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Língua Portuguesa

DISCURSO DIRECTO, DISCURSO INDIRECTO, DISCURSO INDIRECTO LIVRE


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- DISCURSO DIRECTO: Relata textualmente uma mensagem já produzida.
- DISCURSO INDIRECTO: Relata a mensagem fazendo-a depender de um verbo e utilizando a
subordinação através de uma oração completiva, uma oração interrogativa indirecta ou uma oração
infinitiva.
Se o verbo introdutório está no pretérito perfeito do indicativo, sofrem alterações os modos e
tempos dos verbos, os pronomes pessoais, os determinantes e pronomes demonstrativos, o vocativo e
alguns advérbios e expressões circunstanciais.
DISCURSO DIRECTO DISCURSO INDIRECTO
Cita-se textualmente uma mensagem Usa-se o verbo declarativo ou interrogativo, mas
produzida, fazendo-a preceder de um a mensagem é reproduzida utilizando uma
verbo declarativo ou interrogativo oração subordinada completiva ou uma oração
(dizer, exclamar, perguntar, interrogativa indirecta (introduzida por um
responder …), seguida de dois pronome, conjunção ou advérbio interrogativo)
pontos. ou uma oração infinitiva.
Modos e tempos: Modos e tempos (alterações exigidas pelo uso do
verbo declarativo ou interrogativo no pretérito
perfeito do indicativo):

• Presente do indicativo • Pretérito imperfeito do indicativo


• Pretérito perfeito do indicativo • Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
• Futuro do indicativo • Condicional
• Imperativo • Conjuntivo
Pronomes pessoais de 1ª e 2ª Pronomes pessoais de 3ª pessoa
pessoas
Determinantes e pronomes Determinantes e pronomes possessivos de 3ª
possessivos de 1ª e 2ª pessoas pessoa
Determinantes e pronomes Determinantes e pronomes interrogativos:
interrogativos: este, esse, isto, isso. aquele, aquilo.
Advérbios e expressões Advérbios e expressões circunstanciais de tempo
circunstanciais de tempo e de lugar: e de lugar:
• Hoje • Naquele dia
• Agora, neste momento • Então, naquele momento
• Ontem • Na véspera
• Amanhã • No dia seguinte
• Na semana passada • Na semana anterior
• Aqui, cá • Ali, lá
Vocativo Complemento indirecto

- DISCURSO INDIRECTO LIVRE: mantém marcas do discurso indirecto e do discurso directo, mas com
omissão do verbo declarativo e da conjunção introdutória da oração completiva.

Discurso indirecto livre é uma modalidade de técnica narrativa, resultante da


mistura dos discursos directo e indirecto, sendo um processo de grande efeito
estilístico.

Por meio dele, o narrador pode, não apenas reproduzir indirectamente falas das
personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, sonham, desejam, etc.
Neste caso, discurso indirecto livre corresponde ao monólogo interior das
personagens, mas expresso pelo narrador.

As orações do discurso indirecto livre são, em regra, independentes, sem verbos


declarativos. O foco narrativo deve ser de terceira pessoa. Esse discurso é muito
utilizado na narrativa moderna, pela fluência e ritmo que confere ao texto. Para
produzir discurso indirecto livre que exprima o mundo interior da personagem, o
narrador precisa de ser omnisciente. 1

O Discurso Indirecto Livre em Eça de Queirós

«O discurso indirecto livre é considerado, por grande parte dos autores,


uma forma de relato de discurso, tal como os discursos directo e indirecto (…)
Além de relatar palavras de personagens (tendo nessas ocorrências,
frequentemente, conotações irónicas), o discurso indirecto livre usa-se
igualmente para transmitir pensamentos, criando, nesse caso, um efeito de
aproximação empática entre o leitor e o mundo interior da personagem. (…)
Guerra da Cal e Óscar Lopes atribuem a Eça de Queirós (um mestre no uso
deste recurso) a introdução do discurso indirecto livre na literatura portuguesa e
até peninsular.»
«O discurso indirecto livre, como se lê na Nova Gramática do
Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, «aproxima
narrador e personagem, dando-nos a impressão de que passam a falar em
uníssono.»

Exercícios:
1. Lê a citação que se segue, retirada de Os Maias, de Eça de Queirós: “Carlos tomou-lhe a
mãozinha e beijou-lha – perguntando se a boneca também estava doente.
- Cricri também teve dor – respondeu ela muito séria, sem tirar dele os seus magníficos olhos.
- Eu já não tenho…”
1.1. Nesta citação, há
 discurso directo.
 discurso indirecto.
 discurso indirecto livre.
 discurso indirecto livre e discurso directo.
 discurso directo e discurso indirecto.
2. Lê o excerto seguinte, retirado de “Os Maias”, de Eça de Queirós:
Uma noite que o coronel Sequeira, à mesa do whist, contava que vira Maria Monforte e Pedro
passeando a cavalo, «ambos muito bem e muito distingués», Afonso, depois dum silêncio, disse
com um ar enfastiado:
- Enfim, todos os rapazes têm as suas amantes... Os costumes são assim, a vida é assim, e seria
absurdo querer reprimir tais coisas. Mas essa mulher, com um pai desses, mesmo para amante
acho má.
O Vilaça suspendeu o baralhar das cartas, e ajeitando os óculos de ouro exclamou com espanto:
- Amante! Mas a rapariga é solteira, meu senhor, é uma menina honesta!...
Afonso da Maia enchia o seu cachimbo; as mãos começaram a tremer-lhe; e voltando-se para o
administrador, numa voz que tremia um pouco também:
- O Vilaça de certo não supõe que meu filho queira casar com essa criatura...
O outro emudeceu. E foi o Sequeira que murmurou:
-Isso não, está claro que não...
2.2. Identifica as modalidades de discurso presente.
2.3. Rescreve-o em discurso indirecto.
3. Lê as citações que se seguem, retiradas de Os Maias, de Eça de Queirós:
“Carlos tranquilizou Miss Sara. Oh, ela via bem que mademoiselle estava boa. O que a
assustara fora achar-se ali só, sem a mamã, com aquela responsabilidade. Por isso a tinha
deitado…Oh, se fosse uma criança inglesa, saía com ela para o ar… mas estas meninas
estrangeiras tão débeis, tão delicadas… “.
“Quis então que o pai fosse para a mesa: não havia motivos para que se não jantasse. Ele ia
1
um bocado acima ao seu antigo quarto de solteiro… Ainda lá tinha a cama, não é verdade? Não,
não queria tomar nada…”

3.2. Rescreve estas citações em discurso directo.


3.3. Rescreve estas citações em discurso indirecto.

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