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Parnasianismo

Por professora Carolina Mesquita da Costa.


Parnasianismo: A arte pela arte
O que é? Nascido no século XIX e na convergência de ideias
antirromânticos, esse movimento tem por objetivo materializar os ideias
realistas e naturalistas;
Marcado pelo racionalismo, este possui objetividade no trato dos temas e
culto a forma;

→Contexto histórico;
→Traços gerais;
→Temas centrais;
→Linguagem;
→Poetas parnasianos;
Parnasianismo: A arte pela arte
→ TRAÇOS GERAIS
• inspiração no monte Parnaso → considerado a morada do deus Apolo
e conhecido como o espaço mitológico das Artes;
• “arte pela arte” → alienação;
Parnasianismo: A arte pela arte
→ TRAÇOS GERAIS
• inspiração no monte Parnaso → considerado a morada do deus Apolo
e conhecido como o espaço mitológico das Artes;
• “arte pela arte” → alienação;
• retomada de características da lírica clássica → racionalismo,
objetividade, universalismo, equilíbrio;
• associação poeta/ourives → resultado do trabalho, da dedicação, do
esforço e da técnica → poesia;
• dotada de perfeição formal;
• apurado senso estético/visual/plástico →escrever = descrever/
esculpir/pintar; ler = ver;
Parnasianismo: A arte pela arte
Profissão de fé
Parnasianismo: A arte pela arte
→TEMAS CENTRAIS
• a valorização da própria poesia → metapoemas;
• referências a elementos clássicos: história, mitologia, cultura;
• abordagem de temas filosóficos e existenciais;
• Obsessão pelo objeto: descrição minuciosa de obras/objetos raros e
exóticos;
• coisificação/reificação;
• mulher erotizada/sensualizada;
• amor hedonista (prazer- o prazer deverá ser regido pela razão, o que
resulta em moderação);
• natureza descrita factual e objetivamente;
Parnasianismo: A arte pela arte
→FORMA E LINGUAGEM
• Zelo formal;
• Soneto;
• Métrica regular;
• Rimas ricas, raras e padronizadas;
• Vocabulário erudito;
• Correção gramatical;

Observação: É importante atentar-se para as composições que, embora


mantenham a estrutura parnasiana, manifestam traços românticos:
exagero, tristeza, sofrimento, mulher inatingível, forte carga sentimental,
subjetividade intensa.
Parnasianismo: A arte pela arte
Parnasianismo: A arte pela arte
→Nesse período, houve uma aversão ao sentimentalismo exagerado e à
frouxidão dos versos dos últimos românticos que propunham algumas
atitudes como a poesia participante que pregava:
• a justiça;
• a república fraternal;
• o progresso científico;
• e material atacando, algumas vezes de forma desabrida, as
instituições através dos autores Lúcio de Mendonça, Martins Júnior e
Sílvio Romero.
Tríade Parnasiana
Os autores brasileiros que assumem o modelo Parnasiano de maior
destaque são Olavo Bilac, Raimundo Corrêa e Alberto de Oliveira.
Juntos, formam a chamada Tríade Parnasiana.
Os autores ainda lançam mão do racionalismo e das formas perfeitas,
típicas da Antiguidade Clássica. O resultado é uma poesia de meditação,
com indução ao pensamento filosófico.
O culto à arte da Antiguidade Clássica também é marcante neste
movimento. Assim, a forma fixa apresentada é a de sonetos tendo a
métrica revelada por versos alexandrinos - que têm 12 sílabas - e os
versos decassílabos perfeitos.
A rima deve ser rica, rara e perfeita. Ou seja, há o endeusamento da
forma. Tudo isso contrapondo-se aos versos livres e bancos. Em suma, é
Tríade Parnasiana
Os autores brasileiros que assumem o modelo Parnasiano de maior
destaque são Olavo Bilac, Raimundo Corrêa e Alberto de Oliveira.
Juntos, formam a chamada Tríade Parnasiana.
Os autores ainda lançam mão do racionalismo e das formas perfeitas,
típicas da Antiguidade Clássica. O resultado é uma poesia de meditação,
com indução ao pensamento filosófico.
O culto à arte da Antiguidade Clássica também é marcante neste
movimento. Assim, a forma fixa apresentada é a de sonetos tendo a
métrica revelada por versos alexandrinos - que têm 12 sílabas - e os
versos decassílabos perfeitos.
A rima deve ser rica, rara e perfeita. Ou seja, há o endeusamento da
forma. Tudo isso contrapondo-se aos versos livres e bancos. Em suma, é
Rimas pobres x Ricas

1- Rima pobre: quando as palavras rimadas são da mesma categoria gramatical


(substantivo/substantivo; adjetivo/adjetivo).
Ex.: De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
(Vinícius de Moraes)
Nos versos acima, as palavras “pranto/espanto” e “bruma/espuma” são
substantivos.
Rimas pobres x Ricas

2- Rima rica: quando as palavras rimadas são de categorias gramaticais


diferentes (substantivo/adjetivo; verbo/substantivo).
Ex.: Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego.
(Olavo Bilac)
Nos versos acima, temos: “emprego/grego” (substantivo/adjetivo) e
“construa/nua” (verbo/adjetivo).
Rimas pobres x Ricas
3- Rima rara: é aquela que possui sonância rara, independente da categoria
gramatical das palavras (edifícios/orifícios; cisne/tisne; profícuo/conspícuo;
bronco/tronco; distingo-a/língua).
Ex.: Um dia surgiu, brilhante,
Entre as nuvens, flutuante,
Um enorme Zepelim.
Pairou sobre os edifícios,
Abriu dois mil orifícios,
Com dois mil canhões assim.
(Geni e o Zepelim – Chico Buarque)
Ex.: A alma dos animais! Pego-a, distingo-a,
Acho-a nesse interior duelo secreto
Entre a ânsia de um vocábulo completo
E uma expressão que não chegou à língua.
(Augusto dos Anjos)
Alberto de Oliveira(1857-1937)
Alberto de Oliveira é considerado um dos mais fieis autores do
Parnasianismo no Brasil. O autor começa a seguir as caraterísticas
da Poesia Parnasiana a partir de sua segunda obra, "Meridionais". O
livro é considerado o mais perfeito de todos as obras parnasianas.
A temática de Alberta Oliveira ficou restrita ao âmbito das rigorosas
determinações da escola. Entre eles, uma poética descritiva que
abrangia desde a natureza até meros objetos, com exaltação clara
às formas.
Uma impassibilidade por vezes traída pelos tons intimistas de alguns sonetos, o
culto da arte pela arte e a exaltação da Antiguidade Clássica.
Em seus poemas, deve-se destacar a perfeição formal, a métrica rígida e a
linguagem extremamente trabalhada, que às vezes chega ao rebuscamento.
Raimundo Corrêa(1859-1911)
Raimundo Corrêa iniciou a trajetória de autor enquadrado na
escola do Romantismo, com o livro "Primeiros Sonhos",
publicado em 1879. A obra demonstra clara influência do
estilo de Gonçalves Dias, passeando até Castro Alves.
O autor assume o Parnasianismo a partir do livro "Sinfonias",
publicado em 1883.
Sua temática é a da moda da época: a natureza, a perfeição
formal dos objetos, a cultura clássica; merece destaque
apenas sua poesia filosófica, de meditação, marcada pela
desilusão e por um forte pessimismo.
Há de se destacar, também a força lírica de Raimundo
Correia, principalmente ao cantar a natureza quando atinge belos versos
impressionistas.
Olavo Bilac (1865 – 1918)
É o único dos autores da Tríade Parnasiana a iniciar os trabalhos
assumindo de maneira integral a estética da escola literária.
Procurou, desde o início de seu trabalho a perfeição formal tão
característica do movimento.
Bilac escrevia versos perfeitamente metrificados. para Bilac, o
poeta deve trabalhar a poesia pacientemente - como se fosse um
monge beneditino - do mesmo modo que um ourives trabalha
uma joia, buscando o relevo, a perfeição formal, servindo a
Deusa Forma.
O autor lança mão de uma linguagem elaborada. É comum se
valer de constantes inversões da estrutura gramatical, da busca um efeito poético
mais rico para os padrões parnasianos.
Referência Bibliográfica

BOSI, Alfredo. História da Literatura Brasileira.


https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/_documents/sonetos_e_poema
s_-_alberto_de_oliveira.htm#VASOGREGO
https://www.todamateria.com.br/poesia-parnasiana/

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