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Códigos Sociolinguisticos
Códigos Sociolinguisticos
1 Introdução ........................................................................................................................... 4
Conclusão ................................................................................................................................... 9
1 Introdução
1.1 Objectivos
1.2 Metodologia
Para a efectivação do trabalho e o cumprimento dos objectivos ora definidos usamos usou-se
como metodologia a pesquisa bibliográfica que consiste na leitura de varias obras e a
introspecção.
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2 Códigos Sociolinguísticos
Para Bernstein (1996, p.143), um código pode ser definido como “um princípio regulador,
tacitamente adquirido, que selecciona e integra os significados relevantes, à forma da sua
realização e os conceitos evocadores”.
Para Morais e Neves (2007, p. 116), O código funciona como “um regulador da relação entre
contextos e gerador de princípios orientadores da produção dos textos adequados a cada
contexto”.
Os Códigos sociolinguísticos constituem diferentes produtos sociais, isto é, diferentes grupos
sociais produzem diferentes códigos linguísticos.
2.1 Tipos de códigos
A posição que a pessoa ocupa na divisão social determina o tipo de código apreendido.
Para Silva (2010, p.74), “O tipo de código determina, por sua vez, a consciência da pessoa, o
que ela pensa e, portanto, os significados que ela realiza ou produz na interacção social”.
Bernstein distinguiu dois tipos de códigos: o restrito e o elaborado.
Em seus primeiros estudos, ele falava em linguagem pública e linguagem formal, partindo da
pressuposição. Linguagem pública seria aquela em que predominassem as implicações
emotivas sobre as lógicas. Nela, o falante faria uso de frases curtas e perguntas em que o
simbolismo seria concreto e com um baixo grau de generalização. Por outro lado, a linguagem
formal seria aquela relativamente complexa e que propiciaria ao falante uma percepção mais
aguda dos objectos e da realidade.
Mais tarde Bemstein passa a chamar essas duas linguagens Código Restrito e Código
Elaborado que são definidos como funções do relacionamento social ou como qualidades da
estruturação social.
O código restrito é uma forma de linguagem oral, em que determinados significados são
restritos, é uma linguagem presa ao contexto, contendo significados particularistas. Bernstein
(1982).
Segundo Bernstein (1986) numa forma de linguagem regulada por um código restrito, é muito
mais fácil predizer as opções ou alternativas sintácticas, pois que estas são seleccionadas pelo
falante, de uma gama menos vasta e há uma certa rigidez na sua organização. Como
caracteriza Saraceno e Naldini (2003) aqueles cuja experiência quotidiana e de vida se
circunscreve geralmente a relações de tipo coloquial- familiar, em trocas verbais pouco
articuladas, ainda que cheias de significados, são imediatamente compreensíveis pelos
interessados. Afirma Bernstein, é um código básico, que privilegia intimidade, é o código do
"aqui e do agora", que modela e que modifica a natureza profunda da experiência subjectiva
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na família e nas relações pessoais íntimas. Pinto (1995) salienta que em certas famílias (de
classes sociais desfavorecidas) as relações dos códigos são mais directas, mais autoritárias,
explicam-se menos as razões das decisões, exigindo que as crianças obedeçam às regras sem
que lhes expliquem os motivos que lhes são aplicáveis. O discurso entre pais e filhos é mais
simples no sentido de ser menos elaborado, usando-se mais frequentemente o recurso a
sanções físicas.
Por outro lado, o código elaborado é igualmente um código básico. Numa forma de
linguagem regulada por este código, é difícil predizer as opções ou alternativas sintácticas
adoptadas para a organização da fala, porque o falante dispõe de uma ampla gama de
alternativas e organiza-as flexivelmente.
Segundo Bernstein,1986,p.138) Código elaborado é aquele no qual as possibilidades formais
e a sintaxe são muito menos previsíveis e as possibilidades formais de organização da
sentença são usadas para esclarecer o significado e torna-lo explícito.
2.2 Principal diferença
Segundo Bernstein(1996).A principal diferença entre eles é que o restrito depende do contexto
e pode ser aprendido na família, na escola, entre outras instituições sociais, e o elaborado,
não. O código elaborado usa uma estrutura gramatical mais completa, ao passo que o código
restrito se utiliza de uma estrutura gramatical mais simples.
Nesse sentido, a linguagem da classe trabalhadora (código restrito) é presa ao contexto, possui
sentenças curtas e gramaticalmente simples, sinteticamente são pobres e na voz activa com
aplicações simples e repetidas das conjunções, uso restrito de orações subordinadas contendo
significados particularistas. A linguagem da classe média (código elaborado) é liberada do
contexto, apresentando sentenças gramaticalmente mais complexas contendo significados
universalistas (Narzetti; Nobre, 2016).
Para as autoras, na tese de Bernstein o factor determinante para o desenvolvimento dos
códigos seria as formas diferentes de socialização que a criança recebe no ambiente familiar.
A classe média domina os dois códigos e a classe operária somente o código restrito. O
sucesso escolar requer um código elaborado que os filhos de pais da classe trabalhadora não
obtiveram em sua formação e esses estão em desigualdade de condição, tratando-se do código
dominante da escola. A diferença se converte em déficit no contexto das relações de macro
poder (Bernstein, 1996).
Para Bernstein (1986, p. 138).O código restrito não é o mesmo que variedade popular e o
código elaborado não é o mesmo que variedade culta da língua. No código restrito encontram-
se sentenças curtas, gramaticalmente simples, quase sempre incompletas, sintaticamente
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pobres e na voz activa; aplicação simples e repetitiva das conjunções (assim, então, porque);
uso restrito de orações subordinadas; incapacidade para manter um assunto formal em uma
sequência oral, facilitando o surgimento de um conteúdo informativo desorganizado; uso
rígido e limitado de adjectivos e advérbios. A passo que no código elaborado é aquele no qual
"as possibilidades formais e a sintaxe são muito menos previsíveis e as possibilidades formais
de organização da sentença são usadas para esclarecer o significado e torná-lo explícito".
Apresenta, ainda, estes traços: sentenças gramaticalmente complexas, com ordem gramatical e
sintaxe precisas; uso variado de conjunções e orações subordinadas; uso frequente de
preposições que indicam relações lógicas, bem como de preposições que indicam
contiguidade temporal e espacial; uso variado de adjectivos e advérbios; uso variado de
pronomes. (Bernstein, 1986, p. 138).
2.3 Características
As características do código restrito são: estruturas gramaticalmente simples e/ou
incompletas, frases curtas; demasiados recursos não-verbais, pouco uso de orações
subordinadas e de verbos na voz passiva, repetição de pronomes pessoais e também de
conjunções, uso limitado de adjectivos.
O código elaborado, caracteriza-se por uma linguagem mais formal e uma complexidade
sintáctica. A linguagem da classe média (código elaborado) é independente do contexto,
contendo significados universalistas.( Bernstein, 1982).
O código elaborado distingue-se pelas características lexicais e sintácticas como: construções
gramaticalmente precisas e complexas, uso frequente de preposições, uso diferenciado de
pronomes, conjunções e orações subordinadas, uso diferenciado de adjectivos e advérbios.
Os dados de relacionamento social dos indivíduos processam-se dentro desses códigos. Com
base no uso de um ou de outro código é possível prever as atitudes dos indivíduos nos grupos
ou entre grupos. O usuário do código restrito demonstra tendência à submissão e à lealdade ao
grupo em termos de aspirações e normas sociais. O indivíduo é acomodado e perfeitamente
adapto ao grupo, já que sua linguagem é percebida como meio de produzir símbolos sociais
que são de todos e não como uma
forma de verbalizar as próprias experiências e vivências, ao contrário do indivíduo que utiliza
o código elaborado.
Segundo Soares (1986, p.25), in Bernstein, mais tarde, na caracterização dos dois códigos
passa a enfatizar mais os aspectos semânticos em vez dos aspectos lexicais e
morfossintácticos, ou seja, os aspectos semânticos passam a determinar os demais: "a forma
de relação social actua selectivamente sobre os significados a serem transmitidos, e estes, por
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Conclusão
Concluímos que:
Referências Bibliográficas