estilo e
cursar as aulas, mas seu trabalho de redator no jornal Gazeta
não com a profundidade das ideias e sentimentos do poeta.
Acadêmico roubava-lhe todo seu interesse pela faculdade, tendo que,
posteriormente que abandonar o curso. No entanto, há relatos de que
Bilac não terminou o curso de Medicina devido à sua necrofilia.
Segundo essas fontes (que a maioria tenta abafar), Olavo Bilac Biografia
mantinha relações sexuais com os cadáveres de sua faculdade. Antônio Mariano de Oliveira, mais conhecido pelo
Pelo caráter arrebatador de suas poesias, foi, no mesmo pseudônimo Alberto de Oliveira, nasceu no dia 28 de abril de 1857,
ano, consagrado pela revista Fon-Fon o “Príncipe dos Poetas em Niterói, no Rio de Janeiro. Os 17 anos, mudou-se para a capital
Brasileiros”. Em 1917, já no fim de sua vida, recebeu o título de para trabalhar como um humilde vendedor, dividindo o quarto dos
professor honorário da USP. Um ano depois, Olavo Bilac morre, aos fundos de uma casa comercial com o irmão mais velho.
53 anos, sendo aclamado como um dos melhores poetas brasileiros e Já maior, diplomou-se em Magistério e Farmácia,
até então. cursando Medicina (vindo a conhecer Olavo Bilac), até o terceiro
Produção Literária – Obras ano, mediante grande esforço pessoal, o que lhe rendeu emprego
Embora não tenha sido o primeiro a caracterizar o na Drogaria do “Velho Granado”. Em 1878, participou da famosa
movimento parnasiano no Brasil, pois somente em 1888, Olavo “Batalha do Parnaso”, ocorrida no Diário do Rio de Janeiro contra
publicou Poesias, Bilac se tornou um dos escritores mais o Ultrarromantismo piegas e já desgastado, junto com Teófilo
representativos do Parnasianismo. Suas obras englobam: Dias, Artur Azevedo e Valentim Magalhães, resgatando as origens
do Romantismo dialogadas com aqueles novos tempos.
Poesias: Poesias (1888) No mesmo ano, envolveu-se com os fundadores da
Tarde (1919) inovadora Gazeta de Notícias, Manuel Carneiro e Ferreira de
Prosa: Crônicas e Novelas (1894) Contos Pátrios Araújo, publicando poemas posteriormente reunidos no livro
Tratado de Versificação (1910) Através do Brasil Canções Românticas (1878) e conhecendo neste jornal o amigo
Crônica: Ironia e Piedade (1916) Machado de Assis, que o citou no famoso artigo A Nova Geração.
Decorrido apenas um ano, publica, sob encomenda dos leitores,
Sonetos e Poemas (1885), consagrando-se junto ao público, ficando
Comentário Crítico conhecido pela revolução em prol da poesia autêntica sem os
Estrela maior do parnasianismo brasileiro, a popularidade clichês românticos.
de Olavo Bilac está associada à grande capacidade de trabalhar as Depois de quatro livros publicados, foi convidado por
palavras e criar sonetos insquecíveis. Tornou-se um mestre na arte Machado de Assis para a Fundação da Academia Brasileira de
de escrever sonetos, que aprendeu estudando a obra dos grandes Letras, em 1897, ocasião em que se vê a longevidade do convívio
sonetistas portugueses: Bocage e Camões. Braçou o culto à forma entre o romancista e o poeta. Com Raimundo Correia e Olavo
como uma devoção, mostrando em suas obras seu excelente Bilac, formou a tríade mais representativa do movimento pan-
domínio na arte de versificar, além de criar imagens e metáforas asiatista, reunido em sua casa no bairro Barreto.
bastante sugestivas. Nos últimos anos de sua vida, proferiu conferência “O
Aderiu com tanto entusiasmo a proposta parnasia-na, que Culto da Forma na Poesia Brasileira” (1913) e ainda foi
acabou por sufocar um autêntico lirismo, um desejo de expressão homenageado pelo Jornal do Commercio, em 1917. No mesmo
de sentimentos que só pôde se manifestar em suas últimas obras. O ano, recebeu Goulart de Andrade na Academia Brasileira de
apego à “arte pela arte”, o desejo de criar poemas de alto valor Letras. Foi eleito “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, pelo concurso
estético, tornou-o um “clássico”, como se fosse um padrão a ser imi- da revista Fonfom (1924), título desocupado desde a morte de seu
tado, custe o que custar. discípulo e amigo Olavo Bilac, falecido em 1918.
O traço mais característico da poética parnasiana presente Em 19 de janeiro de 1937, Alberto de Oliveira morre em
no poema Profissão de Fé é o culto excessivo pela forma perfeita, Niterói, sendo aclamado ainda hoje como um dos principais
por meio da utilização de rimas ricas, raras e perfeitas, vocábulos escritores parnasianos brasileiros.
extremamente refinados e complexos, tornando a poesia uma Produção Literária – Obras
atividade da elite intelectual brasileira. A sintaxe poética também As primeiras obras de Alberto de Oliveira ainda trazem em
obedecia às regras gramaticais da época para, desta forma, adequar- sua essência a subjetividade romântica, de onde começou carreira.
se as normas consagradas da escrita. No entanto, nas décadas seguintes às de 1880, Alberto compôs
sempre da mesma forma: atribuindo-se uma grande importância ao Com relação à temática de seus poemas, os temas adotados
padrão formal. Suas principais obram são: por Raimundo Correia giram em torno da perfeição formal dos
Poesias: Canções Românticas (1878) Meridionais (1884) objetos. Ele se diferencia um pouco dos demais parnasianos
Sonetos e Poemas (1885) Versos e Rimas (1895) porque sua poesia é marcada por um forte pessimismo, chegando
Ramo de Árvore (1922) até a ser sombria. Assim, ao analisar a obra de Raimundo Correia
Comentário Crítico percebe-se que há nela uma evolução. Ele iniciou sua carreira
como romântico, depois adotou o parnasianismo e, em alguns
Considerado, por Olavo Bilac, o “chefe” do
poemas aproximou-se da escola simbolista.
Parnasianismo brasileiro, alberto de Oliveira se dedicou
Outros Poetas
inteiramente ao culto à forma a partir do segundo livro de poesias
Além da tríade parnasiana, outros autores se destacaram
que publicou, Meridionais, em 1884. Ele é, entre os autores do
durante o movimento parnasiano brasileiro. Dentre muitos, os mais
período, um mestre na arte de compor poeticamente retratos,
conhecidos são a poetiza Francisca Júlia e o escritor Vicente de
quadros, cenas, em que predomina uma combinação entre a
Carvalho, que, juntos, também conseguiram fazer história através
perfeição da forma e da descrição.
do rigor formal de seus poemas na literatura parnasiana.

Biografia Francisca Júlia (1871-1920)


Raimundo da Mota de Azevedo Correia nasceu em 13 de Biografia
maio de 1857, a bordo do navio São Luís, ancorado em águas
Francisca Júlia da Silva Münster nasceu em 31 de agosto
maranhenses. Filho de família de classe elevada, foram seus pais o
de 1871, tornando-se, muito cedo, uma contribuidora da imprensa
desembargador José da Mota de Aze-vedo Correia e Maria Clara
paulista. Os seus primeiros poemas logo tiveram uma grande
Vieira da Mota de Azevedo Correia, ambos naturais do Maranhão.
acolhida, mesmo tendo a escritora passado por um fato curioso:
Seu pai descendia dos Duques de Caminha e era filho de pais
todos acreditavam que os poemas eram escritos por um homem,
portugueses. Realizou o curso secundário no Colégio Pedro II, no
utilizando-se apenas de um pseudônimo. Esclarecido o fato, Júlia
Rio de Janeiro. Em 1882, formou-se advogado pela Faculdade do
lutava agora para que seu primeiro livro de poesias fosse
Largo São Francisco, desenvolvendo uma bem-sucedida carreira
publicado, o que aconteceu em 1895, quando Mármores, foi
como Juiz de Direito no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
publicado. A partir daí, Júlia consagrou-se como uma grande
Teve um sobrinho que levou seu nome, filho de seu tio
poetiza do Parnasianismo no Brasil. Posteriormente, por motivos
José da Mota de Azevedo Correia, Raimundo Correia Sobrinho,
ainda desconhecidos, Júlia afastou-se da vida publica para viver a
formado em direito e poeta como o tio, que escreveu um livro de
vida doméstica e, no início do século XX, entretanto, passou a
poesias Oração aos Aflitos, publicado, em 1945, pela Livraria José
interessar-se por temas místicos o que, de vez, interrompeu sua
Olympio Editora.
carreira literária.
Raimundo Correia iniciou a sua carreira poética com o
Produção Literária – Obras
livro Primeiros Sonhos, revelando forte influência dos poetas
românticos Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e Castro Alves. Poesias: Mármores (1895) Esfinges (1903) Alma Infantil (1912)
Em 1883 com o livro Sinfonias, assume o parnasianismo e passa a
integrar, ao lado de Alberto de Oliveira e Olavo Bilac, a chamada Vicente de Carvalho (1871-1920)
Tríade Parnasiana. Biografia
Em 13 de setembro de 1911, com excessiva depressão,
Vicente Augusto de Carvalho nasceu em 5 de abril de 1966,
Raimundo morre em Paris, lugar para onde foi a fim de tratar de
em São Paulo. Com 20 anos, forma-se em Direito, exercendo a
problemas de saúde.
função de advogado, juiz e depois Ministro do Tribunal de
Produção Literária – Obras
Apelação de São Paulo. Serviu, durante essa época, nas revistas
Raimundo Correia destacou-se somente nos poemas, que Ideia e República. Publicou o seu primeiro livro, Ardentias, em
fizeram histórias graças às imagens sugestivas. Da mesma forma 1885, livro que o coloca frente ao movimento parnasiano. Três anos
que Olavo Bilac, Raimundo apresenta-se como um parnasiano que depois publica Relicário, consagrando-o de vez como poeta
não se submeteu sua sensibilidade à devoção da forma. Embota parnasiano.
tenha abraçado a ideia da perfeição formal, seus sonetos exploram a Foi membro do movimento parnasiano e seu grande tema
forma das imagens sugestivas, fazendo com que o autor oscile entre de suas poesias era o mar, ao ponto de o escritor receber a alcunha
a descrição e a sugestão, característica marcante de seus poemas. de “Poeta do Mar”. Morreu em 22 de abril de 1924, na mesma
Suas principais obram são: cidade onde nasceu, Santos.
Poesias: Primeiros Sonhos (1879) Sinfonias (1883) Produção Literária – Obras
Versos e Versões (1887) Aleluias (1891) Poesias (1896) Poesias: Ardentias (1885) Poemas e Canções (1908)
Comentário Crítico Relicário (1888) Versos da Mocidade (1909)
Raimundo Correia foi parnasiano porque essa era a moda
poética de seu tempo; o melhor de sua poesia, entretanto, não cabe
nesse rótulo. Sobre Primeiros Sonhos (1879), por exemplo, ele
mesmo afirma que estava compondo de modo “contrário ao espírito
da época”. Na verdade, tratava-se ainda de poesia romântica. Em
Sinfonias (1883), ele tentou adotar a impassibilidade parnasiana,
mas apresentava temas como a melancolia, a consciência da
passagem do tempo. Talvez a característica mais marcante da poesia
de Raimundo Correia tenha sido o descritivismo de canas, com
passagens de grande beleza plástica. Como leitor e tradutor de
poemas franceses, Raimundo inspirou-se neles para compor os
seus. Muitos deles acabaram sendo acusados de plágio, o que deixou
o poeta completamente armagurado e deprimido.

Você também pode gostar