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“(...) uma coisa é uma língua ágrafa, uma língua sem escrita (há cerca
de 10500 delas no mundo), sem escolas, sem professores e sem alunos, e
outra coisa é uma língua gráfica, como o português, que tem mais de 400
mil palavras e é utilizada por mais de 150 milhões de pessoas.”
“Nas línguas ágrafas, com cerca de três mil palavras, não há erros de
gramática ou de linguagem. Alguns povos ainda as utilizam. Por que nas
nossas sociedades gráficas, com escrita, existe o erro de gramática?
Porque estas sociedades acumulam o presente com o passado, de tal
maneira que o uso vivo da língua, o grupo em que a pessoa se insere, não
bastam para que ela tenha um conhecimento da totalidade da língua que lhe
está sendo transmitida. Então se institucionalizam as redes de escolas, de
professores e alunos, para que essa língua possa continuas a ter suas
funções fundamentais, que são as de fornecer as chaves do saber, as
chaves do poder, mas que exigem um tempo muito grande de investimento
no indivíduo. Numa língua gráfica, como o português, o que se aprende não
é o número de palavras que a língua armazena e sim a capacidade de lidar
com elas, utilizando dicionários, enciclopédias e antas outras obras. Línguas
dessa natureza são o que é falado e o que é escrito, acumulados.”
Houaiss entende que no Brasil – “86º lugar em qualidade de ensino,
com um dos mais indecentes sistemas de ensino do mundo
contemporâneo” – não se pode culpar a criança de chegar aos 11 anos
falando um português abaixo da crítica.
“Enquanto na França ou na Inglaterra a criança, a partir dos 5 anos, fica
de seis a dez horas por dia na escola, e nela permanece durante doze anos
de sua vida, a realidade brasileira é bem outra. A língua é um vetor de todo
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o aprendizado. Quando você aprende Matemática, Física ou Botânica, você
está aprendendo a língua. Então, quando você tem uma escola com oito,
dez horas de duração, você está na prática aprendendo alguma coisa, mais
a língua. Acontece que no Brasil não existe o ensino de base e o problema,
é claro, vai desembocar no ensino secundário.”
“Não nego que no Brasil existam pessoas que falem o português
correto, mas são uma minoria. E isto é culpa de nossa sociedade, em que
70% da população vivem à beira ou mergulhados na miséria. Numa
sociedade como a nossa existem, além das classes prioritariamente ditas,
várias culturas. Na cultura ágrafa do Brasil, nenhum brasileiro tem deixado
de falar a nossa língua. Sem aprender a ler, sem aprender a escrever,
aprende a língua de sua contigüidade. Essa língua ele fala à perfeição.
Então os erros que a gente pensa que ele está cometendo, não são erros,
não. São erros do nosso ponto de vista, porque nós, não dando a ele a
formação que ele deveria ter, queríamos que ele tivesse a nossa formação.”
REVISTA SALA DE AULA. N. 15, out. 1989, ano 2. p. 15
a) A transmissão e o aprendizado de uma língua ágrafa são muito
diferentes da transmissão e o aprendizado de uma língua gráfica.
Aponte essas diferenças e comente-as. Entretanto, para fornecer a sua
resposta, elabore uma paráfrase em dez (10) linhas, no máximo, e
considere o seguinte:
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com a utilização inadequada (incoerência sintática) da palavra “onde”. A
seguir, corrija o exemplo fornecido. (Em seis linhas, no máximo.)
VALOR: 3,0 PONTOS
O amigo informatizado
4
notícias, artigos e imagens. Chama-se papel. Pode produzir diários e revistas.
Não é genial?
A porta do elevador abriu-se, e ele entrou, altivo e vingado, com seu
jornalzinho debaixo do braço.