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Prof.ª Ma. ELAINE NASCIMENTO RAULINO
Polos: Alto Parnaíba, Cândido Mendes, Barra do Corda, Cururupu, Grajaú,
Loreto, Pastos Bons, Penalva, Urbano Santos e Centro Novo do Maranhão
Bloco 3: 09/10/2023 a 19/10/2023
Disciplina: Sociolinguística UNIDADE IV 20/10/2023 a 30/10/2023
Aluno: Fabiano Oliveira Souza
Data: 30/10/2023
RESENHA DESCRITIVA
O quarto mito a ser desvendado pelo autor é: “As pessoas sem instrução
falam tudo errado”. Com isso, a ideia errônea reforçada nessa falácia é que só
existe uma língua correta que seria a que é ensinada nas escolas, explicada nas
gramáticas tradicionais e catalogada nos dicionários. Por isso, toda manifestação
linguística que esteja fora desse conceito é considerada, sob a visão do
preconceito linguístico, errada, feia, estropiada, rudimentar, deficiente. Para
contrariar esse mito, o autor cita o exemplo da palavra “pranta”, que escrita dessa
forma, é considerada um erro grotesco praticado por quem desconhece o uso
correto da língua, no entanto, para ele, essa dificuldade existe em virtude da
origem etimológica da palavra, o que isenta os falantes considerados
injustamente de ignorantes.
O quinto mito que é citado pelo autor na obra é: “O lugar onde melhor se
fala português no Brasil é o Maranhão”. Nesse mito, o autor relata que esse é
mais um caso subserviência ao português de Portugal, já que no maranhão ainda
se usa, com certa regularidade, o pronome pessoal “tu” que também é usado em
Portugal, diferentemente de outras regiões do Brasil que já estão substituindo o
uso do “tu” pelo pronome de tratamento “você”. No entanto, essa variação não
torna o português do Maranhão mais correto em relação a outros estados,
segundo o autor, não existe nenhuma variedade nacional, regional ou local que
seja melhor, mais pura ou mais bonita que outra, toda variedade linguística atente
às necessidades que seres humanos necessitam.
Para reforçar ainda mais seu ponto de vista, o autor cita alguns casos de
escritores que relataram não ser bons em gramática, entre eles está Machado
de Assis, que, segundo ele, ao abrir a gramática de um sobrinho se espantou
com a sua própria ignorância, já que não havia entendido nada. Isso acontece
porque, ao longo do tempo, se inverteram os papéis, a gramática normativa
decorre da língua e é subordinada a ela, e não o contrário como afirmam os que
defendem esse mito.
Com isso, é nítido que se a uma pessoa possui domínio da norma culta,
ela se comunica e escreve melhor, o que pode ser um ponto muito positivo para
alguém que deseja ascender socialmente na vida. É claro que existem muitos
outros fatores devem ser levados em consideração quando nessa análise, mas
isso não descarta totalmente a importância do domínio da norma culta. No
entanto, o próprio autor nos deixa ciente de que existem outros pontos de vista.
Portanto, de forma geral, ele conseguiu derrubar uma série de argumentos que
não fazem sentido e se forem analisados com mais cuidado, em muitos casos,
atrapalham o aprendizado dos alunos e ensino da língua portuguesa nas escolas
brasileiras.