Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estrutura externa
Geralmente, o poema apresenta-se em verso. O primeiro a
fazer será a análise métrica do poema, com inclusão de um
comentário sobre todos os aspectos métricos: versos, pausas,
acentos, rimas e estrofes. É preciso ter em conta que alguns poemas
não apresentam uma métrica tradicional, mas verso livre, o qual
não responde a nenhum dos aspectos métricos citados.
No verso, indica-se o nome, classificação e origem, ( por
exemplo: o verso alexandrino é um verso de arte maior, composto
por versos heptassílabos, de origem medieval). As pausas finais
são as que marcam verdadeiramente o verso, por isso se deve
também fazer referência. Pode-se fazer ainda alusão aos ritmos
presentes no poema. A rima é outro aspecto formal importante, não
esquecer de assinalar o tipo e o esquema rimático.
Finalmente, comenta-se a estrofe. Na formulação tradicional
são frequentes as composições de formas fixas: sonetos, p.ex., mas
desde o Modernismo que aparecem esquemas métricos sem esquema
fixo, para permitir a livre criação ao poeta.
Estrutura interna
Na estrutura interna analisam-se as diversas partes em que
podemos dividir o conteúdo do poema, adiantando, em parte , o
significado do poema. A estrutura interna, por vezes, está muito
ligada à estrutura externa. Muitas vezes são os recursos próprios da
linguagem poética os facilitadores da divisão do poema, porém a sua
delimitação é complexa e necessita que se atenda a diversos
aspectos que a seguir se apresentam.
Linguagem poética
A análise da linguagem poética é a parte mais árdua da análise.
Apresenta múltiplas aberturas e os recursos são muito variados, por
isso se deve ir analisando os elementos atribuindo-lhes valores
significativos. Apresentar uma enumeração de elementos poéticos
sem valor não tem grande interesse para o comentário do poema.
Dizer que o poema apresenta muitas metáforas, repetições, ou
aliterações carece de interesse se não for acrescentado a
expressividade desses recursos. Outro aspecto a evitar é limitar-se a
definir as figuras de estilo, (por exemplo: a aliteração é a repetição
de fonemas), isto não interessa para o comentário.
Para realizar um bom comentário deve-se evitar as listas e
explicações que não trazem nada sobre o texto, o importante é
procurar o seu valor poético no poema em análise.
Deve-se sempre referir o valor expressivo das figuras de estilo
e o valor expressivo que apresentam os materiais linguísticos
( palavras). Estes dois aspectos são muito importantes e funcionam
quase sempre no mesmo plano.
A seguir apresento alguns elementos que podem servir de guia
em qualquer análise poética. Chamo atenção para o facto destes
elementos poderem não aparecer todos em todos os poemas, e cada
poema imporá a ordem em que se comentam estes materiais.
Fonologia.
O principal recurso fonológico que apresenta o texto já foi
abordado na estrutura externa, pois todos os elementos métricos
são fonológicos.
A aliteração, muito presente em muitos poemas pode
apresentar valores expressivos importantes conforme os sons que se
repetem.
Morfologia.
A Língua oferece múltiplas possibilidades expressivas,
apresento algumas mais significativas:
O substantivo: os valores do substantivo radicam mais do seu
significado do que do seu aspecto morfológico. Talvez que o único
aspecto morfológico que interessa mais é a presença de morfemas
apreciativos- diminutivos, aumentativos e depreciativos. Em todos
eles são os valores afectivos que se sobrepõem aos verdadeiramente
denotativos. O poeta não aumenta ou diminui magnitudes, apenas
manifesta a sua subjectividade face às realidades que alude o
substantivo.
O adjectivo: Deve ser tido em conta pois as suas
possibilidades são muito variadas. Aumentam segundo a sua função e
frequência: desde o adjectivo com função de atributo aos adjectivos
epítetos à volta do nome. A sua colocação face ao nome também é
muito variável: por exemplo os adjectivos valorativos normalmente
antepõem-se enquanto os objectivos se pospõem.
O verbo: Os valores modais, aspectais e temporais que o verbo
oferece são muito usados por muitos poetas.
Determinantes e pronomes: normalmente unem-se ao
verbo para mostrar as pessoas gramaticais.
Sintaxe
Os recursos sintácticos mais frequentes são: paralelismo,
repetição, hipérbato, assíndeto e polissíndeto.
Semântica.
Figuras de pensamento
Personificação/prosopopeia
antítese ( contraste de ideias)
Hipérbole
Tropos
Metáfora
Sinestesia
Comparação
Metonímia
Sinédoque
Aspectos a considerar quanto à a análise textual
Comentar um texto é verificar o que o autor disse e como o
transmitiu, relacionando ambos os conceitos; é observar as
conotações e os sentidos implícitos, interligando-os com as ideias
explícitas; é um momento em que o leitor estabelece afinidade com o
texto que lê, expondo a sua sensibilidade estética, articulando aquilo
que o autor disse, o modo como o fez, com a sua subjectividade de
quem analisa e comenta.
O texto deve ser uno e coerente, resultado da articulação de
todos os aspectos a tratar, nos diferentes planos de análise.
As citações devem aparecer entre aspas. Quando não for
necessário citar um verso completo ou uma frase completa deve-se
utilizar o sinal [...] no local em que se interrompe a transcrição.
Quando se desejar citar mais do que um verso e essa citação seguir
exactamente a ordem do poema em análise, deverá separar-se os
respectivos versos por meio da utilização de uma barra oblíqua [/].
RIMAS
Nome que se dá à repetição de sons semelhantes, ora no final de versos diferentes, ora no
interior do mesmo verso, criando um parentesco fônico entre palavras presentes em dois ou
mais versos.
Conceitos importantes