Você está na página 1de 24

LISTA DE EXERCÍCIOS

ENEM 3

Questão 1/45
Texto I
Antigamente
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais, e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de
Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda
do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos
penates. Não ficava mangando na rua nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O
verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo liró ao copo-d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse,
para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de
galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se
pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).
Texto II

FIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado).
Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se pelo emprego de palavras obsoletas, que itens lexicais outrora produtivos
não mais o são no português brasileiro atual.
Esse fenômeno revela que

A a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano.
B o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do português europeu.
C a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo temporal.
D o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua independente.
E o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 2/45
Declaração de amor
Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa Ela não é fácil. Não é maleável. [...] A língua portuguesa é um verdadeiro
desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo.
Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de
manejá-la – como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes a galope. Eu queria que a língua portuguesa
chegasse ao máximo em minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos
dar para sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa
que lhe dê vida.
Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de
herança não me chega. Se eu fosse muda e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu
diria: inglês, que é preciso e belo. Mas, como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria
mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português
fosse virgem e límpida.
LISPECTOR. C. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro Rocco, 1999 (adaptado).

O trecho em que Clarice Lispector declara seu amor pela língua portuguesa, acentuando seu caráter patrimonial e sua capacidade de
renovação, é:

A “A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve.”.


B “Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança de língua já feita.”.
C “Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.”.
D “Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada.”.
E “Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.”.

Questão 3/45
Soneto VII
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012.

No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece uma

A angústia provocada pela sensação de solidão.


B resignação diante das mudanças do meio ambiente.
C dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
D intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
E empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 4/45
Mesmo tendo a trajetória do movimento interrompida com a prisão de seus dois líderes, o tropicalismo não deixou de cumprir seu
papel de vanguarda na música popular brasileira. A partir da década de 70 do século passado, em lugar do produto musical de
exportação de nível internacional prometido pelos baianos com a “retomada da linha evolutória”, instituiu-se nos meios de
comunicação e na indústria do lazer uma nova era musical.
TINHORÃO, J.R. Pequena história da música popular: da modinha ao tropicalismo. São Paulo: Art, 1986 (adaptado).

A nova era musical mencionada no texto evidencia um gênero que incorporou a cultura de massa e se adequou à realidade brasileira.
Esse gênero está representado pela obra cujo trecho da letra é:

A A estrela d’alva / No céu desponta / E a lua anda tonta/ Com tamanho esplendor.
(As pastorinhas, Noel Rosa e João de Barro)

B Hoje / Eu quero a rosa mais linda que houver / Quero a primeira estrela que vier / Para enfeitar a noite do meu bem.
(A noite do meu bem, Dolores Duran)

C No rancho fundo / Bem pra lá do fim do mundo / Onde a dor e a saudade / Contam coisas da cidade.
(No rancho fundo, Ary Barroso e Lamartine Babo)

D Baby Baby / Não adianta chamar / Quando alguém está perdido / Procurando se encontrar.
(Ovelha negra, Rita Lee)

E Pois há menos peixinhos a nadar no mar / Do que os beijinhos que eu darei / Na sua boca.
(Chega de saudade, Tom Jobim e Vinicius de Moraes)

Questão 5/45

O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade
nacional, as anotações em torno dos versos constituem

A direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais.


B forma clássica da construção poética brasileira.
C rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.
D intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética.
E lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 6/45
Contranarciso
em mim
eu vejo o outro
e outro
e outro
enfim dezenas
trens passando
vagões cheios de gente
centenas
o outro
que há em mim
é você
você
e você
assim como
eu estou em você
eu estou nele
em nós
e só quando
estamos em nós
estamos em paz
mesmo que estejamos a sós
LEMINSKI, P. Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras. 2013.

A busca pela identidade constitui uma faceta da tradição literária, redimensionada pelo olhar contemporâneo. No poema, essa nova
dimensão revela a

A ausência de traços identitários.


B angústia com a solidão em público.
C valorização da descoberta do “eu” autêntico.
D percepção da empatia como fator de autoconhecimento.
E impossibilidade de vivenciar experiências de pertencimento.

Questão 7/45
Blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
CAZUZA. Cazuza: O poeta não morreu. Rio de Janeiro: Universal Music, 2000 (fragmento).

Todo gênero apresenta elementos constitutivos que condicionam seu uso em sociedade. À letra de canção identifica-se com o gênero
ladainha, essencialmente, pela utilização da sequência textual

A expositiva, por discorrer sobre um dado tema.


B narrativa, por apresentar uma cadeia de ações.
C injuntiva, por chamar o interlocutor à participação.
D descritiva, por enumerar características de um personagem.
E argumentativa, por incitar o leitor a uma tomada de atitude.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 8/45
Exterior: Between The Museums - Day
CELINE
Americans always think Europe is perfect. But such beauty and history can be really oppressive. It reduces the individual to nothing. It
just reminds you all the time you are just a little speck in a long history, where in America you feel like you could be making history.
That's why I like Los Angeles because it is so...
JESSE
Ugly?
CELINE
No, I was going to say "neutral". It's like looking at a blank canvas. I think people go to places like Venice on their honeymoon to make
sure they are not going to fight for the first two weeks of their marriage because they'll be too busy looking around at all the beautiful
things. That's what people call a romantic place - somewhere where the prettiness will contain your primary violent instint. A real good
honeymoon spot would be like somewhere in New Jersey.
KRIZAN, K. LINKLATER, R. Before Sunrise screenplay. New York, Vintage Books, 2005.

Considerando-se o olhos dos personagens, esse trecho do roteiro de um filme permite reconhecer que a avaliação sobre um lugar
depende do(a)

A beleza do próprio local.


B perspectiva do visitante.
C contexto histórico do local.
D tempo de permanência no local.
E finalidade da viagem do visitante.

Questão 9/45
João Antônio de Barros (Jota Barros) nasceu aos 24 de junho de 1935, em Glória de Goitá (PE). Marceneiro, entalhador, xilógrafo,
poeta repentista e escritor de literatura de cordel, já publicou 33 folhetos e ainda tem vários inéditos. Reside em São Paulo desde 1973,
vivendo exclusivamente da venda de livretos de cordel e das cantigas de improviso, ao som da viola. Grande divulgador da poesia
popular nordestina no Sul, tem dado frequentemente entrevistas à imprensa paulista sobre o assunto.
EVARISTO, M. C. O cordel em sala de aula. In: BRANDÃO. H. N. (Coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2000.

A biografia é um gênero textual que descreve a trajetória de determinado indivíduo, evidenciando sua singularidade. No caso
específico de uma biografia como a de João Antônio de Barros, um dos principais elementos que a constitui é

A a estilização dos eventos reais de sua vida, para que o relato biográfico surta os efeitos desejados.
B o relato de eventos de sua vida em perspectiva histórica, que valorize seu percurso artístico.
C a narração de eventos de sua vida que demonstrem a qualidade de sua obra.
D uma retórica que enfatize alguns eventos da vida exemplar da pessoa biografada.
E uma exposição de eventos de sua vida que mescle objetividade e construção ficcional.

Questão 10/45
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava
no morro da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.
No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação de elementos da função referencial da linguagem pela

A atribuição de título ao texto com base em uma notícia veiculada em jornal.


B utilização de frases curtas, características de textos do gênero jornalístico.
C indicação de nomes de lugares como garantia da veracidade da cena narrada.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

D enumeração de ações, com foco nos eventos acontecidos à personagem do texto.


E apresentação de elementos próprios da notícia, tais como quem, onde, quando e o quê.

Questão 11/45
Texto I
A gestão da ignorância
Novas tecnologias mudaram a forma de pensar, planejar e também de se relacionar dentro das empresas. Agora, o que vale é ter
flexibilidade, colaboração, segurança digital e confiança nas relações. Mas quais são as oportunidades para crescer nesse ambiente
cada vez mais disruptivo?
CAMANHO, R. Revista da ESPN, n. 4, out.-nov.-dez. 2017 (adaptado).

Texto II
A falsa sensação de segurança
O número de usuários cresce, e, paralelo a isso, a falsa sensação de que a conexão digital é completamente segura e livre de
ameaças. Profissionais de TI têm enfrentado problemas com falhas de segurança. E isso porque, em certos cenários, apenas um
antivírus e/ou firewall bem configurados não são mais suficientes para mitigar os riscos atuais.
MOGAMI, S. Guia de produtos para infraestrutura de data centers. RTI Redes, Telecom e Instalações, n. 213, fev. 2018.

Ao abordarem a temática da tecnologia, os textos I e II apresentam como ponto comum

A o aumento dos riscos de disseminação de vírus.


B o incremento do número de usuários das redes sociais.
C a falta de conhecimento para lidar com problemas da web.
D os avanços alcançados no campo da gestão de problemas de TI.
E a preocupação com a vulnerabilidade inerente ao ambiente digital.

Questão 12/45
Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal – eu não fazia isso há muitos anos, enquanto me
escondia em poesia e ficção. Crônica algumas vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias
mesmo o escritor mais escolado não está lá grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo para reclamar: moderna demais,
antiquada demais. Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos que parecem passar
despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo com
meus pacientes”, “É isso que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os estímulos são valiosos pra quem nesses
tempos andava meio assim: é como me botarem no colo – também eu preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores
como na janela do jornal. De modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que iam acabar neste livro, outros
espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério... mesmo quando parece que estou brincando: essa é uma das maravilhas de
escrever. Como escrevi há muitos anos e continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar.
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004.

Os textos fazem uso constante de recursos que permitem a articulação entre suas partes.
Quanto à construção do fragmento, o elemento

A “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”.


B “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”.
C “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”.
D “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”.
E “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 13/45
Texto I

SPETO. Grafite. Museu Afro Brasil, 2009.

Disponível em: www.diariosp.com.br. Acesso em: 25 set. 2015

Texto II
Speto
Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é um grafiteiro paulista envolvido com o skate e a música. O fortalecimento de sua
arte ocorreu, em 1999, pela oportunidade de ver de perto as referências que trazia há tempos, ao passar por diversas cidades do Norte
do Brasil em uma turnê com a banda O Rappa
Revista Zupi, n. 19, 2010

O grafite do artista paulista Speto, exposto no Museu Afro Brasil, revela elementos da cultura brasileira reconhecidos

A na influência da expressão abstrata.


B na representação de lendas nacionais.
C na inspiração das composições musicais.
D nos traços marcados pela xilogravura nordestina.
E nos usos característicos de grafismos dos skates.

Questão 14/45
As cores
Maria Alice abandonou o livro onde seus dedos longos liam uma história de amor. Em seu pequeno mundo de volumes, de cheiros, de
sons, todas aquelas palavras eram a perpétua renovação dos mistérios em cujo seio sua imaginação se perdia. [...] Como seria cor e o
que seria? [...]. Era, com certeza, a nota marcante de todas as coisas para aqueles cujos olhos viam, aqueles olhos que tantas vezes
palpara com inveja calada e que se fechavam, quando os tocava, sensíveis como pássaros assustados, palpitantes de vida, sob seus
dedos trêmulos, que diziam ser claros. Que seria o claro, afinal? Algo que aprendera, de há muito, ser igual ao branco. [...]
E agora Maria Alice voltava outra vez ao Instituto. E ao grande amigo que lá conhecera. [...]. Lembrava-se da ternura daquela voz, da
beleza daquela voz. De como se adivinhavam entre dezenas de outros e suas mãos se encontravam. De como as palavras de amor
tinham irrompido e suas bocas se encontrado... De como um dia seus pais haviam surgido inesperadamente no Instituto e a haviam
levado à sala do diretor e se haviam queixado da falta de vigilância e moralidade no estabelecimento. E de como, no momento em que
a retiravam e quando ela disse que pretendia se despedir de um amigo pelo qual tinha grande afeição e com quem se queria casar, o
pai exclamara, horrorizado:
– Você não tem juízo, criatura? Casar-se com um mulato? Nunca!
Mulato era cor. Estava longe aquele dia. Estava longe o Instituto, ao qual não saberia voltar, do qual nunca mais tivera notícia, e do qual
somente restara o privilégio de caminhar sozinha pelo reino dos livros, tão parecido com a vida dos outros, tão cheio de cores.. .
LESSA, O. Seleta de Orígenes Lessa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.

No texto, a condição da personagem e os desdobramentos da narrativa conduzem o leitor a compreender o(a)

A percepção das cores como metáfora da discriminação racial.


B privação da visão como elemento definidor das relações humanas.
C contraste entre as representações do amor de diferentes gerações.
D prevalência das diferenças sociais sobre a liberdade das relações afetivas.
E embate entre a ingenuidade juvenil e a manutenção de tradições familiares.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 15/45
Como escrever na internet
Regra 1 – Fale, não GRITE!
Combine letras maiúsculas e minúsculas, da mesma forma que na escrita comum. Cartas em papel não são escritas somente com
letras maiúsculas; na internet, escrever em maiúsculas é o mesmo que gritar! Para enfatizar frases e palavras, use os recursos de
_sublinhar_ (colocando palavras ou frases entre sublinhados) e *grifar* (palavras ou frases entre asteriscos). Frases em maiúsculas
são aceitáveis em títulos e ênfases ou avisos urgentes.
Regra 2 – Sorria :-) pisque ;-) chore &-( ...
Os emoticons (ou smileys) são ícones formados por parênteses, pontos, vírgulas e outros símbolos do teclado. Eles representam
carinhas desenhadas na horizontal e denotam emoções. É difícil descobrir quando uma pessoa está falando alguma coisa em tom de
brincadeira, se está realmente brava ou feliz, ou se está sendo irônica, em um ambiente no qual só há texto; por isso, entram em cena
os smileys. Comece a usá-los aos poucos e, com o passar do tempo, estarão integrados naturalmente às suas conversas on-line.
Disponível em: www.icmc.usp.br. Acesso em: 29 jul. 2013.

O texto traz exemplos de regras que podem evitar mal-entendidos em comunicações eletrônicas, especialmente em e-mails e chats.
Essas regras

A revelam códigos internacionalmente aceitos que devem ser seguidos pelos usuários da internet.
B constituem um conjunto de normas ortográficas inclusas na escrita padrão da língua portuguesa.
C representam uma forma complexa de comunicação, pois os caracteres são de difícil compreensão.
D foram desenvolvidas para que usuários de países de línguas diferentes possam se comunicar na web.
E refletem recomendações gerais sobre o uso dos recursos de comunicação facilitadores da convivência na internet.

Questão 16/45
Entre as tentativas de encontrar o melhor ângulo para retirar o terneiro, meu irmão, o guri e seu pai tentavam convencer Jaqueline de
que a morte da vaca não seria uma grande perda: “não é a mesma coisa que perder um pai, um avô, que a gente lembra para o resto
da vida, fica lá no cemitério”, “bicho é bicho”. Jefferson, o guri, repetia tudo que o pai dizia, mas já afastado, pois havia sido corrido pela
mãe.
Jaqueline repete: “pra mim não tem diferença! Os bichos estão tudo na volta. Eles sabem quando eu chego, me conhecem, sabem o
meu cheiro. Sou eu que dou comida. Não tem diferença nenhuma!”. O pai tenta concordar sem afrontar os caras, dizendo que as
pessoas desenvolvem valor de estima pelos animais.
KOSBY, M. F. Mugido (ou diário de uma doula). Rio de Janeiro: Garupa, 2017.

No fragmento, as reações à perda de um animal refletem concepções fortalecidas pela

A sensibilidade adquirida com a lida no campo.


B banalização da morte em função de sua recorrência.
C expectativa do sofrimento na visão do destino humano.
D certeza da efemeridade da vida como fator de pessimismo.
E empatia gerada pela interseção entre o homem e seu ambiente.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 17/45

PAULINO, R. Bastidores (detalhe), 1997. Xerox transferida e costurada sobre tecido montado em bastidor. Disponível em: www.galeriavirgillio.com.br. Acesso em 29 out. 2010

Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao fazer artístico, em consonância com a pós-
modernidade. No detalhe da obra Bastidores, percebe-se a

A utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que tornam a obra de abrangência regional.
B ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes novo sentido condizente.
C apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado inacabado
D apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter feminista.
E aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária.

Questão 18/45
Vó Clarissa deixou cair os talheres no prato, fazendo a porcelana estalar. Joaquim, meu primo, continuava com o queixo suspenso,
batendo com o garfo nos lábios, esperando a resposta. Beatriz ecoou a palavra como pergunta, “o que é lésbica?”. Eu fiquei muda.
Joaquim sabia sobre mim e me entregaria para a vó e, mais tarde, para toda a família. Senti um calor letal subir pelo meu pescoço e
me doer atrás das orelhas. Previ a cena: vó, a senhora é lésbica? Porque a Joana é. A vergonha estava na minha cara e me denunciava
antes mesmo da delação. Apertei os olhos e contrai o peito, esperando o tiro. [...]
[...] Pensei na naturalidade com que Tais e eu levávamos a nossa história. Pensei na minha insegurança de contar isso à minha família,
pensei em todos os colegas e professores que já sabiam, fechei os olhos e vi a boca da minha vó e a boca da tia Carolina se tocando,
apesar de todos os impedimentos. Eu quis saber mais, eu quis saber tudo, mas não consegui perguntar.
POLESSO, N. B. Vó, a senhora é lésbica? Amora. Porto Alegre: Não Editora. 2015 (fragmento).

A situação narrada revela uma tensão fundamentada na perspectiva do

A conflito com os interesses de poder.


B silêncio em nome do equilíbrio familiar.
C medo instaurado pelas ameaças de punição.
D choque imposto pela distância entre as gerações.
E apego aos protocolos de conduta segundo os gêneros.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 19/45
Essa pequena
Meu tempo é curto, o tempo dela sobra
Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora
Temo que não dure muito a nossa novela, mas
Eu sou tão feliz com ela
Meu dia voa e ela não acorda
Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida
Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas
Não canso de contemplá-la
Feito avarento, conto os meus minutos
Cada segundo que se esvai
Cuidando dela, que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas ao vento, ai
Às vezes ela pinta a boca e sai
Fique à vontade, eu digo, take your time
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
O blues já valeu a pena
CHICO BUARQUE. Disponível em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 31 jun. 2012.

O texto Essa pequena registra a expressão subjetiva do enunciador, trabalhada em uma linguagem informal, comum na música
popular.
Observa-se, como marca da variedade coloquial da linguagem presente no texto, o uso de

A palavras emprestadas de língua estrangeira, de uso inusitado no português.


B expressões populares, que reforçam a proximidade entre o autor e o leitor.
C palavras polissêmicas, que geram ambiguidade.
D formas pronominais em primeira pessoa.
E repetições sonoras no final dos versos.

Questão 20/45
A nossa emotividade literária só se interessa pelos populares do sertão, unicamente porque são pitorescos e talvez não se possa
verificar a verdade de suas criações. No mais é uma continuação do exame de português, uma retórica mais difícil, a se desenvolver
por este tema sempre o mesmo: Dona Dulce, moça de Botafogo em Petrópolis, que se casa com o Dr. Frederico. O comendador seu
pai não quer porque o tal Dr. Frederico, apesar de doutor, não tem emprego. Dulce vai à superiora do colégio de irmãs. Esta escreve à
mulher do ministro, antiga aluna do colégio, que arranja um emprego para o rapaz. Está acabada a história. É preciso não esquecer
que Frederico é moço pobre, isto é, o pai tem dinheiro, fazenda ou engenho, mas não pode dar uma mesada grande.
Está aí o grande drama de amor em nossas letras, e o tema de seu ciclo literário.
BARRETO, L. Vida e morte de MJ Gonzaga de Sá. Disponível em: www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 10 ago. 2017.

Situado num momento de transição, Lima Barreto produziu uma literatura renovadora em diversos aspectos. No fragmento, esse viés
se fundamenta na

A releitura da importância do regionalismo.


B ironia ao folhetim da tradição romântica.
C desconstrução da formalidade parnasiana.
D quebra da padronização do gênero narrativo.
E rejeição à classificação dos estilos de época.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 21/45
As atrizes
Naturalmente
Ela sorria
Mas não me dava trela
Trocava a roupa
Na minha frente
E ia bailar sem mais aquela
Escolhia qualquer um
Lançava olhares
Debaixo do meu nariz
Dançava colada
Em novos pares
Com um pé atrás
Com um pé a fim
Surgiram outras
Naturalmente
Sem nem olhar a minha cara
Tomavam banho
Na minha frente
Para sair com outro cara
Porém nunca me importei
Com tais amantes
[...] Com tantos filmes
Na minha mente
É natural que toda atriz
Presentemente represente
Muito para mim
CHICO BUARQUE. Carioca. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2006 (fragmento)
Na canção, Chico Buarque trabalha uma determinada função da linguagem para marcar a subjetividade do eu lírico ante as atrizes que
ele admira. A intensidade dessa admiração está marcada em:

A "Naturalmente/ Ela sorria/ Mas não me dava trela".


B "Tomavam banho/ Na minha frente/ Para sair com outro cara".
C "Surgiram outras/ Naturalmente/ Sem nem olhar a minha cara".
D "Escolhia qualquer um/ Lançava olhares/ Debaixo do meu nariz".
E "É natural que toda atriz/ Presentemente represente/ Muito para mim".

Questão 22/45
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a
pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
[…]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes
de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é
um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos — sou eu que escrevo o que estou escrevendo. […] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida,
inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual — há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os
porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou
lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo — como a morte parece dizer sobre a vida — porque preciso registrar os fatos
antecedentes.
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1988 (fragmento).

A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da
estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador

A observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às personagens.
B relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que a compõem.
C revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso.
D admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras exatas.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

E propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção.

Questão 23/45
Para o Mano Caetano
O que fazer do ouro de tolo
Quando um doce bardo brada a toda brida,
Em velas pandas, suas esquisitas rimas?
Geografia de verdades, Guanabaras postiças
Saudades banguelas, tropicais preguiças?
A boca cheia de dentes
De um implacável sorriso
Morre a cada instante
Que devora a voz do morto, e com isso,
Ressuscita vampira, sem o menor aviso
[...]
E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
Tipo pra rimar com ouro de tolo?
Oh, Narciso Peixe Ornamental!
Tease me, tease me outra vez1
Ou em banto baiano
Ou em português de Portugal
De Natal
[...]
1
Tease me (caçoe de mim, importune-me).
LOBÃO. Disponível em: http://vagalume.uol.com.br. Acesso em: 14 ago. 2009 (adaptado).

Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua portuguesa, a fim de conseguir efeitos
estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos coloquiais na seguinte passagem:

A “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2).


B “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3).
C “Que devora a voz do morto” (v. 9).
D “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12).
E “Tease me, tease me outra vez” (v. 14).

Questão 24/45

O trecho em destaque “Consulte aéreo”, que aparece na publicidade sobre o Havaí, tem por objetivo

A argumentar que os preços do trecho aéreo variam em função da data.


B incentivar os turistas para que pesquisem suas próprias passagens aéreas.
C alertar que passagens aéreas não estão inclusas nesse roteiro de viagem.
D convencer os turistas a só comprarem passeios que tenham passagens aéreas.
E recomendar que os turistas adquiram passagens aéreas em outra companhia.

Questão 25/45

Source: https://www.gocomics.com/garfield/2008/09/30

O cartoon acima transmite uma mensagem com efeito de humor. A


presença desse efeito no diálogo entre John e Garfield acontece porque:

A John pensa que sua ex-namorada é maluca e que Garfield não sabia disso.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

B Jodell é a única namorada maluca que John teve, e Garfield acha isso estranho.
C Garfield conhece as ex-namoradas de John e considera mais de uma como maluca.
D Garfield tem certeza de que a ex-namorada de John é sensata, o maluco é o amigo.
E John caracteriza todas as suas ex-namoradas como malucas e não entende a reação de Garfield.

Questão 26/45
Romanos usavam redes sociais há dois mil anos, diz livro
Ao tuitar ou comentar embaixo do post de um de seus vários amigos no Facebook, você provavelmente se sente privilegiado por viver
em um tempo na história em que é possível alcançar de forma imediata uma vasta rede de contatos por meio de um simples clique no
botão “enviar”. Você talvez também reflita sobre como as gerações passadas puderam viver sem mídias sociais, desprovidas da
capacidade de verem e serem vistas, de receber, gerar e interagir com uma imensa carga de informações. Mas o que você talvez não
saiba é que os seres humanos usam ferramentas de interação social há mais de dois mil anos. É o que afirma Tom Standage, autor do
livro W riting on the W all — Social M edia, T he f irst 20 0 0 Y ears (Escrevendo no mural — mídias sociais, os
primeiros 2 mil anos, em tradução livre).
Segundo Standage, Marco Túlio Cícero, filósofo e político romano, teria sido, junto com outros membros da elite romana, precursor do
uso de redes sociais. O autor relata como Cícero usava um escravo, que posteriormente tornou-se seu escriba, para redigir mensagens
em rolos de papiro que eram enviados a uma espécie de rede de contatos. Estas pessoas, por sua vez, copiavam seu texto,
acrescentavam seus próprios comentários e repassavam adiante. “Hoje temos computadores e banda larga, mas os romanos tinham
escravos e escribas que transmitiam suas mensagens”, disse Standage à BBC Brasil. “Membros da elite romana escreviam entre si
constantemente, comentando sobre as últimas movimentações políticas e expressando opiniões.”
Além do papiro, outra plataforma comumente utilizada pelos romanos era uma tábua de cera do tamanho e da forma de um tablet
moderno, em que escreviam recados, perguntas ou transmitiam os principais pontos da acta diurna, um “jornal” exposto
diariamente no Fórum de Roma. Essa tábua, o “iPad da Roma Antiga”, era levada por um mensageiro até o destinatário, que respondia
embaixo da mensagem.
NIDECKER, F. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 7 nov. 2013 (adaptado).

Na reportagem, há uma comparação entre tecnologias de comunicação antigas e atuais. Quanto ao gênero mensagem, identifica-se
como característica que perdura ao longo dos tempos o(a)

A imediatismo das respostas.


B compartilhamento de informações.
C interferência direta de outros no texto original.
D recorrência de seu uso entre membros da elite.
E perfil social dos envolvidos na troca comunicativa.

Questão 27/45
Dia 20/10
É preciso não beber mais. Não é preciso sentir vontade de beber e não beber: é preciso não sentir vontade de beber. É preciso não dar
de comer aos urubus. É preciso fechar para balanço e reabrir. É preciso não dar de comer aos urubus. Nem esperanças aos urubus. É
preciso sacudir a poeira. É preciso poder beber sem se oferecer em holocausto. É preciso. É preciso não morrer por enquanto. É
preciso sobreviver para verificar. Não pensar mais na solidão de Rogério, e deixá-lo. É preciso não dar de comer aos urubus. É preciso
enquanto é tempo não morrer na via pública.
TORQUATO NETO. In: MENDONÇA, J. (Org.) Poesia (im)popular brasileira. São Bernardo do Campo: Lamparina Luminosa, 2012.

O processo de construção do texto formata uma mensagem por ele dimensionada, uma vez que

A configura o estreitamento da linguagem poética.


B reflete as lacunas da lucidez em desconstrução.
C projeta a persistência das emoções reprimidas.
D repercute a consciência da agonia antecipada.
E revela a fragmentação das relações humanas.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 28/45
Antes de Roma ser fundada, as colinas de Alba eram ocupadas por tribos latinas, que dividiam o ano de acordo com seus deuses. Os
romanos adaptaram essa estrutura. No principio dessa civilização o ano tinha dez meses e começava por Martius (atual março). Os
outros dois teriam sido acrescentados por Numa Pompílio o segundo rei de Roma.
Até Júlio César reformar o calendário local, os meses eram lunares, mas as festas em homenagem aos deuses permaneciam
designadas pelas estações O descompasso de dez dias por ano fazia com que, em todos os triênios, um décimo terceiro mês, o
Intercalaris, tivesse que ser enxertado. Com a ajuda de matemáticos do Egito emprestados por Cleópatra, Júlio César acabou com a
bagunça ao estabelecer o seguinte calendário solar: Januarius, Februarius, Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quinctilis, Sextilis,
September, October, November e December. Quase igual ao nosso, com as diferenças de que Quinctilis e Sextilis deram origem aos
meses de julho e agosto.
Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br. Acesso em: 8 dez. 2018.

Considerando as informações no texto e aspectos históricos da formação da lingua, a atual escrita dos meses do ano em português

A reflete a origem latina de nossa língua.


B decorre de uma língua falada no Egito antigo.
C tem como base um calendário criado por Cleópatra.
D segue a reformulação da norma da língua proposta por Júlio César.
E resulta da padronização do calendário antes da fundação de Roma.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 29/45

Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 27 fev. 2012.

O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração,
a frase proferida recorre à

A polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular.
B ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
C homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o espaço da população rica.
D personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
E antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso.

Questão 30/45
Conheça o e-Democracia
Na próxima quarta-feira (03 de junho), a Câmara dos Deputados vai lançar a rede social e-Democracia. Trata-se da primeira grande
incursão da Câmara Federal na chamada web social. Com o objetivo de ampliar o debate sobre os projetos de lei em tramitação na
Casa, o sistema entra para a História como a primeira rede social aberta do Legislativo brasileiro.
Como não poderia ser diferente, o Chapa Branca foi atrás da informação e traz agora uma entrevista exclusiva com o coordenador do
Projeto e-Democracia, Cristiano Ferri. (Postado por Hélio Teixeira em segunda-feira, 1 de junho de 2009)
Fonte: Disponível em: http://comunicacaochapabranca.com.br/?p=6509. Acesso em 19 de março de 2010.

Considerando o objetivo da plataforma oficial e o fato de o comentário e a entrevista terem sido publicados em um blog, é possível
afirmar que essas iniciativas na internet podem fortalecer a democracia por:

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

A abrir os gastos do Legislativo para o controle social.


B viabilizar o voto popular nos projetos de lei.
C tornar mais restrito o acesso às informações.
D ampliar as possibilidades de conhecer projetos de leis.
E realizar a votação dos projetos pelos parlamentares.

Questão 31/45
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios?
Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O
importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas... Restava
disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras
não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que
achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros,
inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.
A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.
BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011.

O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do
personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que

A a dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe
uma visão mais ampla do país.
B a curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o personagem encontra no
contexto republicano.
C a construção de uma pátria a partir de elemento míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística,
conduz à frustração ideológica.
D a propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere
resguardar-se em seu gabinete.
E a certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto ideológico salvacionista, tal como foi
difundido na época do autor.

Questão 32/45
"Precisa-se nacionais sem nacionalismo, (...) movido pelo presente mas estalando naquele cio racial que só as tradições maduram!
(...). Precisa-se gentes com bastante meiguice no sentimento, bastante força na peitaria, bastante paciência no entusiasmo e
sobretudos, oh! sobretudo bastante vergonha na cara! (...) Enfim: precisa-se brasileiros! Assim está escrito no anúncio vistoso de cores
desesperadas pintado sobre o corpo do nosso Brasil, camaradas."
(Jornal "A Noite", São Paulo, 18/12/1925 apud LOPES, Telê Porto Ancona. Mário de Andrade: ramais e caminho São Paulo: Duas Cidades, 1972)

No trecho acima, Mário de Andrade dá forma a um dos itens do ideário modernista, que é o de firmar a feição de uma língua mais
autêntica, "brasileira", ao expressar-se numa variante de linguagem popular identificada pela(o):

A escolha de palavras como cio, peitaria, vergonha.


B emprego da pontuação.
C repetição do adjetivo bastante.
D concordância empregada em “assim está escrito.”
E escolha de construção do tipo “precisa-se gentes.”

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 33/45
Contagem regressiva
Acreditei que se amasse de novo
esqueceria outros
pelo menos três ou quatro rostos que amei
Num delírio de arquivística
organizei a memória em alfabetos
como quem conta carneiros e amansa
no entanto flanco aberto não esqueço
e amo em ti os outros rostos.
CESAR, A.C. Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/13587/contagem-regressiva-ineditos-e-dispersos. Acesso em Out/2020.

No poema de Ana Cristina Cesar, o sujeito poético enumera suas experiências retroativas e contemporâneas. Esse processo é
indicado por

A ações no imperativo, indicando hipótese.


B alternância dos verbos desde o passado ao presente.
C verbos no imperativo, indicando hipótese no presente.
D verbos no pretérito perfeito, indicando hipótese passada.
E verbos pronominais e pessoais, indicando subjetividade.

Questão 34/45
Morte e vida Severina
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte Severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia.
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio Janeiro: Nova Aguilar, 1994 (fragmento).

Nesse fragmento, parte de um auto de Natal, o poeta retrata uma situação marcada pela

A presença da morte, que universaliza os sofrimentos dos nordestinos.


B figura do homem agreste, que encara ternamente sua condição de pobreza.
C descrição sentimentalista de Severino, que divaga sobre questões existenciais.
D miséria, à qual muitos nordestinos estão expostos, simbolizada na figura de Severino.
E opressão socioeconômica a que todo ser humano se encontra submetido.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 35/45
Aconteceu mais de uma vez: ele me abandonou. Como todos os outros. O quinto. A gente já estava junto há mais de um ano. Parecia
que dessa vez seria para sempre. Mas não: ele desapareceu de repente, sem deixar rastro. Quando me dei conta, fiquei horas ligando
sem parar – mas só chamava, chamava, e ninguém atendia. E então fiz o que precisava ser feito: bloqueei a linha.
A verdade é que nenhum telefone celular me suporta. Já tentei de todas as marcas e operadoras, apenas para descobrir que eles são
todos iguais: na primeira oportunidade, dão no pé. Esse último aproveitou que eu estava distraído e não desceu do táxi junto comigo.
Ou será que ele já tinha pulado do meu bolso no momento em que eu embarcava no táxi? Tomara que sim. Depois de fazer o que me
fez, quero mais é que ele tenha ido parar na sarjeta. [...] Se ainda fossem embora do jeito que chegaram, tudo bem. [...] Mas já sei o
que vou fazer. No caminho da loja de celulares, vou passar numa papelaria. Pensando bem, nenhuma das minhas agendinhas de papel
jamais me abandonou.
FREIRE, R. Começar de novo. O Estado de S. Paulo, 24 nov. 2006.

Nesse fragmento, a fim de atrair a atenção do leitor e de estabelecer um fio condutor de sentido, o autor utiliza-se de

A primeira pessoa do singular para imprimir subjetividade ao relato de mais uma desilusão amorosa.
B ironia para tratar da relação com os celulares na era de produtos altamente descartáveis.
C frases feitas na apresentação de situações amorosas estereotipadas para construir a ambientação do texto.
D quebra de expectativa como estratégia argumentativa para ocultar informações.
E verbos no tempo pretérito para enfatizar uma aproximação com os fatos abordados ao longo do texto.

Questão 36/45
Casados e independentes
Um novo levantamento do IBGE mostra que o número de casamentos entre pessoas na faixa dos 60 anos cresce, desde 2003, a um
ritmo 60% maior que o observado na população brasileira como um todo...

Fontes: IBGE e Organização Internacional do Trabalho (OIT)


*com base no último dado disponível, de 2008
Veja, São Paulo, 21 abr. 2010 (adaptado).

Os gráficos expõem dados estatísticos por meio de linguagem verbal e não verbal. No texto, o uso desse recurso

A exemplifica o aumento da expectativa de vida da população.


B explica o crescimento da confiança na Instituição do casamento.
C mostra que a população brasileira aumentou nos últimos cinco anos.
D indica que as taxas de casamento e emprego cresceram na mesma proporção.
E sintetiza o crescente número de casamentos e de ocupação no mercado de trabalho.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 37/45
O solo A morte do cisne, criado em 1905 pelo russo Mikhail Fokine a partir da música do compositor francês Camille Saint-Saens,
retrata o último voo de um cisne antes de morrer. Na versão original, uma bailarina com figurino a agonia da ave se debatendo até
desfalecer.
Em 2012, John Lennon da Silva, de 20 anos, morador do bairro de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, elaborou um novo jeito de
dançar a coreografia imortalizada pela bailarina Anna Pavlova. No lugar de um colã e das sapatilhas, vestiu calça jeans, camiseta e
tênis. Em vez de balé, trouxe o estilo popping da street dance. Sua apresentação inovadora de A morte do cisne, que foi ao ar no
programa Se ela dança, eu danço, virou hit no Youtube
Disponível em: www.correiobrazilliense.com.br. Acesso em: 18 jun. 2019 (adaptado).

A forma original de John Lennon da Silva reinterpretar a coreografia de A morte do cisne demonstra que

A a composição da coreografia foi influenciada pela escolha do figurino.


B a criação artística é beneficiada pelo encontro de modelos oriundos de diferentes realidades socioculturais.
C a variação entre os modos de dançar uma mesma música evidencia a hierarquia que marca manifestações artísticas.
D a formação erudita à qual o dançarino não teve acesso, resulta em artistas que só conhecem a estética da arte popular.
E a interpretação, por homens, de coreografias originalmente concebidas para mulheres exige uma adaptação complexa.

Questão 38/45
Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo ofereceu a tela A Carioca ao imperador
Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria
feminina da nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo à regra oitocentista relativa à
nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do
orientalismo tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também com a orientação estética e
cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável,
por exemplo, aquela das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e obsceno: o alto — uma
beleza imaterial — e o baixo — uma carnalidade excessiva. Sugeria uma mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro
artístico, insinuava na tela algo inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia — nem mulata ou negra
— poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar de destaque no imaginário da nossa “monarquia
tropical”?
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.

.O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada à

A incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao trabalho do artista.
B atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte então elaborado.
C inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por fatores externos.
D apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma vertente artística.
E assimilação de técnicas e recursos já utilizados por movimentos anteriores que trataram da temática.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 39/45
De domingo
— Outrossim...
— O quê?
— O que o quê?
— O que você disse.
— Outrossim?
— É.
— O que é que tem?
— Nada. Só achei engraçado.
— Não vejo a graça.
— Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.
— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
— Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira.
— Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”.
— “Ônus”.
— “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.
— “Resquício” é de domingo.
— Não, não. Segunda. No máximo terça.
— Mas “outrossim”, francamente...
— Qual o problema?
— Retira o “outrossim”.
— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”.
VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a)

A marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da semana.
B tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos formais.
C caracterização da identidade linguística dos interlocutores, percebida pela recorrência de palavras regionais.
D distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com significados pouco conhecidos.
E inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por parte de um dos interlocutores do diálogo.

Questão 40/45
Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um caráter ferozmente honrado. Eu mesmo
fui injusto com ele durante os anos que se seguiram ao inventário de meu pai. Reconheço que era um modelo. Arguiam-no de avareza,
e cuido que tinham razão; mas a avareza é apenas a exageração de uma virtude, e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor
é o saldo que o deficit. Como era muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-lo de bárbaro. O único fato alegado
neste particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço, donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele
só mandava os perversos e os fujões, ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de certo modo ao
trato um pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode honestamente atribuir à índole original de um homem o
que é puro efeito de relações sociais. A prova de que o Cotrim tinha sentimentos pios encontrava-se no seu amor aos filhos, e na dor
que padeceu quando morreu Sara, dali a alguns meses; prova irrefutável, acho eu, e não única. Era tesoureiro de uma confraria, e irmão
de várias irmandades, e até irmão remido de uma destas, o que não se coaduna muito com a reputação da avareza; verdade é que o
benefício não caíra no chão: a irmandade (de que ele fora juiz) mandara-lhe tirar o retrato a óleo.
(ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.)

Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, Memórias póstumas de Brás Cubas condensa uma expressividade que
caracterizaria o estilo machadiano: a ironia. Descrevendo a moral de seu cunhado, Cotrim, o narrador-personagem Brás Cubas refina a
percepção irônica ao

A acusar o cunhado de ser avarento para confessar-se injustiçado na divisão da herança paterna.
B atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade, com que Cotrim prendia e torturava os escravos.
C considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo personagem quando da perda da filha Sara.
D menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias irmandades.
E insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e egocêntrico, contemplado com um retrato a óleo.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 41/45
Tarefa
Morder o fruto amargo e não cuspir
Mas avisar aos outros quanto é amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder
Mas avisar aos outros quanto é falso
Dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a não pulsar
– do amargo e injusto e falso por mudar –
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função sintática,

A a ligação entre verbos semanticamente semelhantes.


B a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis.
C a introdução do argumento mais forte de uma sequência.
D o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório.
E a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo.

Questão 42/45
Na tarefa diária de fazer jornalismo, bons títulos que apresentem de maneira clara o conteúdo da matéria são uma arte. Um leitor tem
apontado, insistentemente, ao longo deste ano, títulos com sentido ambíguo em O Povo. No dia 8 de agosto, na editoria Brasil, o título
destacava: “Justiça suspende processo por homicídio de acidente em Mariana”. Mais uma vez, ele apontou: “Do jeito como está
escrito, ficou a dúvida: o acidente de Mariana cometeu ou sofreu o homicídio? Matou ou morreu?”. O leitor ainda deu a sugestão de
como poderia ser: “Poderia ter sido assim: Suspenso o processo por homicídio resultante do acidente em Mariana”. Entendo que a
insistência do leitor em apontar ambiguidades nos títulos é uma maneira de cobrar mais atenção com eles. É nossa obrigação, como
jornalistas, oferecer títulos precisos e coerentes, mesmo que o espaço para escrevê-los seja delimitado por colunas e caracteres.
Disponível em: www.opovo.com.br. Acesso em: 10 dez. 2017 (adaptado).

Esse texto é de uma coluna de jornal escrita por um ombudsman, profissional que, de maneira independente, critica o material
publicado e responde às queixas dos leitores. Quais trechos do texto ratificam o papel desse profissional?

A “Do jeito como está escrito, ficou a dúvida” e “No dia 8 de agosto, na editoria Brasil”.
B “Entendo que a insistência” e “É nossa obrigação, como jornalistas”.
C “Na tarefa diária de fazer jornalismo” e “Suspenso o processo por homicídio”.
D “O leitor ainda deu a sugestão” e “apontar ambiguidades nos títulos”.
E “o acidente de Mariana cometeu ou sofreu o homicídio?” e “Matou ou morreu?”.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 43/45
Só é meu
O país que trago dentro da alma.
Entro nele sem passaporte
Como em minha casa.
[...]
As ruas me pertencem.
Mas não há casas nas ruas,
As casas foram destruídas desde a minha infância.
Os seus habitantes vagueiam no espaço
À procura de um lar.
Só é meu
O mundo que trago dentro da alma.
BANDEIRA, M. “Um poema de Chagall”. In: Estrela da vida inteira: poemas traduzidos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1993 (fragmento).

CRAGALL, M. Eu e a aideia. Nova York, 1911. Disponível em: pintoresonline.com.br.

A arte, em suas diversas manifestações, desperta sentimentos que atravessam fronteiras culturais. Relacionando a temática do texto
com a imagem, percebe-se a ligação entre a

A alegria e a satisfação na produção das obras modernistas.


B memória e a lembrança passadas no íntimo do enunciador.
C saudade e o refúgio encontrados pelo homem na natureza.
D lembrança e o rancor relacionados ao seu ofício original.
E exaustão e o medo impostos ao corpo de todo artista.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Questão 44/45
A língua tupi no Brasil
Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Piratininga (peixe seco, em tupi) era quase sinônimo de falar língua de índio. Em cada
cinco habitantes da cidade, só dois conheciam o português. Por isso, em 1698, o governador da província, Artur de Sá e Meneses,
implorou a Portugal que só mandasse padres que soubessem “a língua geral dos índios”, pois “aquela gente não se explica em outro
idioma”.
Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São Paulo se desenvolveu e se espalhou no século XVII, graças ao isolamento geográfico
da cidade e à atividade pouco cristã dos mamelucos paulistas: as bandeiras, expedições ao sertão em busca de escravos índios.
Muitos bandeirantes nem sequer falavam o português ou se expressavam mal. Domingos Jorge Velho, o paulista que destruiu o
Quilombo dos Palmares em 1694, foi descrito pelo bispo de Pernambuco como “um bárbaro que nem falar sabe”. Em suas andanças,
essa gente batizou lugares como Avanhandava (lugar onde o índio corre), Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol) e Itu (cachoeira). E
acabou inventando uma nova língua.
“Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de 100 tribos diferentes”, conta o historiador e antropólogo John Monteiro, da
Universidade Estadual de Campinas. “Isso mudou o tupi paulista, que, além da influência do português, ainda recebia palavras de
outros idiomas.” O resultado da mistura ficou conhecido como língua geral do sul, uma espécie de tupi facilitado.
ANGELO. C. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 8 ago. 2012 (adaptado).

O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação linguística nacional. Quanto ao papel do tupi na formação do português
brasileiro, depreende-se que essa língua indígena

A contribuiu efetivamente para o léxico, com nomes relativos aos traços característicos dos lugares designados.
B originou o português falado em São Paulo no século XVII, em cuja base gramatical também está a fala de variadas etnias
indígenas.
C desenvolveu-se sob influência dos trabalhos de catequese dos padres portugueses vindos de Lisboa.
D misturou-se aos falares africanos, em razão das interações entre portugueses e negros nas investidas contra o Quilombo dos
Palmares.
E expandiu-se paralelamente ao português falado pelo colonizador, e juntos originaram a língua dos bandeirantes paulistas.

Questão 45/45
O bonde abre a viagem,
No banco ninguém,
Estou só, estou sem.
Depois sobe um homem,
No banco sentou,
Companheiro vou.
O bonde está cheio.
De novo porém
Não sou mais ninguém.
(ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.)

Em um texto literário, é comum que os recursos poéticos e linguísticos participem do significado do texto, isto é, forma e conteúdo se
relacionam significativamente. Com relação ao poema de Mário de Andrade, a correlação entre um recurso formal e um aspecto da
significação do texto é

A a sucessão de orações coordenadas, que remete à sucessão de cenas e emoções sentidas pelo eu lírico ao longo da viagem.
B a elisão dos verbos, recurso estilístico constante no poema, que acentua o ritmo acelerado da modernidade.
C o emprego de versos curtos e irregulares em sua métrica, que reproduzem uma viagem de bonde, com suas paradas e retomadas
de movimento.
D a sonoridade do poema, carregada de sons nasais, que representa a tristeza do eu lírico ao longo de toda a viagem.
E a ausência de rima nos versos, recurso muito utilizado pelos modernistas, que aproxima a linguagem do poema da linguagem
cotidiana.

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa
LISTA DE EXERCÍCIOS
ENEM 3

Gabarito

1 A B C D E 29 A B C D E

2 A B C D E 30 A B C D E

3 A B C D E 31 A B C D E

4 A B C D E 32 A B C D E

5 A B C D E 33 A B C D E

6 A B C D E 34 A B C D E

7 A B C D E 35 A B C D E

8 A B C D E 36 A B C D E

9 A B C D E 37 A B C D E

10 A B C D E 38 A B C D E

11 A B C D E 39 A B C D E

12 A B C D E 40 A B C D E

13 A B C D E 41 A B C D E

14 A B C D E 42 A B C D E

15 A B C D E 43 A B C D E

16 A B C D E 44 A B C D E

17 A B C D E 45 A B C D E

18 A B C D E

19 A B C D E

20 A B C D E

21 A B C D E

22 A B C D E

23 A B C D E

24 A B C D E

25 A B C D E

26 A B C D E

27 A B C D E

28 A B C D E

CONTROLE: 8e107278a85a4908aad780edcc0b1b3d6336e46e284df841ea8ff05563bd81c68a4d391297299264f48451d8cf64527641142aaf39faf63d75d8dc8c9fc244d6aa4956bf904f91acfe3bc59de27d7afa603315ee2259f3cf520e762488a3c9cb885d4a309d358a29bd361d5806d45bffddce6c8db335d6c43a99ccf83b3ae945dc94df017fe60bce239dd9d055768ba524575de5accb95746cf231981428a0aa

Você também pode gostar