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PARNASIANISMO

“Não há nada mais belo do que


algo que não serve para nada”
O nome parnasianismo surgiu na
França e deriva do termo "Parnaso",
que na mitologia grega era o monte
do deus Apolo e das musas da
poesia.
Parnasianismo é o nome que se dá à produção poética
mais importante da época realista/naturalista. O
movimento parnasiano divulgava poemas que revelavam
uma nova maneira de escrever, oposta à subjetividade, à
emotividade e à idealização; é a convergência de ideais anti-
românticos, como a objetividade no trato dos temas e o culto
da forma.
Ao escrever poesia, os parnasianos tinham na cultura
greco-romana clássica o seu ponto de referência.
Recuperavam, portanto, os princípios da poesia clássica
rejeitados pelos românticos.
Um dos princípios norteadores dos
parnasianos era a “arte pela arte”, ou
seja, a concepção de que a arte deve
estar descompromissada da realidade,
procurando atingir sobretudo a
perfeição formal, sem se preocupar com
questões sociais, políticas, econômicas
ou religiosas.
No Brasil, o Parnasianismo teve
início com publicação da obra
Fanfarras, de Teófilo Dias, em
1882.
Os poetas parnasianos
brasileiros representativos são:
Alberto de Oliveira, Raimundo
Correia e Olavo Bilac – que
formam a famosa “tríade ou
trindade parnasiana”.
A "Tríade Parnasiana": Olavo Bilac,
Raimundo Correia e Alberto de Oliveira
1) OBJETIVISMO E IMPESSOALIDADE
O poeta deve ser neutro diante da realidade,
esconder seus sentimentos, sua vida pessoal. A
confissão íntima e o extravasamento subjetivo, tão
caros aos românticos, são vistos como inimigos da
poesia. O Eu precisa se apagar frente do mundo
objetivo
2) ARTE PELA ARTE

• Os parnasianos ressuscitam o
preceito latino de que a arte é
gratuita, que só vale por si
própria. Ela não tem nenhum
sentido utilitário, nenhum tipo
de compromisso.
3) CULTO DA FORMA

• O resultado da visão
descompromissada é a
celebração dos
processos formais do
poema. A verdade de
uma obra de arte passa
a residir apenas em sua
beleza. E a beleza é
evidenciada pela
elaboração formal.
VERDADE = BELEZA = FORMA
POESIA

• A mitologia da perfeição formal


constitui o alvo e a angústia básica
dos parnasianos. A beleza deve ser
alcançada a qualquer custo e o artista
sente-se, muitas vezes, impotente
para a realização desta tarefa.
Poesia
• a) Metrificação rigorosa
Os versos devem ter o mesmo
número de sílabas poéticas,
preferencialmente doze sílabas
(versos alexandrinos), os preferidos
na época.
b) Rimas ricas

• Os poetas devem evitar as rimas pobres, isto


é, aquelas estabelecidas por palavras da
mesma classe gramatical, como substantivo
com substantivo, adjetivo com adjetivo, etc.
No período há uma ênfase no tipo de rima
ABAB para as estrofes de quatro versos, isto é
o primeiro verso rima com o terceiro, o
segundo com o quarto.
c) Preferência pelo soneto
• Os parnasianos reivindicam a tradição clássica
do soneto, composição poética de quatorze
versos - articulada obrigatoriamente em dois
quartetos e dois tercetos - e que se encerra
com uma "chave de ouro", espécie de síntese
do poema, manifesta tão somente no último
verso.
d) Descritivismo

• Eliminando o Eu, a participação pessoal e social, só


resta ao parnasiano uma poética baseada no
mundo dos objetos, objetos mortos: vasos,
colares, muros, etc. São pequenos quadros,
fortemente plásticos (visuais), fechados em si
mesmos, com grande precisão vocabular e
freqüente superficialidade.
TEMÁTICA GRECO-ROMANA

• Apesar de todo o esforço, os parnasianos


não conseguem articular poemas sem
conteúdo e são obrigados a encontrar um
assunto desvinculado no mundo concreto
para motivo de suas criações. Escolhem a
Antigüidade Clássica, aspectos de sua
história e de sua mitologia.
 Nasceu no Rio de Janeiro, em 1865.
 Bilac foi um poeta brilhante. Aliou uma
destreza técnica de perito à sutileza de espírito,
ao olhar lírico dos grandes poetas. Apesar de ter
escrito poemas absolutamente parnasianos, na
maior parte de sua produção o que se vê é o rigor
formal aliado a uma sensibilidade quase em tudo
romântica. Em muitos momentos ele questiona a
eficiência da palavra para expressar os estados
da alma.
 Morreu em 1918.

 Olavo Bilac foi um dos mais louvados poetas de seu tempo, e ainda hoje tem
prestígio. Foi um artífice da palavra, sabendo conjugar o rigor formal
parnasiano com grande expressividade, obtendo efeitos imagéticos e ritmos
interessantes, depositando no último terceto de seus sonetos a síntese de
suas idéias, a chamada “chave de ouro”.
Seus temas mais frequentes são:
Amor sensual: vazado num erotismo que oscila entre o explícito
e o requintando; mas essa sensualidade não vulgariza o amor, que
sempre aparece como sentimento nobre e transcendente.
O nacionalismo: em que o autor revela seu conservadorismo;
episódios da história do Brasil e suas personagens são frequentes
nessas poesias.
A mitologia greco-latina: assiduamente abordada pelo poeta.
A metalinguagem: eleição da própria poesia como tema poético,
está entre as preferências de Bilac.
O índio: aparece em sua obra como um eco romântico tardio.
Um certo decadentismo da vida e das coisas é também uma das
tônicas de sua poesia.
 Nasceu em Palmital de Saquarema, Rio de Janeiro, em 1857.
 Em seu primeiro livro, Canções Românticas, a influência do
Romantismo é nítida, mas, apesar disso, nota-se que ele prioriza o
rigor formal e já apresenta certa contenção emocional, a partir de
Meridionais, abraça o ideário parnasiano ao qual se manteria fiel, e
algumas nuanças simbolistas em suas obras finais. Isso não impediu
que ele fosse tido pela crítica como o mais radical dos nossos
parnasianos.
 Morreu em Niterói, em 1937.
 Nasceu no Maranhão (baía de Mongúcia), em 1860.
 Seu livro de estréia, Primeiros Sonhos, traz poemas sentimentais, ainda
sob influência romântica. A partir do segundo, Sinfonias, Raimundo Correia
rendeu-se aos ideais da estética parnasiana, tornando-se um de seus
melhores representantes em língua portuguesa, não apenas pelo apurado
requinte formal, mas também pela profundidade com que desenvolveu seus
temas.
 Soube driblar a impessoalidade proposta pelo
Parnasianismo e atingir o universalismo,
desenvolvendo temas sociais e, sobretudo,
filosóficos : a busca de uma verdade essencial e
imorredoura, os conflitos da condição humana,
etc. Seus poemas têm uma suavidade e uma
melancolia acalentadas pela influência de
Schopenhauer, pensador alemão que acreditava que
a arte é a sublimação da dor, e o sofrimento é
inerente à condição humana.
 Morreu em Paris, em 1911, de problemas renais.

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