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• Informação biográfica de Luís de Camões

Luís Vaz de Camões foi um poeta nacional,


considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona e
um dos grandes poetas da tradição ocidental.
Pouco se sabe com certeza sobre a sua vida. Combateu ao lado
das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida,
a epopeia nacionalista Os Lusíadas.
Camões foi um renovador da língua portuguesa e
fixou-lhe um duradouro cânone; tornou-se um dos mais fortes
símbolos de identidade da sua pátria e é uma referência para
toda a comunidade lusófona internacional. Hoje a sua fama está
solidamente estabelecida e é considerado um dos grandes
vultos literários da tradição ocidental.
Aquela triste e leda madrugada,
cheia toda de mágoa e de piedade,
enquanto houver no mundo saudade
quero que seja sempre celebrada.

Ela só, quando amena e marchetada


saía, dando ao mundo claridade,
viu apartar-se de üa outra vontade,
que nunca poderá ver-se apartada.

Ela só viu as lágrimas em fio,


de que uns e outros olhos derivadas
se acrescentaram em grande e largo rio.

Ela viu as palavras magoadas


que puderam tornar o fogo frio,
e dar descanso às almas condenadas.
Este poema pertence à vertente clássica ou medida nova pois,
formalmente, é um soneto composto por duas quadras e por dois
tercetos de versos decassilábicos, típicos da influência
renascentista.
• Este poema relata a separação de dois amantes ao romper da
madrugada e o sofrimentos que aquela lhes causou.
Aquela triste e leda madrugada, Antítese
cheia toda de mágoa e de piedade,
enquanto houver no mundo saudade
quero que seja sempre celebrada.

Ela só, quando amena e marchetada Personificação/Dupla adjetivação


saía, dando ao mundo claridade, Perífrase
viu apartar-se de üa outra vontade,
que nunca poderá ver-se apartada.
Anáfora
Ela só viu as lágrimas em fio, Personificação/Metáfora
de que uns e outros olhos derivadas
se acrescentaram em grande e largo rio. Hipérbole

Ela viu as palavras magoadas Personificação


que puderam tornar o fogo frio, Antítese
e dar descanso às almas condenadas.
O poema é constituído por : 14 versos distribuídos por duas quadras e dois tercetos
versos decassilábicos e heptassilábicos
A/que/la /tris/te e /le/da /ma/dru/ga/da= 10 sílabas métricas
E/la/ viu /as/ pa/la/vras/ ma/go/a/das = 10sílabas métricas
Rima cruzada, emparelhada e interpolada
Análise da rima
Aquela triste e leda madrugada, a
cheia toda de mágoa e de piedade, b emparelhada
b interpolada
enquanto houver no mundo saudade
quero que seja sempre celebrada. a

Ela só, quando amena e marchetada a


saía, dando ao mundo claridade, b
emparelhada interpolada
viu apartar-se de üa outra vontade, b
que nunca poderá ver-se apartada. a

Ela só viu as lágrimas em fio, c


de que uns e outros olhos derivadas d cruzada
se acrescentaram em grande e largo rio. c
cruzada
Ela viu as palavras magoadas d
que puderam tornar o fogo frio, c cruzada
e dar descanso às almas condenadas. d
Divisão do poema
Aquela triste e leda madrugada,
cheia toda de mágoa e de piedade,
Primeira parte
enquanto houver no mundo saudade
quero que seja sempre celebrada.

Ela só, quando amena e marchetada


saía, dando ao mundo claridade,
viu apartar-se de üa outra vontade,
que nunca poderá ver-se apartada. Segunda parte
Ela só viu as lágrimas em fio,
de que uns e outros olhos derivadas
se acrescentaram em grande e largo rio.

Ela viu as palavras magoadas


que puderam tornar o fogo frio,
e dar descanso às almas condenadas.
• Primeira parte

• Segunda parte

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