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Aquela triste e leda madrugada, de Luís de Camões – Apresentação Oral – Português

Boa tarde.

Vou apresentar o poema Aquela triste e leda madrugada, de Luís Vaz de Camões.

O tema deste poema é a separação dos amantes numa madrugada e a saudade


causada pela separação.

No início do poema, o sujeito poético classifica a madrugada como triste e leda, triste
porque assistiu a separação e ao sofrimento dos amantes e leda (alegre) porque
quando voltasse a ser manhã dava ao mundo claridade. É encontrado o contraste
entre a beleza da natureza e a tristeza da despedida.

Na primeira estrofe/introdução o sujeito poético pede para nunca mais ver esquecida
a madrugada da separação dos amantes.

Na segunda e terceiras estrofes/ desenvolvimento refere-se o sofrimento desumano


dos amantes, refere-se a beleza da manhã que traz o dia, e até diz que as lágrimas
deitadas pelos amantes enchiam um rio.

Na quarta estrofe/ conclusão realça-se o sofrimento desumano e diz-se que o


sofrimento dos amantes é maior que o dos condenados ao inferno, causando até aos
condenados alguma inveja.

Mais geral (caracterização da madrugada) para o mais particular (ações do sujeito


poético)

Estamos perante corrente renascentista devido à medida do verso e sobre influência


tradicional devido as despedidas dos apaixonados ao amanhecer (alba)

Estamos perante um soneto, construído por duas quadras e dois tercetos, verso
decassilábico e o esquema rimático é ABBA/ABBA/CDC/DCD

O poema enquadra-se na representação da natureza “Aquela triste e leda madrugada”


(v.1), e “Ela só, quando amena e marchetada” (v.5), servindo a madrugada como
espectadora da despedida do sujeito poético.

Na minha opinião, este poema é de um enorme visualismo (parecendo que estamos a


visualizar a ação), e é com mestria que Camões consegue opor a beleza da natureza e o
nascer de um novo dia ao sofrimento do “eu” lírico. Camões é de facto um génio.
Aquela triste e leda madrugada,
Aquela triste e leda madrugada,
cheia toda de mágoa e de piedade,
enquanto houver no mundo saudade,
quero que seja sempre celebrada.

Ela só, quando amena e marchetada


saía, dando ao mundo claridade,
viu apartar-se de uma a outra vontade,
que nunca poderá ver-se apartada.

Ela só viu as lágrimas em fio,


que duns e doutros olhos derivadas,
se acrescentaram em grande e largo rio.

Ela viu as palavras magoadas,


que puderam tornar o fogo frio,
e dar descanso as almas condenadas.

In Rimas, Luís de Camões

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