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SF trabalhos Educacionais

APOSTILA 2 DE ESTUDO TURMA DO ENSINO


FUNDAMENTAL

Professoras:
Fernanda Welter Adams: Matemática
Jucielly David: Língua Portuguesa e Redação
Scarlet Dandara Borges Alves: Ciências da Natureza e Ciências Humanas

ENCEJA
JUNHO/2023

1
SUMÁRIO

1 LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................................ 4

2. REDAÇÃO ................................................................................................... 16

3. MATEMÁTICA ........................................................................................... 37

4. CIÊNCIAS DA NATUREZA ...................................................................... 49

5. CIÊNCIAS HUMANAS .............................................................................. 63

2
APRESENTAÇÃO

Caro, aluno que bom ter você com a gente nesse percurso de estudo para a
realização da prova do Encceja 2023.
Nós somos a SF Trabalhos Educacionais e vamos estar acompanhando vocês
nesse percurso, com aulas e monitorias. Queremos auxiliar você nessa conquista, então
preparamos essa apostila, com conteúdos e exercícios complementar as aulas, para que
você possa criar uma rotina de estudos, resolver exercícios e colocar seus conhecimentos
em prática.
Essa apostila é referente as aulas a serem ministradas no mês de julho....Bons
estudos!!!!

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1. LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Compreensão de textos
Compreender um texto é entender a mensagem que ele está transmitindo de
maneira objetiva. Assim, a compreensão textual envolve a decodificação da mensagem
que é realizada pelo leitor.
Interpretação de textos

A interpretação de textos envolve a capacidade de chegar a determinadas conclusões após


fazer a leitura de algum tipo de texto (visual, auditivo, escrito, oral). Por isso, a
interpretação de texto é algo subjetivo e que pode variar de leitor para leitor. Isso porque
cada um possui um repertório interpretativo que foi sendo adquirido ao longo da vida.
Vale lembrar que o repertório interpretativo do leitor advém, em grande parte, da leitura.
Portanto, ler é um ato essencial e que auxilia na melhor interpretação dos textos e conexão
das ideias.

Resumindo:

• Compreensão de textos: é a decodificação da mensagem, ou seja, análise do que


está no explícito no texto.
• Interpretação de textos: é a interpretação que fazemos do conteúdo, ou seja,
quais conclusões chegamos por meio da conexão de ideias e, por isso, vai além
do texto.

Exemplos de compreensão e interpretação de textos

Para compreender melhor esses conceitos, confira abaixo um exemplo de compreensão e


interpretação de textos:

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Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 27 fev. 2012.

O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações


visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à

a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir
a ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o
espaço da população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de
descanso da família.

Comentário da questão

Resposta correta: a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede


social” para transmitir a ideia que pretende veicular.

A questão acima é um bom exemplo de compreensão e interpretação de texto visual.

O humor gerado pela charge advém da polissemia da palavra "rede", ou seja, dos
diferentes significados que ela carrega.

Na cultura indígena, a rede é um objeto utilizado para dormir. Já rede social, termo que
surgiu por meio do avanço da internet, representa espaços virtuais de interação entre
grupos de pessoas ou de empresas.

Uma interpretação que podemos obter com a observação da charge é sobre a desigualdade
social que atinge muitas pessoas as quais não possuem condições financeiras de ter acesso
à internet.

Vamos para os exercícios?

EXERCÍCIOS

Leia o texto abaixo para responder à questão 1

Começaram todos eles a me chamar de Doutor, a mangar de mim, me enganar, me


aconselhando a procurar esse e aquele, que era um bom professor. Eu passava um dia
inteiro procurando por Fulano pra, quando achava, saber que o sujeito era maluco, dos
muitos loucos que havia, ou dos que já amanheciam afogados na cachaça. Por fim, vi
que as bodegas dali não vendiam livro, nem
um lápis, nem papel. Pensei em aprender com as placas escritas pelas ruelas, mas,
sempre que eu perguntava o que uma placa dizia, o outro sem nem olhar respondia as
mesmas palavras que não iam servir pra quase nada:
— Compro ouro.

REZENDE, M. V. Ouro dentro da cabeça.


Belo Horizonte: Autêntica, 2012.

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1. No relato de sua experiência no garimpo, o narrador retrata uma realidade em que a

a) disputa pelo ouro estimula a violência.


b) incerteza do sucesso leva ao alcoolismo.
c) informalidade substitui a falta de professores.
d) escassez do letramento afeta o convívio social.

Leia o texto abaixo para responder à questão 2

Um ladrão seria mais delicado

Depois do acordo do divórcio, uma amiga recebeu de volta o carro que estava com o ex.

O carro veio com três multas, IPVA vencido dos dois últimos anos, pneus carecas, sem
rádio, bancos mofados, janela trincada, perda da garantia por atraso na revisão.

Ele não se interessou em preservar o bem em comum.

Ou demonstrar que tinha capricho com o que não era dele.

Cuidou do veículo do mesmo jeito que cuidou da relação.

No fundo, ela nem precisava explicar para ninguém o motivo do fim do casamento. Era
só oferecer carona.

CARPINEJAR, F. Disponível em: http://carpinejar.com.br.


Acesso em: 29 jun. 2015.

Coerente com os fatos narrados, o desfecho sintetiza um ponto de vista do narrador que
se constrói a partir do

a) conflito conjugal provocado pela rotina.


b) interesse masculino na partilha dos bens.
c) problema financeiro vivenciado pelo casal.
d) comportamento desleixado de um dos cônjuges.

Leia o poema abaixo para responder à questão 3

Impressionista

Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda de alaranjado
[brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.

A percepção “impressionista” do eu lírico decorre da

a) memória na reconstituição da infância.


b) valorização do pai graças ao trabalho.
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c) confusão entre fatos antigos e atuais.
d) identidade entre a natureza e as cores.
Leia o Cordel abaixo e responda à questão 4

Esses folhetos de feira


Que chamamos de cordel
Com as regras definidas,
Com seu formato fiel,
Esse é todo brasileiro
E nós temos a granel.
[...]
Cordel é literatura,
Põe o romance no verso,
Traz ciência, conta história
Que se passou no universo,
Abre o olho do leitor
Se um governo é perverso.
BRAGA, M. O cordel em cordel.
João Pessoa: s.n., s.d. (fragmento).

A importância social do cordel destacada no texto é seu poder de


c) promover o entretenimento.
a) levar informação ao leitor. d) comover com histórias de amor.
b) assumir um papel didático.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

As variações linguísticas são as diferenças que uma língua apresenta mediante fatores
como a região e as condições culturais ou sociais onde ela é usada. Por exemplo, existem
variações na língua portuguesa falada no Brasil e em Portugal.

Os tipos de variações linguísticas são:

1. geográficas, como os regionalismos


2. históricas, como o português medieval e o atual
3. sociais, como os termos técnicos usados por profissionais
4. situacionais, como as gírias

Variação geográfica

A variação geográfica ou diatópica está relacionada com o local em que é desenvolvida,


tal como as variações entre o português do Brasil e de Portugal, chamadas de
regionalismo.

Exemplos de regionalismos:

Macaxeira, aipim e mandioca é a mesma coisa, ou seja, é uma raiz comestível, que,
dependendo do lugar é conhecida por aipim, mandioca ou macaxeira.

Variação histórica

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A variação histórica ou diacrônica ocorre com o desenvolvimento da história, tal como o
português medieval e o atual.

Exemplo de português arcaico:

"Elípticos", "pega-la-emos" são formas que caíram em desuso

Variação situacional

A variação situacional ou diafásica ocorre segundo o contexto, por exemplo, situações


formais e informais. As gírias são expressões populares utilizadas por determinado grupo
social.

Exemplos de gíria:

• Que mico! (Que vergonha!)


• Fui trollado. (Fui enganado)
• Minha apresentação flopou. (Minha apresentação foi um fracasso.)

Variação social

A variação social ou diastrática é percebida segundo os grupos (ou classes) sociais


envolvidos, tal como uma conversa entre um orador jurídico e um morador de rua. Um
exemplo desse tipo de variação são os socioletos.

Exemplo de socioleto:

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A linguagem técnica utilizada pelos médicos nem sempre é entendida pelos seus
pacientes.

Linguagem formal informal

Quanto aos níveis da fala, podemos considerar dois padrões de linguagem: a linguagem
formal e informal.
Certamente, quando falamos com pessoas próximas utilizamos a linguagem dita
coloquial, ou seja, aquela espontânea, dinâmica e despretensiosa.
No entanto, de acordo com o contexto no qual estamos inseridos, devemos seguir as
regras e normas impostas pela gramática, seja quando elaboramos um texto (linguagem
escrita) ou organizamos nossa fala numa palestra (linguagem oral).
Em ambos os casos, utilizaremos a linguagem formal, que está conforme as normas
gramaticais.

Observe que as variações linguísticas são expressas geralmente nos discursos orais.
Quando produzimos um texto escrito, seja em qual for o lugar do Brasil, seguimos as
regras do mesmo idioma: a língua portuguesa.

Agora, vamos para os exercícios?

EXERCÍCIOS

Leia o texto abaixo para responder à questão 1

Em Bom Português

No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente pela gíria
que a gente é apanhada (aliás, não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como
do plural: tudo é “a gente”). A própria linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia
uma parte do léxico cai em desuso.

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Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha atenção para os que
falam assim:

– Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.

Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saber dizer que viram um filme que
trabalha muito bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestido de roupa de
banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um
automóvel em vez de comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão
andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão de trem de ferro e apresentarão
sua esposa ou sua senhora em vez de apresentar sua mulher.

(SABINO, F. Folha de S. Paulo, 13 abr. 1984)

1. A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O texto


exemplifica essa característica da língua, evidenciando que

a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.


b) a utilização de inovações do léxico é percebida na comparação de gerações.
c) o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteriza diversidade geográfica.
d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que
pertence o falante.
e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente em
todas as regiões.

Leia a música abaixo para responder à questão 2

Óia eu aqui de novo xaxando


Óia eu aqui de novo pra xaxar
Vou mostrar pr’esses cabras
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Que eu aqui de novo cantando
Que eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar.
Vem cá morena linda
Vestida de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raque
Diz que tou aqui com alegria.

(BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em Acesso em 5 maio 2013)

2. A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e


cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma do falar popular regional é:

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a) “Isso é um desaforo”
b) “Diz que eu tou aqui com alegria”
c) “Vou mostrar pr’esses cabras”
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”
e) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Funções da Linguagem e Comunicação

As funções da linguagem e sua relação com os elementos da comunicação:

As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a


intenção do falante. Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função
emotiva, função poética, função fática, função conativa e função metalinguística. Cada
uma desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na comunicação:
emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas determinam o
objetivo dos atos comunicativos. Embora haja uma função que predomine, vários tipos
de linguagem podem estar presentes num mesmo texto.

Função Referencial ou Denotativa

Também chamada de função informativa, a função referencial tem como objetivo


principal informar, referenciar algo. Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo
de texto é escrito na terceira pessoa (singular ou plural) enfatizando seu caráter impessoal.
Como exemplos de linguagem referencial podemos citar os materiais didáticos, textos
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jornalísticos e científicos. Todos eles, por meio de uma linguagem denotativa, informam
a respeito de algo, sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.

Exemplo:

Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior desvalorização da


sua história. Nesse dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um dólar.
Recorde-se que o Real foi lançado há mais de 20 anos, mais precisamente em julho de
1994.

Função Emotiva ou Expressiva

Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem como objetivo
principal transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria
opinião. Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor, uma
vez que possui um caráter pessoal. Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos,
as cartas, os diários. Todos eles são marcados pelo uso de sinais de pontuação, por
exemplo, reticências, ponto de exclamação, etc.

Exemplo:

Meus amores, tenho tantas saudades de vocês… Mas não se preocupem, em breve a
mamãe chega e vamos aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim, consegui adiantar
a viagem em uma semana!!! Isso quer dizer que tenho muito trabalho hoje e amanhã....
Quando chegar, quero encontrar essa casa em ordem, combinado?!?

Função Poética

A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a
utilização do sentido conotativo das palavras. Nessa função, o emissor preocupa-se de
que maneira a mensagem será transmitida por meio da escolha das palavras, das
expressões, das figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunicativo é
a mensagem. Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos literários.
Também encontramos a função poética na publicidade ou nas expressões cotidianas em
que há o uso frequente de metáforas (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).

Exemplo:

Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de sabedoria. Falava
de tudo e sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo da manga.

Função Fática

A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a


comunicação de modo que o mais importante é a relação entre o emissor e o receptor da
mensagem. Aqui, o foco reside no canal de comunicação. Esse tipo de função é muito
utilizada nos diálogos, por exemplo, nas expressões de cumprimento, saudações,
discursos ao telefone, etc.

Exemplo:

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— Consultório do Dr. João, bom dia!
— Bom dia! Precisava marcar uma consulta para o próximo mês, se possível.
— Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda semana. Entre os dias 7 e 11, qual a sua
preferência?
— Dia 8 está ótimo.

Função Conativa ou Apelativa

Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma


linguagem persuasiva que tem o intuito de convencer o leitor. Por isso, o grande foco é
no receptor da mensagem. Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e
discursos políticos, de modo a influenciar o receptor por meio da mensagem transmitida.
Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na terceira pessoa com a presença
de verbos no imperativo e o uso do vocativo.

Exemplo:

• Vote em mim!
• Entre. Não vai se arrepender!
• É só até amanhã. Não perca!

Função Metalinguística

A função metalinguística é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a


linguagem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um código
utilizando o próprio código. Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um
documentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema são alguns
exemplos. Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem destaque são as
gramáticas e os dicionários.

Exemplo:

Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem como
exemplifica a função metalinguística.

EXERCÍCIOS

1. Assinale a alternativa em que o(s) termo(s) em negrito do fragmento citado NÃO


contém (êm) traço(s) da função emotiva da linguagem.

a) Os poemas (infelizmente!) não estão nos rótulos de embalagens nem junto aos
frascos de remédio.
b) A leitura ganha contornos de “cobaia de laboratório” quando sai de sua significação
e cai no ambiente artificial e na situação inventada.
c) Outras leituras significativas são o rótulo de um produto que se vai comprar, os
preços do bem de consumo, o tíquete do cinema, as placas do ponto de ônibus (...)
d) Ler e escrever são condutas da vida em sociedade. Não são ratinhos
mortos (...) prontinhos para ser desmontados e montados, picadinhos (...)

2. Leia as passagens abaixo, extraídas de São Bernardo, de Graciliano Ramos:

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I. Resolvi estabelecer-me aqui na minha terra, município de Viçosa, Alagoas, e logo
planeei adquirir a propriedade S. Bernardo, onde trabalhei, no eito, com salário de cinco
tostões.
II. Uma semana depois, à tardinha, eu, que ali estava aboletado desde meio-dia, tomava
café e conversava, bastante satisfeito.
III. João Nogueira queria o romance em língua de Camões, com períodos formados de
trás para diante.
IV. Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? Não era melhor que
fôssemos como os bois? Bois com inteligência. Haverá estupidez maior que atormentar-
se um vivente por gosto? Será? Não será? Para que isso? Procurar dissabores! Será?
Não será?
V. Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo Gondim] A literatura é a literatura,
seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras
com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia.

Assinale a alternativa em que ambas as passagens demonstram o exercício de


metalinguagem em São Bernardo:

a) III e V. d) III e IV.


b) I e II. e) II e V.
c) I e IV.
Leia o texto abaixo para responder à questão 3

Desabafo

Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje.


Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira.
A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem
respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram
ontem. Estou nervoso. Estou zangado.

CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).

3. Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da


linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da
crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois

a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.


b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.

Leia o texto abaixo para responder à questão 4

O telefone tocou.
— Alô? Quem fala?
— Como? Com quem deseja falar?
— Quero falar com o sr. Samuel Cardoso.
— É ele mesmo. Quem fala, por obséquio?
— Não se lembra mais da minha voz, seu Samuel?

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Faça um esforço.
— Lamento muito, minha senhora, mas não me lembro. Pode dizer-me de quem se
trata?

(ANDRADE, C. D. Contos de aprendiz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.)

4. Pela insistência em manter o contato entre o emissor e o receptor, predomina no texto


a função

a) metalinguística. d) emotiva.
b) fática. e) conativa.
c) referencial.

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2. REDAÇÃO

TEMA, ASSUNTO E TESE

Assunto e tema são dois aspectos textuais que dizem respeito ao que se trata no
texto. No entanto, são muito próximos e parecidos. Sendo assim, é necessário perceber a
diferença entre eles quando se trata de redação.

Assunto é um reconhecimento mínimo, o mais básico, o mais amplo e genérico possível.


É a identificação mais geral sobre o que é discutido/abordado no texto.
Tema é um reconhecimento de uma especificação do assunto. É o tema que, de fato,
mostra o que está sendo discutido/ abordado/ tratado no texto, pois delimita, com maior
precisão, o assunto.
Tese é a opinião, o ponto de vista que será defendido no texto.

Vejamos os exemplos:

1º exemplo:

Na Copa do Mundo de 2018, o jogo da seleção brasileira contra a Bélgica apresentou


problemas entre o meio de campo e o ataque, além de falhas na defesa.

Assunto: seleção brasileira de futebol


Tema: A atuação da seleção brasileira no jogo contra a Bélgica na Copa do Mundo de
2018.
Tese: Houve problemas em três setores táticos da seleção brasileira de futebol no jogo
contra a Bélgica na Copa do Mundo de 2018.

2º exemplo

A capacidade de raciocínio do ser humano é enorme e bastante variada. No entanto, a


utilização que o homem faz do seu pensamento tem se tornado cada vez mais tímida,
limitada e acanhada.

Assunto: raciocínio do ser humano


Tema: A utilização do raciocínio pelo ser humano
Tese 1: Apesar do enorme potencial do raciocínio, o ser humano o utiliza gradativamente
menos.
Tese 2: Apesar da imensa capacidade, o raciocínio humano não tem sido bem aproveitado.

3º exemplo

A possibilidade de inovações nas áreas de informática e tecnologia parece infinita tendo


em vista o que elas têm proporcionado ao progresso da sociedade.

Assunto: informática e tecnologia


Tema: inovações nas áreas de informática e tecnologia
Tese: As novidades na informática e tecnologia parecem infinitas considerando o
progresso que propiciam às sociedades.
16
ARGUMENTO

Os argumentos servem para justificar ou explicar a tese (ponto de vista do autor),


portanto existem vários tipos de argumentos, que chamamos de estratégias
argumentativas.

ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS

Dentre os melhores expedientes para tornar a argumentação mais sólida estão as


seguintes estratégias, que compõem o repertório sociocultural exigido pelas bancas de
concurso, Encceja e pelo Enem para obtenção de melhores notas.

• fatos; • comparações;
• dados estatísticos; • causas e consequências;
• exemplos; • citações;
• ilustrações; • alusão histórica.
• definições;

Vamos, agora, exemplificar como cada uma dessas estratégias pode servir de
prova para defender uma tese. Os textos que serão apresentados com o exemplo são
trechos de redações de alunos.

1. Os Fatos

Em novembro de 2015, na cidade de Mariana em Minas Gerais, houve um


dos maiores desastres ambientais do mundo, causado pelo rompimento da barragem
de Bento Rodrigues, onde muita lama, contaminada por metais pesados, alastrou-se
por quilômetros, até o oceano Atlântico, impactando o meio ambiente. Isso nos faz
pensar como ocorre a exploração mineral no Brasil e sua fiscalização, em que há uma
desigualdade de condições entre o que a natureza oferece e o que as grandes empresas
internacionais desejam atrair dela.

2. As comprovações (dados estatísticos e pesquisas)

Não só nos dias atuais, mas desde séculos atrás, há descaso e falta de precaução
do homem em relação ao desperdício de água. Hoje em dia, vimos que toda preocupação
é pouca, pois se trata de um produto de fundamental importância na vida de todos os seres
que está se esgotando e, infelizmente, as pessoas ainda não se conscientizaram de que
precisamos economizar água para vivermos bem. Cerca de 70% do planeta terra é
composto por água, sendo que somente 1% desse total é de água doce, por isso a
tendência é que, nos próximos anos, o preço da água suba consideravelmente e, talvez,
somente afetando os nossos gastos, poderemos obter êxito na preservação desse bem
inestimável.

3. Os exemplos

Observa-se, com frequência, que, em certos estabelecimentos, a prática de


trabalho exercida por menores é constante. Com efeito, crianças acabam trabalhando de
forma exaustiva e prejudicial a sua saúde. Podem-se ver exemplos nos espetáculos
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circenses em que menores fazem parte de apresentações, exigindo deles o sacrifício
de treinar durante horas sem descanso.

Esse estado de autotutela é potencializado pelo imediatismo e pela rapidez da


Internet, em que, por exemplo, diversos conteúdos são compartilhados e visualizados
na rede. Outrossim, a democratização de celulares, “tablets” e computadores aliada à
rede móvel e ao wi-fi possibilitou que mais pessoas acessassem a Internet em diversos
locais, recebendo e emitindo informações sobre temas variados, compartilhando-os
imediatamente com pessoas até desconhecidas.

4. As ilustrações

Há meios de que o Estado dispõe que deveriam suprimir restrições desse tipo. O
problema é que tais meios são insuficientes, não sendo capazes de suprimir ou mitigar
qualquer desigualdade.

Serve de ilustração a essa afirmativa a sobrecarga observada nas


Defensorias Públicas que, por terem sua capacidade de atuação limitada em virtude
de grande demanda, nem sempre dão conta de sua missão institucional. Isso reflete
em desfavor dos usuários desse serviço, geralmente pessoas hipossuficientes.

Em se tratando ainda de hipossuficientes, há outro agravante: a falta de


conhecimento ou de informação é um fator que lhes torna difícil o acesso à Justiça. Uma
reportagem recente de uma grande emissora de televisão mostrou o quão penoso
pode ser a essas pessoas obter acesso à assistência jurídica gratuita e ainda dar
provimento ao que lhes for solicitado em juízo, quando muitas vezes mal sabem ler.

Observação:

As ilustrações e os exemplos são expedientes parecidos, no entanto percebe-se


que a ilustração é mais abrangente e, por isso, consegue ilustrar vários exemplos
possíveis.

5. As definições

O poder do Estado encontra limitação em face de fundamentos e objetivos que


precisa seguir.

Dentre eles, está a cidadania, que consiste na obrigação estatal de concessão


de direitos políticos, econômicos, sociais e culturais a todos, a fim de que tenham
participação na vida política do país, na distribuição de riquezas e nas políticas
públicas, além da livre manifestação de tradições e crenças. Desse modo, o papel do
cidadão é nortear as ações do Estado, como na eleição de representantes políticos, em
reivindicações pela melhoria de serviços de saúde, educação e saúde públicas, pelo fim
da corrupção e no apoio do Estado a manifestações religiosas.

6. As comparações ou analogias

Se por um lado os costumes norteiam a convivência, por outro servem de


fundamento aos que elaboram leis a fim de que esses identifiquem algum atraso no

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ordenamento jurídico. Como exemplo, pode ser citada a lei que instituiu a figura do
microempreendedor individual, a qual, reconhecendo o comércio ambulante como
atividade econômica, indicou a interveniência que uma prática comum e reiterada exerceu
sobre o legislador.

Verifica-se que há diferenças de comportamentos dos usuários da Internet, quando


comparado ao mundo real. Na vida “off-line”, as pessoas aparentam ser mais
civilizadas, conhecedoras de que possuem direitos e deveres, tentando aceitar o
diferente. Enquanto na vida “on-line”, todos querem emitir opiniões sobre assuntos
variados com suas próprias convicções, revelando valores discriminatórios.

7. As causas e consequências

A preocupação deve estar centrada em fazer cumprir as leis de controle de


fronteiras e investir em formas eficientes de fiscalização, que têm sido mínimas. As
normas que regulam as relações internacionais se limitam a questões comerciais.
Por tais razões, rotas fronteiriças se transformaram em caminho aberto para a
entrada de produtos ilícitos e demais crimes como o tráfico humano e o descaminho.

8. As citações

As citações podem ser feitas direta ou indiretamente, com objetivos bem


definidos. A citação direta é assinalada com aspas, porque transcreve o texto citado com
fidedignidade. O nome do autor, o livro, a teoria e a lei devem ser transcritas com as
palavras exatas, o que dificulta um pouco esse tipo de procedimento numa prova de
redação, já que você não terá, em mãos, o texto original. Use-o apenas se estiver com o
trecho do texto que pretende usar totalmente memorizado. Se não for o caso, faça uma
paráfrase, usando somente o que interessa da ideia retirada do texto-fonte na formulação
de seu texto.

Esses argumentos servem ao propósito de dar autoridade de outras vozes ao que


se afirma como proposição, indicando que aquela proposição já foi, é ou poderia ser
objeto de uma asserção (afirmação que se toma como certa, seja verdadeira ou falsa).
Existem três possibilidades de argumentar por meio de citações. São elas

(1) a referência a pensamentos e frases de outros autores e

(2) a referência a livros, teorias e leis.

(1) A referência a autores e teóricos, chamada também de argumento de autoridade ou


testemunho autorizado, é um mecanismo argumentativo muito frequente em provas de
concursos sob duas formas pelo menos.

a. polifonia - ancorada em procedimentos linguísticos de argumentação

b. procedimento acrescentado - os meios linguísticos não interferem na argumentação

8.1 Polifonia: trazendo o argumento de autoridade

19
A polifonia são “vozes” trazidas para o texto, com marcadores argumentativos de
opinião (segundo, conforme afirma, de acordo com, diz que, legítima), sem que se
identifique especificamente os autores. O enunciado pode não apenas fazer aparecer os
pontos de vista do enunciador (o autor, você), mas pode também atribuir um outro
responsável por eles que não é o produtor efetivo das palavras. Podemos chamar essas
vozes de pessoas enunciativas ou enunciadores. Não se trata de indivíduos
personalizados, mas de fontes de conteúdos comunicados; são realizações da enunciação.
São pessoas discursivas que representam o modo de apresentação dos conteúdos e
podem ser:

1. a pessoa do enunciador (o autor);


2. a pessoa do ausente (ALGUÉM) e
3. a pessoa do mundo (realização da enunciação histórica, jurídica, médica, social etc.).

Como vimos, a polifonia são as vozes enunciativas do texto. Além do enunciador,


podemos ter outras pessoas discursivas, que se apresentam como argumento de
autoridade a fim de dar credibilidade àquilo que se afirmar como tese. São os conteúdos
“acordados” em paralelo ao conteúdo “assumido”. Resumido dessa forma, passemos a
apresentar duas formas de trazer outras vozes ao seu texto. Há, pelo menos, duas maneiras
de apresentar essas autoridades numa dissertação: a autoridade polifônica e a
autoridade declarada.

A autoridade polifônica é um mecanismo linguístico para mostrar as pessoas


ausentes e do mundo, garantindo uma certa proposição, um juízo de valor, concernente
à tese do enunciador.

A referência a livros, teorias e leis (como vozes de pessoas do mundo) tem o


objetivo claro de demonstrar que seus argumentos não se baseiam em opiniões e fatos
observáveis, mas se pauta em livros já publicados, leis estabelecidas e teorias
consagradas. Por meio dessa atitude discursiva, o enunciador indica o sentido que ele
pretende dar ao seu discurso e ao conteúdo introduzido, ou seja, ele pode usar outras vozes
para defender, ilustrar ou comentar o conteúdo de sua proposição. Essas atitudes
discursivas indicam o papel que o conteúdo terá no discurso, então você pode apoiar seu
discurso em uma “voz” diferente da sua, que se torna responsável por aquela proposição,
mostrada como uma afirmação, uma ordem ou uma pergunta em seus enunciados. A
proposição da outra voz torna-se necessária ou legitima o que você diz.

Vejamos um exemplo:

“A mãe sempre disponível e a mulher submissa, até o colega ou funcionário


eternamente solícito geram nos outros culpa e hostilidade. Vive-se numa dupla solidão: a
de quem se submete e de quem até sem querer subjuga. Conviver não se torna diálogo
nem parceria, mas um frustrante monólogo a dois. Mudar isso seria quase um milagre
para muitas pessoas. Porém residem aí possibilidades de realização nunca antes
imaginadas para cada um, ou para dois parceiros juntos. Alterar qualquer coisa,
ainda que seja o cabelo ou o lugar habitual à mesa, é difícil. Para alguém mais
desestruturado pode ser uma batalha com muitos ferimentos de parte a parte. “(Lya
Luq. Perdas e ganhos, p. 65)

20
VOZ DO ENUNCIADOR mudar isso seria quase um milagre para muitas pessoas.
Porém residem aí possibilidades de realização nunca antes imaginadas para cada um, ou
para dois parceiros juntos. Alterar qualquer coisa, ainda que seja o cabelo ou o lugar
habitual à mesa, é difícil.

VOZ DA PESSOA AUSENTE para alguém mais desestruturado pode ser uma batalha
com muitos ferimentos de parte a parte.

Outro exemplo:

No Brasil, a Constituição Federal em vigor assegura a liberdade de expressão,


uma das bases da democracia, vedando-se qualquer forma de censura. Ademais, o
texto constitucional também apresenta outros princípios como a igualdade, o
pluralismo político e o direito à dignidade da pessoa humana. Diante da legislação,
então, os direitos fundamentais estão suscetíveis à limitação à medida que violarem
outros direitos igualmente proclamados, e o autor dos ilícitos deve responder civil e
penalmente pelos abusos que praticar.

VOZ DO ENUNCIADOR [...]os direitos fundamentais estão suscetíveis à limitação à


medida que violarem outros direitos igualmente proclamados, e o autor dos ilícitos deve
responder civil e penalmente pelos abusos que praticar.

VOZ DA PESSOA DO MUNDO [...]a Constituição Federal em vigor assegura a


liberdade de expressão, uma das bases da democracia, vedando-se qualquer forma de
censura. Ademais, o texto constitucional também apresenta outros princípios como a
igualdade, o pluralismo político e o direito à dignidade da pessoa humana.

Importante

Apesar de haver uma convivência entre várias vozes no texto, precisa existir a
preponderância de uma voz sobre as outras: o ponto de vista que o enunciador defende e
faz prevalecer. Então, sua tese não pode ser esquecida ou poluída por tantas outras vozes
no seu texto. Essa polifonia só pode servir para dar autoridade à sua tese, nunca para
desqualificá-la ou diminuí-la. Sugerimos que use com cautela e apenas em uma parte da
redação. Nunca faça uma referência vaga, que só se “comunica” com o tema sem que haja
um propósito de comprovação da tese defendida.

Para esse expediente, usam-se algumas marcas linguísticas que evidenciam as autoridades
polifônicas:

• orações de sujeito indeterminado (Dizem, Observam) ou

• sujeitos simples, mas com identificação referencial vaga (pessoa ausente ou pessoa do
mundo (Como afirmam os especialistas, Alguém pode dizer que, Segundo a
Constituição Federal)

• modalizadores do discurso (Pode ser que os teóricos defendam que, Talvez boa parte
dos políticos diga que, Indubitavelmente há quem diga que)

Seguem exemplos:

21
Observe-se que, na definição de alguns teóricos, a semelhança desse tipo de
texto jornalístico com os procedimentos do cinema é ressaltada, numa clara manifestação
do sincretismo típico dos produtos da indústria cultural.

Além disso, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) limita a faixa etária
para exercer qualquer profissão no Brasil. Com efeito, nos artigos referentes à
proteção do menor, é explícito, que o trabalho só pode ser exercido por maiores de dezoito
anos, salvo na condição de aprendiz, que poderá ser de quatorze anos com assistência dos
responsáveis.

A autoridade declarada se apresenta como uma pessoa ausente, mas


identificado por nome, asseverando, ou seja, garantindo como certa, válida ou verdadeira
a proposição do enunciador do texto. Ele se fundamenta na ideia de que a autoridade
declarada, tendo em vista sua competência e experiência no conteúdo abordado na
proposição do enunciador, não pode se enganar ou há pouca probabilidade que isso
aconteça. A fundamentação da autoridade declarada é, por assim dizer, uma espécie de
encadeamento com a proposição do enunciador para a qual se assevera o que foi
declarado.

Importante!

O argumento de autoridade deve ser a confirmação de uma proposição e não uma


simples demonstração de um falso saber em uma citação que apenas se liga ao tema, mas
que não ajuda a defender a tese do enunciador.

10. As alusões históricas

Além disso, percebe-se que a colonização pode interferir na forma como as nações
vão se relacionar. Brasil e Portugal, apesar de não serem fronteiriços, têm reciprocidade
em diversos aspectos como a concessão de direitos especiais ao português que reside em
solo brasileiro há mais de um ano.

Contudo, constata-se que a diferença entre vizinhos pode causar conflitos como
os ocorridos entre judeus e palestinos em que os costumes religiosos influenciam
diretamente na forma de se relacionarem. E nesse caso há ainda a disputa territorial e os
fatos históricos que fazem parte da divergência e interferem nos problemas entre os
povos.
Ao longo da história recente, são vários os exemplos que demonstram o poder
exercido pela mídia na construção do imaginário popular. Seja por apelo comercial, seja
por ideologias tendenciosas, fato é que nem sempre os meios de comunicação andam de
mãos dadas com a imparcialidade. Cada um a seu tempo, o rádio, o jornal, a televisão e
também, graças aos recursos tecnológicos, a internet têm papel preponderante na criação
de mitos. Na Alemanha nazista, por exemplo, a propaganda foi fundamental para o
convencimento da população local. No Brasil, artistas do rádio e da TV passaram a ter
“status” de personalidades nacionais, ao lado de esportistas, com o objetivo de criar o
mito na figura do herói nativo.

22
CONECTIVOS

Conectivos são palavras ou expressões que interligam as frases, períodos, orações,


parágrafos, permitindo a sequência de ideias. Esse papel é desempenhado, sobretudo,
pelas conjunções, palavras invariáveis usadas para ligar os termos e orações em um
período. Além disso, alguns advérbios e pronomes também podem exercer essa função.
Os conectivos são elementos essenciais no desenvolvimento dos textos, uma vez
que estão relacionados com a coesão textual.
Assim, se forem mal empregados, reduzem a capacidade de compreensão da
mensagem e comprometem o texto.

Lista de Conectivos

1. Prioridade e relevância

Esses conectores são muito usados no início das frases para apresentar uma ideia.
Eles também podem oferecer relevância ao que está sendo apresentado.

Em primeiro lugar; antes de mais nada; antes de tudo; em princípio;


primeiramente; acima de tudo; principalmente; primordialmente; sobretudo; a priori; a
posteriori; precipuamente.

Exemplo: Primeiramente devemos atentar ao conceito de pluralidade cultural.

2. Tempo, frequência, duração, ordem ou sucessão

Esses conectivos situam o leitor na sucessão dos acontecimentos ou das ideias.


Por esse motivo, são muito explorados em textos narrativos.

Então; enfim; logo; logo depois; imediatamente; logo após; a princípio; no


momento em que; pouco antes; pouco depois; anteriormente; posteriormente; em seguida;
afinal; por fim; finalmente; agora; atualmente; hoje; frequentemente; constantemente; às
vezes; eventualmente; por vezes; ocasionalmente; sempre; raramente; não raro; ao mesmo
tempo; simultaneamente; nesse ínterim; nesse meio tempo; nesse hiato; enquanto,
quando; antes que; depois que; logo que; sempre que; assim que; desde que; todas as
vezes que; cada vez que; apenas; já; mal; nem bem.

Exemplo: Logo após sair da aula, Bianca teve um encontro com Arthur.

3. Semelhança, comparação ou conformidade

Utilizamos esse tipo de conectivos para estabelecer uma relação com uma ideia
ou um conceito que já foi apresentado anteriormente no texto. Além disso, eles são usados
para apontar ideias de outro texto (intertextualidade).
Igualmente; da mesma forma; assim também; do mesmo modo; similarmente;
semelhantemente; analogamente; por analogia; de maneira idêntica; de conformidade
com; de acordo com; segundo; conforme; sob o mesmo ponto de vista; tal qual; tanto
quanto; como; assim como; como se; bem como.

23
Exemplo: De acordo com as ideias de Darcy Ribeiro, o povo brasileiro é muito diverso.

4. Condição ou hipótese

Esses termos são utilizados em situações circunstanciais que podem oferecer


hipóteses para uma situação futura.
Se; caso; eventualmente.

Exemplo: Caso chova essa tarde, não iremos na academia.

5. Continuação ou adição

Utilizamos os conectivos de continuação ou adição para acrescentar algo ao texto


e que esteja relacionado com o que anteriormente foi apresentado.
Além disso; demais; ademais; outrossim; ainda mais; por outro lado; também; e; nem;
não só; como também; não apenas; bem como.

Exemplo: Suzana foi professora na Universidade de Minas Gerais no período da Ditadura


Militar. Além disso, foi coordenadora do Departamento de Artes vinculado à Secretaria
de Cultura do município de Belo Horizonte.

6. Dúvida

Utilizamos esses conectivos para inserir no texto uma dúvida ou probabilidade.


Talvez; provavelmente; possivelmente; quiçá; quem sabe; é provável; não certo; se é que.

Exemplo: É provável que Tomás não venha trabalhar hoje.

7. Certeza ou ênfase

Utilizamos esses elementos de coesão quando queremos ressaltar algo que temos
certeza ou mesmo para enfatizar uma ideia no texto.
Por certo; certamente; indubitavelmente; inquestionavelmente; sem dúvida;
inegavelmente; com certeza.

Exemplo: Certamente Cecília esteve envolvida no caso de roubo.

8. Surpresa ou imprevistos

Esses elementos enfatizam uma surpresa ou mesmo algo que não estava previsto
acontecer. São muito utilizados nos textos descritivos e narrativos.

Inesperadamente; de súbito; subitamente; de repente; imprevistamente;


surpreendentemente.

24
Exemplo: De repente vimos o dono da empresa nas galerias de arte.

9. Ilustração ou esclarecimento

Utilizamos esses conectivos como forma de esclarecer algum conceito ou ideia


apresentados no texto.
Por exemplo; isto é; ou seja; aliás.

Exemplo: Os estudantes poderão utilizar diversos locais da faculdade durante o evento,


ou seja, o anfiteatro, a biblioteca, o refeitório e o pátio.

10. Propósito, intenção ou finalidade

Nesse caso, o produtor do texto tem um propósito ou uma finalidade definida. Ou


seja, ele quer apresentar o objetivo relacionado com o que almeja alcançar.

Com o fim de; a fim de; como propósito de; com a finalidade de; com o intuito
de; para que; a fim de que; para; ao propósito.

Exemplo: Com o intuito de ganhar mais votos para as eleições, Joaquim divulgou muito
seu trabalho.

11. Lugar, proximidade ou distância

Advérbios de lugar e pronomes demonstrativos são algumas classes gramaticais


que envolvem esses conectivos. Eles são utilizados para indicarem a distância entre algo.

Perto de; próximo a ou de; justo a ou de; dentro; fora; mais adiante; aqui; além;
acolá; lá; ali; este; esta; isto; esse; essa; isso; aquele; aquela; aquilo; ante, a.

Exemplo: Eles viveram muitos anos próximos da Catedral, no centro da cidade.

12. Conclusão ou resumo

Muito comum serem utilizados na conclusão de um parágrafo ou mesmo de uma


redação para resumir as ideias que foram apontadas no texto.

Em suma; em síntese; enfim; em resumo; portanto; assim; dessa forma; dessa


maneira; desse modo; logo; pois; assim sendo; nesse sentido.

Exemplo: Em resumo, podemos notar o aumento das taxas alfandegárias durante


o período apresentado.

13. Causa, consequência e explicação

25
Esses elementos conectivos servem para explicar as causas e consequências de
uma ação, um fenômeno, etc.
Por consequência; por conseguinte; como resultado; por isso; por causa de; em
virtude de; assim; de fato; com efeito; tão; tanto; tamanho; que; porque; porquanto; pois;
já que; uma vez que; visto que; como (no sentido de porquê); portanto; que; de tal forma
que; haja vista.

Exemplo: O aquecimento global tem afetado diretamente o ser humano e os animais.


Como resultado, temos a extinção de muitas espécies.

14. Contraste, oposição, restrição, ressalva

Os conectivos de oposição, como o próprio nome indica, servem para opor ideias
ou conceitos num período.
Pelo contrário; em contraste com; salvo; exceto; menos; mas; contudo; todavia;
entretanto; no entanto; embora; apesar de; ainda que; mesmo que; posto que; ao passo
que; em contrapartida.

Exemplo: Embora o Brasil seja um país diverso, podemos encontrar singularidades em


muitas regiões do país.

15. Ideias alternativas

Nesse caso, usamos os conectivos quando queremos citar mais de uma opção.

Ou...ou; quer...quer; ora...ora.

Exemplo: Ou enfrentamos o problema, ou não poderemos mais trabalhar juntos.

Observação: para a redação Encceja, deve-se iniciar os parágrafos de desenvolvimento e


conclusão com um conectivo. Por exemplo:

Primeiro desenvolvimento: em princípio, em primeira análise, primeiramente, em


primeiro lugar, precipuamente, primariamente.

Segundo desenvolvimento com objetivo de acrescentar mais um argumento: ademais,


além disso, outrossim.

Segundo desenvolvimento com objetivo de acrescentar um argumento contrário ao do


primeiro desenvolvimento: entretanto, no entanto, em contrapartida, por outro lado,
contudo.

Quarto parágrafo para concluir o texto: Logo, portanto, enfim, assim sendo.

Veja um exemplo de redação usando os conectivos no início de cada parágrafo:

26
"Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que, indo contra a comunidade
médica tradicional da sua época, lutou a favor de um tratamento humanizado para pessoas
com transtornos psicológicos. No contexto nacional atual, indivíduos com patologias
mentais ainda sofrem com diversos estigmas criados. Isso ocorre, pois faltam informações
corretas sobre o assunto e, também, existe uma carência de representatividade desse grupo
nas mídias.
Primariamente, vale ressaltar que a ignorância é uma das principais causas da
criação de preconceitos contra portadores de doenças psiquiátricas. Sob essa ótica, o
pintor holandês Vincent Van Gogh foi alvo de agressões físicas e psicológicas por sofrer
de transtornos neurológicos e não possuir o tratamento adequado. O ocorrido com o artista
pode ser presenciado no corpo social brasileiro, visto que, apesar de uma parcela
significativa da população lidar com alguma patologia mental, ainda são propagadas
informações incorretas sobre o tema. Esse processo fortalece a ideia de que integrantes
não são capazes de conviver em sociedade, reforçando estigmas antigos e criando novos.
Dessa forma, a ignorância contribui para a estigmatização desses indivíduos e prejudica
o coletivo.
Ademais, a carência de representatividade nos veículos midiáticos fomenta o
preconceito contra pessoas com distúrbios psicológicos. Nesse sentido, a série de
televisão da emissora HBO, "Euphoria", mostra as dificuldades de conviver com
Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), ilustrado pela protagonista Rue, que possui a doença.
A série é um exemplo de representação desse grupo, nas artes, falando sobre a doença de
maneira responsável. Contudo, ainda é pouca a representatividade desses indivíduos em
livros, filmes e séries, que quando possuem um papel, muitas vezes, são personagens
secundários e não há um aprofundamento de sua história. Desse modo, esse processo
agrava os estereótipos contra essas pessoas e afeta sua autoestima, pois eles não se sentem
representados.
Portanto, faz-se imprescindível que a mídia - instrumento de ampla abrangência
- informe a sociedade a respeito dessas doenças e sobre como conviver com pessoas
portadoras, por meio de comerciais periódicos nas redes sociais e debates televisivos, a
fim de formar cidadãos informados. Paralelamente, o Estado - principal promotor da
harmonia social - deve promover a representatividade de pessoas com transtornos mentais
nas artes, por intermédio de incentivos monetários para produzir obras sobre o tema, com
o fato de amenizar o problema. Assim, o corpo civil será mais educado e os estigmas
contra indivíduos com patologias mentais não serão uma realidade do Brasil."

❖ Tema para a segunda redação

PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-
argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “Desafios para a
valorização da agricultura familiar no Brasil do século 21”. Apresente a proposta de
intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I

27
O conceito de agricultura familiar é bastante simples: é o cultivo da terra por pequenos
produtores rurais que contam, em especial, com mão de obra do seu próprio núcleo
familiar. Ela contrasta, neste aspecto, com a agricultura patronal, que utiliza trabalhadores
contratados, fixos ou temporários. Também se diferencia dela porque a agricultura
patronal geralmente também é empresarial, com espaços agricultáveis de médio e grande
portes, e menos rústicas do que aquelas da agricultura familiar.
Os agricultores familiares dividem-se entre silvicultores, agricultores, extrativistas e
pescadores e se destacam pela produção de milho, mandioca, pecuária leiteira e de corte,
plantadores de feijão, arroz, cana, pecuaristas de suínos e aves e fruticultores.

Disponível em: https://granmilho.com.br/o-que-e-agricultura-familiar-e-qual-a-sua-


importancia/.
Adaptado para fins didáticos. Acesso em 1.nov.2022.

Texto II

Lei 11.326/2006: considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele


que pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos seguintes
requisitos: não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais;
utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do
seu estabelecimento ou empreendimento; tenha percentual mínimo da renda familiar
originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na
forma definida pelo Poder Executivo; dirija seu estabelecimento ou empreendimento com
sua família.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Lei/L11326.htm.

Texto III

Com um faturamento anual de US$ 55,2 bilhões, a agricultura familiar brasileira está
entre as 10 maiores do mundo. Por isso, a atividade tem peso importante na economia do
país. É o que mostra levantamento feito pelo governo federal, divulgado pela Secretaria
Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead). Conforme o
estudo, caso o Brasil tivesse só a produção familiar, ainda assim estaria no top 10 do
agronegócio mundial como um dos principais produtores de alimentos. Os dados fazem
parte de uma comparação entre números do Banco Mundial e do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Quando se soma a agricultura familiar
com toda a produção, o Brasil passa de oitavo maior para a quinta posição, com
faturamento de US$ 84,6 bi por ano. “O crescimento do Brasil passa pela agricultura
familiar. O agricultor familiar tem grande importância para o crescimento do Brasil”, diz
o secretário de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, Jefferson Coriteac.
De acordo com o último Censo Agropecuário, a agricultura familiar é a base da economia
de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Além disso, é responsável
pela renda de 40% da população economicamente ativa do país e por mais de 70% dos
brasileiros ocupados no campo.
Peso da produção familiar: A agricultura familiar ainda produz 70% do feijão nacional,
34% do arroz, 87% da mandioca, 46% do milho, 38% do café e 21% do trigo. O setor
também é responsável por 60% da produção de leite e por 59% do rebanho suíno, 50%
das aves e 30% dos bovinos.

28
Disponível em: https://agroemdia.com.br/2018/06/13/agricultura-familiar-brasileira-
esta-entre-as-10-maiores-do-mundo/.
Acesso em 1.nov.2022.

Texto IV

❖ Tema para a terceira redação

PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-
argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “Desafios para a
realização profissional na contemporaneidade capitalista”. Apresente proposta de
intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I

29
Há alguns séculos, antes do marco da Revolução Industrial, o trabalho era
transmitido através das gerações de uma família, sem grandes questionamentos. Enquanto
a subsistência da sociedade era baseada em atividades essenciais, como agricultura e
comércio, as famílias ficavam fechadas em si, sem a necessidade de troca. Entretanto, a
transição do trabalho no campo para o modo de produção capitalista fez com que o
trabalho emigrasse da esfera privada para a esfera pública. A nova ordem social,
inaugurada com o advento do capitalismo, promoveu o desenvolvimento do trabalho
assalariado, que modificou a função econômica da família, assim como a relação desta
com o trabalho. É principalmente a partir da Revolução Industrial que passa a prevalecer
a ideia de "o homem certo no lugar certo", visando a uma maior produtividade. Até então
não existia a possibilidade de uma escolha profissional, já que os filhos acabavam por
seguir o ofício do seu grupo familiar. No contexto de trabalho contemporâneo, surgiram
centenas de profissões, enquanto muitas outras deixaram de existir. A noção de trabalho
configura-se não mais como uma progressão contínua e hierárquica dentro de uma
organização, pois outras necessidades se impõem no mercado de trabalho. Naquele
instante, o trabalho era caracterizado como uma rotina em grandes fábricas; o capital
estava enraizado no solo, e os trabalhadores sentiam-se seguros em relação a seus
empregos. O tempo conferido ao capitalismo sólido era de longo prazo. Segundo o
sociólogo polonês Zygmunt Bauman, vive-se hoje a modernidade líquida, marcada pelo
capitalismo leve e flutuante, em que as empresas buscam tornarem-se organizações mais
flexíveis e enredadas. É diante desse cenário que os jovens, principalmente aqueles
pertencentes às camadas médias da sociedade, são chamados a escolher uma profissão.
Mais do que escolher uma profissão, eles devem elaborar um projeto de vida e um projeto
profissional. A construção de um projeto de vida configura-se como uma necessidade a
partir de meados do século 20. (...) Quando o indivíduo pode escolher o seu futuro, ele
passa a fazer projetos. Entretanto, essa escolha ou essa elaboração de projetos não serão
realizadas no vazio, mas sim em meio a uma situação social, econômica, política;
sofrendo influências dessas diversas dimensões, inclusive da família. O indivíduo que
escolhe está inserido em um determinado contexto, logo o projeto não é puramente
individual, uma vez que ele é formado no seio da família e da sociedade. Assim, o sujeito
experimenta uma falsa liberdade de escolha frente às inúmeras possibilidades de cursos
superiores ou técnicos que vêm se multiplicando nas diversas universidades. Bauman
define "sentir-se livre" como "não experimentar dificuldade, obstáculo, resistência ou
qualquer outro impedimento aos movimentos pretendidos ou concebíveis". Estar
totalmente livre, segundo a definição de Bauman, é quase uma utopia para o indivíduo
contemporâneo. Logo, o jovem que deve hoje escolher uma profissão e elaborar o seu
projeto de vida não está tão livre para realizar uma escolha apenas individual, pois sofre
diversas influências do meio em que está inserido.
ALMEIDA, Maria Elisa Grijó Guahyb e MAGALHÃES, Andrea Seixas Magalhães.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
33902011000200008/. Adaptado. Acesso em 20-abr-2023.

Texto II

Que as profissões nunca mais serão as mesmas, isso ninguém duvida. Mas nestes
tempos difíceis o que realmente remunera melhor em termos de trabalho no Brasil? Um
levantamento do G1 feito a partir de dados divulgados recentemente pela Receita Federal
sobre o detalhamento das declarações de imposto de renda aponta que donos de cartório,
membros do Ministério Público e do Poder Judiciário, diplomatas, advogados e médicos
são as categorias profissionais mais bem remuneradas no Brasil. Os números são

30
relacionados ao universo de 30,2 milhões de brasileiros que declararam o IR em 2019. Os
valores referem-se ao rendimento médio no ano de 2018. No ranking das maiores rendas,
despontam carreiras do setor público, atividades bem especializadas do setor privado,
além de profissionais do setor artístico e esportivo. Das 10 ocupações com maior
rendimento médio, 6 são relacionadas à elite do funcionalismo público. Do setor privado,
os mais bem posicionados são médicos, atletas, pilotos de aeronaves e embarcações,
atores e agentes do mercado financeiro. No ranking das ocupações com menor renda
média, destaca-se a maior presença de trabalhadores da indústria em atividades
operacionais e prestadores de serviços em empregos que não exigem um elevado nível de
escolaridade.
Disponível em: https://www.acritica.net/noticias/saiba-quais-sao-as-profisssoes-mais-bem-
remuneradas-no-brasil-e-as-que/465035/.
Adaptado. Acesso em 20-abr-2023.

Texto III

31
2º REDAÇÃO

FOLHA DE REDAÇÃO

ALUNO(A):______________________________________________________

1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.

32
FOLHA DE RASCUNHO

31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42.
43.
44.
45.
46.
47.
48.
49.
50.
51.
52.
53.
54.
55.
56.
57.
58.
59.
60.

33
3º REDAÇÃO

FOLHA DE REDAÇÃO

ALUNO(A):______________________________________________________

61.
62.
63.
64.
65.
66.
67.
68.
69.
70.
71.
72.
73.
74.
75.
76.
77.
78.
79.
80.
81.
82.
83.
84.
85.
86.
87.
88.
89.
90.

34
FOLHA DE RASCUNHO

91.
92.
93.
94.
95.
96.
97.
98.
99.

35
3. MATEMÁTICA

Vamos começar nossas aulas de matemática!!!! E revisar as operações


matemáticas...
As operações matemáticas abrangem os cálculos que são utilizados para a
resolução das equações. Basicamente têm-se a adição, a subtração, a divisão e a
multiplicação, que, apesar de abrangerem um raciocínio simples, são de suma
importância para realização de qualquer cálculo matemático. Agora que você sabe quais
são as operações matemáticas, vamos estudar cada uma delas...
Soma: É utilizada quando queremos adicionar algo. Representando por um traço na
horizontal e outro na vertical, (+).

Exemplo:

30 + 90 = 120
9 + 14 = 23

IMPORTANTE
✓ Na soma a ordem não importa
✓ Sempre começamos a soma, pelo lado direito.

Calcular a adição entre dois números é acrescentar uma certa quantia a outra já
existente. Por exemplo, se tenho 8 bananas e compro mais 5 bananas, a adição é a
operação que vai calcular a quantidade total de bananas, acrescentando 5 bananas às 8
que já tenho. Utilizamos o símbolo + (mais) entre os números para representar a adição,
por exemplo, 5 + 8 (lê-se: cinco mais oito).

Elementos da adição
Os termos da adição recebem nomes especiais, o resultado da adição é conhecido
sempre como soma, e os números que estamos somando são conhecidos como parcelas.

Exemplo:
5+3=8
5 e 3 são as parcelas.
8 é a soma.

Cálculo da adição
Para encontrar a soma entre dois ou mais números, recorremos ao seu valor
posicional, ou seja, juntamos unidade com unidade, dezena com dezena, centena com
centena, e assim sucessivamente.
Um exemplo de adição com números que têm só unidades é entre 5 e 8. Seu
resultado contém 1 dezena e 3 unidades, ou seja, é igual a 13, ou seja, 5 + 8 = 13. Adições

36
simples como a que foi feita podem ser calculadas mentalmente, porém quando os
números que vamos adicionar são maiores, é bastante comum a utilização do algoritmo
de adição. Para aprender a utilizar a algoritmo de adição, vamos calcular: 325 + 271

Colocamos unidade em baixo de unidade, dezena em baixo de dezena, e


centena em baixo de centena. Agora realizaremos as somas.
✓ Unidades: 5 + 1 = 6
✓ Dezenas: 2 + 7 = 9
✓ Centenas: 2 + 3 = 5
Então, o resultado da soma será:

Acontece que, em alguns casos, o resultado da soma das unidades forma uma dezena,
como no exemplo a seguir.
Exemplo 2:
Vamos somar 384 + 59.
Primeiro montaremos o algoritmo.

Agora somaremos as unidades, mas note que 4 + 9 = 13, logo, há 1 dezena e 3


unidades. Vamos escrever a unidade abaixo do 9, e, como temos também uma dezena,
escreveremos 1 acima do 8, conforme a imagem a seguir:

37
Agora realizamos a soma das dezenas. A dezena que encontramos na soma das
unidades também fará parte da adição, logo, calcularemos 1 + 8 + 5 = 14. Como o
Resultado da soma das dezenas foi igual a 14, isso significa que temos 4 dezenas e 1
centena, então, repetiremos o processo anterior:

Por fim, somaremos as centenas 1 + 3 = 4.

Então, 384 + 59 = 443.

Propriedades da adição
Existem algumas propriedades na adição, são elas: comutativa, associativa,
existência de um elemento neutro, e existência de um elemento oposto.

Propriedade comutativa
Na adição de dois números, a ordem da parcela não altera a soma.
Exemplo:
5+8=8+5
5 + 8 = 13
8 + 5 = 13

Propriedade associativa
Em uma adição com três ou mais parcelas, independentemente da ordem em que
realizamos as somas, o resultado é o mesmo.
Exemplo:
4 + (2 + 1) = (4 + 2) + 1
4 + (2 + 1) = 4 + 3 = 7
(4 + 2) + 1 = 6 + 1 = 7

Existência de um elemento neutro


O elemento neutro da adição é o 0. Ao realizar a soma de um número com 0, o
resultado é sempre o próprio número.
Exemplo:
8+0=8

Existência de um oposto
Para todo número diferente de zero, existe um número que é o seu oposto, e soma
desse número com o seu oposto é igual a zero.

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Exemplo:
5 + (-5) = 0
–3+3=0

Subtração
A subtração é considerada uma operação básica da matemática, com a adição, a
multiplicação e a divisão. Calcular a subtração entre dois números é diminuir certa
quantia de outra já existente. Por exemplo, se existem 8 pessoas em um elevador, e 3
delas descem dele, então, para calcular a quantidade de pessoas restantes, usamos a
subtração entre 8 e 3, ou seja, 8 – 3. Se retirarmos 3 de 8, encontraremos o número restante
de pessoas no elevador, que são 5.
Elementos da subtração
Cada termo da subtração recebe um nome. Calculamos a subtração entre o
minuendo, que é a quantia já existente, e o subtraendo, que é a quantidade retirada do
minuendo. O resultado da subtração é conhecido como diferença:

Exemplo:
8–3=5
8 → minuendo
3 → subtraendo
5 → diferença

Como fazer a subtração


Para realizar a operação de subtração entre dois números, basta lembrar que ela é
a operação inversa da adição e usar a operação inversa para encontrar a resposta. Como
vimos, sabemos que 8 – 3 é 5, porque 3 + 5 = 8. Para números menores, esse raciocínio
é sempre eficiente.

Exemplo:
9 – 8 = 1, pois 8 + 1 = 9
12 – 5 = 7, pois 5 + 7 = 12
10 – 4 = 6, pois 6 + 4 = 10
Para casos em que os números são maiores, é conveniente utilizar o algoritmo da
subtração.

Algoritmo da subtração
Quando não for possível encontrar a diferença entre dois números de forma direta,
como nos exemplos anteriores, recorremos ao algoritmo da subtração. Vejamos o passo
a passo para calcular a subtração entre dois números utilizando o algoritmo.

Exemplo 1:
Calcularemos a subtração 84 – 21.
1º passo: primeiro vamos montar o algoritmo colocando unidade em baixo de unidade e
dezena em baixo de dezena, como na imagem a seguir:

39
2º passo: agora calcularemos a diferença, primeiramente, entre as unidades, ou seja, 4 –
1, que é igual a 3. O resultado da subtração será escrito logo abaixo da unidade:

3º passo: por fim, faremos a subtração entre as dezenas, 8 – 2 = 6 dezenas. Então,


escreveremos o resultado da seguinte maneira:

Assim, temos que: 84 – 21 = 63.


Exemplo 2:
Calcule a diferença entre 225 e 34.
1º passo: montar a diferença no algoritmo.

2º passo: calcular a diferença entre as unidades, 5 – 4 = 1.

3º passo: calcular a diferença entre as dezenas, mas note que 2 é menor que 3, então,
nesse caso, vamos transformar uma centena em dezena:

40
Agora é possível calcular a diferença entre 12 e 3, 12 – 3 = 9:

4º passo: como não há centena no subtraendo, então, basta copiar a centena na diferença.

Assim, temos que 225 – 34 = 191.

Jogo de sinal
Para calcular a subtração quando o subtraendo é maior que o minuendo,
utilizamos o jogo de sinal. 7 – 12
Sabemos que 12 > 7. Nesse caso, realizamos a subtração 12 – 7 e conservamos o
sinal do maior número em módulo, ou seja, o sinal negativo. Então, temos que 7 – 12 = -
5.
Exemplos:
15 – 23 = - 8
7 – 11 = - 4
9 – 14 = - 5

Multiplicação
A multiplicação é uma das quatro operações básicas da Matemática. Em uma
multiplicação, os elementos multiplicados são os fatores e o resultado é o produto.
Observe:

Exemplo: Uma pessoa vai ao mercado e compra 5 pastas de dente, cada uma por R$ 1,50.
Qual o valor total dessa compra?

41
Resolução: Podemos escrever o valor total dessa compra utilizando a operação de
adição:
R$ 1,50 + R$ 1,50 + R$ 1,50 + R$ 1,50 + R$ 1,50 = R$ 7,50

Ou utilizando a operação de multiplicação:


5 x R$ 1,50 = R$ 7,50

Lemos “5 vezes R$ 1,50 é igual a R$ 7,50.” Assim, o valor total da compra foi de
R$ 7,50 (7 reais e 50 centavos). Nesse exemplo, os fatores são o número 5 e o valor R$
1,50. Já o valor R$ 7,50 é o produto."
Então, se um dos fatores é um número natural, a multiplicação descreve adições
sucessivas. Os principais símbolos para representar a operação de multiplicação são ⋅ e x.
O algoritmo da multiplicação é a sequência de passos adotada para encontrar o produto
entre dois números. As principais propriedades da multiplicação são: comutatividade,
associatividade, elemento neutro, elemento nulo, inverso multiplicativo e
distributividade. O jogo (ou regra) de sinais define o sinal de um produto a partir dos
sinais dos fatores.
Como fazer a multiplicação?
Multiplicação entre fatores inteiros de 1 a 10
Se a multiplicação envolve fatores inteiros de 1 a 10, podemos consultar a tabuada

Multiplicação entre outros fatores


Caso os fatores sejam outros números, podemos construir uma sequência de
passos para encontrar o resultado. Essa sequência de passos é chamada de algoritmo da
multiplicação. Em resumo, o algoritmo da multiplicação determina que dados dois
fatores, cada algarismo do segundo fator é multiplicado por cada algarismo do primeiro
fator.

42
Mas cuidado: lembre-se de que a posição de um algarismo define seu significado.
Assim, por exemplo, o número 25 (2 dezenas e 5 unidades) é diferente do número 52 (5
dezenas e 2 unidades), ainda que ambos sejam formados pelos algarismos 2 e 5.
Vejamos o funcionamento desse algoritmo através de dois exemplos.
Exemplo: Resolva a operação 431 ×5.

Resolução:
Passo 1 (montagem da multiplicação): Escreva um fator acima do outro, mantendo as
ordens decimais alinhadas. Isso significa escrever a unidade do primeiro fator logo acima
da unidade do segundo fator, a dezena do primeiro fator logo acima da dezena do segundo
fator e assim por diante.
No exemplo, temos que o segundo fator possui apenas a ordem das unidades.
Assim, a montagem dessa multiplicação é:

O resultado da multiplicação (ou seja, o produto) será indicado abaixo da linha


horizontal.
Passo 2: Multiplique cada algarismo do segundo fator, começando pelas unidades, por
cada algarismo do primeiro fator e escreva a resposta abaixo da linha horizontal,
mantendo cada algarismo na ordem decimal adequada.
Primeiramente, vamos multiplicar a unidade do segundo fator pela unidade do
primeiro fator. Como 5 ×1 = 5, escrevemos

Agora, vamos multiplicar a unidade do segundo fator pela dezena do primeiro


fator. Perceba que obtemos 5 ×3 = 15.
Mas cuidado: o algarismo 3 no número 431 indica 3 dezenas, ou seja, 30. Assim,
na realidade, estamos fazendo a multiplicação 5 ×30 =150. Por isso, o 5 (que representa
5 dezenas) é indicado na ordem das dezenas e o 1 (que representa 1 centena) é indicado
acima da casa das centenas, para somar com o resultado que será trabalhado adiante.

Por fim, vamos multiplicar a unidade do segundo fator pela centena do primeiro
fator. Perceba que obtemos 5 ×4 = 20. Mais uma vez, devemos ter cuidado na
interpretação: o 4 no número 431 indica 4 centenas, ou seja, 400. Na realidade, estamos

43
calculando 5 ×400 = 2000. Além disso, o 1 acima do 4 indica que devemos acrescentar 1
centena. Portanto, obtemos o número 2100.
Note que não há outros algarismos no primeiro fator. Assim, encerramos o cálculo
escrevendo o 1 na ordem das centenas e o 2 na ordem das unidades de milhar:

Isso significa que 431 ×5 = 2155.

Divisão
Quando vamos dividir um número P por um número d, devemos buscar um
número q que multiplicado por d seja igual a P. Cada um desses elementos recebem um
nome: P é chamado de dividendo, d é o divisor e q o quociente.
Nem sempre é possível encontrar esse número q, em alguns casos, a multiplicação
de d por q apenas fica muito próxima de P. Nessas situações, a diferença de P pelo
resultado da multiplicação de d por q é chamado de resto e será denotado por r"
Exemplos

a) 28: 2 = 14, pois 2 ·14 = 28 → Divisão exata

b) 29: 2 ≠ 14, pois 2 ·14 = 28 → Divisão não exata, apresenta resto = 1

Quando o resto não aparece, ou seja, quando r = 0, dizemos que o número P é


divisível por d. Caso contrário, P não é divisível por d. Podemos afirmar que:
P = d ·q + r

Vejamos agora um método que facilita encontrar todos esses elementos: método
da chave. Veja a figura abaixo:

Exemplo: Na divisão do número 25 por 5 temos:

44
O número 25 é o dividendo, o número 5 é o divisor, 5 é o quociente, e zero é o
resto da divisão. Note que para realizar a divisão é necessário encontrar um número que
multiplicado por 5 seja igual a 25, nesse caso, o número é o próprio 5.
Veja também que podemos escrever o número 25 da seguinte maneira:
25 = 5 · 5 + 0"

Passo a passo da divisão


Para facilitar o processo de divisão, temos um algoritmo, isto é, temos um passo
a passo que pode facilitar. Para verificarmos esse processo, vamos tomar a seguinte
divisão 64: 4.
Primeiro passo: montar a operação utilizando o método da chave.

Segundo passo: tentar encontrar um número que multiplicado por 4 seja igual a
64. Como essa não é uma tarefa fácil, vamos tomar somente o número 6 para dividir com
o número 4, ou seja, o algarismo da dezena. Assim, devemos determinar um número
inteiro que multiplicado por 4 seja igual a 6 ou que chegue o mais próximo possível. Veja:

Terceiro passo: prosseguir a divisão descendo o algarismo da unidade, que não foi
dividido, nesse caso, o 4. Veja:

45
O processo chega ao fim, quando obtemos que o resto é igual a 0. Caso contrário,
devemos continuar a divisão seguindo os mesmos procedimentos.

Agora que conhecemos as operações matemáticas vamos resolver alguns exercícios...

1. Silva esposa de João, assumiu as finanças da casa no mês de maio. Ela percebeu que
tinham novamente R$ 300,00 em saldo positivos. Porém, 4 cheques caíram em sua conta.
Qual é o saldo?

Cheque 1: -30,00 Cheque 3: -10,00


Cheque 2: -80,00 Cheque 4: -60,00

2. Coloque (V) para as afirmações verdadeiras e (F) para as afirmações falsas.


A) ( ) O número 5 corresponde aos números naturais.
B) ( ) Os números naturais correspondem do 1 ao infinito.
C) ( ) Os números naturais correspondem do 0 ao 9.
D) ( )Todos números naturais são inteiros.

3. Um supermercado fez o pedido de 150 extratos de tomate, e foi acompanhando o total


de vendas ao longo da semana. Na segunda-feira, foram vendidas 18 unidades; na terça-
feira, 20 unidades; na quarta-feira, 12 unidades; na quinta-feira e na sexta-feira, foram
vendidas 25 unidades em cada uma; e, por fim, no sábado, o supermercado vendeu mais
15 unidades de extratos de tomate. Sabendo que ele não abre no domingo, o total de
extratos de tomate que resta no estoque do supermercado é de:

A) 25 unidades. D) 40 unidades.
B) 30 unidades. E) 45 unidades.
C) 35 unidades.

4. Em uma pastelaria, ao realizar o pedido, os clientes sempre pegam senhas com o úmero
do pedido. Em um determinado dia, o cliente pegou a senha número 59, e no painel
mostrava que o pedido de número 42 já tinha sido entregue ao cliente que tinha essa
senha, então, a quantidade de pedidos que estavam à frente do pedido feito pelo cliente
número 59 era de:
A) 15 pedidos D) 18 pedidos
B) 16 pedidos E) 19 pedidos
C) 17 pedidos

5. Matheus foi à cantina da escola e comprou dois salgados a R$ 4 cada, um refrigerante


por R$ 3, e três brigadeiros por R$ 1 cada. O valor gasto por Matheus foi:
A) R$ 14 D) R$ 12
B) R$ 15 E) R$ 17
C) R$ 13

6. Para manter a forma, Júlia acorda cedinho e vai até a academia todos os dias. O
primeiro equipamento que ela usa é a esteira. Como controle da dieta, ela anota o número
de calorias gastas marcado na esteira. Nesta semana em específico, na segunda-feira, ela
gastou 270 calorias; na terça-feira, 210 calorias; na quarta-feira, 304 calorias; e na quinta-

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feira, 155 calorias. Na sexta feira, no sábado e no domingo, ela não frequentou a
academia. O valor total das calorias gastas na esteira foi:
A) 1230 calorias D) 838 calorias
B) 939 calorias E) 790 calorias
C) 799 calorias

7. Um comerciante produz e vende lanches em sua lanchonete. No quadro, representou o


preço unitário de cada lanche e a quantidade vendida de segunda a sexta-feira. O
comerciante pretende saber quanto arrecadou por dia, em média, para avaliar o lucro
obtido com a venda dos lanches. Nessas condições, qual é a média diária arrecadada com
a venda dos lanches?
A) R$ 136,00 C) R$ 226,00
B) R$ 190,40 D) R$ 238,00

8. A um número foi somado 7854 e o resultado obtido foi 20000. Que número é esse?
A) 1006 D) 12146
B) 10056 E) 15004
C) 12454

9. Um torneio agrupou 2450 pessoas na praça principal de uma cidade do interior de


Goiás. Dessas, 1289 eram do sexo masculino. Quantas pessoas estavam na praça principal
dessa cidade, para esse torneio, do sexo feminino?
A) 1000 D) 1149
B) 1051 E) 1161
C) 1059

10. João possui R$ 5000,00 em sua poupança. Foi necessário fazer um reparo em seu
carro, pago com dinheiro da poupança, no valor de R$ 485,00. Depois, foram feitos outros
reparos em sua casa, também pagos com dinheiro da poupança, no valor de R$ 1800,00.
Ao final de todos esses reparos, quanto sobrou na poupança de João?

A) R$ 2715,00 D) R$ 715,00
B) R$ 1725,00 E) R$ 1700,00
C) R$ 1615,00

11. Em um restaurante, um dos cardápios do dia era o vinagrete. Logo pela manhã, o dono
do restaurante foi até o estoque verificar se a quantidade de tomates era o suficiente para
atender todos os clientes esperados. Normalmente são gastos 36 tomates grandes para
atender a demanda diária. Em estoque havia 17 tomates, então, a quantidade de tomates
que o dono do restaurante precisa comprar para fazer o vinagrete é:

A) 09 C) 18
B) 17 D) 19
E) 20

12. Existe uma grande diferença entre a quantidade de dias que possui um ano em Marte
e a quantidade dias que possui um ano na Terra. Marte possui 687 dias e a Terra 365 dias
(em anos não bissextos). Então, a quantidade de dias que Marte possui a mais que a Terra
é igual a:
A) 190 B) 242

47
C) 387 E) 322
D) 265

4. CIÊNCIAS DA NATUREZA

Corpos Celestes

Para os antigos, os movimentos dos corpos celestes eram importantes para reconhecer o
espaço e o tempo. O movimento do Sol, durante o dia, e o movimento das estrelas, durante a noite,
funcionam como relógio, permitindo conhecer a passagem do tempo. Ainda hoje, há pessoas que
sabem identificar as horas, olhando para o céu.
Também há pessoas que sabem se localizar, usando o Sol e as estrelas como referências para
encontrar os pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste) e se mover no espaço. No passado, sem os
instrumentos hoje disponíveis, este conhecimento foi essencial na navegação, por exemplo.
Além disso, era importante conhecer a posição do Sol e das estrelas durante o ano. Essas
posições marcam o começo das estações boas para plantar, para colher e muitas outras atividades. Os
astrônomos eram requisitados para os cálculos do calendário anual.
Em meados do século XVI (anos 1500), havia vários calendários, que não concordavam entre si.
A existência de muitos calendários na Europa gerava dificuldades, como para marcar datas de
contratação de trabalhadores para colher as safras ou o vencimento de dívidas. Então, no final daquele
século, o Papa da Igreja Católica Romana convocou um conselho de sábios para determinar um
calendário único e que funcionasse muito bem. A Igreja estava exercendo o seu papel,
pois foi, durante muito tempo, a fonte de produção e controle da cultura e do poder no mundo europeu.
O bom funcionamento do calendário dependia de uma boa compreensão dos movimentos
celestes, com previsões exatas. Para isso, não bastavam as explicações de Ptolomeu.

TERIA SIDO FÁCIL A SOCIEDADE DA ÉPOCA ACEITAR A TEORIA DE COPÉRNICO?

No final dos anos 1500, a Igreja Católica só aceitou a proposta de Copérnico porque ajudava
a resolver os cálculos necessários para os calendários. Não a aceitava como uma verdade. Entretanto,
muitos sábios continuaram trabalhando na teoria Heliocêntrica.
Um deles foi o importante físico italiano Galileu Galilei que estudou fenômenos do
movimento, da luz e do som, fenômenos estudados pela Física. Galileu aperfeiçoou um instrumento
ainda pouco usado à época, a luneta, um conjunto de lentes dentro de um tubo, com a qual os corpos
distantes parecerem mais próximos. Com a luneta, pôde observar pela primeira vez as quatro luas de
Júpiter, quatro satélites que giravam ao redor do astro.
Assim, Galileu obteve um argumento forte contra a teoria Geocêntrica: pelo fato de a Terra
não ser o único corpo celeste com astros girando ao seu redor, ela não estaria no centro do Universo.
Naquele tempo, contudo, os chefes da Igreja não deram valor à observação feita com um instrumento
– eles valorizavam bem mais as observações feitas a olho nu, as afirmações da Bíblia e dos textos de
Aristóteles e seus seguidores. Os chefes da Igreja rejeitavam a idéia de a Terra não estar no centro do
Universo, ou seja, continuavam contrários ao heliocentrismo, que Galileu defendeu ardorosamente.

48
Sendo renomado palestrante, Galileu reunia grande número de pessoas para divulgar a nova ciência.
A Igreja poderosa julgou Galileu culpado por negar as palavras da Bíblia e o manteve em prisão
domiciliar até a data de sua morte, onze anos depois, em 1642.
No século seguinte, nos anos 1700, importantes estudos vieram demonstrar que Copérnico e
Galileu estavam certos quanto à localização da Terra em relação ao Sol. Então, a Terra e o ser humano
saíram do centro do Universo para ocupar uma posição bem mais modesta, passando a fazer parte do
Sistema Solar. Mas, apenas em 1982, a igreja resolveu retirar as acusações feitas contra Galileu, que,
em 1992, foi totalmente reabilitado, sendo então reconhecido como físico genial pela Igreja Católica.
A disputa entre o Geocentrismo e o Heliocentrismo foi muito importante para transformar a
visão que a sociedade tem de mundo e de Ciência, por isso, os historiadores denominam a disputa
entre o Heliocentrismo e o Geocentrismo de Revolução Científica. Depois da Revolução Científica
no campo da Astronomia, muitos outros fenômenos foram revistos e repensados. E assim, outras
ciências modernas foram organizadas, muitas vezes acompanhadas de verdadeiras polêmicas e
contrariando o que percebemos pela intuição. O aperfeiçoamento dos instrumentos para observação
passou a ter, cada vez mais, um papel decisivo nas atividades científicas.

NOVOS FATOS, NOVAS TEORIAS CIENTÍFICAS SOBRE OS SERES VIVOS

Na atualidade, o conhecimento acumulado sobre os fenômenos naturais é vasto e variado.


Uma parte desses conhecimentos diz respeito aos seres vivos, animais, plantas, algas e bolores
visíveis a olho nu e uma enorme variedade de microrganismos, observáveis apenas com os
microscópios. Você já estudou esses fenômenos? Já pensou sobre essas coisas?
Antes mesmo de continuar a leitura da próxima parte, teste conhecimentos que já possui sobre
microorganismos. Enfrente os testes abaixo. Depois, veja quais são seus erros e acertos estudando o
texto após os testes.

Exercícios
1- Muito provavelmente, você já observou o que acontece com restos de alimentos abandonados. Em
pouco tempo, surge um certo cheiro azedo característico. Em alguns casos, aparece bolor. Podemos
explicar o fato dos alimentos se estragarem ao afirmar que:
a) com o passar do tempo, tudo se estraga.
b) os decompositores estão agindo, mesmo se invisíveis a olho nu.
c) todo alimento produz bichinhos, enquanto apodrece.
d) é normal um alimento seco se tornar úmido e mal cheiroso.

2- O que é verdadeiro ou falso sobre os microorganismos?


I – Alguns microorganismos são causadores de doenças em outros seres vivos, inclusive o ser
humano.
II – Se os microorganismos fossem exterminados subitamente, o mundo se tornaria um enorme
amontoado de restos e de lixo.
III – É muito recente a utilização dos microorganismos na indústr

PORQUE OS ALIMENTOS ESTRAGAM?

Colocamos alimentos na geladeira para que demorem mais a estragar. Por que esse método é
eficiente? Para melhor respondermos a essa questão, é preciso ter informação sobre a vida dos
microorganismos.
Os alimentos se estragam porque também servem para crescimento e nutrição de certos
organismos vivos bem diferentes de animais ou vegetais. Eles podem ser visíveis, como os fungos
(bolores) que crescem sobre restos de frutos ou pão velho, parecendo um chumaço de algodão ou
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uma cobertura esverdeada. Podem ser invisíveis a olho nu, como bactérias que se proliferam na carne,
mudando sua coloração e seu cheiro.
Bactérias e formas microscópicas de fungos podem chegar aos restos de alimento humano
pelo ar ou pela água, meios de sua dispersão. Elas podem ser observadas ao microscópio, utilizando-
se preparações adequadas, a partir do alimento que se estraga, do solo ou da água, por exemplo.
Seres vivos microscópicos estão em todo lugar. Como todos os seres vivos, bactérias e fungos
necessitam de certas condições para se desenvolver. Todos necessitam de temperatura adequada,
umidade e alimento. Assim, ao colocar o alimento na geladeira, retardamos o crescimento de bactérias
e fungos, pois as baixas temperaturas não são adequadas ao seu desenvolvimento. Ao contrário, com
mais calor, podem se multiplicar rapidamente. Com a ajuda de lupa, microscópio e diversos testes, já
foram estudados diferentes microorganismos. Por exemplo, identificaram-se os agentes de doenças
nos seres humanos e noutros seres vivos (sarampo, cólera, raiva etc.).
Foram reconhecidos os levedos (do grupo dos fungos), essenciais na produção de pão, cerveja
e iogurte. Também já se sabe que os microorganismos são responsáveis pela decomposição dos restos
de animais e vegetais nos ambientes terrestres ou aquáticos. Antes da criação dos microscópios,
contudo, não era possível observar os minúsculos seres vivos, apenas sua ação sobre a matéria.
Observar a atividade dos microorganismos, desde tempos muito antigos, permitiu o
conhecimento da fermentação na fabricação, por exemplo, de pão e vinho, na cultura européia; do
cauim, pela fermentação da mandioca, na cultura nativa brasileira; do pulque e da tequila, bebidas
fermentadas do suco de agaves, na cultura nativa mexicana (no nordeste brasileiro, o mesmo tipo de
planta é usada como fonte da fibra de sisal). Assim, antes dos anos 1800 (século XIX), era aceita a
idéia de que os seres vivos surgiam espontaneamente da matéria morta, da sujeira e da terra molhada.
Esta teoria tornou-se conhecida como a Teoria da Geração Espontânea. Repare no teste
número 12 da página anterior. A alternativa “a” é uma afirmação verdadeira, mas não explica porque
os alimentos se estragam. As alternativas “c” e “d”, estão de acordo com a “teoria da geração
espontânea”, o modo antigo de explicar a putrefação da matéria. Apenas a alternativa “b” é uma
explicação atualizada.
No campo da biologia dos microorganismos, as pesquisas de Pasteur foram decisivas para a
proposta de uma nova teoria, reconhecendo-se que os fungos se propagam por meio de formas
microscópicas (seus esporos) e que as bactérias, sempre invisíveis a olho nu, reproduzem-se a partir
de outras bactérias.

PASTEUR E A CIÊNCIA DO SÉCULO XIX (1800 –1900)

No começo do século XIX, a Europa vivia um crescimento econômico e cultural. No século


anterior, o domínio da energia do vapor aumentou produção das indústrias, antes movidas pela tração
animal ou energia dos ventos, de menor potência. A energia a vapor possibilitou o aumento da
fabricação de bens, como os tecidos de algodão, vendidos em grande quantidade nas colônias
americanas e africanas. Tanto o comércio como a extração de minérios, madeiras ou alimentos das
colônias, nas Américas, Ásia e África, fizeram a acumulação de riqueza na Europa. Neste cenário, a
tecnologia, a ciência e as artes européias tiveram grande impulso. Louis de Pasteur foi um importante
cientista francês deste período.
Já no começo de sua carreira, contava com pesquisas acumuladas e o microscópio acabava de
ganhar sua melhor forma. Os primeiros microscópios, cerca de 200 anos antes, eram bem mais
rudimentares. Outros cientistas já tinham observado a presença de células em todos os animais e
vegetais. Pelo lado da prática, um cozinheiro francês chamado Nicolas Appert já inventara a
preparação de conservas de alimentos, usando vidros fervidos para guardar, por exemplo, compotas
de frutas e vegetais cozidos em vinagre e sal. Mas não se sabia explicar por que isso funcionava.
Pasteur contribuiu para dar uma explicação convincente, estabelecendo a existência dos
microorganismos.
Pasteur já era um renomado químico quando foi chamado por fabricantes de cerveja. Eles
queriam saber por que a cerveja azedava, causando prejuízo à indústria. Utilizando o microscópio, o
50
cientista verificou que o vinho e a cerveja de boa qualidade são produzidos com a presença de certos
microorganismos, denominados levedos. Também ao microscópio, viu as bactérias que contribuem
para a sua decomposição. Pasteur fez ferver o vinho e impediu-o de se transformar em vinagre.
Começava a criar um processo de conservação de alimentos hoje chamado de pasteurização,
utilizado, por exemplo na industrialização do leite, cujo aquecimento é uma das etapas. Mais uma
vez, Pasteur foi chamado para resolver um problema da indústria. Eram as mariposas da seda que
estavam doentes. Seus ovos não se abriam, as lagartas morriam. Em 1864, não havia ovos sem
contaminação, exceto no Japão.
A produção da seda francesa estava em crise e muitos remédios já haviam sido testados
(prescrevia-se dar rum ou vinho às borboletas, por exemplo). Com paciente observação, Pasteur
descobriu que os ovos continham bactérias e, então, pôde resolver o problema. Essa descoberta foi
um incentivo aos estudos das doenças contagiosas e aos procedimentos de desinfecção, hoje muito
comuns, como a total higiene dos cirurgiões e dos aparelhos cirúrgicos antes de uma cirurgia. Assim,
diminuiu-se a mortalidade pós-operatória.

EXERCÍCIOS

1- Pasteur estudou ao microscópio tanto a cerveja boa (1) como a estragada (2). O que ele encontrou?
a) Levedos de cerveja em (1) e bactérias decompositoras em (2)
b) Levedos de cerveja em (1) e células em (2).
c) Células da cerveja em (1) e bactérias decompositoras em (2)
d) Células da cerveja em (1) e corpos estranhos em (2)

2- “Lave as mão antes das refeições e ao chegar a casa. Ferva e filtre água de poço”. São propostas
consideradas importantes porque:
a) todos os microorganismos são causadores de doenças.
b) são formas de evitar sobrevivência e distribuição dos microorganismos.
c) precisamos ajudar a sobrevivência dos microorganismos.
d) devemos seguir regras de higiene sem entendê-las.

3- Ao final de uma consulta dentária, uma paciente reclamou para a diretoria da clínica sobre o
procedimento de uma ajudante da dentista. A paciente afirmava que seria contagiada por gripe, pois
durante a sua consulta a ajudante:
a) usava uniforme colorido, ao invés do branco.
b) coçou o nariz e tossiu.
c) não trocou o babador depois de molhado de saliva da paciente.
d) não trouxe água para a paciente.

4- O experimento de Pasteur foi muito importante para demonstrar que a vida surge apenas de um
organismo preexistente. Todas as afirmações a seguir referem-se a esse experimento, com exceção
da:
a) Em seu experimento, Pasteur utilizou um caldo nutritivo que foi aquecido.
b) Pasteur, em seu experimento, utilizou frascos cobertos por gaze para impedir que micro-
organismos entrassem em contato com o caldo nutritivo.
c) No experimento de Pasteur, observou-se a ausência de crescimento de micro-organismos mesmo
o caldo apresentando contato com o ar.
d) Para provar que sua ideia estava correta, Pasteur quebrou os gargalos dos frascos utilizados e
deixou o material em contato com ar.
e) A estrutura do frasco utilizado por Pasteur permitia o contato com o ar, mas impedia o acesso de
micro-organismos.

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5- (PUC-RIO) Louis Pasteur derrubou a teoria da abiogênese, pois comprovou que a vida não surgia
espontaneamente. Para isso, ele realizou um experimento utilizando um frasco com gargalo em forma
de pescoço de cisne que impedia:
a) A alteração do pH do líquido dentro do frasco.
b) A alteração da temperatura do líquido dentro do frasco.
c) O contato do oxigênio presente no ar com o líquido dentro do frasco.
d) O contato do vapor d’água presente no ar com o líquido dentro do frasco.
e) O contato de microrganismos presentes no ar com o líquido dentro do frasco.

6- Pasteur desenvolveu um processo utilizado até os dias atuais que consiste no aquecimento e
resfriamento brusco de um produto com a finalidade de retirar os micro-organismo ali presentes. Essa
técnica é conhecida como:
a) Defumação. d) Refrigeração.
b) Banho-maria. e) Termificação.
c) Pasteurização.

7- O experimento de Louis Pasteur foi essencial para acabar com a ideia errônea existente na época
sobre a origem da vida. A teoria que entrou em descrédito por causa dos experimentos de Pasteur foi:

a) a teoria celular. d) a teoria da abiogênese.


b) a panspermia. e) a ancestralidade comum.
c) a teoria da biogênese.

TÓPICOS ESSENCIAIS

• DNA: é um código genético, ou seja, o estudo dos genes. Se encontra no núcleo das células
• O DNA define os seres vivos.
• Todos os seres vivos tem um DNA e
• A terra é muito antiga se comparada á humanidade: 4,6 bilhões de anos. Todos os seres vivos
vêm de um ancestral comum: 3,8 bilhões de anis;
• A evolução acontece de forma gradual ao longo das gerações, que vão se adaptado ao meio
ambiente;
• Com o tempo a terra passou a ser habitada por seres de espécies diferente.
• Ideias relacionadas a origem da vida;
• A evolução é guiada pela seleção natural, ou seja, "vencem" as espécies mais adaptadas ao
meio
• Sonho do ser humano era voar.
• A Teoria da Evolução descreve o desenvolvimento das espécies que habitavam ou habitam o
planeta Terra.
• Assim, as espécies atuais descendem de outras espécies que sofreram modificações ao longo
do tempo e transmitiram novas características aos seus descendentes.
• Charles Darwin, autor de "Origem das Espécies" (1859) é um dos grandes nomes sobre teorias
relacionadas ao evolucionismo. A sua teoria baseia-se na seleção natural das espécies e é aceita
até hoje.

Darwinismo

A teoria da evolução das espécies tem como principal articulador o naturalista britânico
Charles Darwin (1809-1882) sendo o conjunto de suas teorias evolutivas nomeada de "Darwinismo".

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Darwin afirmou que os seres vivos, inclusive o homem, descendem de ancestrais comuns, que
se modificam ao longo do tempo. Assim, as espécies existentes foram evoluindo de espécies mais
simples que viveram antigamente.
A seleção natural foi o princípio utilizado por Darwin para defender a sua teoria. Desse modo,
somente as espécies adaptadas às pressões do ambiente, são capazes de sobreviver, se reproduzir e
gerar descendentes.

Para Lamarck, a evolução se dava pelo uso e desuso de partes do corpo. Enquanto isso, Darwin
acreditava que o ambiente atuava na seleção das características vantajosas.
A partir de suas observações e pesquisas, as principais ideias de Darwin foram:
• Indivíduos de uma mesma espécie apresentam diferenças entre si, resultado de variações entre
as suas características;
• Indivíduos com características vantajosas às condições do ambiente possuem mais chances de
sobreviver do que aqueles que não apresentam tais características;
• Indivíduos com características vantajosas também possuem mais chances de deixar
descendentes.
Quando falamos da teoria da evolução de Charles Darwin não podemos deixar de mencionar
outro personagem, o naturalista britânico Alfred Russel Wallace (1823-1913). Ele desenvolveu uma
teoria semelhante a de Darwin sobre a evolução das espécies.
Wallace enviou a Darwin os seus manuscritos e em 1858 a teoria da evolução foi publicada
no nome dos dois naturalistas. Porém, por Charles Darwin ser mais reconhecido, acabou por receber
o mérito e prestígio de criador da teoria.

"Gregor Johann Mendel (1822-1884) foi um monge agostiniano bastante conhecido por seus
trabalhos envolvendo ervilhas. Reconhecido atualmente como fundador da genética, Mendel
conseguiu elucidar como as características eram transmitidas dos pais para os filhos em um momento
em que não se tinha conhecimento sobre a divisão celular e tampouco a estrutura do DNA.
Infelizmente Mendel não teve seu trabalho reconhecido em vida, mas, sem dúvidas, seus resultados
foram essenciais para o desenvolvimento da genética.

Gregor Mendel

Johann Mendel nasceu em 20 de julho de 1822, na Morávia, que até então era parte do Império
Austro-Húngaro e mais tarde foi incorporada à República Tcheca. Filho de um casal de agricultores,
Mendel não teve uma vida de grandes luxos e contava com poucos recursos para investir em sua
educação. Aos 21 anos de idade, ele entrou para o Monastério da Ordem de Santo Agostinho, na
cidade de Brunn (hoje chamada de Brno), com objetivo de conseguir as condições adequadas para
continuar seus estudos. Foi no monastério que Johann foi batizado como Gregor.

No monastério, Mendel realizava uma série de atividades educacionais e teve acesso a uma
ampla quantidade de livros da biblioteca do local. O naturalista e abade Franz Cyril Napp foi seu
53
mentor nesse período, e, em 1851, resolveu enviar seu pupilo para um estágio de dois anos na
Universidade de Viena, onde estudou física, matemática e história natural. Sem dúvidas, esse estágio
foi fundamental para o desenvolvimento de seus trabalhos, uma vez que pôde ampliar seus
conhecimentos sobre experimentação e matemática.

Gregor Mendel fez importantes contribuições para a ciência, porém seus trabalhos não foram
imediatamente reconhecidos.
Quando Mendel retornou a Brunn, ministrou aulas em uma escola local, e, graças a Napp, que
construiu uma grande estufa, deu continuidade aos seus estudos iniciados em Viena. Vários trabalhos
foram realizados por Mendel, porém o mais importante deles, e que garantiu o reconhecimento do
pesquisador, foi o estudo feito com ervilhas (Pisum sativum). Os resultados dele foram apresentados
em duas sessões na Sociedade de História Natural de Brunn, em 1865, e publicados, em 1866, nos
anais dela.
Apesar de ser um trabalho amplamente conhecido nos dias atuais, seu reconhecimento só
ocorreu após 35 anos de sua publicação, quando pesquisadores europeus (Hugo de Vries, Carl Correns
e Erich Tschermak-Seysenegg), independentemente, redescobriram o estudo ao procurarem
bibliografias para apoiar suas próprias ideias sobre hereditariedade. Mendel chegou a enviar seu
trabalho para muitos de seus pares, incluindo Charles Darwin, porém não recebeu nenhuma atenção.
Mendel faleceu no dia 6 de janeiro de 1884, antes ter o seu devido reconhecimento.

As leis de Mendel

No mosteiro onde vivia, Mendel realizou seus famosos estudos com ervilhas, os quais
demoraram cerca de sete anos para serem concluídos.
Nos seus trabalhos, o pesquisador analisou sete características da planta: forma da semente,
cor da semente, forma da vagem, cor da vagem, altura da planta, cor da flor, e posição da flor na
planta. Mendel realizou cruzamentos e analisou os descendentes de maneira muito cuidadosa e
seguindo critérios científicos. Também analisou matematicamente seus resultados, em uma época em
que essa associação entre matemática e biologia não era comum.
Mendel fez vários cruzamentos e analisou diferentes características das ervilhas em seu
famoso trabalho. Em sua época, não se tinha conhecimento de processos como meiose e mitose, DNA
e cromossomos, e ele, no entanto, foi capaz de compreender que existiam fatores que garantiam a
hereditariedade, mesmo sem conhecer tais processos. Mendel publicou seus trabalhos no ano de 1865,
porém eles não foram imediatamente reconhecidos.
Inicialmente ele realizou cruzamentos com ervilhas analisando apenas uma característica.
Essa análise levou à formulação da atualmente conhecida primeira lei de Mendel. Posteriormente, ele
analisou mais de uma característica em cada cruzamento, sendo essa análise responsável pela sua
segunda lei.

Primeira lei de Mendel ou Lei da Segregação dos Fatores: cada caráter é determinado por um par
de fatores que se segrega na formação dos gametas, nos quais ocorrem em dose simples.
Essa Lei determina que cada característica é determinada por dois fatores, que se separam na
formação dos gametas.
Mendel chegou a essa conclusão, quando percebeu que linhagens diferentes, com os diferentes
atributos escolhidos, sempre geram sementes puras e sem alterações ao longo das gerações. Ou seja,
plantas de sementes amarelas sempre produziam 100% dos seus descendentes com sementes
amarelas.
Assim, os descendentes da primeira geração, denominada de geração F1,eram 100% puros.
Como todas as sementes geradas eram amarelas, Mendel realizou a autofecundação entre elas. Na
nova linhagem, geração F2, surgiram sementes amarelas e verdes, na proporção 3:1 (amarelas:
verdes).
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Cruzamentos da Primeira Lei de Mendel
Com isso, Mendel concluiu que a cor das sementes era determinada por dois fatores. Um
fator era dominante e condiciona sementes amarelas, o outro era recessivo e determina sementes
verdes.
A Primeira Lei de Mendel se aplica para o estudo de uma única característica. Porém,
Mendel ainda estava interessado em saber como ocorria a transmissão de duas ou mais
características em simultâneo.

Segunda lei de Mendel ou Lei da Segregação Independente: os fatores que determinam


diferentes caracteres distribuem-se independentemente para os gametas e combinam-se ao acaso."

“As diferenças de uma característica são herdadas independentemente das diferenças em outras
características”.
Nesse caso, Mendel também realizou o cruzamento de plantas com diferentes características.
Ele cruzou plantas com sementes amarelas e lisas com plantas de sementes verdes e rugosas.
Mendel já esperava que a geração F1 seria composta por 100% de sementes amarelas e lisas,
pois essas características apresentam caráter dominante.
Por isso, fez o cruzamento dessa geração, pois imaginava que iriam surgir sementes verdes e
rugosas, e ele estava certo.
Os genótipos e fenótipos cruzados eram os seguintes:
• V_: Dominante (cor Amarela)
• R_: Dominante (forma Lisa)
• vv: Recessivo (cor Verde)
• rr: Recessivo (forma Rugosa)

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Cruzamentos da Segunda Lei de Mendel
Mendel descobriu na geração F² diferentes fenótipos, nas seguintes proporções: 9 amarelas e
lisas; 3 amarelas e rugosas; 3 verdes e lisas; 1 verde e rugosa.

EXERCÍCIOS

1. (UNIFESP-2008) Uma planta A e outra B, com ervilhas amarelas e de genótipos desconhecidos,


foram cruzadas com plantas C que produzem ervilhas verdes. O cruzamento A x C originou 100%
de plantas com ervilhas amarelas e o cruzamento B x C originou 50% de plantas com ervilhas
amarelas e 50% verdes. Os genótipos das plantas A, B e C são, respectivamente:

a) Vv, vv, VV. d) vv, VV, Vv.


b) VV, vv, Vv. e) vv, Vv, VV.
c) VV, Vv, vv.

2- (Fuvest-2003) Em plantas de ervilha ocorre, normalmente, autofecundação. Para estudar os


mecanismos de herança, Mendel fez fecundações cruzadas, removendo as anteras da flor de uma
planta homozigótica de alta estatura e colocando, sobre seu estigma, pólen recolhido da flor de uma
planta homozigótica de baixa estatura. Com esse procedimento, o pesquisador
a) impediu o amadurecimento dos gametas femininos.
b) trouxe gametas femininos com alelos para baixa estatura.
c) trouxe gametas masculinos com alelos para baixa estatura.
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d) promoveu o encontro de gametas com os mesmos alelos para estatura.
e) impediu o encontro de gametas com alelos diferentes para estatura.

3. (Mack-2007) Suponha que, em uma planta, os genes que determinam bordas lisas das folhas e
flores com pétalas lisas sejam dominantes em relação a seus alelos que condicionam, respectivamente,
bordas serrilhadas e pétalas manchadas. Uma planta diíbrida foi cruzada com uma de folhas
serrilhadas e de pétalas lisas, heterozigota para esta característica. Foram obtidas 320 sementes.
Supondo que todas germinem, o número de plantas, com ambos os caracteres dominantes, será de:
a) 120. d) 80.
b) 160. e) 200.
c) 320.

4. (UEL-2003) Na espécie humana, a miopia e a habilidade para a mão esquerda são caracteres
condicionados por genes recessivos que se segregam de forma independente. Um homem de visão
normal e destro, cujo pai tinha miopia e era canhoto, casa-se com uma mulher míope e destra, cuja
mãe era canhota. Qual a probabilidade de esse casal ter uma criança com fenótipo igual ao do pai?
a) 1/2
b) 1/4
c) 1/8
d) 3/4
e) 3/8

FUNGOS

Os fungos são organismos heterotróficos, eucarióticos e uni ou multicelulares que estão


agrupados no Reino Fungi. Entre os fungos mais conhecidos estão os bolores e os cogumelos
Os fungos constituem o Reino Fungi, no qual se enquadram espécies como os cogumelos,
bolores, orelhas-de-pau e leveduras. Apesar de sua forma séssil e sua aparência com algumas plantas,
esses seres diferem-se bastante do Reino Vegetal. Todos os fungos são heterotróficos, ou seja,
diferentemente das plantas, não são capazes de produzir seu próprio alimento, nutrindo-se por
absorção.
Além de heterotróficos, os fungos são seres eucarióticos e podem ser unicelulares, como no
caso das leveduras, ou multicelulares, como os cogumelos. Esses últimos formam filamentos que
recebem a denominação de hifas. O conjunto de hifas forma o micélio, que pode crescer até um
quilômetro em 24 horas. Em algumas espécies, as hifas podem formar estruturas especiais chamadas
de corpos de frutificação. Esses corpos podem ser vistos nos cogumelos e nas orelhas-de-pau.
As hifas podem ser cenocíticas ou septadas. As hifas cenocíticas são filamentos contínuos
repletos de material citoplasmático e com uma porção de núcleos. As hifas septadas, como o próprio
nome sugere, possuem septos que formam compartimentos que contêm de um a dois núcleos. Na
porção mediana do septo, é encontrada uma abertura que permite a comunicação citoplasmática.
A parede celular das células dos fungos é formada por quitina, uma substância encontrada
também no exoesqueleto dos artrópodes. Suas células, na grande maioria dos grupos, caracterizam-
se pela ausência de cílios e flagelos, sendo, portanto, imóveis. A movimentação de esporos, principal
forma da reprodução, é feita apenas por vento, água ou por seres vivos.
Os fungos podem ser classificados em quatro divisões principais: Chytridiomycota,
Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota. A divisão Chytridiomycota possui representantes com
células que possuem flagelos em pelo menos um estágio do ciclo de vida. A divisão Zygomycota
apresenta, na maioria dos seus representantes, hifas cenocíticas. A divisão Ascomycota é o maior
grupo de fungos, possui hifas septadas e forma uma estrutura chamada asco onde se formam os
esporos. Já a divisão Basidiomycota apresenta como representantes a maioria dos fungos

57
macroscópicos — como cogumelos — e destaca-se pela produção do basídio, estrutura produtora de
esporos, além de possuir hifas septadas.
Possuem um papel ecológico muito importante também desempenhado por algumas bactérias:
a decomposição. Apesar de sua importância na ciclagem de nutrientes, essa característica afeta
diretamente os interesses econômicos do homem, que acabam sofrendo com o apodrecimento de
vários produtos, principalmente alimentos. As espécies que se nutrem de restos de outros seres vivos
recebem o nome de espécies sapróbias.Além de decompositores, os fungos destacam-se por suas
associações mutualísticas na formação de líquens e micorrizas. Os líquens são formados pela
associação, principalmente, de ascomicetos com algas verdes ou cianobactérias. Nessa associação
ambos são beneficiados, uma vez que o fungo protege a alga ou cianobactéria contra ressecamento e
estas lhe oferecem matéria orgânica. Já as micorrizas são associações entre fungos e raízes de plantas.
Nesses casos, os fungos ajudam a planta a obter nutrientes, tais como o fósforo, e as plantas, por sua
vez, fornecem carbono orgânico para os fungos.
Economicamente, os fungos são usados para as mais variadas funções. As leveduras, por
exemplo, são utilizadas na fabricação de pão, vinhos e cerveja em face de capacidade de fermentação.
Existem também fungos comestíveis, como é o caso do champignon. Alguns fungos são usados ainda
na fabricação de antibióticos, como é o caso do Penicillium utilizado na produção de penicilina, e
como repositores da flora intestinal.
Alguns fungos são parasitas e podem causar doenças, que genericamente são chamadas de
micoses. Entre as principais micoses, podemos citar a pitiríase versicolor, pé de atleta e a candidíase.

VÍRUS
Vírus são seres microscópicos que não apresentam célula e tampouco metabolismo próprio.
Esses organismos dependem de uma célula viva para se replicarem, sendo conhecidos devido a essa
característica como parasitas intracelulares obrigatórios.
A estrutura de um vírus consiste em uma cobertura proteica (capsídio) que envolve um ácido
nucleico, o qual pode ser DNA, RNA ou, mais raramente, os dois. Alguns vírus possuem, além do
capsídeo, outra estrutura que reveste o vírus denominada envelope.
Os vírus podem infectar qualquer ser vivo, desde bactérias até seres humanos. No homem, os
vírus são responsáveis por causar diferentes doenças, tais como gripe, resfriado, catapora, febre
amarela e dengue.
Resumo sobre vírus
• Vírus são seres microscópicos acelulares que não possuem metabolismo próprio.
Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios.
• Todos os vírus possuem ácidos nucleicos e uma capa proteica denominada capsídio.
• O capsídeo pode apresentar diferentes simetrias, tais como a icosaédrica, helicoidal ou
complexa.
• Os vírus podem ou não apresentar envelope.
• Os vírus podem causar doenças nos seres humanos, tais como a gripe, resfriado, dengue, febre
amarela e aids
Características principais dos vírus
Os vírus (palavra derivada do latim que significa “veneno”) são seres microscópicos menores
que bactérias e que podem ser vistos apenas em microscópios eletrônicos. São denominados parasitas
intracelulares obrigatórios, pois se reproduzem apenas no interior de células vivas, onde utilizam os
componentes estruturais e metabólicos da célula hospedeira.
Diferentemente de todos os seres vivos, os vírus não possuem célula e metabolismo próprio,
não realizando, por exemplo, funções de respiração ou biossíntese. Devido à ausência de células e
metabolismo, os vírus não são considerados por muitos autores como formas de vida. Entretanto, em
virtude da capacidade de se autoduplicar e possuir variabilidade e ácidos nucleicos, outros
especialistas consideram esses organismos como seres vivos.
Descoberta dos vírus

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Os vírus foram descobertos pelos estudos independentes realizados por Dmitri Iwanowski e
Martinus Beijerinck, em 1892 e 1898, respectivamente. Esses pesquisadores estudaram o agente
causador da doença denominada mosaico do tabaco, que deixava as folhas de tabaco com manchas
entre a coloração verde-escura e clara. Apesar da descoberta, os vírus foram visualizados apenas na
década de 1940, após a invenção do microscópio eletrônico.
Estrutura do vírus
Com a visualização dos vírus, foi possível conhecer sua estrutura, que é relativamente simples quando
comparada com a das células eucarióticas, por exemplo. De maneira simplificada, podemos dizer que
esses organismos são formados por duas partes principais: o material genético, que normalmente é o
DNA ou o RNA, raramente os dois, e uma capa proteica (capsídeo).
O capsídeo pode apresentar diferentes simetrias, tais como a icosaédrica, helicoidal ou
complexa. Na simetria icosaédrica, observa-se que o capsídeo assume uma forma similar à de um
icosaedro, ou seja, um poliedro formado por 20 faces, 12 vértices e 30 arestas. Como exemplo desse
tipo de vírus, podemos citar o herpesvírus e o rinovírus. A simetria helicoidal, por sua vez, apresenta
o capsídeo com formato de hélice, como é caso do vírus da raiva e da gripe. Por fim, o vírus de
simetria complexa apresenta uma morfologia bastante distinta que não se encaixa em nenhum dos
outros tipos. O exemplo mais típico desse tipo de vírus são os bacteriófagos.
Alguns vírus possuem envelope, outra estrutura que reveste o vírus, além do capsídeo. O envelope
viral, constituído por lipídios, proteínas carboidratos, é formado da membrana da célula infectada.
Como exemplo de vírus envelopado, podemos citar o HIV, o vírus causador da aids.
Os vírus reproduzem-se apenas no interior da célula de um hospedeiro, uma vez que não
possuem metabolismo próprio. Ao atingir uma célula e parasitá-la, uma série de processos ocorre até
que o vírus consiga fazer com que a célula trabalhe a seu favor.
Replicação do vírus do HIV. Observe que o vírus se multiplica dentro da célula usando a sua
maquinaria de síntese.
De maneira geral, podemos dividir a replicação viral nas seguintes etapas:
• Adsorção: o vírus liga-se a receptores de membrana na célula hospedeira.
• Penetração: o vírus adentra na célula.
• Desnudamento: ocorre a remoção do capsídeo e a liberação do material genético.
• Transcrição e tradução: ocorre a formação de proteínas dos vírus.
• Maturação: ocorre a formação de novas partículas virais.
• Liberação: o vírus sai do interior da célula pronto para parasitar outras. É importante destacar
que os vírus podem sair da célula por meio de lise celular ou brotamento. No caso do ciclo lítico,
observa-se a lise da célula, ou seja, ocorre o rompimento celular e a liberação das partículas virais.
Em geral, isso é observado em vírus não envelopados. Os vírus envelopados costumam sair da célula
por meio de brotamento.

Exemplos de doenças causadas por vírus


Os vírus podem infectar qualquer ser vivo, desde os unicelulares, como bactérias, até pluricelulares,
como os humanos. A infecção nos humanos é responsável por várias doenças. Veja, a seguir, alguns
exemplos de infecções virais:
• Aids – agente etiológico: HIV (vírus da imunodeficiência humana)
• Catapora– agente etiológico: varicela-zóster
• Condiloma acuminad– agente etiológico: HPV (papiloma vírus humano)
• Gripe – agente etiológico: influenza
• Herpes bucal – agente etiológico: HSV-1 (vírus herpes simples tipo 1)
• Herpes genital – agente etiológico: HSV-2 (vírus herpes simples tipo 2)
• Poliomielite– agente etiológico: poliovírus
• Raiva – agente etiológico: vírus da raiva
• Resfriado – agente etiológico: rinovírus e outros tipos
• Rubéola– agente etiológico: vírus da rubéola

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Antibióticos podem ser usados em viroses?
Viroses, como gripes e resfriados, são frequentemente tratadas com uso inadequado de antibióticos.
Esses medicamentos são eficazes apenas no tratamento de doenças provocadas por bactérias e,
portanto, não são recomendados para doenças virais.
A confusão com o uso do medicamento está no fato de que muitos sintomas que envolvem o
trato respiratório superior podem ser causados por bactérias e muitas pessoas acreditam que o
antibiótico servirá para todas as situações que envolverem tais sintomas. Fato é que algumas doenças
bacterianas provocam sintomas semelhantes aos de doenças virais, entretanto, o tratamento com uso
de antibióticos deve ser feito apenas quando for identificado o agente causador da doença e este se
tratar de uma bactéria.

Bactérias
As bactérias, organismos unicelulares procariontes, são conhecidas, principalmente, pelas
doenças que causam em seres humanos. Entretanto, existem bactérias benéficas.
"Bactérias são organismos unicelulares que não possuem núcleo definido nem organelas
membranosas. Podem ser classificadas de acordo com o seu formato, sendo as formas mais comuns
a esférica, a de bastão e a espiralada. Muito conhecidas por causarem doenças nos seres humanos, as
bactérias apresentam também sua importância, atuando, por exemplo, na decomposição da matéria
orgânica e sendo utilizadas na fabricação de alimentos, como iogurtes.

As bactérias inicialmente eram agrupadas no Reino Monera, no qual todos os procariontes


estavam incluídos. Com a classificação dos seres vivos em três domínios, o Reino Monera deixou de
existir. Os organismos procariontes, então, são divididos em dois grupos: o domínio Archaea e o
domínio Bacteria."

Características gerais das bactérias

As bactérias são organismos formados por uma única célula (unicelulares) e podem ocorrer
isoladas ou formando agrupamentos. Vale dizer também que as células das bactérias são menores que
a células eucariontes. Enquanto as bactérias apresentam, normalmente, um diâmetro compreendido
entre 1 µm e 5 µm, as células eucariontes possuem diâmetro entre 10 µm e 100 µm.

As bactérias são seres procariontes, ou seja, não possuem núcleo definido, e seu material
genético está concentrado em uma região que não é envolta por membrana. Essa região é denominada
nucleotídeo. Além do material genético presente no nucleotídeo, nas bactérias podem ser observadas
moléculas circulares de DNA pequenas — chamadas de plasmídeos —, as quais se replicam
independentemente.

Nas células bacterianas, estão ausentes também as organelas celulares, estruturas envolvidas
por membranas que são encontradas suspensas no citosol de células eucariontes. Ribossomos estão
presentes nesse tipo celular, entretanto são diferentes daqueles observados nas células eucariontes,
apresentando-se menores e com diferenças em relação ao conteúdo proteico e RNA."

"As células bacterianas são dotadas de parede celular, uma estrutura localizada externamente
à membrana plasmática. A função da parede celular é garantir a manutenção do formato da célula e
protegê-la.
Para se movimentarem, muitas espécies de bactérias contam com flagelos. Essas estruturas
podem ocorrer em toda a superfície da célula ou estarem concentradas nas extremidades. As bactérias
podem apresentar também as chamadas fímbrias, que são estruturas filamentosas, semelhantes a
pelos, utilizadas por esses organismos para se aderir ao substrato.

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Outro apêndice encontrado nas bactérias são os pili, que são estruturas que mantêm as células
unidas durante a transferência de DNA. Alguns autores trazem pili e fímbria como sinônimos,
indicando como pili sexuais os apêndices relacionados com a transferência de material genético.

Doenças causadas por bactérias

Várias são as doenças causadas por bactérias, sendo algumas extremamente graves, podendo
até mesmo levar o indivíduo à morte. Essas doenças são tratadas com medicamentos chamados de
antibióticos. Veja a seguir exemplos de algumas doenças causadas por bactérias.

Sífilis Tétano
Cólera Coqueluche
Hanseníase Pneumonia
Tuberculose Meningite"
Difteria

61
5. CIÊNCIAS HUMANAS

PERÍODO DE ESCRAVIDÃO
A escravidão no Brasil teve início no século XVI, durante o Período Colonial, e
consistiu no uso da mão-de-obra forçada de mulheres e homens africanos. Essas pessoas
foram retiradas a força dos muitos grupos étnicos dos quais faziam parte no continente
africano e trazidas ao Brasil nos chamados navios negreiros.
A escravidão foi uma prática que perdurou por longos anos, tornando-se
uma estrutura que influenciou muito a formação do Brasil, em sua política, economia e
sociedade.

Contexto Histórico
É importante começar pontuando que desde o começo da Idade Moderna, com as
grandes navegações e a expansão marítima na Europa, as potências europeias mantinham
relações com o continente africano.
No início do Século XVI, as atenções portuguesas voltaram-se para a América
Portuguesa. Na tentativa de firmar a colonização, garantir a presença portuguesa e
impedir invasões estrangeiras, começaram o cultivo de açúcar, dando início, em 1530, ao
Ciclo da Cana-de- Açúcar.
Para alavancar esse processo, era necessário ter grandes quantidades de mão-de-
obra. Mas, porque os portugueses foram buscar um enorme contingente humano em um
continente distantes, ao invés de utilizar o trabalho dos nativos indígenas?
Alguns fatores influenciaram para que a escolha fosse por escravizar os africanos,
principalmente. Em primeiro lugar, a forma de produção dos indígenas não era condizente
com a do sistema mercantilista europeu, pois estavam acostumados a produzir apenas
para o próprio consumo. Por não entender a função desse tipo de trabalho exaustivo, a
mão-de-obra indígena tornou-se menos eficaz.
Enquanto isso, grande parte da população africana já trabalhava em um sistema
de produção mercantilista aplicado nas ilhas e costa africanas. É importante pontuar que
já existia escravidão na África antes da escravização imposta pelos europeus. Entretanto,
eram práticas distintas, e a escravidão empreendida por portugueses, espanhóis,
holandeses e ingleses tornou-se um intenso negócio lucrativo.
Outro fator importante que impulsionou a busca por mão-de-obra na África, foi o
fato de que a Coroa não permitia a escravização dos nativos no Brasil. Isso porque, desde
os primeiros anos da colônia, grande parte dos indígenas fora catequizada pelos jesuítas,
que os consideravam “homens com alma”, apesar de atrasados. Os negros africanos, ao
contrário, eram considerados pelos jesuítas como “homens sem alma”.
A própria Igreja Católica justificava a escravidão africana, alegando que os negros
africanos sofriam de uma maldição bíblica, a expulsão de Cam e seus filhos por Noé e a
determinação de que estes seriam sempre escravos dos senhores das terras. Segundo a
passagem bíblica, estes servos estariam para sempre marcados pela pele. Em nenhum
momento, a passagem diz que a marca era a pele negra. Entretanto, a Igreja Católica
prontamente fez essa interpretação a fim de desumanizar os negros africanos e justificar
as violências que sobre eles eram acometidas.

62
Pode-se pontuar também que, os índios, por serem nativos e conhecerem bem as
terras, tinham muito mais facilidade que os africanos para fugir. Além disso, o uso do
trabalho indígena não era lucrativo para a Coroa.
Enquanto isso, o tráfico atlântico tornou-se uma atividade muito rentável para a Coroa
Portuguesa, por conta dos impostos cobrados aos traficantes de escravizados. Sendo
assim, o translado de pessoas negras africanas se tornou um dos mais lucrativos comércios
naqueles tempos.

O Tráfico Atlântico
O tráfico atlântico foi responsável pela retirada de quase 13 milhões de pessoas
do continente africano. Dessas, mais de 5 milhões vieram para o Brasil. O porto do Rio
de Janeiro foi o porto que mais recebeu africanos escravizados no mundo.
Durante a trajetória nos navios, muitos homens, mulheres e crianças morriam no
caminho. Isso por conta da superlotação, das péssimas condições higiênicas e pela falta
de comida.

“Navio negreiro” do artista Rugendas.


Nas muitas rotas traçadas pelos traficantes de escravizados, negros de diversas
etnias foram transportados para o Brasil. Alguns dos mais conhecidos foram os bantus,
sudaneses, e guineanos-sudaneses muçulmanos.

A prática da escravidão
Ao chegarem aos portos brasileiros, por conta de sua condição debilitada, os
negros tinham sua pele limpa, os cabelos cortados e a pele untada de óleo. Nesse
momento, era oferecida uma alimentação mais consistente também.
Eram classificados por sua idade e sexo e eram levados para o comércio a céu
aberto, onde eram comprados. O comércio era também feito frequentemente pelos
anúncios de jornais e os homens adultos eram os cativos mais caros.
Os escravizados trabalhavam nos latifúndios de produção de café, nas minas de
ouro e diamante, nos serviços domésticos e, quando na cidade, como “escravos de ganho”.
Estes último realizavam pequenos comércios e serviços nos espaços urbanos.
A escravidão foi um processo imensamente violento. A mão-de-obra negra
africana era submetida a longas jornadas de trabalho, sem alimentação e condições de
vida adequadas. Tudo o que produziam era tomado pelos senhores e não eram
remunerados por seu trabalho.

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Além disso, eram aplicadas várias formas de castigo físico como punição ao mau-
comportamento ou à baixa produtividade, como os chibatadas no tronco, os açoites, o uso
de correntes e de muitos outros atos que visavam humilhar e violentar essa população. As
mulheres negras escravizadas foram vítimas de inúmeros atos de violência sexual.

Quadro de Jean-Baptiste Debret

A resistência e o fim da escravidão

Desde o princípio da escravidão, a população negra africana empreendeu várias


tentativas de resistência e fuga. Foram sempre extremamente reprimidos, mas obtiveram
sucessos em muitas ocasiões.
Exemplo disso foram os inúmeros quilombos organizados entre os escravizados
fugidos e que constituíram uma grande força de resistência à escravidão. Além disso, as
estratégias que englobaram a manutenção de sua cultura, tradição e costumes - assim
como a formação de famílias - representaram formas de sobreviver e resistir à violência
que lhes era imposta.
Negros que trabalhavam como escravos de ganho frequentemente conseguiam
comprar sua própria liberdade. Havia também pessoas em condições sociais mais altas
que eram contra a escravidão e compravam a liberdade dos escravos que podiam. A partir
de algumas brechas, negros e seus descendentes conseguiram conquistar outros espaços
que não o de “escravos” ainda dentro da ordem escravocrata.
A partir da metade do século XIX, a escravidão passou a ser contestada pela
Inglaterra. Isso porque, estava interessada na expansão de seu mercado consumidor no
Brasil e, em meio a sua ação imperialista na África, não via vantagens no tráfico atlântico
brasileiro.
A pressão para a abolição também foi interna. Os movimentos abolicionistas se
intensificaram neste momento a partir da ação de negros libertos e da classe média branca
do país. Nesse momento surgiram discursos abolicionistas e republicanos favoráveis a
uma economia mais dinâmica a partir da mão-de-obra livre e de um sistema político mais
moderno.

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Mediante às pressões internas e externas, foram adotadas leis que levaram,
gradativamente, ao fim da escravidão no Brasil:
• 1850 - Lei Eusébio de Queiroz: proibição do tráfico negreiro;
• 1871 - Lei do Ventre Livre: determinou que os filhos nascidos de mulheres
escravizadas, nasciam livres. Porém, o senhor permanecia responsável por essa
criança até que ela atingisse 21 anos; fazendo com que permanecessem
trabalhando em regime de escravidão, apesar da lei;
• 1885 - Lei dos Sexagenários: determinou a libertação dos escravizados que
tivessem 60 anos ou mais. Essa lei, entretanto, era mais vantajosa para os senhores
do que para os escravizados, uma vez que eram poucos os negros escravizados
que chegavam a essa idade e os que chegavam, já não eram produtivos nas
fazendas;
• 1888 - Lei Áurea: Lei assinada em 13 de maio, enquanto Dom Pedro II viajava,
por sua filha, a Princesa Isabel.
É por conta das resistências dos próprios escravizados, da pressão inglesa e do
movimento abolicionista que a escravidão chegou ao fim em 13 de maio de 1888, com a
assinatura da Lei Áurea.
A lei, entretanto, não significou a inserção efetiva dessa população na sociedade
que continuou a sofrer com as péssimas condições de vida e com o preconceito racial,
mesmo após a suposta “libertação”.

Transportes no Brasil

Os Transportes no Brasil reúnem os mais diversos tipos de meios de transportes,


ou seja, os terrestres, aquáticos, dutoviários e aéreos. Entretanto, o transporte mais
utilizado no país, seja para o transporte de carga ou de pessoas, é, sem dúvida, o transporte
terrestre rodoviário, realizado pelas estradas e rodovias, por veículos como carro, ônibus,
caminhão, dentre outros.
Os setores de transportes no país têm se expandido e melhorado em diversos
aspectos nas últimas décadas, o que não significa que esteja satisfatório. Pesquisas da
Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT), apontam para esses dados, sendo que
cerca de 60% dos transportes no Brasil é realizado por rodovias, 20% por ferrovias, 13%
por hidrovias e 4% por aerovias e dutovias.

Meios de Transporte
Antes de mais nada, vale lembrar as categorias existentes para os meios de
transporte, são classificadas segundo o local em que ocorrem:
• Transporte Terrestre: realizado pela terra, sendo classificados em: rodoviário
(rodovias), metroviário (metrovias) e ferroviário (ferrovias).
• Transporte Aquático: Também chamado de “Aquaviários”, ocorrem nas hidrovia
(vias de água), sendo classificadas em: marítimos (mar), fluviais (rios) e lacustre (lagos
e lagoas)
• Transporte Aéreo: realizado pelas aerovias (vias no ar), como os aviões,
helicópteros, balões, dentre outros.
• Transporte Dutoviário: também chamado de “transporte tubular”, ocorre por meio
de tubos (dutos).

Resumo

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Os sistemas de transportes no Brasil têm início no século XIX, com a construção
de algumas ferrovias e, mais tarde, com a expansão da malha rodoviária. A denominada
“Era das Ferrovias” marcou o período de expansão da malha ferroviária no país, que
durou de 1870 a 1920, sendo a “Estrada de Ferro Mauá”, a primeira ferrovia do país,
inaugurada em 1854.
No entanto, foi em meados do século XX com o processo de industrialização, que
os governos democráticos, os quais buscavam o desenvolvimento político, econômico e
social do Brasil, focaram na construção de estradas, pondo de lado, o sistema ferroviário,
que passou a ser considerado lento e com elevado preço de implementação (construção
de linhas férreas), em relação ao transporte terrestre rodoviário.
Essas consequências são notórias até os dias de hoje, em que poucas linhas de
ferro são utilizadas para o transporte de pessoas, enquanto o sistema rodoviário sofre com
uma infraestrutura problemática oferecida à população, donde muitas estradas e rodovias
apresentam péssimas condições para o transporte, desde a não pavimentação, falta de
fiscalização, excesso de pedágios, dentre outros.
De tal modo, os transportes no Brasil sofrem de muitas carências. São inúmeros
os pontos negativos que apontam para a precariedade do sistema público de transporte no
país, sobretudo o transporte terrestre, posto que apresentam problemas como a
superlotação, a insegurança e preços bem elevados.
A falta de fiscalização nas rodovias brasileiras pode ser outro problema importante
a ser apontado, como por exemplo, os caminhões com carga superior àquela permitida,
que trafegam nas estradas, gerando, assim, grande impacto nas construções, o que leva ao
aumento de acidentes.
Por sua vez, importante destacar que, nesse caso, o sistema ferroviário permite o
transporte de mais cargas pesadas em relação aos outros transportes terrestres, entretanto,
é utilizado cerca de 20% em todo o país, em detrimento dos 60% do sistema rodoviário.
Outro fator importante para refletir é que nosso país apresenta grande quantidade
de rios, lagos, lagoas e conta com uma grande costa marítima; no entanto, os transportes
aquáticos (ou aquaviários) tem pouca representatividade no país, com um total de 13%.
Dentre os transportes aquáticos (fluvial, lacustre e marítimo), o transporte fluvial
é o mais frequente no país, que conta com 16 hidrovias e 20 portos fluviais, sendo mais
usado na região norte, tanto para o transporte de mercadorias quanto para o de pessoas.
Nesse ínterim, vale lembrar que há muito rios navegáveis no país, entretanto, nos últimos
anos vêm sofrendo com as secas e o assoreamento, impedindo a transição das grandes
embarcações.
No geral, o setor de transportes no país vem demostrando que, embora tenho
crescido nas últimas décadas, há um longo caminho a trilhar, desde a melhoria das
condições de transportes, uso do potencial do transporte aquaviário, dentre outras.
O investimento nessa área, a melhor avaliação do potencial e diversificação dos
sistemas de transporte são extremamente necessários para melhorar a qualidade de vida
do cidadão, bem como destacar a economia do Brasil no mercado mundial, ampliando
assim, as exportações e importações. Com efeito, a melhoria na infraestrutura das
rodovias, hidrovias e a restauração das ferrovias, já denota um bom começo para o
desenvolvimento dos sistemas de transportes no país. É importante lembrar quem
construiu as principais rodovias brasileiras: o governo federal e estaduais, que investiram
na construção das rodovias muitos recursos originados dos impostos e de empréstimos
feitos a bancos nacionais e internacionais. Veja um exemplo: a rodovia Dutra, que liga as
duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, foi uma grande obra, na
década de 1940, do Governo Federal, que planejava aumentar o transporte rodoviário no
país. Com isto, atendeu a interesses de grandes empresas estrangeiras, principalmente as

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automobilísticas. Observe que a construção de uma rodovia, naquela época, era um sinal
importante para o Brasil crescer.
E hoje? O que aconteceu com a rodovia? Ela continua ainda sob o domínio
público? A rodovia Dutra foi privatizada, isto é, seu controle passou das mãos do Governo
Federal para uma empresa particular, que tem o direito de cobrar pedágios para fazer as
manutenções. Um dos motivos da greve dos caminhoneiros foi justamente o alto valor
que é cobrado em todos os pedágios do Brasil.
O Governo argumentou que não tem mais dinheiro para investir na recuperação e
construção das rodovias e, por isso, concedeu o controle a empresas particulares. O
aumento dos pedágios se refletiu no preço do frete e resultou em diversos problemas no
transporte rodoviário de cargas.
Vamos retomar algumas das questões levantadas até agora: Por que adotar esse
modelo? Que implicações isso pode trazer para um país como o Brasil, que tem uma área
muito grande? Será que o transporte rodoviário é o mais adequado para longas distâncias?
E nas cidades, onde as distâncias são menores, é viável também?
O transporte rodoviário a longa distância, num país de dimensões continentais,
como o Brasil, acarreta mais prejuízos do que benefícios. Os gastos com combustível são
enormes; a frota de caminhões para transportar os produtos da indústria, da agricultura e
do comércio deve ser suficientemente grande para atender às necessidades do mercado
brasileiro; o preço do frete (o custo do transporte) é alto, levando ao encarecimento das
mercadorias.
O transporte rodoviário foi praticamente imposto nos anos 1940 e 50, com a
industrialização. Observe os seguintes dados: Visando a incentivar a vinda de novas
indústrias, em especial, as do setor automobilístico, o Governo Federal, principalmente,
preparou o território com rodovias, comunicação e energia. O setor de transporte
rodoviário de cargas é responsável por aproximadamente 2/3 das cargas que circulam no
país. Fatura quase R$ 40 bilhões por ano e gera 3,5 milhões de empregos diretos e
indiretos. Atualmente, existem 900 mil caminhoneiros autônomos, isto é, que trabalham
por conta própria, e 35 mil empresas. A frota chega a dois milhões de veículos. O Brasil
tem mais de 250 mil quilômetros de rodovias, dos quais mais da metade são
pavimentados. Nos últimos anos, os governos Federal e Estaduais vêm passando o
controle das rodovias para empresas privadas ou particulares, o que resultou no aumento
dos pedágios das rodovias.

Notamos que a concentração dessas estradas no sudeste atende a razões


econômicas, sobretudo aos interesses das indústrias. Isto provocou uma intensa
movimentação de cargas e pessoas entre os principais centros econômicos do Brasil.
Outro fato que chama a atenção é o número reduzido de rodovias que integram a região

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Norte – lá, predomina o transporte hidroviário. Retomando nossa questão inicial, o Brasil
tem um vasto território, integrado parcialmente por rodovias.
A dependência em relação a um só modelo, que foi imposto, causa vários
problemas. Então, podemos perceber que a organização e a integração do Espaço
Geográfico brasileiro vêm mudando ao longo da sua história. A rede de transporte é um
bom exemplo para notarmos como as pessoas circulam e como os produtos chegam até
nós. A greve dos caminhoneiros foi um bom exemplo para compreender os problemas do
transporte rodoviário.

EXERCÍCIOS

1- Analise e julgue:
Pense sobre a questão do transporte de cargas. O que seria mais adequado para transportar
mercadorias?
a. Usar meios diversos, como ferrovias e hidrovias.
b. Não apoiar o transporte de carga em apenas um meio.
c. Integrar os diversos meios para facilitar o escoamento dos produtos pelo território.

2- Você consegue perceber quantos problemas os caminhoneiros enfrentam? Quais das


situações abaixo teriam levado à greve dos caminhoneiros?
a) As estradas mal conservadas.
b) O excesso de peso da carga dos caminhões.
c) As altas tarifas do pedágio

MIGRAÇÃO
Ato migrar, de movimentar-se de um local ao outro, independentemente se de
chegada ou saída. Emigração: ato de quem sai de seu local de origem em busca de outro
para satisfazer as suas necessidades. Imigração: ato de quem chega a um local, vindo de
sua terra natal, para buscar pelo que procura.

TIPOS DE MIGRAÇÃO
A migração é o movimento que uma pessoa faz ao deixar sua terra de origem em
busca de outro lugar para se estabelecer.
Já migração interna se caracteriza pelo deslocamento de populações dentro de um
mesmo país. Isto pode acontecer por motivos econômicos, catástrofes naturais, conflitos,
etc.
No Brasil, temos vários exemplos de migração interna por conta dos modelos
econômicos implantados no País. Por isso, quando um ciclo econômico se esgotava numa
região, seus habitantes tinham que migrar para continuar a viver.
Existem vários tipos de migração interna. Vejamos os principais:
Êxodo rural: deslocamento de populações do campo para a cidade. No Brasil, este
fenômeno começou na primeira metade do século XX.
Migração pendular: processo migratório que ocorre de uma cidade pequena para uma
grande, diariamente, na região metropolitana das capitais. Neste caso, o migrante não
estabelece sua residência no local para onde se desloca. Apenas se dirige ali para estudar
ou trabalhar.
Migração sazonal ou transumância: o migrante vai para uma região para cumprir
um trabalho específico como recolher frutos, cortar cana-de-açúcar, etc.

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Migração de retorno: nas décadas de 10, do século XXI, com o crescimento da economia
nordestina, muitos migrantes voltaram aos seus estados de origem.

Processo migratório no Brasil

No período colonial, observamos o primeiro movimento migratório na época da


descoberta do ouro em Minas Gerais, no século XVIII.
No século XIX, com a vinda da Família Real para o Brasil, em 1808 e a Abertura
dos Portos, em 1810, verificamos a chegada de vários europeus como franceses,
poloneses, suíços, ingleses que vieram se estabelecer aqui.
Também neste século, com o crescimento do cultivo do café e proibição de
importar pessoas escravizadas, foi estimulada a imigração italiana e alemã.
Na primeira metade do século XX, com o início da industrialização no Brasil,
observamos o começo do êxodo rural para as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Para fazermos uma comparação: o Brasil era predominantemente rural na década de 40,
porém trinta anos mais tarde, já era um país de maioria urbana.
Exemplo de movimentos migratórios no Brasil foram a construção de Brasília, na
década de 50, o estabelecimento da Zona Franca de Manaus (AM), nos anos 60 e a
descoberta de ouro em Serra Pelada (PA), na década de 70.

Movimentos migratórios no Brasil na atualidade

O processo migratório brasileiro continua acontecendo no século XXI, mas com


importantes mudanças a respeito dos anos anteriores.
Grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro já não atraem tanto aos
migrantes. Agora, se verifica a busca por cidades de médio porte como Campinas (SP) e
Ribeirão Preto (SP).
Igualmente, existe uma nova fronteira agrícola formada por uma faixa que se estende do
Mato Grosso passando por Goiás, Tocantins, Maranhão e Piauí até o Pará. Nesta área
estão os grandes produtos de exportação do Brasil como a soja e carne, além de minérios.
Também se observa a mudança no perfil do migrante. No passado, as pessoas de
baixa renda eram a grande maioria que se deslocavam. Hoje, com acesso à informação,
aqueles que têm mais escolaridade são os que estão se movimentando mais dentro do
território nacional.

AS DÉCADAS DE 1950 E 1960

A intensa migração ocorrida está associada ao êxodo rural (saída de pessoas das
áreas rurais para as cidades) verificado no Brasil a partir dos anos de 1930. Parte da
população rural foi praticamente expulsa do campo, sobretudo em conseqüência da
instalação de médias e grandes propriedades, da introdução de máquinas agrícolas
(tratores, colhedeiras, sementeiras...) – modernização da agricultura –, da falta de
incentivo ao pequeno produtor rural e da concentração de terras nas mãos de poucos
proprietários. Tudo isso, e mais as secas em determinadas regiões do país, provocou o
desemprego de milhares de trabalhadores. Sem possibilidade de sobreviver dignamente,
muitas famílias rumaram para a cidade. Famílias inteiras, na maioria das vezes, fugiam
da seca, do desemprego, da falta de investimento dos governos nos lugares onde
moravam. Atualmente, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e

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Estatística), a população urbana (aquela que vive nas cidades) do Brasil está em torno de
82%. O Brasil dos anos 1950 e 1960 se industrializava rapidamente.
A fim de atrair as indústrias estrangeiras, em especial as do setor automobilístico,
o Governo Federal, principalmente, garantia os investimentos necessários ao território:
construíram-se estradas, siderúrgicas, redes de energia e de comunicação. A região
Sudeste foi a que recebeu mais investimentos. Em cidades como São Paulo, Rio de
Janeiro e Belo Horizonte, a crescente industrialização atraiu muitos migrantes. Aumentou
expressivamente a população das metrópoles da região Sudeste e o resultado foi que a
mão-de-obra superou a procura de trabalhadores pela indústria.

AS DÉCADAS DE 1960 E 1970

Movimento em direção ao Sudeste, registra dois novos movimentos importantes


para a compreensão da migração. O primeiro deles está representado pela seta que se
origina na região Sul e vai até a região CentroOeste: diferentemente das migrações
ocorridas nas décadas de 1950 e 1960, esse fluxo migratório não se relacionava com o
desenvolvimento industrial, mas com a ampliação da fronteira agrícola, isto é, com a
formação de uma nova área para a agricultura.
As terras do Sul ficaram mais caras, e a concorrência com grandes
empreendedores (grandes proprietários) levou os pequenos agricultores a buscarem novas
propriedades no Centro-Oeste. Nesta época, o governo brasileiro incentivou a migração
de famílias de trabalhadores agrícolas, que saíram da região Sul e Sudeste e foram abrir
fazendas no Mato Grosso e Goiás.
O segundo movimento tem como destino a Amazônia: muitos vão trabalhar no
garimpo e em projetos agropecuários para atender aos interesses das grandes empresas;
além disso, a construção da rodovia conhecida por Transamazônica estimulou a chegada
de novos migrantes, sobretudo nordestinos, como mostram as setas do mapa.
E das décadas de 1970 e 1980? Que mudanças ele registra? A migração para o
Sudeste diminuiu ou aumentou? Para que parte do território direcionam-se os fluxos?
Repare que o fluxo de migrantes do Nordeste para o Sudeste continua, porém em menor
ritmo. O que se destaca, nessas décadas, é a migração rumo à região Norte, em busca dos
empregos proporcionados por novas áreas de pecuária e agricultura.

CRESCIMENTO ECONÔMICO E DANOS AO MEIO AMBIENTE

Como vimos na discussão sobre migração e transportes, o espaço geográfico se


altera devido à ampliação das atividades econômicas no território, tais como a indústria,
comércio, serviços, agropecuária e mineração. Percebemos que, para atender aos
interesses do desenvolvimento capitalista no Brasil, principalmente após os anos de 1950,
o Estado atuou na produção e organização do território, construindo uma infraestrutura
de transportes, energia e comunicação.
Note que a transformação do território não foi por igual. Muitas regiões tiveram
sua ocupação acentuada após os anos de 1970. Isso também ocorreu na Amazônia.
Por quê? Observe novamente o mapa dos fluxos migratórios do Brasil nos anos
de 1990. O que você nota? Por que milhares de migrantes se dirigiram para a Amazônia?
Em que eles foram trabalhar? Ocorreram problemas sociais e ambientais nesses
deslocamentos nos últimos anos? Que atividades foram realizadas lá?
Os vários governos que administraram o Brasil nos últimos anos contribuíram
para alguma mudança no quadro social e ambiental da Amazônia? É possível mudar o

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quadro da ocupação da Amazônia? Percebemos que, nos anos de 1960 e 1970, a fronteira
avançava para os estados da região Centro-Oeste com a pecuária e a agricultura da soja.
Como os governos participaram incentivando as atividades para as regiões Norte
e Centro-Oeste? A ocupação das regiões foi estimulada pelos governos, principalmente o
Federal, com a finalidade de atrair novas empresas do setor agropecuário e mineral para
produzir em grande quantidade. Para isto, o governo implantou uma política chamada
“desenvolvimentista”, baseada nos incentivos fiscais (vantagens concedidas aos
empresários que queriam produzir na Amazônia), principalmente a partir da década de
1970.
A tentativa de ocupar o Cerrado e a Floresta Amazônica desencadeou uma
migração em busca de novos empregos e novas terras. Associados aos incentivos fiscais,
o Governo Federal construiu várias rodovias, tais como a Belém–Brasília, a
Transamazônica, a Cuiabá–Santarém, a Cuiabá–Porto Velho.
O que você acha da imposição desse modelo de desenvolvimento na Amazônia?
Existe uma outra maneira de ocupar e até mesmo explorar as riquezas naturais da
Amazônia que não prejudique o meio e atenda aos interesses das comunidades? A
expansão da fronteira agrícola atendeu às necessidades dos milhares de migrantes que
foram para a Amazônia? Seringueiros e castanheiros, que há séculos tentam viver sem
depender das empresas agropecuárias e dos grandes proprietários de terras, conseguem,
com muita luta, a criação de reservas extrativistas que representam uma proposta diferente
de ocupação e organização do espaço amazônico.
Em relação à Amazônia, é necessário propor novas práticas sociais que não
excluam aqueles que são marginalizados na sociedade. Em relação às práticas ambientais,
é preciso repensar o modelo de ocupação do espaço. Grandes pastagens e cultivos nas
áreas de florestas não podem mais ocorrer, pois é necessário estabelecer um rígido
controle da expansão das fronteiras agrícolas.
Criar reservas naturais estimularia a pesquisa científica para o conhecimento da
fauna e flora. É fundamental garantir a preservação, a qualidade de vida e diminuir as
desigualdades sociais.

MUDANÇA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO BRASILERO

Como vimos, o Espaço Geográfico mudou rapidamente após os anos de 1950,


com a construção de um sistema de transporte basicamente rodoviário. A maior parte das
cargas são transportadas sobre rodas e notamos os problemas que isso trouxe para todos.
Além do transporte de carga, notamos também que as pessoas saíram mais dos estados
em busca de uma vida melhor.
Para isso, muitos migraram usando o transporte rodoviário. Na intenção de
integrar o país, o Governo preparou o território com os transportes, comunicação e energia
e possibilitou o aumento de outras atividades. Essas transformações causaram inúmeros
danos ambientais. A questão que colocamos então para o presente e o futuro é: como
construir o desenvolvimento, favorecendo a melhoria de vida para a população, sem,
contudo, criar tantos impactos no ambiente?

BIOMAS

Bioma é um conjunto de vida vegetal e animal, constituído pelo agrupamento de


tipos de vegetação que são próximos e que podem ser identificados em nível regional,
com condições de geologia e clima semelhantes e que, historicamente, sofreram os

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mesmos processos de formação da paisagem, resultando em uma diversidade de flora e
fauna própria.
Em nosso país podemos encontrar seis tipos de biomas: Amazônia, Mata
Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal. Nossos Biomas são importantes não
somente como recursos naturais em nosso país, mas, tem destaque como ambientes de
grande riqueza natural no planeta.
A Floresta Amazônica é considerada a maior diversidade de reserva biológica do
planeta, com indicações de que abriga, ao menos, metade de todas as espécies vivas do
planeta. Já o Cerrado é considerado a savana com maior biodiversidade do mundo. Já a
Mata Atlântica conta com recursos hídricos que abastecem 70% da população nacional.

Amazônia
O Bioma Amazônia ocupa cerca de 49% do território brasileiro. A Amazônia
possui a maior floresta tropical do mundo, equivalente a 1/3 das reservas de florestas
tropicais úmidas que abrigam a maior quantidade de espécies da flora e da fauna. Contém
20% da disponibilidade mundial de água e grandes reservas minerais. O delicado
equilíbrio de suas formas de vida são muito sensíveis à interferência humana.

Mata Atlântica
O Bioma Mata Atlântica ocupa aproximadamente 13 % do território brasileiro.
Por se localizar na região litorânea, ocupada por mais de 50% da população brasileira, é
o Bioma mais ameaçado do Brasil. Apenas 27% de sua cobertura Florestal original ainda
está preservada.

Cerrado
O Bioma Cerrado ocorre principalmente no Planalto Central Brasileiro e ocupa
aproximadamente 24% do território brasileiro. O Cerrado é reconhecido como a Savana
mais rica do mundo em biodiversidade. Até a década de 1950, os Cerrados mantiveram-
se quase inalterados. A partir da década de 1960, com a transferência da Capital Federal,
do Rio de Janeiro para Brasília, e a abertura de uma nova rede rodoviária, a cobertura
vegetal natural deu lugar à pecuária e à agricultura intensiva.

Caatinga
O Bioma Caatinga ocupa uma área aproximada de 10% do Território Nacional.
Embora esteja localizado em área de clima semi árido, apresenta grande variedade de
paisagens, relativa riqueza biológica e espécies que só ocorrem nesse bioma. Os tipos de
vegetação do Bioma Caatinga encontram-se bastante alterados, com a substituição de
espécies vegetais nativas por pastagens e agricultura. O desmatamento e as queimadas
são práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária. Essa prática, além de destruir
a cobertura vegetal, também prejudica a manutenção de animais silvestres, a qualidade
da água e o equilíbrio do clima e do solo. Da área original ocupada por esse Bioma,
aproximadamente 36% já foram alterados pelo homem.

Pampa
O Bioma Pampa ocupa aproximadamente 2% do Território Nacional. É caracterizado por
clima chuvoso, sem período seco, mas com temperaturas negativas no inverno, que
influenciam a vegetação. Em toda a área de abrangência do Bioma Pampa, a atividade
humana propiciou uma uniformização da cobertura vegetal que de um modo geral é usada
como pastagem natural ou ocupada com atividades agrícolas, principalmente o cultivo do
arroz.

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Pantanal
O Bioma Pantanal ocupa aproximadamente 2% do Território Nacional. Entretanto,
o Bioma Pantanal é reconhecido como a maior planície de inundação contínua do Planeta
Terra, o que constitui o principal fator para a sua formação e diferenciação em relação aos
demais biomas. O Bioma Pantanal é o mais preservado, embora a criação de gados seja
uma atividade importante economicamente para a região, aliada às atividades de turismo.

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