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Abyssus: abismo, em
Seduzes, e convidas, e fascinas, latim
Como o abismo que, pérfido, a medonha
Pérfido: enganador,
Fauce apresenta flórida e risonha,
traçoeiro
Tapetada de rosas e boninas.
Fauce: garganta,
abertura em forma de
O viajor, vendo as flores, fatigado boca
Foge o sol, e, deixando a estrada poenta,
Viajor: viajante
Avança incauto... Súbito, esbroado,
Incauto: descuidado
Falta-lhe o solo aos seus pés: recua e corre, Esbroado: desfeito,
Vacila e grita, luta e se ensanguenta, feito em pó.
E rola, e tomba, e se espedaça, e morre...
MUNCHA, A.
Pôster publicitário
Biscuit Léfevre-
Utile. 1899.
Litografia
colorida, 64 x 30
cm
O Parnasianismo no Brasil
Em 1978, os jornais brasileiros deram notícia de uma
polêmica literária intitulada “A batalha do Parnaso”: de
batia-se a possibilidade de criação de uma poesia
filosófico-científica para refletir o espírito da época. Essa
controvérsia agitou o cenário cultural e preparou o
público, apegado ao arrebatamento emocional romântico,
para uma significativa mudança no tom dos poemas.
O apego mais rigoroso aos princípios estéticos do
Parnasianismo encontrou alguns seguidores
entusiasmados. Os mais destacados foram os poetas
Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira.
O Parnasianismo no Brasil: Olavo Bilac
Estrela maior do Parnasianismo
brasileiro, a popularidade de Olavo
Bilac está associada à grande
capacidade de trabalhar as palavras e
criar versos inesquecíveis.
Tornou-se um mestre na arte de
escrever sonetos, que aprendeu
estudando a obra dos grandes
sonetistas portugueses: Bocage e
Camões. Abraçou o culto à forma
como uma devoção.
O Parnasianismo no Brasil: Olavo Bilac
Colocando-se entre o Parnasianismo
mais rigoroso e um Romantismo
erotizado, Bilac tornou-se um mestre.
Como poeta, soube aproveitar o que
essa estética tinha de inovador no
trabalho com a forma, sem abrir mão
da sensibilidade para identificar as
imagens e os temas que respondiam
aos anseios de um público até então
habituado aos exageros
sentimentalistas românticos. Por esse
motivo, muito de seus versos são
lembrados até hoje.
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo O Parnasianismo:
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, linguagem: a “deusa
Que, para ouvi-las muita vez desperto forma”. Estudo do
soneto XIII, de Olavo
E abro as janelas, pálido de espanto... Bilac.
A arte
impressionista
também explora o
poder de sugestão
da linguagem da
pintura.
Simbolismo brasileiro: além do real e
próximo da morte
Considera-se que o Simbolismo brasileiro iniciou-se no
ano de 1893, quando Cruz e Sousa lançou dois livros:
Missal (prosa) e Broquéis (poesia).
Dois nomes se destacaram entre os adeptos da nova
estética: João da Cruz e Sousa e Alphonsus de
Guimaraens. Cada um deles trilhou caminhos diferentes,
mas ambos fizeram uso de uma linguagem claramente
simbolista.
O Simbolismo no Brasil: Cruz e Sousa
Cruz e Sousa é considerado o maior
representante do movimento
simbolista entre nós.
O que impressiona em sua poesia é a
profundidade filosófica e a angústia
metafísica. Outra característica que
inconfundível é o uso de um
vocabulário em que predominam, de
modo obsessivo, termos associados à
cor branca. Essa recorrência indica
uma busca incessante pela “pureza
das Formas eternas, das Essências
das coisas”
Ó solidão do Mar, ó amargor das vagas,
Ondas em convulsões, ondas em rebeldia, O Simbolismo:
Análise de
Desespero do Mar, furiosa ventania,
Alucinação, de Cruz
Boca em fel dos tritões engasgada de pragas. e Sousa
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
Referências bibliográficas
Texto integralmente retirado de: