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LISTA REVISIONAL – LINGUAGENS

QUESTÃO 1

Este é um blog literário; minha matéria-prima são as letras. Tento, sempre que possível, utilizar a norma-
padrão (outrora chamada “norma culta”) do português em meus textos. Mas não é que seria errado desseguir a norma-
padrão. Em alguns textos, principalmente nas ficções, nós rompemos algumas regras, em nome da arte: inventamos
palavras, utilizamos o discurso indireto livre, evitamos as mesóclises etc. Isso torna o texto mais bonito e mais
agradável: “amarei ela para sempre” no lugar de “amá-la-ei para sempre”. Também pode deixar as narrativas mais
interessantes, como no caso dos neologismos: palavras criadas, como “desseguir”, enriquecem o discurso, e
transformam o ato de escrever, de mera informática, em invencionática, como diria Manoel de Barros. Mas, se fugir do
padrão faz a redação ficar mais bonita, agradável, interessante e rica, qual o sentido de seguir a norma-padrão? Por que
ela existe? Ela existe, bem, para padronizar a língua. Para que duas pessoas não leiam a mesma frase e entendam duas
coisas opostas, a norma-padrão tenta “minimizar ao máximo” a ambiguidade do discurso.
CABRAL, N. T. Disponível em: <https://nicolasteixeiracabral.com>. Acesso em: 17 ago. 2022. [Fragmento adaptado]

Do ponto de vista linguístico, o autor defende a ideia central de que a norma-padrão

a) torna a leitura do texto verbal mais prazerosa.


b) prejudica a compreensão do texto pelos leitores.
c) engrandece o discurso com construções pedantes.
d) atenua a múltipla interpretação de um mesmo texto.
e) favorece o sentido de textos ficcionais e não ficcionais.

QUESTÃO 2

Toda vez que um amigo, uma amiga ou mesmo uma princesa que me interessa crava lá, no status do Facebook,
que está em um “relacionamento sério”, penso cá com meus botões da inveja: como seria esse gênero de enrosco? Uma
vida conjugal austera e sem sorrisos? Não vale chistes ou contar piadas? […] Relacionamento sério. Este pobre,
humaníssimo e invejoso cronista, sempre roendo as sangrentas cutículas do ciúme, não entende o rótulo. […]
Bobagem, meu bem, vamos tentar entender a parada existencialíssima.
Um relacionamento do tipo sério seria algo mais estável, mesmo sujeito a chuvas e trovoadas, como todos os
casos, namoros e casórios. Entendi, fofolete, thanks, gracias, obrigado mesmo. Um relacionamento sério é um
relacionamento com direito a Jornal Nacional do Amor. Ele conta o seu dia, ela narra a saga na firma […]. Deve ser mais
ou menos isso, estou certo? Acho bonito, já tive algo parecido e até mais profundo, embora ainda sem o carimbo da
seriedade facebookiana.
SÁ, Xico. Status amoroso: estou em um relacionamento “fala sério”. In: Os machões dançaram [...]. Rio de Janeiro: Record, 2015. p. 230-231.

Nessa crônica, as marcas linguísticas usadas distanciam-se da formalidade, o que se evidencia principalmente pelo(a)

a) escolha do léxico em tom dialogal: “como seria esse gênero de enrosco?”.


b) ênfase em reflexões filosóficas pessimistas: “a parada existencialíssima”.
c) função de confissão sobre si mesmo: “Este […] invejoso cronista”.
d) uso de linguagem figurada: “sujeito a chuvas e trovoadas”.
e) utilização de neologismo: ”facebookiana”.

QUESTÃO 3

Você sabe o que é “galicismo” e por que os gramáticos tradicionalistas são tão resistentes a ele?
Galicismo ou francesismo é a palavra, expressão ou construção de origem francesa ou o ato de utilizá-la em
nossa língua. O galicismo é considerado barbarismo em sentido restrito se se trata de uso desnecessário por já haver
forma vernácula equivalente. Se, porém, tal importação vem preencher lacuna da língua, é bem-vinda e é então
considerada simples estrangeirismo.
Diz-se “galicismo” em referência a “Gália”, nome da província romana que corresponde à atual França. [...]
Exemplos de galicismos são as palavras abajur (de “abat-jour”), buquê (de “bouquet”), carnê (de “carnet”),
crochê (de “crochet”), filé (de “filet”); as expressões “cair das nuvens”, “guardar o leito”, “golpe de Estado”, “perder a
cabeça”, “ter lugar”; o verbo “acontecer” com o sentido de “ocorrer”: “A comemoração acontecerá em 10 de setembro”
(em vez de “ocorrerá”).
Disponível em: http://www.paulohernandes.pro.br. Acesso em: 28 fev. 2023.
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O texto pauta-se na ideia de que a crítica ao galicismo se caracteriza pela resistência

a) ao aportuguesamento de palavras e expressões estrangeiras.


b) à substituição de palavras e expressões da língua vernácula.
c) ao emprego direto de palavras francesas na língua portuguesa.
d) à mudança na pronúncia e acentuação de palavras francesas.
e) à inclusão de alterações ortográficas no vocabulário português.

QUESTÃO 4

Nas terras dos indígenas Yawalapiti, no Alto Xingu, fala-se kalapalo, kamaiurá e kuikuro. O próprio yawalapiti,
a língua original da etnia, sobrevive hoje na voz de apenas três homens, todos já em torno dos 70 anos. O mais velho,
Aritana, 76, é o cacique da tribo. Quem trabalha para revitalizar o idioma é seu filho, Tapí Yawalapiti, 43, mestrando em
linguística na Universidade de Brasília (UnB).
Os falantes da língua original foram desaparecendo à medida em que os idiomas vizinhos eram incorporados à
vida da aldeia. Quando Tapí nasceu, em 1977, havia 20 falantes de yawalapiti. “Está na minha responsabilidade
revitalizar a língua materna do meu povo. Se ela desaparecer, a gente perde parte da cultura. A língua é identidade do
povo”, diz o linguista, que ainda não conhecia os cadernos guardados no Museu Nacional, escritos no ano do seu
nascimento. […] Com a instrução de Tapí, um professor do ensino médio já ensina a adolescentes palavras simples em
yawalapiti, como nomes de animais, peixes e árvores. “Eles já estão me cobrando uma gramática”, conta o pesquisador,
que tem o projeto de criar livros didáticos e material audiovisual no idioma. […]
Segundo o Atlas de Línguas em Perigo da Unesco, o Brasil é o país com mais línguas sob risco de extinção no
mundo: são 178 idiomas ameaçados e 12 já desaparecidos. No país, 45 línguas estão em situação crítica, em risco
iminente de serem extintas.
COSTA, Luis. Com apenas três falantes, língua indígena tem estudo recuperado pelo Museu Nacional. BBC, 19 jun. 2020. Disponível em: https://www.bbc.com. Acesso em: 22 fev. 2023.

As informações do texto quanto ao movimento de revitalização da língua yawalapiti conduzem o leitor a constatar a
importância de

a) enriquecer o acervo dos museus por meio de registros escritos.


b) vincular o processo de preservação às pesquisas acadêmicas.
c) preservar o patrimônio cultural e identitário de uma comunidade.
d) incentivar a produção de materiais didáticos de origem indígena.
e) denunciar o processo de apagamento linguístico sofrido no local.

QUESTÃO 5

As palavras do tupi que realmente penetram o núcleo mais duro do nosso vocabulário, como tipoia, não
parecem ser tão numerosas. Por outro lado, como veremos de novo com as línguas africanas, essas palavras que
ultrapassam a barreira do vocabulário cotidiano e que se referem a coisas locais tendem a nos soar carregadas de afeto.
[...] São palavras como guri (ou piá, no meu vocabulário), pereba, jururu, pipoca, pururuca, xará (como é que os não
brasileiros se viram sem a palavra xará em seus dicionários?).
Há quem aponte essa coloração afetiva dos termos nativos na nossa língua a nada menos que o papel das mães
indígenas na criação de gerações e gerações dos mestiços que foram povoando estes brasis. Essa explicação já é
poderosa, e já apontaria para uma base radicalmente nova para a formação da nossa língua. Mas o verdadeiro fato
relevante, que denota o impacto da presença das línguas originárias (sobretudo do tupi) na formação linguística do
Brasil, como de costume não está aí, e sim na tortuosa, vigorosa e quase desconhecida história das nossas línguas
gerais.
GALINDO, Caetano. Latim em pó: um passeio pela formação do nosso português. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

Ao discorrer sobre a relação entre a língua e a afetividade, o autor evidencia a

a) presença simétrica das línguas originárias na formação do português.


b) impossibilidade de tradução de algumas palavras para outros idiomas.
c) ocupação territorial enquanto critério definidor das marcações regionais.
d) adesão linguística a expressões com características culturais subjetivas.
e) influência da diversidade linguística do país na formação das línguas gerais.
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QUESTÃO 6

Fica
Mapeei a dedo tuas sardas
Contornei sem jeito tuas linhas
Que te entregam e desvendam o melhor em ti

Me perdi no céu das suas pintas


Me encontrei no céu da tua boca
Tu é labirinto, rua sem saída
[...]

Congela o teu olhar no meu


Esconde que já percebeu
Que todo meu amor é teu amor
Então vem cá
Que nós, até Caio escreveu
Parece que nos conheceu
Em mel e girassóis te peço, só te peço

Fica
Fica, me queira e queira ficar
Fica
Fica, me queira, queira [...]
“Fica”, de Ana Clara Caetano Costa e Matheus Aleixo.

As letras de canções populares normalmente se caracterizam por apresentar marcas informais de uso da língua. Na
letra da canção “Fica”, são exemplos dessas marcas

a) “Tu é labirinto” e “Me perdi”.


b) “tuas sardas” e “tuas linhas”.
c) “só te peço” e “melhor em ti”.
d) “Me encontrei” e “queira ficar”.
e) “vem cá” e “até Caio escreveu”.

QUESTÃO 7

Fernando Gonsales. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#29/6/2022. Acesso em: 19 jul. 2022.

As variações (variantes ou variedades) linguísticas são as diferenças naturais de uma língua conforme diferentes
aspectos. Na tirinha de Fernando Gonsales, observa-se a presença da variedade

a) informal, que se adequa à situação comunicativa do diálogo.


b) histórica, uma vez que a língua é viva e se altera com o tempo.
c) padrão, em que a linguagem se adequa às regras gramaticais.
d) geográfica da língua, com a presença de termos regionais.
e) social, ligada às questões culturais e socioeconômicas.
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QUESTÃO 8

Parei, olhei... Justos céus! Quem havia de ser o do vergalho? Nada menos que o meu moleque Prudêncio, – o
que meu pai libertara alguns anos antes. Cheguei-me; ele deteve-se logo e pediu-me a bênção; perguntei-lhe se aquele
preto era escravo dele.
— É, sim, nhonhô.
— Fez-te alguma coisa?
— É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na quitanda, enquanto eu ia lá embaixo na
cidade, e ele deixou a quitanda para ir na venda beber.
— Está bom, perdoa-lhe, disse eu.
— Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa, bêbado! […]
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. In:: ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.

No fragmento, a situação comunicativa retratada é relevante como representação do patrimônio linguístico e


identitário nacional na medida em que

a) simplifica a linguagem falada nas ruas para fazer um registro mais autêntico e verdadeiro da época.
b) apresenta diferentes pontos de vista linguísticos e culturais ao colocar o escravizado no foco narrativo.
c) contém registros linguísticos e simbólicos da opressão vivenciada por uma classe social menos favorecida.
d) desafia a norma-padrão da época ao inserir desvios gramaticais intencionalmente na composição da cena.
e) entende a língua utilizada pelos escravizados e descendentes como uma variante típica do registro literário.

QUESTÃO 9

A epidemia mundial de coronavírus lembra pestes na Idade Média, pandemias também de doenças
respiratórias como a Gripe Espanhola, em 1917 e 1918, e a Sars, mais recente, há 17 anos. Mas nunca houve nada igual,
pela velocidade com que o vírus se espalha pelo planeta, representando grave perigo para as populações. [...] A
superação exige a cooperação entre todas as esferas do poder. Disso depende um país. [...]
EDITORIAL: Somos todos responsáveis. O Globo, 23 mar. 2020. Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 21 abr. 2022. (adaptado)

O editorial se caracteriza como gênero textual de linguagem predominantemente formal por apresentar

a) aplicação de regras de acentuação e alteração de grafias.


b) correção ortográfica e manutenção de concordância verbal.
c) articulação sintática e emprego de jargões da área da saúde.
d) utilização de abreviações e subversão de concordância nominal.
e) uso de metáforas e flexibilização de regimes de regência verbal.

QUESTÃO 10

Incêndio atinge Museu da Língua Portuguesa em São Paulo


Inaugurado oficialmente no dia 20 de março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa abriu suas portas ao
público no dia 21 de março daquele ano. Em seus três primeiros anos de funcionamento mais de 1,6 milhão de pessoas
já visitaram o espaço, consolidando-o como um dos museus mais visitados do Brasil e da América do Sul.
Isa Ferraz, curadora do Museu da Língua Portuguesa, diz que o incêndio é “uma tragédia”. “O museu é fruto de
um trabalho de muitos anos de uma equipe multidisciplinar para criar algo completamente novo. O museu mudou
paradigmas e virou referência internacional. Foi revolucionário não só pela tecnologia e formato, mas pela maneira de
encarar a língua portuguesa. Temos todos os arquivos de todo o conteúdo.”
A curadora disse que o museu tem uma linha do tempo de 33 metros que reconstitui todo o caminho da língua
portuguesa, africana e ameríndia até se encontrar no Brasil. “Tudo isso pode ser recuperado. vai ter de remontar os
filmes. Temos muita coisa em back up.”
Disponível em: g1.globo.com. Acesso em: 12 fev. 2022.

Incendiado em 2015 e reaberto em 2021, o Museu da Língua Portuguesa homenageia

a) a colonização portuguesa no Brasil.


b) um patrimônio cultural imaterial brasileiro.
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c) a tecnologia como ponto de inovação no cenário cultural.


d) a presença das línguas portuguesa, africana e ameríndia no Brasil.
e) a multidisciplinaridade na constituição dos espaços públicos culturais.

QUESTÃO 11

Todo mundo menos você


Dizem que eu ando bem melhor depois que eu terminei
Todo mundo consegue enxergar o quanto eu melhorei
Engraçado ver eles pensando que eu te superei

Mesmo entendendo que o problema nunca foi você


Se não tivesse ido, eu não ia me resolver
Tava confortável, né?

E ninguém aprende assim


Aprendi

Mas cadê você pra me aplaudir?


Se todo mundo viu, por que você não tá vendo
Todo esse esforço que eu tô fazendo?
Pra fazer você se sentir orgulhoso
Pra fazer você se apaixonar de novo
MENDONÇA, M.; MAIARA & MARAISA. Festa das Patroas 35%. Disponível em: <https://www.letras.mus.br>. Acesso em: 16 ago. 2022. [Fragmento]

As letras de música sertaneja normalmente se caracterizam por apresentar marcas informais da língua. Nessa letra de
Marília Mendonça e da dupla Maiara & Maraisa, o uso dessas marcas garante o(a)

a) rima entre os vocábulos.


b) encadeamento de ideias.
c) tristeza dos apaixonados.
d) padrão rítmico da música.
e) identificação dos solteiros.

QUESTÃO 12

[...] a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e deve ser julgada exclusivamente como
tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dis-
pensáveis. A sintaxe é uma questão de uso de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo.
Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo, mas é claro, certo? O importante é comunicar [...]. A Gramática é o
esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim,
gente em geral pouco comunicativa [...]. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a
Gramática é a estrutura da língua, mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em
Gramática pura.
VERISSIMO, L. F. O gigolô das palavras. Mais comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.

Luis Fernando Verissimo, em O gigolô das palavras, reflete sobre regras da gramática normativa. Ao afirmar que
“‘escrever claro’ não é certo, mas é claro, certo?”, o autor

a) questiona a necessidade de regras que regulem as formas da língua.


b) relativiza a utilização da norma-padrão nas diferentes situações de comunicação.
c) nega a importância da norma-padrão para situações de comunicação e entendimento.
d) confirma a arbitrariedade das regras gramaticais nas situações de comunicação e entendimento.
e) reconhece a necessidade da utilização da norma-padrão da língua para a garantia da comunicação.
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QUESTÃO 13

Como de fato, desamarrou o tempo. Formou muita chuva. Com assim, emendados chovidos três dias, então
certificamos de permanecer esse tempo em prédio, e enchemos a Fazenda Carimã, que era de um denominado Timóteo
Regimildiano da Silva; do Zabudo, no vulgar. Esse constituía parentesco proximado com os Silvalves, para-
catuanos, cujos tiveram sesmarias, na confrontação das divisas, das duas bandas iguais. Do Zabudo: o senhor
preste atenção no homem, para ver o que é um ser esperto [...]. No natural, que foi ele ver a gente e levou choque.
Instantezinho, porém, se converteu. Isto, que se desapeou, ligeiro, e tirou o chapéu, com cortesia mór, com gesto de
braço, e manifestou!
― Senhores meus cavaleiros, podem passar, sem susto e com gosto, que aqui está é um amigo...
― Amigo de quem? ― eu revidei.
― Vosso, meussenhor cavaleiro... Amigo e criado...
ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

Além de neologismos, a prosa de João Guimarães Rosa também faz uso de arcaísmos linguísticos, como vosso, pronome
possessivo que, na fala da personagem, expressa

a) ironia.
b) respeito.
c) interesse.
d) ignorância.
e) submissão.

QUESTÃO 14

universo de coisas que eu desconheço


Você me explica a sua teoria de que a gente se repete vidas e vidas aqui no mundo
E eu acredito em tudo

É que tudo que eu penso tá na ponta da sua língua, eu desconfio, mulher


Você já sabe tudo

Ontem pensei em você


Ontem eu quis te ligar
Gosto de te ouvir dizer bobagens

Vamos marcar de se ver


Te espero no mesmo lugar
Onde a gente confessou verdades

E eu vi no seu olho
Um universo de coisas que eu desconheço
E eu quis ver de dentro
Cada palavra me conta mais um segredo seu
ANAVITÓRIA; Lagum. universo de coisas que eu desconheço. Disponível em: <www.youtube.com>. Acesso em: 14 nov. 2022.

Nas letras de música, há uma preferência pelo uso da variedade informal da Língua Portuguesa. Nessa canção, o
predomínio dessa informalidade expressa-se por meio de

a) verbos.
b) artigos.
c) adjetivos.
d) pronomes.
e) substantivos.
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QUESTÃO 15

[...] Cada vez mais comum na comunidade brasileira no Japão: jovens filhos de migrantes que cresceram lá e
não sabem falar fluentemente português. Em muitos casos, a comunicação é difícil porque os pais também não sabem
falar o japonês. [...]
A primeira leva migratória [...] era formada basicamente por jovens que trabalhavam em linhas de montagem e
que queriam ganhar dinheiro para voltar ao Brasil. Eles não precisavam, portanto, aprender o idioma nem se
preocupavam com uma integração à sociedade.
Com o tempo, entretanto, muitos acabaram se estabelecendo no país e tiveram filhos. E saber japonês tornou-
se essencial para as crianças se ambientarem socialmente e conseguirem acesso à universidade e a oportunidades de
emprego qualificadas.
“Assim, hoje vemos muitos filhos de brasileiros que não falam português, só japonês” [...] o problema é ainda
mais grave entre adolescentes, que precisam discutir com os pais a decisão sobre a carreira que escolheram e a
faculdade. [...] Muitas vezes, os pais tentam abraçar os filhos, mas eles não querem porque isso não é costume no Japão.
[...]
O problema, para ele, é que parte desses jovens acaba sem uma identidade definida – eles cortam a relação
com o Brasil, mas não são completamente assimilados pelo Japão.
Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 17 mar. 2020.

O fragmento lido propõe uma reflexão acerca dos problemas linguísticos e de interação enfrentados por famílias
imigrantes. Atentando para esse gênero textual, o texto busca

a) mostrar que a integração a uma sociedade não ocorre apenas pela apropriação da língua local.
b) explicar de que forma a pluralidade linguística existente no território contribui para uma maior diversidade.
c) demonstrar de que forma a apropriação da língua local é o fator mais importante para a construção da identidade.
d) ponderar sobre a diferença geracional entre pais e filhos como principal responsável pelas situações de
incomunicabilidade.
e) advertir sobre o preconceito de que a apropriação da língua e da cultura locais implicam a rejeição de alguns
costumes brasileiros.

GABARITO

1-D 6-A 11 - D

2-A 7-C 12 - B

3-B 8-C 13 - B

4-C 9-B 14 - D

5-D 10 - B 15 - A
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