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Índice

Introdução.........................................................................................................................................2
Objectivos.........................................................................................................................................2
Objectivos Gerias..........................................................................................................................2
Objectivos Específicos..................................................................................................................2
Metodologia..................................................................................................................................2
Textos literários: O Texto Lírico......................................................................................................3
Recursos da poesia lírica..................................................................................................................3
1. Textos líricos................................................................................................................................5
2. Oratura — génese da literatura portuguesa..................................................................................5
A poesia trovadoresca...................................................................................................................5
Joan Garcia de Guilhade...................................................................................................................7
3. Oratura — génese da literatura moçambicana..........................................................................7
Os cantos folclóricos.....................................................................................................................7
A sátira na poesia..........................................................................................................................7
Canto rongain Henri Junod, Cantos e Contos dos Rongas...........................................................8
Poesia de Msahoin O. Mendes, Sobre Literatura Moçambicana, 1980........................................9
Conclusão.......................................................................................................................................10
Bibliografia.....................................................................................................................................11
Introdução

Neste presente trabalho de pesquisa/ textos literários (o texto lírico) serram abordados

Objectivos

Objectivos Gerias

 Fornecer uma boa abordagem de forma geral

Objectivos Específicos

Metodologia

Para a materialização e concretização do presente trabalho referente a DISCIPLINA DE


LINGUA PORTUGUESA, recorreu-se no uso de materiais, de obras bibliográficas com
conteúdos que dizem respeito ao tema acima em alusão.

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Textos literários: O Texto Lírico

O texto lírico é aquele que, recorrendo a um discurso denso, expressivo, breve e conciso, permite,
artisticamente e com musicalidade e ritmo, exprimir as emoções, os sentimentos, os desejos ou os
pensamentos íntimos que nascem ou se apresentam ao espírito, ou seja, ao mundo interior do
"Eu".

No texto lírico, predomina uma voz central, um "Eu" que, sem preocupações espácio-temporais,
revela o seu olhar sobre o mundo, com que se funde, e aprofunda as suas vivências emocionais,
os seus estados de alma, reflexões, conceções e sentimentos. Usualmente, recorre à enunciação na
primeira pessoa, podendo traduzir entusiasmos individuais e colectivos.

A poesia é a forma de literatura que melhor e com mais frequência privilegia o lirismo, embora
também o possamos encontrar em diversos textos de prosa. O verso e os recursos sonoros e
textuais, como rima, métrica, ritmo, musicalidade e figuras de linguagem favorecem, na poesia, o
tratamento desta expressão de sentimentos, das emoções e pensamentos. Isto não invalida a
presença da efusão lírica em belíssimos textos de prosa, cuja estrutura frásica, o predomínio da
linguagem conotativa e das funções poética e emotiva, o vocabulário marcadamente afetivo, ou
as imagens permitem exprimir a mensagem individual e íntima. O que interessa é a criação onde
dominam as preocupações do "EU" que procura comunicar os seus estados de alma e as suas
reações.

Os valores de uma sociedade são, muitas vezes, veiculados por meio artístico.

Os cantos poéticos, transmitem sentimentos do cantor, que são, frequentemente, o sentimento de


um grupo social.

Recursos da poesia lírica

A poesia lírica tem como primeira referência o aspecto que apresenta: o verso, ou seja, cada uma
das linhas que formam um poema e que representam uma sucessão de sons (uma unidade
rítmica). O verso distingue-se das frases em prosa, na medida em que estas têm uma extensão
indeterminada que pode prolongar-se nas linhas seguintes.

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Os versos agrupam-se em estrofes ou estâncias. O número de versos por estrofes pode ser
variável, embora a poesia, tradicionalmente, usasse, agrupamentos regulares: monóstico (um só
verso), dístico ou parelha (dois versos), terceto (três versos), quadra (quatro versos), quintilha
(cinco versos), sextilha (seis versos), sétima (sete versos), oitava (oito versos), nona (nove versos)
e décima (dez versos).

A medida que regula o número de sílabas longas ou breves (sílabas pronunciadas) de cada verso
chama-se metro. Essas sílabas que correspondem aos sons dizem-se sílabas métricas e denomina-
se escansão a sua divisão no verso. Conforme o número de sílabas métricas (de uma a doze), os
versos podem ser classificados como monossílabo, dissílabo, trissílabo, tetrassílabo,
pentassílabo ou redondilha menor, hexassílabo, heptassílabo ou redondilha maior, octossílabo,
eneassílabo, decassílabo, hendecassílabo e dodecassílabo ou alexandrino.

Considera-se rima a uniformidade ou correspondência harmónica de sons na terminação de dois


ou mais versos (a partir da vogal tónica da última palavra). As rimas classificam-se quanto à
disposição ou ligação entre os versos, como emparelhadas (se os versos rimam dois a dois,
segundo o esquema AA, BB...), cruzadas ou alternadas (se há um de permeio entre dois versos
que rimam entre si, segundo o esquema ABAB, ABCB...), interpoladas (se os versos que rimam
estão separados por dois ou mais versos de terminações diferentes, segundo o esquema ABBA,
ABCA, ABCDA...), encadeadas (quando a terminação de um verso rima com uma palavra no
interior do seguinte ou quando obedece ao esquema rimático ABA, BCB, CDC...) e interior (se
tem a forma de rima encadeada, usada no interior dos versos); diz-se verso branco ou solto se o
verso não está sujeito a rima.

Quanto à acentuação, as rimas são agudas ou masculinas (se o acento tónico recai na última


sílaba), graves ou femininas (se o acento tónico recai na penúltima sílaba) e esdrúxulas (se
o acento tónico recai na antepenúltima sílaba).

Quanto às classes gramaticais das terminações ou frequência de uso, as rimas podem


ser pobres (se acontece com palavras da mesma categoria gramatical ou com terminações
demasiado frequentes) ou ricas (se acontece com palavras de diferente categoria gramatical).
Quanto aos elementos vocálicos e consonânticos das terminações, as rimas dizem-
se toantes ou vocálicas (se a partir da vogal da sílaba tónica rimam apenas os sons de vogais)
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e consoantes ou soantes (se, nas terminações dos versos que rimam, as vogais e consoantes a
partir da vogal da sílaba tónica são iguais).

1. Textos líricos

O termo «lírica» provém da palavra «lira», nome de um instrumento antigo de cordas cujo som é
muito agradável. O soar da lira era, normalmente, acompanhado por versos cantados, que, com a
passagem do tempo, tomaram o nome do instrumento. Os versos expressavam o estado
sentimental de quem os cantava. Assim, textos líricos passaram a ser aqueles em que o sujeito
enunciador expressa as suas emoções, os seus sentimentos face a si mesmo ou ao mundo.

2. Oratura — génese da literatura portuguesa

A poesia trovadoresca

A primeira grande manifestação da literatura portuguesa é constituída pela poesia dos trovadores,
escrita em galego-português, durante a Idade Média, entre o século XII e meados do século XIV.

A poesia medieval foi composta para ser cantada, pelo que nela predominam o refrão e o
paralelismo. O amor é o tema dominante nos poemas dos trovadores (poetas e compositores
líricos de cantigas trovadorescas). Porém, por vezes eram versados assuntos muito diferentes,
como a sátira. Surgiram, deste modo, textos poéticos de natureza lírica (cantigas de
amigo e cantigas de amor) e de natureza satírica (cantigas de escárnio e cantigas de maldizer).

A sátira na poesia trovadoresca: cantigas de esc6rnio e maldizer

A sátira na poesia dos trovadores ou era severamente mordaz ou era ir6nica. Nas cantigas de
escárnio, a critica era ambígua, irônica. As cantigas de maldizer criticavam directamente, sem
ambiguidade, chegando a citar os nomes dos sujeitos satirizados. O paralelismo era muitas vezes
imperfeito.

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Cantiga A

 Rui Queimado morreu com amor


 Em seus cantares, par Sancta Maria,
 Por üa dona que gran ben queria;
 E, por se meter por mais trobador,
 Por que lhe ela non quis ben fazer,
 Feze-s' el en seus cantares morrer,
 Mais ressurgiu depois ao tercer dia!
 Pero Garcia Burgalés (excerto)

Cantiga B

 Ai, dona fea, foste-vos queixar


 Que nunca vos louv'em [o] meu cantar;
 Mas ora quero fazer um cantar
 En que vos Ioarei toda via;
 E vedes como vos quero loar:
 Dona fea, velha e sandia!
 Dona fea, se Deus me perdon,
 Pois avedes [a] tan gran coraçon
 Que vos loe, en esta razon
 Vos quero já loar toda via;
 E vedes qual será a loaçon:
 Dona fea, velha e sandia!
 Dona fea, nunca vos eu loei
 Em meu trobar, pero muito trobei;
 Mais ora já un bon cantar farei,
 En que vos loarei toda via;
 E direi-vos como vos loarei:
 Dona fea, velha e sandia!
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            Joan Garcia de Guilhade

É difícil distinguir as cantigas de escárnio das de maldizer. No entanto, no segundo texto, a critica
é indirecta; portanto, a cantiga é de escárnio. Ironicamente, o trovador promete a uma dama (que
se foi queixar) que a louvaria nos seus versos; contudo, os versos do seu canto criticam-na:
«Dona fea, velha e sandia!» No primeiro poema, o trovador diz mal de um outro trovador
directamente, citando-lhe até o nome, «Roi Queimado», que morreu de amor por uma «dona» que
não o amava, mas que ele tanto queria.

3. Oratura — génese da literatura moçambicana

Os cantos folclóricos

Na fase pré-colonial e de penetração mercantil, a cultura moçambicana já se caracterizava por


importantes manifestações artísticas orais. Entre estas, destacam-se os cantos poéticos. Tal como
a poesia galego-portuguesa, os cantares moçambicanos celebravam o amor, a dor, as alegrias das
festas, a coragem das guerras e das caças. Alguns cantos também eram satíricos.

Grande parte dos cantos tradicionais documentados foi recolhida e traduzida por Henri Alexandre
Junod, nos anos de 1800. Muitos cantos eram acompanhados de instrumentos musicais
tradicionais.Junod conservou, por escrito, em pautas musicais, algumas destas melodias.

A sátira na poesia

Da grande diversidade de cantos poéticos tradicionais moçambicanos, é de realçar a poesia


satírica de msaho dos Chopes, altamente mordaz, de protesto contra os males sociais perpetrados
pelos colonos portugueses e seus colaboradores. Havia muito que o colonizado demonstrava um
sentimento patriótico e de revolta; apenas lhe faltavam meios para a concretização da liberdade.

Canto A

 Procuramos o milhafre que estå no céu...


 Quem é o milhafre?
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 E Mozila! É Mozila!
 O lago transborda
 Vamos saber
 Quem é o milhafre
 Que estå no céu...
 É Mozila!

Canto rongain Henri Junod, Cantos e Contos dos Rongas

 
Canto B

 «É tempo de pagar impostos aos portugueses


 Os portugueses que comem ovos
 E galinhas.
 Troca-me esta libra inglesa.»
 «Oh... oh, ouvi as ordens,
 Ouvi as ordens dos portugueses.
 Oh... oh, ouvi as ordens,
 Ouvi as ordens dos portugueses.
 Homens! Os portugueses dizem: paga a tua libra.
 Homens! Os portugueses dizem: paga a tua libra.
 Mas que maravilha, pai!
 Onde hei-de descobrir a libra?
 Oh... oh, ouvi as ordens dos portugueses.»
 «Cantai oh... oh... oh, vinde ver o Mzeno
 Cantai oh... oh... oh, vinde ver o Mzeno
 Aqui há mistério, os portugueses batem-nos nas mãos,
 A nós e às mulheres
 Cantai oh... oh... oh, vinde ver o Mzeno.»

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Poesia de Msahoin O. Mendes, Sobre Literatura Moçambicana, 1980

O Canto A pode ter uma mensagem irônica, tendo em consideração que os populares tinham por
obrigação pagar um imposto aos responsáveis máximos, neste caso Mozila, antigo imperador de
Gaza, pai de Ngungunhana. Aquele era um canto entoado por mulheres que levavam ao
imperador parte dos seus cultivos. O termo «milhafre» pode ter uma conotação negativa, uma vez
que se trata de uma ave de rapina, que rouba bens alheios. Nesta linha de leitura, teríamos uma
canção de escárnio na oratura moçambicana.
O Canto B também se refere ao imposto, mas, desta feita, a sátira é directa. O sujeito e as atitudes
satirizadas estão explícitos: tempo de pagar impostos aos portugueses».

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Conclusão

Depois de uma abordagem e horas de pesquisa concluímos que, O texto lírico é aquele
que, recorrendo a um discurso denso, expressivo, breve e conciso, permite, artisticamente e com
musicalidade e ritmo, exprimir as emoções, os sentimentos, os desejos ou os pensamentos
íntimos que nascem ou se apresentam ao espírito, ou seja, ao mundo interior do "Eu". No texto
lírico, predomina uma voz central, um "Eu" que, sem preocupações espácio-temporais, revela o
seu olhar sobre o mundo, com que se funde, e aprofunda as suas vivências emocionais, os seus
estados de alma, reflexões, concessões e sentimentos. Usualmente, recorre à enunciação na
primeira pessoa, podendo traduzir entusiasmos individuais e colectivos.

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Bibliografia

MACIE, Filipe Virgílio. Pré-universitário – Português 11ª Classe. 1ª Edição. Longman


Moçambique, Maputo, 2009.

Porto Editora – texto lírico na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-29
12:53:26]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$texto-lirico

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