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aulas: 3

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA HUÍLA


ISCED-HUÍLA
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA
UC: Técnicas da Comunicação Oral e Escrita

Docente: Gonçalves P. M. Gabriel

Contacto: 932 664 596

e-mail: muenhogabriel@gmail.com
Conteúdos
– Vozes verbais. Passiva analítica e passiva sintética;
– Discurso Directo, Indirecto, Indireto Livre
– Frases simples e frase complexas. Coordenação e subordinação.
Competências

 Identificar as vozes activas, passiva analítica e passiva sintética;


Reconhecer os Discurso Directo, Indirecto e Indireto Livre;
Distinguir as frases simples e frase complexas. Coordenação e subordinação
O sujeito é agente, ou seja, o sujeito pratica a acção do verbo.

Voz activa
Exemplos:
 O Holvandro tomou o café da manhã logo cedo.
 Aspiramos a casa toda.
 Já fiz o trabalho.
Voz passiva
Na voz passiva o sujeito é paciente e, assim, não prática, mas recebe a
acção do verbo. A voz passiva pode ser: analítica ou sintética.
Formação da voz passiva

A voz passiva analítica é formada por:


Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da
acção conjugado no particípio + agente da passiva.
analítica

Exemplos:
O café da manhã foi tomado por Bia logo cedo.
A casa toda foi aspirada por nós.
O trabalho foi feito por mim.
Formação da voz passiva sintética

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é
formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador "se" + sujeito paciente.
Exemplos:
Tomou-se o café da manhã logo cedo.
Aspirou-se a casa toda.
Já se fez o trabalho.
Voz reflexiva
Na voz reflexiva o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, uma vez que o sujeito prática e recebe a
acção.
Formação da voz reflexiva
A voz reflexiva é formada por:
Verbo na voz ativa + pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos), que serve de objecto directo ou, por vezes, de
objecto indirecto, e representa a mesma pessoa que o sujeito.
Exemplos:
Atropelou-se em sua próprias palavras.
Partiu-se todo naquele jogo de futebol.
Olhei-me ao espelho.
Voz reflexiva recíproca
A voz reflexiva também pode ser recíproca. Isso acontece quando o verbo reflexivo indica
reciprocidade, ou seja, quando dois ou mais sujeitos praticam a acção, ao mesmo tempo que
também são pacientes.
Exemplos:
Eu, meus irmãos e meus primos damo-nos bastante bem.
Os dias e as noites passam-se sem que haja qualquer novidade.
Sofia e Lucas amam-se.
Vozes verbais e sua conversão

Geralmente, por uma questão de estilo, podemos transpor orações que têm a voz verbal activa para orações
que têm a voz verbal passiva.

Ao fazer a transposição, o sujeito da voz activa torna-se o agente da passiva e o objecto directo da voz
activa torna-se o sujeito da voz passiva.

Exemplo na voz activa:


Aspiramos a casa toda.
Sujeito da activa: Nós (oculto)
Verbo: Aspiramos (transitivo directo)
Objecto directo: a casa toda.
Exemplo na voz passiva:

A casa toda foi aspirada por nós.


Sujeito: A casa toda
Verbo auxiliar: foi
Verbo principal: aspirada
Agente da passiva: por nós.
Observe que o verbo auxiliar foi está no mesmo tempo verbal que o verbo aspiramos
estava na oração cuja voz é activa. O verbo aspiramos na oração cuja voz é passiva
está no particípio.
Discurso Directo, Indirecto, Indireto Livre

Discurso Directo, Discurso Indirecto e Discurso Indirecto Livre são tipos de discursos
utilizados no gênero narrativo para introduzir as falas e os pensamentos dos personagens.
Seu uso é variável, sendo modificado de acordo com a intenção do narrador.
DISCURSO DIRECTO
No discurso directo o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente
a fala do personagem. O objectivo desse tipo de discurso é transmitir autenticidade e
espontaneidade, distanciar, ou não se responsabilizar pelo o que é dito ou, ainda, por
questões de humildade - para não falar algo que foi dito por um estudioso, por
exemplo, como se fosse de sua própria autoria. São características do discurso directo
a utilização dos verbos de elocução,
como: falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar, dentre outros.
Também a utilização dos sinais gráficos - travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas. E
a inserção do discurso ao longo do texto, não necessariamente em uma nova linha.

Exemplos:
Os formados repetiam: "Prometo cumprir meus deveres e respeitar meus semelhantes com firmeza e
honestidade."
O réu afirmou: "Sou inocente!"
Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar:
— Alô, quem fala?
— Bom dia, com quem quer falar? — respondeu com tom de simpatia.
DISCURSO INDIRECTO

No discurso indirecto o narrador da história interfere na fala do personagem donde profere


suas palavras. As palavras do personagem não aparecem. Sua principal característica é a
narração do discurso em 3ª pessoa (ele/ela, eles/elas).
O discurso indirecto também utiliza verbos de elocução, como falar, responder, perguntar, indagar, declarar,
exclamar. Contudo, não há uso do travessão, uma vez que geralmente as orações são subordinadas, ou
seja, dependem de outras orações.

Exemplos:
Os formados repetiam que iriam cumprir seus deveres e respeitar seus semelhantes com firmeza e
honestidade.
O réu afirmou que era inocente.
Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar.
Cumprimentou e perguntou quem estava falando. Do outro lado, alguém respondeu ao cumprimento e
perguntou com tom de simpatia com quem a pessoa queria falar.
DISCURSO INDIRECTO LIVRE No discurso indirecto livre há uma fusão dos tipos de discurso (directo indirecto),
ou seja, há intervenções do narrador e da fala dos personagens. Entretanto, não
existem marcas que mostrem a mudança do discurso, por isso, as falas dos
personagens e do narrador - que sabe tudo o que se passa no pensamento dos
personagens - podem ser confundidas. Portanto, o discurso indirecto tem como
características a liberdade sintática e a aderência do narrador ao personagem.
Exemplos:
Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia um peso. Talvez não
tenha sido suficientemente justo com as crianças…
O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que consigo! Amanheceu
chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assistindo televisão! Nas orações destacadas os
discursos são directos, muito embora não tenha sido sinalizada a mudança da fala do
narrador para a do personagem.
Algumas regras
DISCURSO DIRECTO DISCURSO INDIRECTO
Uso da 1ª ou 2ª pessoa Uso da 3ª pessoa
Verbos: Verbos:
Presente Pretérito imperfeito
Pretérito perfeito Pretérito mais-que-perfeito
Futuro do indicativo Condicional (futuro do pretérito)
Futuro do conjuntivo Pretérito imperfeito do conjuntivo
Modo imperativo Modo conjuntivo ou infinitivo

Pronomes pessoais de 1ª ou 2ª pessoa: Pronomes pessoais de 3ª pessoa:


Eu, tu Ele, ela
Nós vós Eles, elas
Pronomes ou determinantes de 1ª ou 2ª pessoa: Pronomes ou determinantes de 3ª pessoa:

Este (s), esse (s) Aquele (s)


Isto, isso Aquilo
Meu (s), teu (s), nosso (s), vosso (s) Seu (s) ou dele (s)

Advérbios de lugar e de tempo:


Advérbios de lugar e de tempo: Ali. Lá
Aqui, cá Lá
Aí, ali, lá Então, naquele momento, logo,
Agora, já imediatamente
Naquele dia
Hoje
Ontem No dia anterior, na véspera
Amanhã No dia seguinte
Logo Depois

Frase interrogativa directa: Frase interrogativa indirecta:


Ex.: - Ana, vais ao Colégio? Ex.: Perguntou à Ana se ia ao Colégio.
I. Frase simples Frases simples e frase complexas. Coordenação e subordinação.

O José telefonou à Joana.


A senhora traz umas flores.
Eu saio.
O meu vizinho foi ao médico.
Cada uma destas frases tem apenas um verbo. São frases simples.
• Gostei desta camisola e comprei-a logo.
• Fui ao cinema porque tinha um bilhete.
• Quando era pequeno, fui a Luanda.
Em cada uma destas frases há mais do que uma oração: são frases complexas.

II. Frase complexa


As frases simples podem transformar-se em frases complexas. Repara bem:
Duas frases simples:
a) O João leu um livro.
b) Eu li uma revista.
Transformam-se numa frase complexa:
O João leu um livro e eu li uma revista.
O que aconteceu?
• O João leu um livro e eu li uma revista.
(frase 1) (frase 2)
Pois é, juntámos as frases simples e formámos uma frase complexa
Frase complexa
• A frase complexa é constituída por duas ou mais frases simples (orações) que estão
ligadas entre si por dois processos:
Coordenação ou Subordinação
A. Coordenação
• O João leu um livro e eu li uma revista.
(frase 1) (frase 2)

Entre estas duas orações não há uma relação de dependência. Uma não está dependente
da outra para ter sentido próprio.
Elas estão ligadas através de uma ou mais palavras a que chamamos conjunção.
Conjunções e locuções conjuncionais coordenativas:

Designação Conjunções Locuções


Não só…mas também, não só… como
Copulativas
E, também, nem, que também,
(indicam adição)
tanto … como
Adversativas Não obstante, apesar disso, ainda assim, de
Mas, porém, todavia, contudo
(indicam oposição) outra sorte, ao passo que
Disjuntivas Já…já, nem…nem, ora…ora, ou…ou,
ou
(indicam alternativa ou distinção) quer…quer, seja…seja, seja…ou.
Conclusivas
Logo, pois, portanto Por conseguinte, por consequência, pelo que
(exprimem uma conclusão)
Explicativas
Pois
(exprimem uma explicação)
Assim, e de acordo com a relação que estabelecem através da conjunção, as orações
coordenadas dividem-se em:
• Copulativas;
• Adversativas;
• Disjuntivas;
• Conclusivas;
• Explicativas.
Classificação das orações coordenadas:
1. Comi pão e fui brincar.
Orações coordenadas copulativas
Conjunção coordenativa copulativa

2. A mãe ficou em casa mas a filha saiu.


Orações coordenadas adversativas
Conjunção coordenativa adversativa
B. Subordinação
Repara bem:
Ela teve bons resultados porque estudou muito.
(oração 1) (oração 2)
Aqui as orações não são independentes.

A segunda oração, para ter sentido próprio, está dependente da primeira , está subordinada à
primeira.
Conjunções e locuções conjuncionais subordinativas
Designação Conjunções Locuções
Causais Porque, pois, porquanto, pois…que
como (= porque) Por isso que
Por isso mesmo que
Já que
Uma vez que
Visto que
Comparativa Como, segundo, conforme Assim como…assim também
bem…como
Mais…/menos…do que
Tão/tanto…como
Tanto…quanto
Concessivas Embora, conquanto Ainda que
Mesmo que
Posto que
Bem que
Se bem que
Por mais/menos que
Designação Conjunções Locuções
Condicionais se, caso A não ser que
Contanto que
Dado que
Salvo que
Excepto se
Sem que
Desde que
A menos que
Uma vez que
Consecutivas que (antecedido de tal, tão, tanto ou De forma que
tamanho) De maneira que
De modo que
De sorte que
Finais que (= para que) Para que
A fim de que
Integrantes que, se
Temporais quando, enquanto, apenas, mal Antes que
Depois que
Logo que
Até que
Sempre que
Assim que
Desde que
Todas as vezes que
Cada vez que
Classificação das orações subordinadas:

1. Quando o despertador tocou, levantei-me.


Oração subordinada temporal
Conjunção subordinativa temporal

2. Não vou à escola já que estou doente.


Oração subordinada causal.
Locução conjuncional subordinativa causal

3. Condicionais – Se estudares, passarás de ano.


Exprime uma condição ou hipótese
4. Causais: As estrelas parecem pequenas, porque estão muito distantes.
Exprime a razão, o motivo ou o que dá lugar a um facto.

5. Finais: Amemos os nossos semelhantes, para que eles nos amem.


Exprime a intenção da acção enunciada na subordinante.

6. Concessivas: Ainda que me peças, não irei contigo.


Indica uma circunstância que, embora tenda a contrariar a acção
enunciada na subordinante, não impede que esta se realize.
7. Consecutivas: Procedei sempre de tal modo que não mereçais censuras.
Exprime que um facto é consequência da acção, estado ou qualidade expressa na
subordinante. É introduzida por que procedido do advérbio tão, do adjectivo ou das
locuções de maneira, de tal modo, etc.

8. Comparativas: Sabe tanto este ano como sabia o ano passado.


Referências Bibliográficas

Estrela, E.; Soares, M. A.; Leitão, M. J. (2013). Saber Escrever Saber falar. 13ª. edição. D.
QUIXOTE.

Almeida, C. J. (2011). Ensaboado & Enxaguado: Língua Portuguesa & Etiqueta.

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