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QUESTÃO 1
(ENEM - 2019) Dicen que hablamos muy alto. Algunos, incluso, piensan que no hablamos sino que gritamos. La corresponsal me-
xicana Patricia Alvarado admite que, a veces, pedimos perdón, pero es “para arrebatarle la palabra al otro y seguir hablando”. Nos
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reprochan que escuchamos poco. O nada. “Cuando dos españoles se enfrentan están más pendientes de las palabras que van a
utilizar en la réplica que en reflexionar sobre los argumentos que les están exponiendo”, opina el alemán Paul Ingendaay, del Frank-
furter Allgemeine. “Ninguna autocrítica le sirve al español para cambiar”.
QUESTÃO 2
(ENEM - 2019)
A palavra clave, repetida diversas vezes na tirinha de Gaturro, leva o leitor a uma reflexão sobre o(a)
QUESTÃO 3
eu acho um fato interessante... né... foi como meu pai e minha mãe vieram se conhecer... né... que... minha mãe morava no Piauí
com toda família... né... meu... meu avô... materno no caso... era maquinista... ele sofreu um acidente... infelizmente morreu...
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minha mãe tinha cinco anos... né... e o irmão mais velho dela... meu padrinho... tinha dezessete e ele foi obrigado a trabalhar... foi
trabalhar no banco... e... ele foi... o banco... no caso... estava... com um número de funcionários cheio e ele teve que ir para outro
local e pediu transferência prum local mais perto de Parnaíba que era a cidade onde eles moravam e por engano o... o... escrivão
entendeu Paraíba... né... e meu... e minha família veio parar em Mossoró que era exatamente o local mais perto onde tinha vaga
pra funcionário do Banco do Brasil e:: ela foi parar na rua do meu pai... né... e começaram a se conhecer... namoraram onze anos...
né... pararam algum tempo... brigaram... é lógico... porque todo relacionamento tem uma briga... né... e eu achei esse fato muito
interessante porque foi uma coincidência incrível... né... como vieram a se conhecer... namoraram e hoje... e até hoje estão juntos...
dezessete anos de casados...
CUNHA, M. A. F. (Org.) . Corpus discurso & gramática: a língua falada e escrita na cidade do Natal. Natal: EdUFRN, 1998.
Na transcrição de fala, há um breve relato de experiência pessoal, no qual se observa a frequente repetição de “né”. Essa repetição
é um(a)
QUESTÃO 4
Ao se apossarem do novo território, os europeus ignoraram um universo de antiga sabedoria, povoado por homens e bens unidos
por um sistema integrado. A recusa em se inteirar dos valores culturais dos primeiros habitantes levou-os a uma descrição sim-
plista desses grupos e à sua sucessiva destruição.
Na verdade, não existe uma distinção entre a nossa arte e aquela produzida por povos tecnicamente menos desenvolvidos. As
duas manifestações devem ser encaradas como expressões diferentes dos modos de sentir e pensar das várias sociedades, mas
também como equivalentes, por resultarem de impulsos humanos comuns.
São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo – Associação Brasil 500 anos artes visuais, 2000.
De acordo com o texto, inexiste distinção entre as artes produzidas pelos colonizadores e pelos colonizados,
pois ambas compartilham o(a)
A suporte artístico.
B nível tecnológico.
C base antropológica.
D concepção estética.
E referencial temático.
SIMULADINHO #1
LINGUAGENS
E reafirmar discursivamente a forte relação do falante
com seu lugar de origem.
QUESTÃO 7
Declaração de amor
QUESTÃO 8
TEXTO I
[...] já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinhão, já foi o
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tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em
que reconhecia a existência escandalosa de imaginados valores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro
necessário, e, negado o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são outras
agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio — definitivamente fora de foco
— cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita
que paparica uma piada: impossível ordenar o mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar
naquilo em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me apavora
ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o exílio, me bastando hoje o cinismo dos
grandes indiferentes [...].
TEXTO II
Raduan Nassar lançou a novela Um Copo de Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto verbal entre amantes, em que a
fúria das palavras cortantes se estilhaçava no ar. O embate conjugal ecoava o autoritário discurso do poder e da submissão de um
Brasil que vivia sob o jugo da ditadura militar.
COMODO, R. Um silêncio inquietante. IstoÉ. Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009.
Na novela Um Copo de Cólera, o autor lança mão de recursos estilísticos e expressivos típicos da literatura produzida na década de
70 do século passado no Brasil, que, nas palavras do crítico Antonio Candido, aliam “vanguarda estética e amargura política”. Com
relação à temática abordada e à concepção narrativa da novela, o texto I
A é escrito em terceira pessoa, com narrador onisciente, apresentando a disputa entre um homem e uma mulher em
linguagem sóbria, condizente com a seriedade da temática político-social do período da ditadura militar.
B articula o discurso dos interlocutores em torno de uma luta verbal, veiculada por meio de linguagem simples e objetiva,
que busca traduzir a situação de exclusão social do narrador.
C representa a literatura dos anos 70 do século XX e aborda, por meio de expressão clara e objetiva e de ponto de vista
distanciado, os problemas da urbanização das grandes metrópoles brasileiras.
D evidencia uma crítica à sociedade em que vivem os personagens, por meio de fluxo verbal contínuo de tom agressivo.
E traduz, em linguagem subjetiva e intimista, a partir do ponto de vista interno, os dramas psicológicos da mulher moderna,
às voltas com a questão da priorização do trabalho em detrimento da vida familiar e amorosa.
QUESTÃO 9
Inverno! Inverno! Inverno!
Tristes nevoeiros, frios negrumes da longa treva boreal, descampados de gelo cujo limite escapa-nos sempre, desesperadamente,
para lá do horizonte, perpétua solidão inóspita, onde passa uivando como uma legião de lobo, através da cidade de catedrais e tú-
mulos de cristal na planície, fantasmas que a migrarem povoam e animam, tudo isto: decepções, obscuridade, solidão, desespero
e a hora invisível que passa como o vento, tudo isto é o frio inverno da vida.
Há no espírito o luto profundo daquele céu de bruma dos lugares onde a natureza dorme por meses,
à espera do sol avaro que não vem.
Reconhecido por linguagem impressionista, Raul Pompeia desenvolveu-a na prosa poética, em que se observa a
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tagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, e o es-
petáculo se transformou num dos negócios mais lucrativos B integração de diversas linguagens artísticas.
do mundo, que não é organizado para ser jogado, mas para C sobreposição entre música e texto literário.
impedir que se jogue. A tecnocracia do esporte profissional D manutenção de um diálogo com o público.
foi impondo um futebol de pura velocidade e muita força, que
E adoção de um enredo como fio condutor.
renuncia ã alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousadia. Por
sorte ainda aparece nos campos, […] algum atrevido que sai
do roteiro e comete o disparate de driblar o time adversário QUESTÃO 12
inteirinho, além do juiz e do público das arquibancadas, pelo
puro prazer do corpo que se lança na proibida aventura da li- TEXTO I
berdade.
QUESTÃO 11
QUESTÃO 13
As narrativas indígenas se sustentam e se perpetuam por uma tradição de transmissão oral (sejam as histórias verdadeiras dos
seus antepassados, dos fatos e guerras recentes ou antigos; sejam as histórias de ficção, como aquelas da onça e do macaco).
LINGUAGENS
De fato, as comunidades indígenas nas chamadas “terras baixas da América do Sul” (o que exclui as montanhas dos Andes, por
exemplo) não desenvolveram sistemas de escrita como os que conhecemos, sejam alfabéticos (como a escrita do português),
sejam ideogramáticos (como a escrita dos chineses) ou outros. Somente nas sociedades indígenas com estratificação social (ou
seja, já divididas em classes), como foram os astecas e os maias, é que surgiu algum tipo de escrita. A história da escrita parece
mesmo mostrar claramente isso: que ela surge e se desenvolve – em qualquer das formas – apenas em sociedades estratificadas
(sumérios, egípcios, chineses, gregos, etc.). O fato é que os povos indígenas no Brasil, por exemplo, não empregavam um sistema
de escrita, mas garantiram a conservação e continuidade dos conhecimentos acumulados, das histórias passadas e, também, das
narrativas que sua tradição criou, através da transmissão oral. Todas as tecnologias indígenas se transmitiram e se desenvolveram
assim. E não foram poucas: por exemplo, foram os índios que domesticaram plantas silvestres e, muitas vezes, venenosas, crian-
do o milho, a mandioca (ou macaxeira), o amendoim, as morangas e muitas outras mais (e também as desenvolveram muito; por
exemplo, somente do milho criaram cerca de 250 variedades diferentes em toda a América).
D’ANGELIS, W. R. Histórias dos índios lá em casa: narrativas indígenas e tradição oral popular no Brasil.
A escrita e a oralidade, nas diversas culturas, cumprem diferentes objetivos. O fragmento aponta que, nas sociedades indígenas
brasileiras, a oralidade possibilitou
QUESTÃO 14
É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs
(os diários virtuais), redes sociais e celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na escola, mas com o agravante de
que as pessoas envolvidas não estão cara a cara. Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das
ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores. “O autor, assim como o alvo, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar
valores esquecidos ou formar novos”, explica Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de
Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Segundo o texto, com as tecnologias de informação e comunicação, a prática do bullying ganha novas nuances de perversidade e
é potencializada pelo fato de
QUESTÃO 15
Venho solicitar a clarividente atenção de Vossa Excelência para que seja conjurada uma calamidade que está prestes a desabar
em cima da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente, ao movimento entusiasta que está empolgando centenas
LINGUAGENS
de moças, atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem se levar em conta que a mulher não poderá praticar
este esporte violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico das suas funções orgânicas, devido à natureza que dispôs a
ser mãe. Ao que dizem os jornais, no Rio de Janeiro, já estão formados nada menos de dez quadros femininos. Em São Paulo e Belo
Horizonte também já estão se constituindo outros. E, neste crescendo, dentro de um ano, é provável que em todo o Brasil estejam
organizados uns 200 clubes femininos de futebol: ou seja: 200 núcleos destroçados da saúde de 2,2 mil futuras mães, que, além
do mais, ficarão presas a uma mentalidade depressiva e propensa aos exibicionismos rudes e extravagantes.
O trecho é parte de uma carta de um cidadão brasileiro, José Fuzeira, encaminhada, em abril de 1940, ao então presidente da Re-
pública Getúlio Vargas. As opções linguísticas de Fuzeira mostram que seu texto foi elaborado em linguagem