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HIDRODINÂMICA

Condutos Livres

04/01/2024 ISECMAR / UTA -Prof. Eurides Costa 1


Escoamento em Canais Livres
Escoamento em Canais livres ocorre quanto uma parte do
contorno de escoamento do liquido se encontra em
contacto com a atmosfera

Todos os condutos que conduzem líquidos com uma


superfície livre, com secção aberta ou fechada

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Condutos Livres
Aplicações:
- Saneamento
- Drenagem Urbana
- Contenção e Previsão de Cheias
- Irrigação
- Hidroeletricidade
- Navegação
- Qualidade da Água
- Condução e Tratamento de Esgotos
- Diagnósticos e Estudos de Impactos Ambientais
- Conservação / Recuperação Ambiental
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Canal Livre: Classificação
Ocorrência dos Escoamentos Livres:
Rios
Canais Naturais
Estuários

Circulares
Retangulares
Ovais
Condutos fechados
Ferradura
Etc.
Canais Artificiais
Semi-circulares
Condutos abertos Retangulares
Trapezoidais
(escavados)
Triangulares
Etc.

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Classificação dos Escoamentos

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Classificação dos Escoamentos

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Casos Gerais :

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Elementos Geométricos da Secção
Transversal do Canal

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Elementos Geométricos da Secção
Transversal do Canal

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Elementos Geométricos da Secção
Profundidade de Escoamento (y) - distância vertical entre o ponto mais baixo
da secção e a superfície livre.

Área Molhada (A) - toda a secção perpendicular molhada pela água.

Perímetro Molhado (P) - comprimento da linha de contorno molhada pela água.

Raio Hidráulico (R) - relação entre a área e o perímetro molhado.

Profundidade Média ou Profundidade Hidráulica (Ym) - relação entre a área


molhada (A) e a largura da superfície líquida (B).

Declividade de Fundo (I) - tangente do ângulo de inclinação do fundo do canal.

Declividade de Superfície (J) - tangente do ângulo de inclinação da superfície


livre da água.

Talude (z) - tangente do ângulo (α) de inclinação das paredes do canal


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Escoamento Permanente e Uniforme

Condições:

A profundidade da água, a área de secção transversal, a


distribuição das velocidades em todas as secções
transversais ao longo do canal devem permanecer invariáveis

A linha de energia, a linha do perfil da superfície livre do


líquido e a do fundo do canal devem ser paralelas entre si

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Secção Longitudinal do Canal

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Equações de resistência:

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Equação geral de escoamento uniforme

como e

temos onde

então fórmula de Chezy

C – função da natureza do canal e estado de acabamento da superficie

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Fórmulas para o Cálculo da Velocidade Média

n-rugosidade
da superfície

Como : Q =V.A (5)

Substituindo (4) em (5) (6)

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Parâmetros Característicos de Secções

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Secções de Máxima Eficiência

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Equilibrio entre a força da gravidade e resistência
ao escoamento
(F1 e F2) Forças hidráulicas de pressão em cada face
(Gsenα) Peso do corpo liquido
(Ft) força resistente exercida pelas paredes do canal sobre o
liquido

• Como F1=F2

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Equilibrio entre a força da gravidade e
resistência ao escoamento
Segundo Chezy a força resistente por unidade de área de leite do canal é
proporcional ao quadrado da velocidade média na secção transversal→
tensão de cisalhamento junto as paredes do canal

Então

Como e então chezy

C –coeficiente de chezy

Temos e

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Fórmulas práticas para o coeficiente C

Fórmula de Ganguillet e Kutter (1870)

Estes pesquisadores introduziram o efeito da declividade (i) na


determinação do coeficiente C de Chezy, onde n varia nos
casos mais usuais de 0,011 a 0,015.

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Fórmula de Bazin(1897)
É utilizada para canais de pequenas dimensões e diâmetros
hidráulicos (DH) de até aproximadamente 1,00 m.

• Onde γ (m) representa a rugosidade das paredes, cujos


valores são tabelados por categorias

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Fórmula universal ( 1940)
Partindo da equação geral de perda de carga, determina-se o
coeficiente C de Chézy representado por:

Considerado o escoamento hidraulicamente rugoso e o


número de Reynolds elevado, obtém-se:

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Fórmula de Manning ( 1895)

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Escoamento Permanente e Uniforme - Fórmula de Manning

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Valores de n de Manning para
Condutos Livres Artificiais Aberto

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Valores de n Fórmula de Mannig p/ Condutos
Livres Naturais Abertos (Arroios e Rios)

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Limites aconselháveis de Velocidades para
Escoamentos Livres

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Limites aconselháveis de Taludes das Margens
para Escoamentos Livres

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Problemas hidraulicamente determinados
Quando dos dados deduz-se (apenas com a equação do
movimento e a equação da continuidade) de maneira
unívoca o elemento desconhecido.

Conhecidos n, A, RH, há uma


infinidade de vazão Q que Problema de
satisfazem a equação de cálculo de vazão
movimento ficando associada a indeterminado
cada vazão uma declividade I .

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Escoamento Permanente e Uniforme

Basicamente se tem 4 casos possíveis, considerando as


variáveis Forma do Canal (Área), natureza das paredes do
canal, Q, v, I:

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Problemas hidraulicamente determinados
Casos I e II
Resolve-se com meras aplicações
da fórmula de Chézy com
coeficiente de Manning.

Casos III e IV
Apresentam uma dificuldade de ordem prática – é o problema
de dimensionamento geométrico do canal
𝑛𝑄
𝐼
=𝐴𝑅
𝐻

3
mesmo nos casos mais simples é bastante laborioso

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Exercício de Aplicação-(Caso I)

1. Por um canal trapezoidal de 6,0 m de largura de fundo e


inclinação das paredes 1:1 ( 𝛼 = 45º ) , circula água com
1,20m de profundidade. Sabendo-se que a declividade do
canal é 0,0009 m/m e que n = 0,025 , qual a vazão ?

2. Dimensionar um canal retangular em concreto (n=0,015),


com declividade de 0,0018 m/m, para funcionar em
condições de máxima eficiência conduzindo 50 m³/s.

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Como resolver (casos III e IV)
Um canal de forma qualquer porém conhecida

𝑛𝑄
1º Calcula-se inicialmente;
𝐼
𝐴(𝑦)
𝑅𝐻 (Y)=𝑃(𝑌)

2º Organizar uma tabela onde P e A são funções geométricas de y.


Y P(y) A(y) RH 𝟐ൗ 𝟐ൗ
𝑹 𝟑 A.𝑹 𝟑

▪ 3º representar graficamente 𝑓(𝑦) =A.𝑅2Τ3 ;


𝑛𝑄
entra-se com o valor 𝐼
em ordenada e tira-se o valor de y em
abcissa, o que resolve o problema(pode-se calcular A e 𝑅𝐻 )

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Exercício de Aplicação – Caso III
Calcular a altura de água y a área e o raio hidráulico em um
canal cuja secção transversal seja a da fig. A vazão é 0,2 m³/s.
A declividade longitudinal é 0,0004, o coeficiente de
rugosidade n, da fórmula de Manning é 0,013.

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Método dos Parâmetros Adimensionais

Ariovaldo Nuvolari e Acácio Eiji (Ven Te Chow,1959)

Abrevia os cálculos no dimensionamento de canais ,


utilizando a fórmula de Chezy com coeficiente de
Manning.

Foram desenvolvidos tabelas para canais de secção


transversal rectangular, trapezoidal e circular;

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Método dos Parâmetros adimensionais
Canais rectangulares
𝑛𝑄 2 Τ3
𝐼
=𝐴. 𝑅 m – talude

Para ter parâmetros adimensionais divide-se ambos os membros por uma


dimensão linear elevada a potência 8/3. Adopta-se a largura b como dimensão
linear
𝑦 2
2 Τ3
𝑛𝑄 𝑦 𝑦 2 𝑦+𝑚
𝑏
= + 𝑚. . 2𝑦
𝑏8Τ3 .𝐼 1Τ2 𝑏 𝑏 1+ 1+𝑚2
𝑏

Para canal rectangular (m=0)


𝑦 2 Τ3
𝑄𝑛 𝑦 𝑏
= 2𝑦
𝑏8 Τ3 𝐼 1Τ2 . 𝑏 1+
𝑏

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Método dos Parâmetros adimensionais
A equação de resistência conforme Maning
1 𝑣𝑛
𝑣 = 𝑛 𝑅 2Τ3 .𝐼 1Τ2 Τ =𝑅 2 Τ3
𝐼1 2

Divide-se ambos os membros por uma dimensão linear elevada a potência 2/3
têm-se parâmetro adimenionais. Adopta-se a largura b como dimensão linear
𝑦 2Τ3
𝑣𝑛 1+𝑚𝑏 𝑦
= 2𝑦 .
𝑏2Τ3 .𝐼 1Τ2 1+ 𝑏 1+𝑚2 𝑏

Para a secção rectangular (m=0)


𝑣𝑛 1 𝑦 2Τ3
= .
𝑏2Τ3 .𝐼 1Τ2 1+2𝑦 𝑏
𝑏
Tabela 14.1 a 14.4 (y/b, 0,01 a 1)
Tabela 14.1 a 14.3 (b)
Tabela 14.2 a 14.4 (y)

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Método dos Parâmetros adimensionais
Canais circulares
As dimensões geométricas são a profundidade de escoamento y e o diâmetro D.

Mesma metodologia da rectangular

Tabela 14.5 a 14.8 (para y/D de 0,01 a 1)


Tabela 14.5 a 14.7 (D)
Tabela 14.6 a 14.8 (y)

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Exercício 1

Calcular a vazão e a velocidade de um canal trapezoidal (m=1)


com as dimensões b=2 m e y=1 m. A declividade longitudinal é
de 0,0004 m/m e a rugosidade n=0,018.

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Exercício 2
Qual é a declividade de um canal trapezoidal (m=1) com as
dimensões b=2 m e y=1 m que conduz uma vazão 2,4 m³/s
com velocidade de escoamento de 0,81 m/s. Dado a
rugosidade n=0,018.

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Exercício 3

Qual é a profundidade de escoamento num canal trapezoidal


(m=1) que conduz uma vazão 2,4 m³/s com velocidade de
escoamento de 0,81 m/s? Dados b=2 m, a declividade
longitudinal é de 0,0004 m/m e a rugosidade n=0,018.

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Exercício 4
Determinar a profundidade de escoamento num
canal circular D=2 m que conduz uma vazão de 3m³/s,
conhecendo-se I=0,0004 m/m e n=0,013. Qual é a
velocidade de escoamento?

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Movimento Variado nos Canais

Para uma vazão constante pode-se traçar a curva da variação da carga


específica em função da profundidade considerada variável

𝑣2
𝐻𝑒 =𝑦 +
2𝑔

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Exemplo
Canal de secção rectangular com 3m de largura, conduzindo 4,5𝑚3 /s de água,
encontram-se os valores de y e 𝐻𝑒

Valor mínimo de 𝐻𝑒 ocorre no ponto C →profundidade crítica y=0,6 m

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Profundidade crítica

𝑦𝑐 =0,47𝑄 2Τ3

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Vazão- Movimento Variado

ℎ = 𝐻𝑒

𝑄 = 𝐴𝑐 . 𝑔ℎ𝑚𝑐

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Velocidade Critica
Velocidade critica
𝑄
𝑣𝑐 = = 𝑔. ℎ𝑚𝑐
𝐴𝑐

𝑄 2 .𝐵
• Como ℎ𝑚𝑐 =
𝐴𝑐
tem-se 3 =1
𝐵 𝐴𝑐 .𝑔
• A velocidade máxima em uma secção é alcançada quando a
velocidade da água igualar a velocidade critica

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Declividade critica
Declividade critica
• Da equação de chézy para as condições criticas,
𝐴𝐶
• 𝑄 2 =𝐴𝑐 2 .𝐶 2 .𝑅𝐻 .𝐼𝑐 e de 𝑄 = 𝐴𝑐 . 𝑔ℎ𝑚𝑐 como ℎ𝑚𝑐 =
𝐵

𝑔ℎ𝑚𝑐
𝐼𝑐 = 2
𝐶 . 𝑅𝐻

• Sempre que a declividade de um canal ultrapassar a declividade critica


(𝐼𝑐 ) a profundidade nesse canal será inferior a profundidade critica e o
movimento será torrencial

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Regimes de escoamento
Portanto, para uma dada vazão Q poderemos ter 3 situações em termos de
regime de escoamento:
Escoamento Crítico
Escoamento Supercrítico
Escoamento Subcrítico

Como a vazão é a mesma, o que irá determinar o regime do escoamento será


a declividade do fundo do canal

Assim, para uma vazão constante escoando em canal prismático com


profundidade superior à crítica, teremos um escoamento subcrítico

Ao aumentarmos a declividade do fundo do canal observa-se um aumento da


velocidade do escoamento. De acordo com a equação da continuidade, a esse
aumento da velocidade corresponderá uma redução na profundidade do
escoamento, podendo-se chegar a um ponto em que a profundidade atinge o
seu valor crítico. Para esta situação tem-se, então, a Declividade Crítica
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Regimes de escoamentos

A Declividade Crítica, portanto, é aquela à qual corresponde a


Profundidade Crítica ( Y = Yc)

Declividades superiores à Crítica correspondem a


Escoamentos Supercríticos, pois conduzem a profundidades
de escoamento inferiores à crítica ➔ (y < yc)

Declividades inferiores à Crítica correspondem a


Escoamentos Subcríticos, pois conduzem a profundidades de
escoamento superiores à crítica ➔ (y > yc)

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Variação da vazão em função da profundidade
(para He dada)

Para valores fixos de H; e h há um único valor possível de Q;


Para valores fixos de Q e h há um único valor de He;
Para valores fixos de Q e He podem existir 2 valores possíveis de h(e
excepcionalmente um ou nenhum valor).

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Regimes de escoamento
Ao escoamento de uma dada vazão constante, em condições de profundidade e declividade
crítica corresponderá, analogamente, a ocorrência de Velocidade Crítica

Desse modo podemos dizer que para escoamento supercrítico corresponderá a velocidade supercrítica, e
para o escoamento subcrítico a velocidade subcrítica

Para cada valor de vazão escoando pelo canal corresponderá uma curva de Energia Específica,
podendo-se ter, para um determinado canal, uma família de curvas de Energia Específica, com
cada curva correspondendo a uma determinada vazão

y Q3 Q4
Q2
Q1

Vazões crescentes

E
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Regimes de escoamento
Para uma determinada condição crítica do escoamento, em termos de
profundidade, velocidade e declividade, corresponderá uma determinada
Vazão Crítica

Assim, de acordo com uma dada vazão escoando, um canal poderá


funcionar nos regimes de escoamentos crítico, subcrítico
ou supercrítico

Em outras palavras, um mesmo canal poderá funcionar em


escoamento crítico, supercrítico ou subcrítico, de acordo com a
vazão em trânsito

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Variação da carga específica em função da
profundidade para uma vazão conhecida
𝑣2 𝑄2
𝐻𝑒 =h+2𝑔=h+2𝑔𝐴2

• Calcula-se He e determina-se

2
ℎ𝑚𝑐 = 𝐻𝑒
3

• Então
𝑄 = 𝐴𝑐 . 𝑔ℎ𝑚𝑐

Essas relações constituem um critério


simples para julgar sobre o regime de uma
determinada corrente. Se a carga de velocidade for menor que metade da
profundidade o regime será superior. Caso contrário será inferior

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Número de Froude
O Número de Froude (Fr) ➔ Serve p/
caracterizar o escoamento

v onde:
Fr = v: velocidade média
g ym Ym : profundidade média

Tem-se então que para:

Fr = 1 ➔ Escoamento Crítico (y = yc)

Fr < 1 ➔ Escoamento Subcrítico (y > yc)

Fr > 1 ➔ Escoamento Supercrítico (y < yc)

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Regime de escoamento
Caracterização e ocorrência do Escoamento Crítico:

vc
Fr = =1  vc = g ym  v2
c = g ym  vc = g ym
g ym

A Q Q2 A
como ym = e v=  =g
B A A2 B

Tem-se então que:

Q2 B = g A3

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Exercício 1
Um canal retangular, com 3m de largura, conduz a vazão de
3.600/s.
Pede-se calcular a profundidade e a velocidade crítica.

3m

yc

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Exemplo 1
Solução: 3m
Q2 B = g A3
A
ym =
yc B
vc = g ym
Cálculo da Profundidade Crítica:

38,88
Q2 B = g A3  3,62  3 = 9,81  (3 yc )3  y3c =  yc = 0,53m
264,87
Cálculo da Velocidade Crítica:

vc = g ym  vc = 9,81  0,53  vc = 2,27 m/s

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Exercício 2
Um canal trapezoidal, com 5m de largura do leito e taludes de
1:2 (v:h), conduz a vazão de 50m3/s.
• Pede-se calcular a profundidade e a velocidade crítica.

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Solução:
• Solução:
B = b + 4yc

yc
1

b
Cálculo da Profundidade Crítica:
Q2 B = g A3  Q2  (b + 4yc ) = 9,81  (b + 2yc ) yc 3  502  (5 + 4yc ) = 9,81  (5 + 2yc ) yc 3

Utilizando o comando Atingir Meta na planilha Excel obtém-se: yc = 1,72m

Cálculo da Velocidade Crítica:

A  by + 2y2 
vc = g ym  vc = g   vc = 9,81   c c  vc = 3,46 m/s
B  b + 4yc 
 

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Exercício 2
Em um laboratório hidráulico foi medida uma vazão de
0,393m³/s em um canal rectangular de 1,20 m de largura e
0,6m de profundidade. Se a declividade do canal era 0,0004
m/m, qual o factor de rugosidade para o revestimento do
canal ?

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Exercício 3
Qual a declividade que deverá ser dada a uma tubulação de
manilha de barro vitrificado de 60 cm de diâmetro para que
circulem 0,162 m³/s quando a tubulação está semi-cheia?

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Exercício 4
Por um canal trapezoidal de 6,0 m de largura de fundo e
inclinação das paredes 1:1 ( 𝛼 = 45º ) , circula água com 1,20m
de profundidade. Sabendo-se que a declividade do canal é
0,0009 m/m e que n = 0,025 , qual a vazão ?

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Exercício 5
Dimensionar um canal rectangular em concreto
(n=0,015), com declividade de 0,0018 m/m, para
funcionar em condições de máxima eficiência
conduzindo 50 m³/s.

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Movimento Variado em Canais

Ressalto

Remanso

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Ressalto hidráulico
É uma sobreelevação brusca da superfície liquida.

Corresponde à mudança de regime de uma profundidade menor que a


critica para outra maior que esta em consequência do retardamento do
escoamento em regime inferior (rápido)

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Ressalto Hidráulico
Ocorre quando o escoamento passa de supercrítico para
subcrítico. Nesse processo ocorre uma significativa perda
de energia

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Tipos de ressalto hidráulico
a) salto elevado com um grande turbilhamento, que
faz certa porção do líquido rolar contra a corrente

b) superfície agitada, porém sem redemoinho e sem


retorno do liquido

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Altura do salto hidráulico
Considerando em um canal rectangular as duas secções o
ressalto hidráulico será: h2-h1

Perda de carga será

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Remanso
A barragem causa a sobreelevação das ,águas, influenciando o
nível de água a uma grande distância a montante

Delimitação das áreas inundadas


Traçada curva de
remanso Volumes de água acumulada

Variação das profundidades

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Método dos engenheiros do Sena

Vazão Q
Altura BN(posição N)
Formula de vertedouros
Para canais de pequena declividade a sobreelevação deixa de ser apreciável a partir de F
EN=NG 𝑧𝑜 =NG 𝑧𝑜 =z a uma distância L da barragem
A eq. Da parábola
2𝑧𝑜 −𝐼𝐿 2
𝑧𝑜 =
4𝑍𝑂
solução prática:
atribuir a L uma série de valores equidistantes de 100m calculando-se z ou a Z de 10 em
10 cm e calculando-se os valores de L que permitem traçar a curva
Amplitude do Remonte
𝐺𝐸 𝐺𝐸 𝐺𝐸
EF=GF ; para o ∆GEF tem-se 𝐺𝐹
= 𝐸𝐹 , sendo GE=2NG=2𝑧𝑜 e 𝐺𝐹
=1
𝐺𝐸 2𝑍𝑂
= =I ⇒ 2𝑍𝑂
𝐸𝐹 𝐸𝐹 𝐸𝐹 =
𝐼
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Remanso

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86
Exercício 1
Um canal de concreto de 2m de largura e foi projectado para
funcionar com uma profundidade útil de 1m. A declividade é
de 0,0005 m/m. Determinar a vazão e verificar as condições
hidráulicas do escoamento.
Admitindo agora que o canal, com a mesma forma e
dimensões estruturais, fosse construído com uma declividade
muito maior, 0.004 m/m, como resultariam as condições de
escoamento?

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Exercício 2

Em um canal de secção rectangular, com 2,5m de largura e


com 9,25m³/s de vazão, forma-se um ressalto hidráulico.
Conhecendo-se a profundidade de montante (0,9m),
determinar a altura do ressalto.

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Exercício 3
Em um canal rectangular com 2,4m de largura e 0,001m/m de
declividade, o escoamento normal ocorre com uma
profundidade de 0,65 com 1,04m³/s. Nesse mesmo canal,
construiu-se uma pequena barragem de 0,75m de altura.
Determinar o remanso causado.

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Exercício 4

Determinar a profundidade da água em um canal em que o


caudal é Q=100 m³/s , a declividade 0,0001m/m, o coeficiente
de rugosidade n=0,025 , cotg=2,5 e a largura do canal no
fundo da soleira é b=15m.

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Exercício 5

Determinar o caudal Q que circula por um canal trapezoidal


de alvenaria, em que as paredes laterais formam com a
horizontal um ângulo de 45º , a largura da superfície
transversal no nível da água é de 3m, a profundidade do canal
de 1m e a declividade 0,05 por 1000.

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Exercício 6
Observa-se que a água descarregada em um canal de uma
comporta basculante de 10 m de largura, passou por um salto
hidráulico. A profundidade de escoamento e a velocidade
antes do salto são 0,8m e 7m/s respectivamente. Determine;
a) A profundidade de escoamento e o número de Froude
após o salto
b) A perda de carga e a taxa de dissipação
c) O potencial de produção de potência devido ao salto
hidráulico. Dado:ρ(água)=1000 kgf/m³

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Exercício 7
Água escoa em um canal cuja inclinação no fundo é 0,002 e
cuja secção transversal é a mostrada na fig. As dimensões e os
coeficientes de Manning para as superfícies de diferentes
subsecções também são dadas na figura. Determine a vazão
através do canal e o coeficiente efectivo de Manning para o
canal.

Arbustos rasteiros

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Exercício 8
Um canal trapezoidal de terra limpa com largura do fundo de
1,5m e inclinação da superfície lateral de 1:1 deve drenar
água de modo uniforme a uma vazão de 8m³/s até uma
distância de 1km. Para que a profundidade do escoamento
não exceda 1m , determine a queda de elevação necessária.

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Exercício 10
A água escoa em um canal largo encontra uma saliência de
22cm de altura no fundo do canal. Se a profundidade de
escoamento for 1,2m e a velocidade de 2,5 m/s antes da
saliência, determine se o escoamento é estrangulado sobre a
saliência e discuta.

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Exercício 9
Água escoa de modo uniforme em um canal rectangular com
superfícies de concreto polido. A largura do canal é 3m, a
profundidade do escoamento é 1,2 m e a inclinação do fundo
é 0,002. Determine se o canal deve ser classificado como
suave, crítico ou íngreme para esse escoamento.

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Cálculo de Canais em Regime Uniforme:

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Cálculo de Canais em Regime Uniforme:

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Cálculo de Canais em Regime Uniforme:

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Cálculo de Canais em Regime Uniforme:

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Cálculo de Canais em Regime Uniforme:

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Cálculo de Canais em Regime Uniforme:

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Secções de máxima eficiência:

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Secções de máxima eficiência:

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Características das secções de máxima eficiência

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Elementos hidráulicos da secção circular:

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Canais de secção fechada:

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Canais de secção fechada:

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