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CONSULTÓRIO DE PSICOLOGIA E PSICOPEDAGOGIA

AURIA CAROLINA AMADORI


CRP.: 08/15008

TESTE DE AUDIBILIZAÇÃO

GOLBERT, Clarissa S. A evolução psicolingüística e suas implicações na alfabetização:


teoria, avaliação, reflexões. Porto Alegre, Artes Médicas, 1988.
1984 – Porto Alegre
- Aplicação do teste em setenta e cinco crianças de sete anos, de nível sócio econômico
baixo, que cursavam a 1ª série de escola da rede pública.
- A audibilização, tal como foi caracterizada por Quiros e Schrager (1980), é o processo pelo
qual a cognição auditiva permite a aquisição e o desenvolvimento da linguagem e, mais
tarde, da leitura e da escrita.
- Com base nesses autores, consideramos a discriminação fonemática, a memória e a
conceituação como subprocessos da audibilização.
- Audibilizar: habilidade para discriminar sons, memorizar e conceituar.

PARTE I - Discriminação fonemática

SUGESTÕES PARA A APLICAÇÃO


Consiste em 24 pares de sílabas, com apenas um traço distintivo, que a criança deve
ouvir e indicar se são iguais ou diferentes.
Convém, inicialmente, verificar se a criança sabe utilizar, adequadamente, os conceitos
de “igual” e diferente”, em relação a sons. Pode-se, por exemplo, fazê-la indicar se o som de
um molho de chaves, batendo nessa mesma superfície é igual ou diferente ao som de um
lápis batendo nessa mesma superfície. O examinador deve repetir a experiência com outros
objetos até certificar-se de que a criança compreenderá a tarefa do teste.
Feito isso, combina-se que serão apresentados sons falados e ela deverá indicar se os
sons são iguais ou diferentes, após a apresentação de cada par de sílabas. É importante que
o examinador tenha o cuidado de apresentar as sílabas no mesmo tom de voz; pois, se a
entonação for diferente, a criança poderá responder a essa diferente. Convém fazer algumas
experiências como ensaios, antes de iniciar propriamente o teste.
Pode ocorrer que a criança fique fatigada e não possa controlar a atenção, a partir de
um determinado ponto. Nesse caso, convém interromper essa tarefa, prosseguir com outras
e voltar a ela posteriormente, retomando-se do ponto em que foi interrompida.

1- pa/pa 9- ga/ca 17- za/za


2- pa/ba 10- ca/ca 18- za/sa
3- bo/po 11- fa/fa 19- chu/zu
4- bo/bo 12- fa/va 20- chu/chu
5- te/te 13- ve/ve 21- go/go
6- te/de 14- fe/ve 22- go/co
7- do/do 15- si/zi 23- je/je
8- do/to 16- si/si 24- je/che
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PARTE II – Memória

Parte II A - Memória de frases


SUGESTÕES PARA A APLICAÇÃO
Consiste em 6 frases que serão apresentadas, uma a uma, pelo examinador e que a
criança deverá repetir. Combina-se com a criança: “ouve o que eu vou dizer, para depois
repetir”.
Pequenas alterações na forma e no conteúdo não são levadas em consideração. Por
exemplo, é considerada correta a frase: “Um cachorrinho pequenino entrou no pátio lá de
casa” em lugar de “Um cachorrinho entrou no pátio da minha casa”.

1- Lúcia faz bolo para a mamãe.


2- O animal feroz caiu no buraco.
3- A linda menina faz as tarefas de casa.
4- No almoço comi arroz, feijão, pão e guisadinho.
5- Um pequeno cachorrinho entrou no pátio de minha casa.
6- Pedro e seu irmão sobem no ônibus que vai para a escola.

Parte II B - Memória de dígitos


SUGESTÕES PARA A APLICAÇÃO
Consiste em conjuntos graduados de dígitos para a criança repetir. Nesse caso
unicamente são pontuadas como corretas as repetições iguais ao modelo fornecido pelo
examinador.

1)- 3-8-6
2)- 2-7-5
3)- 9-0-4
4)- 7-3-2
5)- 3-4-1-7
6)- 6-1-5-8
7)- 7-2-0-9
8)- 1-5-8-6
9)- 9-4-7-3-1
10)- 8-4-2-3-9
11)- 5-2-1-8-3
12)- 7-0-4-9-6

Parte II C - Memória de relatos


SUGESTÕES PARA A APLICAÇÃO
Consiste em relatos com 3, 4, 5, e 6 fatos que a criança deve repetir. Convém
esclarecer à criança que deverá ouvir com atenção a “historinha” e depois repeti-la.
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Pode ocorrer que a criança comece a repetir antes que o examinador termine o relato.
Nesse caso, explica-se à criança que a história continua, que ela deve ouvir até o final, e
somente depois do término é que ela pode começar a repetir. Então, reinicia-se o relato
desde o início.

a)- Relato com 3 fatos


1 - Ontem era domingo,
2 - as crianças foram jogar bola
3 - e voltaram cansadas.

A parte IIC consiste em 18 itens, cada fato dos relatos corresponde a 1 ponto. Assim
como na memória de frases, pequenas alterações de forma e conteúdo podem ser aceitas,
desde que não alterem o sentido do relato.

b)- Relato com 4 fatos


4 - O menino estava de aniversário,
5 - convidou seus amiguinhos,
6 - todos cantaram parabéns
7 - e ele ficou feliz.

c)- Relato com 5 fatos


8 - A menina foi visitar sua vovó,
9 - que mora perto do parque.
10 - Ela andou de roda-gigante,
11 - comeu pipoca
12 - e voltou à noite.

d)- Relato de 6 fatos


13 - Paulo levou seus brinquedos para a escola,
14 - na hora do recreio brincou com seus amigos,
15 - depois guardou tudo na sacola.
16 - Ele esqueceu um carrinho,
17 - em casa chorou muito,
18 - mas no outro dia a professora entregou.

PARTE III - Conceituação

Parte III A - Identificação de absurdos


SUGESTÕES PARA A APLICAÇÃO
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Consiste em 6 frases, cada uma delas contendo um absurdo, que a criança deverá
apontar e justificar. O examinador explica à criança que vai dizer coisas erradas, impossíveis,
e que ela deverá encontrar o que está errado.

1- O menino e o cachorro calçaram os seus sapatos.


2- As crianças acenderam a fogueira no rio.
3- Como chovia muito, o menino jogou-se no lago para não se molhar.
4- Joãozinho tem em casa um gato, um cachorro e um leão.
5- Fui à padaria comprar leite, pão, casaco e manteiga.
6- Quando faltou luz, o menino foi ver televisão.

Parte III B - Identificação de objetos e situações


SUGESTÕES PARA A APLICAÇÃO
A criança deve identificar um objeto ou uma situação que o examinador caracteriza.
Qualquer resposta lógica que a criança dá é aceitável. Por exemplo, para o item “o que serve
para escrever?” ela pode responder: lápis, caneta, giz, tinta, etc.; para o item “quando se
toma banho”? pode responder: quando se está sujo, quando a mamãe manda, quando tem
água, etc.

1- O que serve para cortar carne?


2- O que serve para escrever?
3- Onde se colocam flores?
4- Quando se toma banho?
5- Quando se bebe água?

Parte III C - Definição de palavras


SUGESTÕES PARA A APLICAÇÃO
Consiste na apresentação de palavras que a criança deverá definir. O examinador
pergunta: “O que é uma chave?” e assim por diante. São aceitas definições por gestos, pelo
uso, pela descrição do material, etc., desde que a criança use um significante para expressar
o significado.

1- Tesoura
2- Chave
3- Fruta
4- Casa
5- Papagaio
6- Bruxa

Parte III D - Organização sintático – semântica


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Consiste em conjuntos de 3 palavras para a criança reunir significativamente. O


examinador explica, dando um exemplo: Com três palavras – árvore, pássaro, ninho, inventei
a história “O pássaro fez o ninho na árvore”. A seguir, combina com a criança que vai lhe
dizer três palavras para ele inventar uma história.
Como muitas crianças não têm o conceito de palavra, esta tarefa torna-se bastante
complexa. Sugere-se que o examinador vá dando exemplos, com referência aos itens
apresentados, enquanto observar que a criança não compreendeu a tarefa ou não é capaz
de realizá-la. Se acontece de a criança compreender a tarefa na metade da prova, pode-se
voltar aos itens iniciais no final do teste.
Aceita-se a omissão eventual de um elemento de um conjunto. Entretanto se
sistematicamente a criança omite um elemento, deve-se fazer uma pontuação mais rigorosa,
como por exemplo, considerar correto um em cada dois itens.
Se o examinador verifica que a criança não compreendeu a tarefa proposta ou se,
mesmo tendo compreendido, ela não consegue relacionar sintática e semanticamente as
palavras, não convém insistir.

1- menino - futebol - domingo


2- escola - criança - tarde
3- sorvete - bar- dinheiro
4- praça - balanço - criança
5- viagem - homem - ônibus
6- chuva - inverno - frio

Parte III E - Vocabulário de figuras


SUGESTÕES PARA A APLICAÇÃO
Avaliação do vocabulário compreensivo, consiste em 23 lâminas com 4 desenhos cada
uma. Em relação a cada lâmina, o examinador diz uma palavra e a criança deve mostrar o
desenho que melhor se adapta a essa palavra. Convém o examinador recomendar que a
criança olhe atentamente os 4 desenhos para depois selecionar o que melhor “combina” com
a palavra. Se o examinador observa que a criança não está considerando os quatro
desenhos e aponta o primeiro no qual identifica uma relação com a palavra, convém fazer
nova advertência nesse sentido.

1- Brinquedo
2- Trabalho
3- Queda
4- Transporte
5- Herói
6- Diversão
7- Cansado
8- Organizado
9- Descuidado
10- Quente
11- Veloz
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12 - Antigo
13 - Montar
14- Agradecer
15- Emprestar
16- Competir
17- Pensar
18- Ajudar
19- Perigo
20- Surpresa
21- Coragem
22- Rebeldia
23- Alegria

FOLHA DE RESPOSTA – TESTE DE AUDIBILIZAÇÃO


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Contagem dos pontos: O teste é composto por 106 subitens, cada um deles valendo 1 ponto.
É conveniente o examinador ter uma folha de controle para cada criança de modo a
poder anotar a pontuação referente a cada subitem e a cada uma das três partes principais,
além da pontuação geral. Somados os pontos, consultam-se as normas para os escores de
5-6, ou de 7 anos, conforme a idade da criança.
Convém registrar, também, informações qualitativas, como alterações na memória de
frases e relatos, respostas divergentes no vocabulário de figuras, etc.

a) Crianças de 7 anos

Grupo Inferior Grupo Grupo Médio Grupo Superior


Médio Inferior Superior
IA Abaixo de 16 De 16 a 19 De 19 a 22 Acima de 22
II Abaixo de 20 De 20 a 24 De 24 a 28 Acima de 28
III Abaixo de 27 De 27 a 32 De 32 a 37 Acima de 37
IA + II + III Abaixo de 64 De 64 a 74 De 75 a 86 Acima de 86

b) Crianças de 5 a 6 anos

Grupo Inferior Grupo Médio Grupo Médio Grupo Superior


Inferior Superior
IA Abaixo de 14 De 14 a 17 De 17 a 20 Acima de 20
II Abaixo de 20 De 20 a 24 De 24 a 28 Acima de 28
III Abaixo de 27 De 27 a 32 De 32 a 37 Acima de 37
I A + II + III Abaixo de 62 De 62 a 73 De 73 a 84 Acima de 84

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