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Índice

1 Introdução ........................................................................................................................... 4

1.1 Objectivos .................................................................................................................... 4

1.1.1 Objectivo geral ..................................................................................................... 4

1.1.2 Objectivos específicos .......................................................................................... 4

1.2 Metodologia ................................................................................................................. 4

2 Códigos Sociolinguísticos .................................................................................................. 5

2.1 Tipos de códigos .......................................................................................................... 5

2.2 Principal diferença ....................................................................................................... 6

2.3 Características .............................................................................................................. 7

2.4 Posição de Bernstein em relação à escola .................................................................... 8

Conclusão ................................................................................................................................... 9

Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 10


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1 Introdução

Com o objectivo de explorar a comunicação na família e a transição família-escola,


Bernstein cria o conceito de código. Fundamental para a análise da socialização primária da
criança. Este código era anteriormente definido unicamente em função dos processos de
planeamento verbal, numa perspectiva que não tornava explícita a sua relação com a classe
social. Com Bernstein, esta ligação torna-se agora evidente com a reformulação do conceito
de código linguístico pelo de código sociolinguístico. Portanto, esta mudança constitui uma
viragem na análise dos códigos, de código desligado da classe para código ligado à classe.
Os códigos constituem o elemento fundamental da comunicação nas classes sociais.

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo geral


 Conhecer os códigos sociolinguísticos.

1.1.2 Objectivos específicos


 Conceitualizar o código linguístico;
 Identificar os códigos sociolinguísticos;
 Diferenciar os códigos linguísticos;
 Caracterizar os diferentes códigos linguísticos;

1.2 Metodologia

Para a efectivação do trabalho e o cumprimento dos objectivos ora definidos usamos usou-se
como metodologia a pesquisa bibliográfica que consiste na leitura de varias obras e a
introspecção.
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2 Códigos Sociolinguísticos
Para Bernstein (1996, p.143), um código pode ser definido como “um princípio regulador,
tacitamente adquirido, que selecciona e integra os significados relevantes, à forma da sua
realização e os conceitos evocadores”.
Para Morais e Neves (2007, p. 116), O código funciona como “um regulador da relação entre
contextos e gerador de princípios orientadores da produção dos textos adequados a cada
contexto”.
Os Códigos sociolinguísticos constituem diferentes produtos sociais, isto é, diferentes grupos
sociais produzem diferentes códigos linguísticos.
2.1 Tipos de códigos
A posição que a pessoa ocupa na divisão social determina o tipo de código apreendido.
Para Silva (2010, p.74), “O tipo de código determina, por sua vez, a consciência da pessoa, o
que ela pensa e, portanto, os significados que ela realiza ou produz na interacção social”.
Bernstein distinguiu dois tipos de códigos: o restrito e o elaborado.
Em seus primeiros estudos, ele falava em linguagem pública e linguagem formal, partindo da
pressuposição. Linguagem pública seria aquela em que predominassem as implicações
emotivas sobre as lógicas. Nela, o falante faria uso de frases curtas e perguntas em que o
simbolismo seria concreto e com um baixo grau de generalização. Por outro lado, a linguagem
formal seria aquela relativamente complexa e que propiciaria ao falante uma percepção mais
aguda dos objectos e da realidade.
Mais tarde Bemstein passa a chamar essas duas linguagens Código Restrito e Código
Elaborado que são definidos como funções do relacionamento social ou como qualidades da
estruturação social.
O código restrito é uma forma de linguagem oral, em que determinados significados são
restritos, é uma linguagem presa ao contexto, contendo significados particularistas. Bernstein
(1982).
Segundo Bernstein (1986) numa forma de linguagem regulada por um código restrito, é muito
mais fácil predizer as opções ou alternativas sintácticas, pois que estas são seleccionadas pelo
falante, de uma gama menos vasta e há uma certa rigidez na sua organização. Como
caracteriza Saraceno e Naldini (2003) aqueles cuja experiência quotidiana e de vida se
circunscreve geralmente a relações de tipo coloquial- familiar, em trocas verbais pouco
articuladas, ainda que cheias de significados, são imediatamente compreensíveis pelos
interessados. Afirma Bernstein, é um código básico, que privilegia intimidade, é o código do
"aqui e do agora", que modela e que modifica a natureza profunda da experiência subjectiva
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na família e nas relações pessoais íntimas. Pinto (1995) salienta que em certas famílias (de
classes sociais desfavorecidas) as relações dos códigos são mais directas, mais autoritárias,
explicam-se menos as razões das decisões, exigindo que as crianças obedeçam às regras sem
que lhes expliquem os motivos que lhes são aplicáveis. O discurso entre pais e filhos é mais
simples no sentido de ser menos elaborado, usando-se mais frequentemente o recurso a
sanções físicas.
Por outro lado, o código elaborado é igualmente um código básico. Numa forma de
linguagem regulada por este código, é difícil predizer as opções ou alternativas sintácticas
adoptadas para a organização da fala, porque o falante dispõe de uma ampla gama de
alternativas e organiza-as flexivelmente.
Segundo Bernstein,1986,p.138) Código elaborado é aquele no qual as possibilidades formais
e a sintaxe são muito menos previsíveis e as possibilidades formais de organização da
sentença são usadas para esclarecer o significado e torna-lo explícito.
2.2 Principal diferença
Segundo Bernstein(1996).A principal diferença entre eles é que o restrito depende do contexto
e pode ser aprendido na família, na escola, entre outras instituições sociais, e o elaborado,
não. O código elaborado usa uma estrutura gramatical mais completa, ao passo que o código
restrito se utiliza de uma estrutura gramatical mais simples.
Nesse sentido, a linguagem da classe trabalhadora (código restrito) é presa ao contexto, possui
sentenças curtas e gramaticalmente simples, sinteticamente são pobres e na voz activa com
aplicações simples e repetidas das conjunções, uso restrito de orações subordinadas contendo
significados particularistas. A linguagem da classe média (código elaborado) é liberada do
contexto, apresentando sentenças gramaticalmente mais complexas contendo significados
universalistas (Narzetti; Nobre, 2016).
Para as autoras, na tese de Bernstein o factor determinante para o desenvolvimento dos
códigos seria as formas diferentes de socialização que a criança recebe no ambiente familiar.
A classe média domina os dois códigos e a classe operária somente o código restrito. O
sucesso escolar requer um código elaborado que os filhos de pais da classe trabalhadora não
obtiveram em sua formação e esses estão em desigualdade de condição, tratando-se do código
dominante da escola. A diferença se converte em déficit no contexto das relações de macro
poder (Bernstein, 1996).
Para Bernstein (1986, p. 138).O código restrito não é o mesmo que variedade popular e o
código elaborado não é o mesmo que variedade culta da língua. No código restrito encontram-
se sentenças curtas, gramaticalmente simples, quase sempre incompletas, sintaticamente
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pobres e na voz activa; aplicação simples e repetitiva das conjunções (assim, então, porque);
uso restrito de orações subordinadas; incapacidade para manter um assunto formal em uma
sequência oral, facilitando o surgimento de um conteúdo informativo desorganizado; uso
rígido e limitado de adjectivos e advérbios. A passo que no código elaborado é aquele no qual
"as possibilidades formais e a sintaxe são muito menos previsíveis e as possibilidades formais
de organização da sentença são usadas para esclarecer o significado e torná-lo explícito".
Apresenta, ainda, estes traços: sentenças gramaticalmente complexas, com ordem gramatical e
sintaxe precisas; uso variado de conjunções e orações subordinadas; uso frequente de
preposições que indicam relações lógicas, bem como de preposições que indicam
contiguidade temporal e espacial; uso variado de adjectivos e advérbios; uso variado de
pronomes. (Bernstein, 1986, p. 138).
2.3 Características
As características do código restrito são: estruturas gramaticalmente simples e/ou
incompletas, frases curtas; demasiados recursos não-verbais, pouco uso de orações
subordinadas e de verbos na voz passiva, repetição de pronomes pessoais e também de
conjunções, uso limitado de adjectivos.
O código elaborado, caracteriza-se por uma linguagem mais formal e uma complexidade
sintáctica. A linguagem da classe média (código elaborado) é independente do contexto,
contendo significados universalistas.( Bernstein, 1982).
O código elaborado distingue-se pelas características lexicais e sintácticas como: construções
gramaticalmente precisas e complexas, uso frequente de preposições, uso diferenciado de
pronomes, conjunções e orações subordinadas, uso diferenciado de adjectivos e advérbios.
Os dados de relacionamento social dos indivíduos processam-se dentro desses códigos. Com
base no uso de um ou de outro código é possível prever as atitudes dos indivíduos nos grupos
ou entre grupos. O usuário do código restrito demonstra tendência à submissão e à lealdade ao
grupo em termos de aspirações e normas sociais. O indivíduo é acomodado e perfeitamente
adapto ao grupo, já que sua linguagem é percebida como meio de produzir símbolos sociais
que são de todos e não como uma
forma de verbalizar as próprias experiências e vivências, ao contrário do indivíduo que utiliza
o código elaborado.
Segundo Soares (1986, p.25), in Bernstein, mais tarde, na caracterização dos dois códigos
passa a enfatizar mais os aspectos semânticos em vez dos aspectos lexicais e
morfossintácticos, ou seja, os aspectos semânticos passam a determinar os demais: "a forma
de relação social actua selectivamente sobre os significados a serem transmitidos, e estes, por
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sua vez, determinam escolhas gramaticais e lexicais específicas". Haveria, então, os


significados universalistas, que são linguisticamente explicitados e independentes do contexto
e, portanto, acessíveis a qualquer pessoa.
2.4 Posição de Bernstein em relação à escola
O trabalho de Bernstein gerou intensa discussão e muito interesse, pois coincidiu com um
período em que era grande a preocupação com o fracasso escolar de crianças de classes
sociais desfavorecidas. A interpretação que ganhou notoriedade para a explicação do fracasso
escolar baseou-se em preconceitos deterministas e foi influenciada pela tese dos dois códigos
nomeados por Bernstein, concluindo que a linguagem de crianças das classes baixas é pobre,
sem imaginação, sem coesão, imprópria para abstracções e classificações. As crianças que
utilizam o código restrito seriam portadoras de uma "deficiência linguística", o que implicaria
uma deficiência cognoscitiva e daí, o fracasso escolar
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Conclusão

Concluímos que:

a) segundo a tese de Bernstein, a estrutura social gera códigos linguísticos diferentes


que transmitem a cultura do grupo, e dessa forma, acaba, por determinar
comportamentos e modos de pensar e interpretar a realidade. Bernstein em seus
primeiros estudos falava em linguagem pública e linguagem formal, partindo da
pressuposição e mais tarde ele passa a chamar essas duas linguagens de código
restrito e elaborado.
a) Os códigos sociolinguísticos desempenham um papel crucial na comunicação
humana, reflectindo as nuances da sociedade e das relações interpessoais.
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Referências Bibliográficas

Bernstein.(1996).Pedagogy,Symbolic,Control and identity:theory,research,critique. Londres:


Taylor and Francis.

BERNSTEIN, B.A(1996).Estruturação do discurso pedagógico: classe, código, controle.


Petrópolis: Vozes.

Morais, A.M et al(2007).Estava investigação usando uma abordagem metodológica mista.


Revista Portuguesa de Educação, n.20,vol.2.

Siiva,T.T.(2010).Documentos de identidade, uma introdução as do currículo. Belo Horizonte:


Autentica.

Narzetti,C. et al.(2016).A teoria dos códigos linguísticos de Basil Bernstein e a questão da


modalidade oral da língua. Domínio de linguagem . Uberlândia, vol.

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