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SÉRIE: 1º ano

NOME DO ALUNO: Nº
E.M
DISCIPLINA: Língua
PROFESSOR: Daniela Cremasco VALOR DA AVALIAÇÃO: 4,0
Portuguesa/Gramática
DATA: INÍCIO: TÉRMINO: NOTA:

ATENÇÃO
• Usar APENAS caneta preta ou azul; outra cor ou a lápis, IMPEDEM a revisão da correção;
• Colocar o nome completo e identificação do número de chamada no cabeçalho;
• Corretivo e rasuras devem ser usados de maneira moderada;

Letra legível.

AVALIAÇÃO BIMESTRAL

Questão 1 ( 0,4 pt. )

TISO, Wagner. Cuitelinho. Intérprete: Pena Branca & Xavantinho. In: ______. Cio da Terra. [S.l.]: Warner,
1987. 1 CD. Faixa 2.

Na última estrofe, se a forma do verbo atrapalhar estivesse flexionada de acordo com a norma-
padrão, haveria algum tipo de incoerência com o texto? Explique.
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Questão 2 ( 0,4 pt. )

RIBEIRO, João Ubaldo. Sargento Getúlio. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

Algumas expressões estão ligadas a aspectos de ordem sociocultural característicos da


diversidade de falares do Brasil. No texto, é empregada a expressão todo monarca. O uso
dessa expressão no texto caracteriza:

a. uma expressão própria do quadro de variantes linguísticas do Nordeste, cujo significado,


de acordo com o contexto, faz referência a um indivíduo tido como de alto prestígio.
b. um exemplo de variação diafásica, cujo valor afetivo denota expressa despreocupação
com a polidez da linguagem.
c. um caso de variação diastrática, constitutivo de camadas sociais com maior prestígio
social.
d. um exemplo de variação diatópica, empregado para revelar que a personagem possui
baixo grau de formação escolar.
e. uma expressão erudita que foi indevidamente empregada no contexto em que se encontra
a personagem.
Questão 3 ( 0,5 pt. )

O "internetês" na escola
O "internetês" – expressão grafolinguística criada na internet pelos adolescentes na última
década – foi durante algum tempo um bicho de sete cabeças para gramáticos e estudiosos da
língua. Eles temiam que as abreviações fonéticas (em que "casa" vira "ksa"; e "aqui" vira "aki")
comprometessem o uso da norma culta do português para além das fronteiras cibernéticas. Mas
ao que tudo indica, o temido "internetês" não passa de um simpático bichinho de uma cabecinha
só.
Ainda que a maioria dos professores e educadores se preocupe com ele (alertando os alunos
em sala), a ocorrência do "internetês" nas provas escolares, em vestibulares e em concursos
públicos é insignificante.
RAMPAZZO, Fabiano. O internetês na escola. Revista Língua Portuguesa. São Paulo, ano 3, n. 40, p. 28, 2009.

Marque a declaração que apresenta opinião semelhante à expressa no texto lido sobre a variante
linguística denominada "internetês".

a. "Pessoas com boa formação educacional sempre conseguirão separar a linguagem


coloquial da formal. Elas sabem quando dispensar os acentos e quando pingar todos os
"is". Os manuais de cartas formais estão aí para provar que sempre houve uma linguagem
para cada tipo de ambiente. Cartas de amor são diferentes de um pedido de compras de
material de construção, por exemplo. Vejo a web como mais um instrumento de
comunicação: ela é o que fazemos dela." A arte de escrever bem, de Arlete Salvador.
b. "Alguns funcionários mais jovens se acostumaram a não colocar acentos, pois dão mais
trabalho na hora de digitar, já que é preciso apertar duas ou mais teclas. O uso de
abreviações e de linguagem informal na comunicação interna das instituições é mais
tolerado, embora dificilmente chegue ao conhecimento dos clientes, o que poderia
'queimar' a imagem da empresa." Lígia Crispino, professora de português e sócia-diretora
da escola Companhia de Idiomas.
c. "No que se refere às novas gerações, ainda em formação, é grande a confusão que se
estabelece entre a norma culta da língua portuguesa e a linguagem coloquial da web. Isso
se explica ao levarmos em conta a exposição demasiada dessa garotada à internet e os
baixos índices de leitura auferidos no país." João Luís de Almeida Machado, doutor em
Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e editor do
portal Planeta Educação.
d. "Alguns jovens falam com três ou mais amigos simultaneamente em um programa de
mensagens instantânea enquanto escrevem um e-mail, baixam um vídeo, ouvem música
e ainda escrevem no Word (programa para edição de textos). São impacientes. Não são
pessoas acostumadas a ler extensos romances ou livros do começo ao fim. Estão
acostumados com a linguagem da internet, concisa e objetiva. Por isso, esses
adolescentes, por lerem menos e ficarem muito tempo em frente ao computador,
apresentam grandes limitações no trato com a língua portuguesa.”
Professor Adalton Ozaki, coordenador dos cursos de graduação da Faculdade de
Informática e Administração Paulista (Fiap).

Questão 4 ( 0,4 pt. )


Diante de uma tabuleta escrita "colégio" é provável que um pernambucano, lendo-a em
voz alta, diga "cólégio", que um carioca diga "culégio", que um paulistano diga "côlégio". E
agora? Quem está certo? Ora, todos estão igualmente certos.
O que acontece é que em todas as línguas existe um fenômeno chamado variação, isto
é, nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares, assim como nem todas as
pessoas falam a própria língua de modo idêntico.
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 54. ed. São Paulo: Loyola, 2011.

Após a leitura do texto, assinale a alternativa que considera a variação linguística como
fenômeno natural.

a. "Veja: E onde se fala o pior? Pasquale: São Paulo que fala "dois pastel" e "acabou as
ficha" é um horror. Não acredito que o fato de ser uma cidade com grande número de
imigrantes seja uma explicação suficiente para esse português esquisito dos paulistanos.
Na verdade, é inexplicável." [...] SABINO, Mario. Língua enrolada. Veja. São Paulo, 10
set. 1997. Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 24 mar. 2015.
b. "'Fiat lux. E a luz se fez...' E a luz se fez. Clareou este mundão cheinho de jecas-tatus
[...] Falamos o caipirês. Sem nenhum compromisso com a gramática portuguesa. Vale
tudo: eu era, tu era, nós era, eles era." SQUARISI, Dad. Correio Braziliense, 22 jun.
1996.
c. "Essas crenças sobre a superioridade de uma variante ou falar sobre os demais é um dos
mitos que se arraigam na cultura brasileira. Toda variedade regional ou falar é, antes de
tudo, um instrumento identitário, isto é, um recurso que confere identidade a um grupo
social." BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a
sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.
d. "[...] os deslizes listados acima se incorporam à língua falada e são cometidos com
frequência até mesmo por pessoas de nível (aqui sim) universitário. 'Existem pessoas que
estudaram muito, mas ainda assim se expressam mal em português', diz o jornalista e
estudioso da língua Josué Machado." CIPRO NETO, Pasquale. Fuja do "a nível de".
Veja. São Paulo, 17 mar. 1999. Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 24
mar. 2015.

Questão 5 ( 0,4 pt. )

Iscute o que tô dizendo,


Seu dotô, seu coroné:
De fome tão padecendo
Meus fios e minha muié.
Sem briga, questão nem guerra,
Meça desta grande terra
Umas tarefa pra eu!
Tenha pena do agregado
Não me dêxe deserdado
Daquilo que Deus me deu.
ASSARÉ, Patativa do. A terra é naturá. In: Cante lá que eu canto cá.

Entre os versos do poema de Patativa do Assaré, podemos identificar marcas da variante


linguística regional, principalmente em
a. “de fome tão padecendo”.
b. “sem briga, questão nem guerra”.
c. “tenha pena do agregado”.
d. “seu dotô, seu coroné”.
e. “daquilo que Deus me deu”.
Questão 6 ( 0,4 pt. )

A nossa instrução pública cada vez que é reformada, reserva para o observador surpresas
admiráveis. Não há oito dias, fui apresentado a um moço, aí dos seus vinte e poucos anos, bem
posto em roupas, anéis, gravatas, bengalas etc. O meu amigo Seráfico Falcote, estudante, disse-
me o amigo comum que nos pôs em relações mútuas.
O Senhor Falcote logo nos convidou a tomar qualquer coisa e fomos os três a uma confeitaria.
Ao sentar-se, assim falou o anfitrião:
— Caxero traz aí quarqué cosa de bebê e comê.
Pensei de mim para mim: esse moço foi criado na roça, por isso adquiriu esse modo feio de
falar. Vieram as bebidas e ele disse ao nosso amigo:
— Não sabe Cunugunde: o veio tá i.
O nosso amigo comum respondeu:
— Deves então andar bem de dinheiros.
— Quá ele tá i nós não arranja nada. Quando escrevo é aquela certeza. De boca, não se cava...
O veio óia, oia e dá o fora.
[...]
Esse estudante era a coisa mais preciosa que tinha encontrado na minha vida. Como era
ilustrado! Como falava bem! Que magnífico deputado não iria dar? Um figurão para o partido
da Rapadura.
O nosso amigo indagou dele em certo momento:
— Quando te formas?
— No ano que vem.
Caí das nuvens. Este homem já tinha passado tantos exames e falava daquela forma e tinha tão
firmes conhecimentos!
O nosso amigo indagou ainda:
— Tens tido boas notas?
— Tudo. Espero tirá a medáia.
BARRETO, Lima. Quase doutor.

Reescreva na norma-padrão “— Caxero traz aí quarqué cosa de bebê e comê” e, em seguida,


transcreva um trecho da crônica em que se manifesta a atitude irônica do narrador.
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Questão 7 ( 0,4 pt. )

Eu tinha o medo imediato. E tanta claridade do dia. O arrojo do rio e só aquele estrape, e o
risco extenso d'água, de parte a parte. Alto rio, fechei os olhos. Mas eu tinha até ali agarrado
uma esperança. Tinha ouvido dizer que, quando canoa vira, fica boiando, e é bastante a gente
se apoiar nela, encostar um dedo que seja, para se ter tenência, a constância de não afundar, e
aí ir seguindo, até sobre se sair no seco. Eu disse isso. E o canoeiro me contradisse: — “Esta é
das que afundam inteiras. É canoa de peroba. Canoa de peroba e de pau-d'óleo não
sobrenadam...” Me deu uma tontura. O ódio que eu quis: ah, tantas canoas no porto, boas canoas
boiantes, de faveira ou tamboril, de imburana, vinhático ou cedro, e a gente tinha escolhido
aquela... Até fosse crime, fabricar dessas, de madeira burra!
ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas. p. 88-89.

estrape: instrumento de tortura.

Diz Alfredo Bosi a respeito de Guimarães Rosa: “Grande sertão: veredas e as novelas de
Corpo de baile incluem e revitalizam recursos da expressão poética: células rítmicas,
aliterações, onomatopeias, rimas internas, ousadias mórficas, elipses, cortes e deslocamentos
de sintaxe, vocabulário insólito, arcaico ou de todo neológico, associações raras, metáforas,
anáforas, metonímias, fusão de estilos, coralidade”.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira, p. 430.

Levando em conta a norma-padrão do português do Brasil,


a) Como você caracteriza a variação linguística que aparece em “Me deu uma tontura”?
(0,2)
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b) Como você redigiria essa frase de acordo com a norma-padrão? (0,2)
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Questão 8 ( 0,4 pt. )

A variação (socio)linguística diz respeito às diferentes realizações linguísticas produzidas por


falantes de uma mesma língua e resulta de fatores sociais unidos a fatores linguísticos — por
exemplo, a pronúncia caipira do r pode ser uma consequência da origem geográfica do(a)
falante + a posição da consoante na sílaba. Essas realizações linguísticas podem ser de
diferentes níveis da língua.

Do ponto de vista da língua, o que varia entre "côração" e "córação" é o mesmo que entre
"macaxeira", "aipim" e "mandioca"? E entre "as menina vai" e "as meninas vão"? O que faz
você pensar assim?
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Observe a imagem a seguir para responder às questões 9 e 10.


Questão 9 ( 0,4 pt. )

O humor desse cartum é construído a partir da divergência entre o motivo atribuído pela moça
de azul para o choro da amiga e o real motivo do choro. Explique essa divergência.
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Questão 10 ( 0,4 pt. )


Como argumento para demonstrar que o ex-namorado era um “babaca”, a personagem de verde
diz que ele escrevia “seje feliz”. Em sua opinião, existe relação entre ser “babaca” e escrever
“seje feliz”? Por que a personagem estabelece essa relação?
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