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Extensivo

Gramática - Prof. Eloy


Apostila 1; Pág. 50
Aula 4
Variação linguística e identidade
Tipos de Variações
Variação Histórica (diacrônica)
Variação Geográfica (diatópica)
Variação Social (diastrática)
Sátiras Regionais
Sátira aos paulistanos (variante regional):
Garçom, me vê aí dois pastel e um chopps.

Norma padrão:
Garçom, sirva-me dois pastéis e um chope.

As palavras “chope(s)” e “clipe(s)” são formas aportuguesadas


das formas inglesas “chopp(s)” e “clip(s)”.
As deturpações de “ouvido” – no tempo

Fulano é o pai cuspido e escarrado.

Origem alegada por alguns:


Fulano é o pai esculpido em Carrara.
Fulano é o pai esculpido e encarnado.
Noite do Prazer - Claudio Zoli
Na madrugada a vitrola rolando um blues
Trocando de biquíni sem parar
Eu sinto por dentro uma força vibrando uma luz
A energia que emana de todo prazer

Na madrugada a vitrola rolando um blues


Tocando B. B. King sem parar
Eu sinto por dentro uma força vibrando uma luz
A energia que emana de todo prazer
Experiência do quartel – variação lexical

Mocorongo.

Vou pra cidade!

Cê é mó loki, hein!
Variação Fônicas
Exemplos:
Aluno de Alfabetização – Migrante nordestino de 16 anos.

Fóscu
Variação
Geográfica
e Social
Fósforo
Variação Morfológicas

Por estar com muita dó dos amigo,


eu intervi na situação.
Variação Morfológicas

Por estar com muita dó dos amigo, eu intervi na situação.


Por estar com muito dó dos amigos, eu intervim na situação.

Palavras de Gênero Vacilante: “dó” é masculino.


Omissão do “s” como marca de número de substantivos e adjetivos.
Conjugação Verbal: o verbo “intervir” é derivado do verbo “vir” e se conjuga como ele:
intervim, intervieste, interveio...
Variação Léxicas
Exemplo:
Ex-exilado político de volta ao país após muitos anos.

Cara, essa semana choveu direto!

Como ele conhecia a palavra antes de sair do país: Direto = em linha reta.

O sentido novo que ele encontrou para ela: Direto = constantemente.


Exercícios da apostila
Em classe desenvolvendo habilidades
Exercício 1
pág. 57
Leia a seguinte xilogravura para responder ao que se pede:
No texto lido, aspectos da forma e do conteúdo reforçam-se na
valorização de elementos culturais do Nordeste brasileiro. Tendo isso em
consideração:

a) Identifique o vocábulo cuja grafia busca evidenciar uma certa identidade


nordestina. Justifique sua resposta.

b) Explique se a variação indicada por esse vocábulo ocorre na gramática ou


no léxico.
No texto lido, aspectos da forma e do conteúdo reforçam-se na
valorização de elementos culturais do Nordeste brasileiro. Tendo isso em
consideração:

a) Identifique o vocábulo cuja grafia busca evidenciar uma certa identidade


nordestina. Justifique sua resposta.
Trata-se do vocábulo “mar”. No contexto em que ocorre, associado ao
adjetivo “apaixonante”, trata-se do advérbio intensificador “mais”. Sua grafia,
porém, busca imitar a fonética de certas variedades nordestinas, em que o “-is”
final dá lugar a uma pronúncia aspirada.
No texto lido, aspectos da forma e do conteúdo reforçam-se na
valorização de elementos culturais do Nordeste brasileiro. Tendo isso em
consideração:

b) Explique se a variação indicada por esse vocábulo ocorre na gramática ou


no léxico.
A grafia adotada busca evidenciar a variação que ocorre na pronúncia
do vocábulo “mais”, portanto é uma variação do nível gramatical, ou, mais
especificamente, uma variação fonética
Exercício 2 - ENEM
pág. 57
Em bom português
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é
somente pela gíria que a gente é apanhada (aliás, já não se usa mais a primeira
pessoa, tanto do singular como do plural: tudo é “a gente”). A própria
linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do léxico cai em
desuso.
Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha
atenção para os que falam assim:
— Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saberão dizer que viram
um filme com um ator que trabalha bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à
praia, vestido de roupa de banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol em
vez de barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um carro, pegarão
um defluxo em vez de um resfriado, vão andar no passeio em vez de passear na
calçada. Viajarão de trem de ferro e apresentarão sua esposa ou sua senhora em
vez de apresentar sua mulher. SABINO, F. Folha de S.Paulo, 13 abr. de 1984 (adaptado).
A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O texto
exemplifica essa característica da língua, evidenciando que

a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.

b) a utilização de inovações no léxico é percebida na comparação de gerações.

c) o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteriza diversidade


geográfica.

d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que


pertence o falante.

e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente


em todas as regiões.
A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais.
O texto exemplifica essa característica da língua, evidenciando que

a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.

b) a utilização de inovações no léxico é percebida na comparação de gerações.

c) o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteriza diversidade


geográfica.

d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que


pertence o falante.

e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente


em todas as regiões.
Exercício 3 – ENEM (2019)
pág. 58
Irerê, meu passarinho do sertão do Cariri,
Irerê, meu companheiro,
Cadê viola? Cadê meu bem? Cadê Maria?
Ai triste sorte a do violeiro cantadô!
Ah! Sem a viola em que cantava o seu amô,
Ah! Seu assobio é tua flauta de irerê:
Que tua flauta do sertão quando assobia,
Ah! A gente sofre sem querê!
Ah! Teu canto chega lá no fundo do sertão,
Ah! Como uma brisa amolecendo o coração,
Ah! Ah!
Irerê, solta teu canto!
Canta mais! Canta mais!
Prá alembrá o Cariri!
VILLA-LOBOS, H. Bachianas Brasileiras n. 5 para soprano e oito violoncelos
(1938-1945). Disponível em: http://euterpe.blog.br. Acesso em: 23 abr. 2019..)
Nesses verbos, há uma exaltação ao sertão do Cariri em uma
ambientação linguisticamente apoiada no(a)

a) uso recorrente de pronomes.

b) variedade popular da língua portuguesa.

c) referência ao conjunto da fauna nordestina.

d) exploração de instrumentos musicais eruditos.

e) predomínio de regionalismos lexicais nordestinos.


Nesses verbos, há uma exaltação ao sertão do Cariri em uma
ambientação linguisticamente apoiada no(a)

a) uso recorrente de pronomes.

b) variedade popular da língua portuguesa.

c) referência ao conjunto da fauna nordestina.

d) exploração de instrumentos musicais eruditos.

e) predomínio de regionalismos lexicais nordestinos.


Exercício 4 - ENEM
pág. 57
O acervo do Museu da Língua Portuguesa é o nosso
idioma, um “patrimônio imaterial” que não pode ser, por isso,
guardado e exposto em uma redoma de vidro. Assim, o museu,
dedicado à valorização e difusão da língua portuguesa,
reconhecidamente importante para a preservação de nossa
identidade cultural, apresenta uma forma expositiva
diferenciada das demais instituições museológicas do país e do
mundo, usando tecnologia de ponta e recursos interativos para
a apresentação de seus conteúdos.
Disponível em: www.museulinguaportuguesa.org.br.
Acesso em: 16 ago. 2012 (adaptado).
De acordo com o texto, embora a língua portuguesa seja um “patrimônio
imaterial”, pode ser exposta em um museu. A relevância desse tipo de iniciativa
está pautada no pressuposto de que

a) a língua é um importante instrumento de constituição social de seus usuários.

b) o modo de falar o português padrão deve ser divulgado ao grande público.

c) a escola precisa de parceiros na tarefa de valorização da língua portuguesa.

d) o contato do público com a norma-padrão solicita o uso de tecnologia de última


geração.

e) as atividades lúdicas dos falantes com sua própria língua melhoram com o uso
de recursos tecnológicos.
De acordo com o texto, embora a língua portuguesa seja um “patrimônio
imaterial”, pode ser exposta em um museu. A relevância desse tipo de iniciativa
está pautada no pressuposto de que

a) a língua é um importante instrumento de constituição social de seus usuários.

b) o modo de falar o português padrão deve ser divulgado ao grande público.

c) a escola precisa de parceiros na tarefa de valorização da língua portuguesa.

d) o contato do público com a norma-padrão solicita o uso de tecnologia de última


geração.

e) as atividades lúdicas dos falantes com sua própria língua melhoram com o uso
de recursos tecnológicos.
Exercícios da apostila
Extras
Exercício 1 – (FUVEST)
pág. 59
A correção da língua é um artificialismo, continuei
episcopalmente. O natural é a incorreção. Note que a
gramática só se atreve a meter o bico quando escrevemos.
Quando falamos, afasta-se para longe, de orelhas murchas.
Monteiro Lobato, Prefácios e entrevistas.

a) Tendo em vista a opinião do autor do texto, pode-se concluir


corretamente que a língua falada é desprovida de regras? Explique
sucintamente.

b) Entre a palavra “episcopalmente” e as expressões “meter o bico” e “de


orelhas murchas”, dá-se um contraste de variedades linguísticas. Substitua
as expressões coloquiais, que aí aparecem, por outras equivalentes, que
pertençam à variedade padrão.
a) Tendo em vista a opinião do autor do texto, pode-se concluir
corretamente que a língua falada é desprovida de regras? Explique
sucintamente.
Não. No fragmento, o enunciador questiona a gramática
prescritiva, dizendo que sua atuação seria “um artificialismo”
porque, em sua visão, é limitada somente à língua escrita. No
entanto, isso não permite concluir que a modalidade oral não
seja regida por regras, ainda que suas regularidades sejam
diferentes das que regem a produção escrita.
b) Entre a palavra “episcopalmente” e as expressões “meter o bico” e “de
orelhas murchas”, dá-se um contraste de variedades linguísticas. Substitua
as expressões coloquiais, que aí aparecem, por outras equivalentes, que
pertençam à variedade padrão.

meter o bico = prescrever, intrometer-se


de orelhas murchas = humilde, acanhada
Exercício 2 – (UNICAMP)
pág. 59
Reproduzimos abaixo a chamada de capa e a notícia publicadas em um jornal brasileiro
que apresenta um estilo mais informal.
Governo quer fazer a galera pendurar a chuteira mais tarde
Duro de parar – Como a vovozada vive até mais tarde, a intenção, agora, é criar regra
para aumentar a idade mínima exigida para a aposentadoria; objetivo é impedir que o INSS
quebre de vez
Descanso mais longe
O brasileiro tá vivendo cada vez mais – o que é bom. Só que quanto mais ele vive, mais a
situação do INSS se complica, e mais o governo trata de dificultar a aposentadoria do pessoal
pelo teto (o valor integral que a pessoa teria direito de receber quando pendura as chuteiras) –
o que não é tão bom.
A última novidade que já tá em discussão lá em Brasília é botar pra funcionar a regra
85/95, que diz que só se aposenta ganhando o teto quem somar 85 anos entre idade e tempo de
contribuição (se for mulher) e 95 anos (se for homem). Ou seja, uma mulher de 60 anos só
levaria a grana toda se tivesse trampado registrada por 25 anos (60+25=85) e um homem da
mesma idade, se tivesse contribuído por 35 (60+35=95).
Quem quiser se aposentar antes, pode – só que vai receber menos do que teria direito
com a conta fechada. (notícia JÁ, Campinas, 30/06/2012, p.1 e 12.)
a) Retire dos textos duas marcas que caracterizariam a informalidade
pretendida pela publicação, explicitando de que tipo elas são
(sintáticas, morfológicas, fonológicas ou lexicais, isto é, de
vocabulário).

b) Pode-se afirmar que certas expressões empregadas no texto, como


“tá” e “botar”, se diferenciam de outras, como “galera” e “grana”,
quanto ao modo como funcionam na sociedade brasileira. Explique que
diferença é essa.
a) Retire dos textos duas marcas que caracterizariam a informalidade
pretendida pela publicação, explicitando de que tipo elas são
(sintáticas, morfológicas, fonológicas ou lexicais, isto é, de
vocabulário).
Marcas lexicais: “galera”, “pendurar a chuteira”, “vovozada”, “grana”,
“trampando”, “botar”.

Marcas fonéticas: “tá”, “pra”.

Marca sintática: “só que” introduzindo oração coordenada adversativa.


b) Pode-se afirmar que certas expressões empregadas no texto, como
“tá” e “botar”, se diferenciam de outras, como “galera” e “grana”,
quanto ao modo como funcionam na sociedade brasileira. Explique que
diferença é essa.
Nos usos linguísticos contemporâneos, “tá” e “botar” são marcas
de registro informal ligadas a variações fonéticas que são difundidas
pelos mais variados grupos sociais, sendo por isso formas menos
estigmatizadas, mais aceitas. Já “galera” e “grana” são gírias ainda
vinculadas a grupos específicos, sobretudo aos jovens, por isso contam
com menor aceitação social.

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