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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

PROCESSO SELETIVO 2023 (INGRESSO 2024)


Edital 1/2023 – PPGEL/UNESP/SJRP

ETAPA 1 – PROVA DE CONHECIMENTOS DE LINGUÍSTICA


INSIRA AQUI SEU NÚMERO DE
INSCRIÇÃO:

Instruções
1. Da realização da prova
1.1. Esta prova está sendo realizada de modo remoto, com o candidato conectado à sala do Google Meet.
1.2. O candidato deve manter a câmera ligada durante todo o tempo de realização de sua prova.
1.3. Em caso de perda de conexão, o candidato deverá retornar imediatamente à sala do Google Meet, com
tolerância máxima de 10 minutos de ausência da sala; depois de 10 minutos de ausência, o candidato será
desclassificado.
1.4. O candidato receberá, no chat do Google Meet, link para baixar a prova em formato .DOC (word) em seu
computador.
1.4. A prova terá duração de três horas, contadas a partir do recebimento do link.
1.5. Decorridos 60 minutos do início da prova, todos os candidatos receberão, no chat do Google Meet, link
temporário do Google Formulário para envio da prova.
1.6. O link do formulário de envio da prova poderá ser acessado até 10 minutos depois do tempo de duração
da prova.
1.7. Terminado o tempo adicional de 10 minutos, o formulário de envio da prova será desativado e não será
mais possível enviar a prova.
1.8. O candidato que não enviar a prova no tempo estabelecido será desclassificado do processo seletivo.
1.9. A Comissão de seleção não se responsabiliza por qualquer problema técnico que o candidato venha a ter,
seja durante a realização da prova, seja no envio da prova.

2. Da redação da prova
2.1. O candidato NÃO deve se identificar NOMINALMENTE em nenhuma parte do texto desta prova.
2.2. A prova, a ser desenvolvida em forma de texto dissertativo, é constituída de tema único, amparado por
excertos de textos teóricos de Linguística Geral e de Linguística Aplicada.
2.3. Faça uso adequado de citações, se necessárias, procurando elaborar um texto autoral e evitando construir
um texto por mera junção de paráfrases e/ou citações diretas.
2.4. Ao final, encontram-se as instruções de preparação do arquivo para envio da prova.

PROPOSTA DE TEMA
Duas características parecem se mostrar como constitutivas da linguagem, se vista em seu funcionamento
empírico: por um lado, a de que a linguagem se mostra como um movimento, um processo, um fluxo; por
outro lado, a de que esse fluxo não se deixa mover ao acaso, não é aleatório nem caótico, já que se mostra sob
efeito de mecanismos reguladores de seu movimento. Essas duas características são, de certo modo,
intuídas/percebidas por diferentes estudiosos de linguagem, conforme mostram os fragmentos textuais abaixo.
Tomando-as como constitutivas, produza um texto em que você discorra sobre diferentes modos de relação
entre essas características – movente e reguladora – do fenômeno da linguagem. Para tanto, leve em
consideração informações de PELO MENOS DOIS dos fragmentos elencados. Além dessas informações,
você pode, também, basear-se em seu contato direto com o fenômeno empírico da linguagem, bem como em
seu contato com diferentes estudos sobre a linguagem durante sua formação acadêmica.
Fragmento 1
“A fala é [...] um ato individual de vontade e inteligência, no qual convém distinguir: 1º., as combinações pelas
quais o falante realiza o código da língua no propósito de exprimir seu pensamento pessoal; 2º., o mecanismo
psicofísico que lhe permite exteriorizar essas combinações.” (p. 22);

“[...] é necessário colocar-se primeiramente no terreno da língua e tomá-la como norma de todas as outras
manifestações da linguagem.” (pp. 16-17 – em itálico no original);

“[...] a língua [...] é de natureza homogênea: constitui-se num sistema de signos onde, de essencial, só existe a
união do sentido e da imagem acústica [...].” (p. 23).
[SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. Trad. Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Blickstein.
20.ed. São Paulo: Cultrix, 1995, p. 16-17; 22-23.]

Fragmento 2
Em todo ato de comunicação verbal: “O REMETENTE envia uma MENSAGEM ao DESTINATÁRIO. Para
ser eficaz, a mensagem requer um CONTEXTO a que se refere [...], apreensível pelo destinatário, e que seja
verbal ou suscetível de verbalização; um CÓDIGO total ou parcialmente comum ao remetente e ao destinatário
(ou, em outras palavras, ao codificador e ao decodificador da mensagem); e, finalmente, um CONTATO, um
canal físico e uma conexão psicológica entre o remetente e o destinatário, que os capacite a ambos a entrarem
e permanecerem em comunicação.” (p. 123 – destaques no original).
[JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. Trad. Izidoro Blickstein e José Paulo Paes. 24.ed. São Paulo:
Cultrix, 2007, p. 123.]

Fragmento 3
No paradigma funcional, uma língua é, em primeiro lugar, conceitualizada como um instrumento de interação
social entre seres humanos, utilizado com a intenção de estabelecer relações comunicativas. Nesse paradigma,
procura-se revelar a instrumentalidade da língua no que diz respeito ao que as pessoas fazem e realizam com
ela na interação social. Uma língua natural, por outras palavras, é vista como parte integrante da competência
comunicativa dos usuários.
A interação verbal, ou seja, a interação social por meio da língua, é uma forma de atividade cooperativa
estruturada. É uma atividade estruturada (e não aleatória) no sentido em que é regida por regras, normas e
convenções. É uma atividade cooperativa no sentido óbvio de que precisa de pelo menos dois participantes
para atingir os seus objetivos. Na interação verbal, os participantes dispõem de instrumentos que, num sentido
geral do termo, designaremos por expressões linguísticas. Essas expressões são também entidades estruturadas,
ou seja, são regidas por regras e princípios que determinam a sua construção. Do ponto de vista funcional, a
linguística tem, portanto, de lidar com dois tipos de sistemas de regras, ambos ratificados pela convenção
social:
(i) as regras que regem a constituição das expressões linguísticas (regras semânticas, sintáticas, morfológicas
e fonológicas);
(ii) as regras que regem os padrões de interação verbal em que essas expressões linguísticas são usadas (regras
pragmáticas).
O sistema de regras (i) é visto como instrumental em relação aos objetivos e propósitos do sistema de regras
(ii): o requisito básico do paradigma funcional é o de que as expressões linguísticas devem ser descritas e
explicadas em termos do quadro geral fornecido pelo sistema pragmático da interação verbal. E a própria
interação verbal deve ser vista como integrada nas funções cognitivas superiores do usuário.
[Dik, S. C. The theory of functional grammar; edited by Kees Hengeveld. 2nd, rev. cd. Berlin: Mouton de
Gruyter, 1997, p 2-4, tradução livre]

Fragmento 4
“Nietzsche, no final do século XIX, problematiza a crença na solidez e na essência das construções conceituais
edificadas pelos sistemas filosóficos da civilização ocidental, referindo-se a elas metaforicamente como um
tipo de conhecimento semelhante a construções mumificadas, habitantes de arquiteturas piramidais, em sua
pretensão à imutabilidade, à eternidade e à universalidade. A essa imagem de "torre" sólida da ciência moderna,
ele contrapõe a metáfora de delicada teia de aranha sobre a correnteza de um rio, firme em sua fragilidade,
apesar de assentada sobre um solo movente.
[...]
Alguns pesquisadores no campo da Linguística Aplicada têm procurado trabalhar com um conceito de
complexidade, ao entender que vários elementos que se arranjam de determinada forma contribuem para a
produção de certos efeitos de sentido. [...] Mas a pergunta que se impõe agora é: de que forma podemos
abordar, na perspectiva da trama movente, as práticas discursivas da atualidade, de modo a ir ao encontro do
que poderia ser compreendido como Linguística Aplicada contemporânea? A partir da articulação do
pensamento de Nietzsche, Foucault e Wittgenstein, podemos pensar em alguns procedimentos metodológicos
que já vêm inspirando o nosso campo:
[...]
Estranhar sentidos essencializados e dogmas mumificados construídos na cultura com relação ao objeto,
lembrando que toda etiqueta verbal agrega de forma pragmática, porém unificadora, uma miríade de estados e
eventos diferentes que só ganham sentido quando inscritos em determinado campo semântico, ligado a práticas
e valores socioculturais em contextos específicos [...]”. (pp. 53; 59)
[FABRÍCIO, B. P. Linguística aplicada como espaço de “desaprendizagem”: redescrições em curso. In:
LOPES, L. P. M. (org.) Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006; pp.
45-65.]

INICIE NA PÁGINA SEGUINTE O TEXTO DA SUA PROVA

1. Não altere as margens deste arquivo. Mantenha espaçamento 1,5 cm entre linhas e fonte Times New Roman,
tamanho 12. A numeração das linhas é automática. Não a remova.
2. Tamanho do texto: máximo de 2000 palavras (até 4 páginas ou 130 linhas). Acompanhe pela numeração
de linhas. Não a remova. Páginas excedentes não serão consideradas na correção.
3. Não se identifique nominalmente em nenhuma parte da prova.
4. Em “salvar como”, renomeie este arquivo, identificando-o com a etapa do processo seguida de seu número
de inscrição, no seguinte formato: ETAPA 1-230.000.doc (este é apenas um exemplo).
5. Finalizado o texto, salve em seu computador o arquivo final em formato PDF, mantendo o nome dado ao
arquivo (ETAPA 1-230.000.PDF).
7. No formulário de envio da prova, há campo específico para fazer upload do arquivo final com a prova em
formato PDF.
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