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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
A variação linguística existe por uma série de fatores, desde geográficos até culturais.
Podemos encontrar variações linguísticas entre pessoas de diferentes países que
compartilham uma língua, de regiões de um mesmo país, de classes sociais e até
mesmo variações de expressão de um mesmo indivíduo, dependendo do contexto em
que está inserido. Os tipos de variação linguística são:
VARIAÇÃO REGIONAL OU GEOGRÁFICA OU DIATÓPICA:
Acontece entre países ou entre regiões de um país, e mesmo dentro de um único
estado, quando são contrastados os jeitos de falar e os sotaques da capital e do
interior, por exemplo. As diferenças podem ser de léxico – palavras – ou de fonemas –
sons. Quando, por exemplo, comparamos o português falado em Portugal e o falado
no Brasil, percebemos que em Portugal a língua se aproxima mais da norma culta,
enquanto no Brasil a informalidade prevalece – dependendo também do contexto,
claro – e também há uma grande influência de outras línguas, como línguas indígenas
e africanas. A mesma coisa acontece com o espanhol da Espanha e dos países latino-
americanos. A língua também pode ser considerada, assim, um patrimônio cultural. A
colonização de uma região deixou marcas na língua falada e por vezes até na escrita.
VARIAÇÃO HISTÓRICA OU TEMPORAL OU DIACRÔNICA:
Devemos ter em mente que a língua é viva, e se modifica sempre, seja com o
abandono de algumas expressões, seja com mudanças na grafia ou adoção de novos
termos. Por exemplo: antigamente, era mais comum, inclusive em textos escritos, o
uso de mesóclises – do tipo “tê-lo-emos” - e hoje elas estão em desuso. Da mesma
maneira, algumas palavras eram escritas de outra forma e foram modificadas por
reformas ortográficas, por exemplo: as palavras com “ph” passaram a ser escritas com
“f” (“biphásico” virou “bifásico”, para citarmos uma modificação).
VARIAÇÃO SOCIAL OU DIASTRÁTICA:
Essa é a variação que tem relação com o grupo social da pessoa que fala ou escreve.
Um exemplo muito comum da variação social é a gíria, usada, aceita e compreendida
somente por alguns grupos sociais. Outro exemplo são os jargões, que são termos
técnicos de determinadas profissões que dificilmente são compreendidos por pessoas
que não têm a profissão em questão. Os termos técnicos usados entre médicos ou
entre médicos e enfermeiros, por exemplo, em geral não são compreendidos pelos
pacientes. O mesmo acontece entre advogados e clientes.
VARIAÇÃO SITUACIONAL OU ESTILÍSTICA OU DIAFÁSICA:
São variações que acontecem dependendo do contexto, em geral opondo linguagem
formal e informal. Num texto escrito, por exemplo, é mais usada a linguagem formal,
dependendo inclusive de quem será o leitor do texto, enquanto numa conversa a
linguagem informal prevalece. Vale lembrar que nenhuma variação linguística é
melhor do que a outra. Há sempre razões para estas variações, mas nada faz com que
uma variação seja superior à outra.
EXERCÍCIOS:
(G1 - ifpe 2019)
O texto acima faz parte de uma página divulgada em redes sociais chamada “Bode Gaiato”. A
página divulga memes que fazem referência a diferentes características culturais dos
nordestinos. O texto apresenta um diálogo entre Júnior e sua mãe sobre Cícero, que queria se
matar comendo manga e bebendo leite. Sobre o texto, analise o que se afirma abaixo.
I. O texto faz referência à variação linguística regional e etária, destacando o modo de falar
dos nordestinos e as diferenças entre a fala de Júnior e a de sua mãe.
II. O humor do texto constrói-se, principalmente, através da referência a um conhecimento
cultural de que ingerir a combinação de manga e leite poderia ser fatal.
III. O vocativo “mainha” é característico de variantes faladas no nordeste do Brasil.
IV.A palavra “chifre” refere-se à traição e é falada em contextos menos formais de uso da
língua.
V. O texto faz referência ao nordestino de forma estereotipada, indicando a fome como a
causa de morte de grande parte da população.
Estão CORRETAS, apenas, as afirmações
a) III, IV e V.
b) I, II e V.
c) II, III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e V.
Responda à(s) questão(ões) com base na tirinha abaixo.
(G1 - ifpe 2016) No último balão da tirinha de Maurício de Sousa, o autor escreveu “mais”
em vez de “mas” na tentativa de representar, na escrita, a forma como a personagem Chico
Bento, supostamente, pronunciaria a conjunção adversativa. Existem diversas formas e níveis
de variação linguística, justamente, porque somos influenciados por diversos fatores, tais
como: região, escolaridade, faixa etária, contexto comunicativo, papel social etc.
Com base nesses pressupostos, assinale a alternativa que representa uma variante linguística
característica do falar popular mineiro.
a) “Aquele fi duma égua só me deixou aperreado”.
b) “Protesto, meritíssimo! A testemunha não havia falado da agressão.”
c) “Capaz, guri! Só tava de bobeira contigo, bagual!”
d) “Uai? Cê já chegô, sô? Peraí, que eu já tô saíno!”
e) “Aquela mina é firmeza, mano!”
Exageros de Mãe
1
Já te disse mais de mil vezes que não quero ver você descalço. Nunca vi uma criança tão suja em toda a
minha vida. 2Quando teu pai chegar você vai morrer de tanto apanhar. Oh, meu Deus do céu, esse menino
me deixa completamente maluca. Estou aqui há mais de um século esperando e o senhor não vem tomar
banho. 3Se você fizer isso outra vez nunca mais me sai de casa. 4Pois é, não come nada: é por isso que está
aí com o esqueleto à mostra. 5Se te pegar outra vez mexendo no açucareiro, te corto a mão. 6Oh, meu Deus,
eu sou a mulher mais infeliz do mundo. Não chora desse jeito que você vai acordar o prédio inteiro. 7Você
pensa que seu pai só trabalha pra você chupar Chica-Bon? Mas, furou de novo o sapato: você acha que seu
pai é dono de sapataria, pra lhe dar um sapato novo todo dia? 8Onde é que você se sujou dessa maneira:
acabei de lhe botar essa roupa não faz cinco minutos! Passei a noite toda acordada com o choro dele. Eu
juro que um dia eu largo isso tudo e nunca ninguém mais me vê. Não se passa um dia que eu não tenha que
dizer a mesma coisa. Não quero mais ver você brincando com esses moleques, esta é a última vez que
estou lhe avisando.
(FERNANDES, Millôr. Exageros de Mãe. In: 10 em humor. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1968, p.
15).
(G1 - ifsc 2016) Com base na leitura do texto, assinale a alternativa CORRETA.
a) Há registro informal da língua, exemplificado pela mistura dos pronomes pessoais das
segunda e terceira pessoas do singular. Tal uso é considerado impróprio para textos literários,
como os contos e as crônicas.
b) Apesar de não utilizar travessões para separar as falas dos personagens, o texto apresenta
um diálogo entre mãe e filho, no qual há predomínio da fala da mãe.
c) Em “Pois é, não come nada: é por isso que está aí com o esqueleto à mostra. Se te pegar
outra vez mexendo no açucareiro, te corto a mão.” (referências 4 e 5), nas expressões em
destaque, prevalece o sentido conotativo.
d) No texto, a figura materna condiz com aquilo que se espera de uma mãe: a preocupação e
o cuidado excessivos, que se justificam por ela ser, atualmente, a única pessoa responsável
pela educação dos filhos no contexto familiar.
e) O texto é classificado como dissertativo-argumentativo porque expõe, de modo
sistemático, os exageros da mãe.
(Ufrgs 2016) Assinale a alternativa que contém uma afirmação correta, de acordo com o sentido do
texto.
a) O senso comum costuma perceber a língua como um fenômeno heterogêneo que alberga
grande variação e está em mudança contínua.
b) Os gestos de grande violência simbólica constituem-se em fatos de variação linguística.
c) O conceito de norma culta e suas características no Brasil contemporâneo são alvos de
explosões de ira diante de fatos de variação linguística.
d) Uma pedagogia que regule o domínio das variedades ditas populares deve ser
privilegiada.
e) A heterogeneidade linguística do Brasil deve ser compreendida para que se possa construir
uma cultura escolar aberta à crítica da discriminação pela língua.
de linguística do Brasil deve ser compreendida para que se possa construir uma (Ufrgs 2016)
Considere as afirmações abaixo, sobre a construção de uma educação de qualidade.
I. Uma educação de qualidade deve, no que concerne à variação linguística, questionar as reações
sociais advindas da percepção da língua como fenômeno homogêneo.
II. O desafio, para uma educação de qualidade, está em preparar a escola para combater a
discriminação que tem origem nas diferenças entre as variedades linguísticas.
III. As variedades linguísticas próprias ao domínio da leitura, escrita e fala nos espaços públicos, que
devem ser ensinadas pela escola, são as que não sofreram variações sociais.
Segundo o texto, quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
(Enem)
Mandinga — Era a denominação que, no período das grandes navegações, os portugueses
davam à costa ocidental da África. A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os
exploradores lusitanos consideram bruxos os africanos que ali habitavam — é que eles davam
indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma nativo, mandinga designava terra
de feiticeiros. A palavra acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio.
(COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração Editorial, 2009. Fragmento)
No texto, evidencia-se que a construção do significado da palavra mandinga resulta de um(a)
a) contexto sócio-histórico.
b) diversidade técnica.
c) descoberta geográfica.
d) apropriação religiosa.
e) contraste cultural.
Responda:
I. As variações linguísticas acontecem por meio da interação e comunicação dos seres
humanos.
II. O regionalismo é um tipo de variação linguística que ocorre pela interação de pessoas de
uma mesma região.
III. O socioleto é um tipo de variação linguística geográfica que se desenvolve em
determinado local.
Sobre as variações linguísticas é correto afirmar:
a) I
b) I e II
d) I e III
d) II e III
e) I, II e III