UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Disciplina TE0310 - TÓPICOS ESPECIAIS EM SISTEMAS MECÂNICOS II

RELATÓRIO TÉCNICO: MECANISMO QUATRO BARRAS APLICADO EM

ATUADOR PARA GERAÇÃO DE ONDAS EM TANQUE DE

ONDAS DIDÁTICO

Aluno: Francisco Alessandro de Oliveira Damasceno

Matrícula: 472701
Semestre: 2022.1
Professor: Francisco Ilson da Silva Junior

Fortaleza - CE

Julho de 2022
Breve histórico do uso de tanques de provas na engenharia

As aplicações tecnológicas oceânicas têm exigido a simulação de problemas, em geral não

lineares, buscando integrar os vários fenômenos oriundos da atuação simultânea dos agentes
ambientais sob os pontos de vista: teóricos e empírico. Por exemplo uma grande aplicação
dos tanques de ondas é na área naval em que a construção de uma embarcação é algo
relacionado há muitos fatores do ambiente em que a embarcação deve operar.
Tais fatores devem ser levados em conta, para uma previsão confiável do comportamento da
embarcação, isto é difícil de se fazer com base apenas na teoria. Nesses casos, é necessária
uma validação experimental, feita geralmente com réplicas de tamanho reduzido em
ambientes que se assemelham em alguns aspectos às características naturais do meio de
operação, com ondas, vento e/ou correnteza.
Claro que instalações ideais para o teste de modelos deveriam possibilitar a simulação do
ambiente completo no qual as embarcações e outros sistemas marítimos operam, com ondas
regulares e irregulares, ambas em águas profundas e intermediarias, ventos, formações de
gelo, correntes, características do solo submarino e até terremotos submarinos.
Vale ressaltar que os primeiros estudiosos dedicaram suas pesquisas ao problema de
resistência ao avanço das embarcações em águas calmas. Um registro desse tipo de pesquisa
são os manuscritos de Leonardo da Vinci (1452 - 1519), que testava o efeito da variação da
distribuição longitudinal de pesos no desempenho do navio.
O primeiro engenheiro a realizar testes com modelos em escala reduzida foi o inglês John
Smeaton (1724 - 1792), contemporâneo de Benjamin Franklin (1706 - 1790). John construiu
o primeiro tanque de reboque para investigar sua observação nos canais da Holanda, a
respeito de que os barcos andam mais devagar em profundidades menores. Seu tanque de
provas era um canal estreito, construído com madeira, e o modelo era rebocado através de
um fio passante por uma polia, conectado em sua extremidade com um peso em queda.
Já William Froude (1810 - 1879) fazia experimentos de resistência ao avanço com modelos de
embarcações em escala reduzida no rio Dart, e mais tarde promoveu com o patrocínio da
marinha britânica a construção de um canal experimental no terreno de sua casa em Torquay
- Inglaterra, em 1871. Esse canal tinha um carro de reboque e suas dimensões eram: 84,79 m
de comprimento por 10,98 m de largura e 3,05 m de profundidade (D’ARCANGELO, 1978).
Mais tarde, no Canada foram feitas instalações destinadas ao ensaio tanto de modelos
parados quanto de modelos em movimento (MURRAY; FUDGE, 1989). Iniciam-se então os
estudos para possibilitar a realização de ensaios de ondas com um espectro direcional
específico e um protótipo de navio se movendo a uma velocidade constante, incluindo os
efeitos das ondas evanescentes próximas dos geradores de onda, difrações próximas às
extremidades do gerador, e requisitos para a aceleração e desaceleração do modelo.

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Absorvedor de Ondas (PRAIA)
Nas simulações empíricas, o estudo desses problemas não lineares depende de um intervalo
consideravelmente grande de tempo para coleta de dados. Na maioria dos tanques de provas,
a duração dessa coleta de dados é prejudicada por problemas de reflexão das ondas, que
acabam retornando em direção aos modelos ensaiados.
As soluções utilizadas atualmente para atenuar o problema da reflexão são os dispositivos
chamados de absorvedores de ondas (ou praias), basicamente classificados em dois tipos:
passivos e ativos.
Tais dispositivos dissipam a energia das ondas incidentes. Com essa dissipação, as
componentes de uma determinada banda de frequência são eliminadas e retornam para a
área de coleta de dados apenas as parcelas de frequências muito mais altas ou muito mais
baixas do que as da faixa do experimento, tornando-se mais fácil a correção posterior dessa
influência no tratamento de dados.
Batedor de Ondas
Para proporcionar a formação de ondas hidráulicas no tanque utiliza-se o batedor de ondas. O
gerador de ondas deve ser capaz de reproduzir as ondas estacionárias, como também aleatórias,
em diferentes amplitudes e frequências de oscilação, com a finalidade de executar uma ampla
gama de ensaios e melhor simular a realidade. Este componente é fundamental para o atingir o
objetivo do tanque, isto é, de estudar a interação entre a onda gerada no tanque, a fonte de
excitação e os modelos de WEC (“Wave Energy Converter”). Com isso, o gerador de ondas
deve ser capaz de reproduzir no tanque a altura da onda especificada, sem que ela sofra algum
tipo de perturbação.
Modelo Matemático: função de transferência do gerador
O processo de concepção do mecanismo que irá gerar as ondas depende dos parâmetros das
ondas que serão geradas no tanque, considerando as limitações de comprimento do tanque,
profundidade da água, amplitude e comprimento de onda. A partir da teoria de geração de ondas
(Dean e Dalrymple, 1984) em águas profundas, o volume de água deslocado pela placa
basculante deve ser igual ao volume de água da crista da onda que se propaga. É notório que o
problema de valor de contorno para um gerador de ondas em um tanque está diretamente
relacionado com o problema de valor de contorno para ondas bidimensionais se propagando
em um fluido irrotacional e incompressível. A relação matemática entre a altura de onda H e o
curso horizontal da placa basculante no nível da água S, denominada de função de transferência
do gerador, é dada por (Muharini, Karjanto and Klopman, 2006).

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A partir dos parâmetros H, k, h e l é possível obter o deslocamento S da placa no nível da água.
Admitindo-se que se trata de uma situação de águas profundas (k*h > π), a partir dos
parâmetros acima é possível determinar o ponto B, situado adequadamente na placa basculante,
onde será articulada a biela.
Lembrando que a condição de água profunda é definida conforme a geometria da órbita não é
influenciada pelo fundo oceânico, isto é, em águas profundas a trajetória é considerada circular,
dado que a altura da lâmina de água é superior à altura em que se encontra a base da onda, não
interagindo com o fundo do mar.
Aproveitamento Energético das Ondas
A ideia de se aproveitar a energia das ondas não é nova, sendo umas das primeiras patentes
conhecidas datada de 1799, quando M. Girard usou navios atracados para mover bombas e
moinhos. Contudo, o maior uso até hoje dessa energia é para abastecimento de boias para
sinalização para navegação (ESTEFEN, 2003).
Tipos de Dispositivos
1)Atenuadores são longos dispositivos flutuantes alinhados perpendicularmente à frente de
onda. O dispositivo flutua sobre as ondas e capta a energia quando as ondas passam por ele.
Flexionando devido ao movimento progressivo que estas provocam ao longo do seu
comprimento. O exemplo mais desenvolvido dessa tecnologia é o Pelamis.
2)Absorvedores Pontuais são estruturas flutuantes que absorvem a energia das ondas em todas
as direções devido à força dos movimentos das ondas próximos à superfície da água. Estes
sistemas oscilantes são de pequenas dimensões se comparados aos comprimentos de ondas
típicos. Um Exemplo desse tipo de gerador é o Archimedes Wave Swing.
3)Os dispositivos tipo Placa Oscilante Submersa possuem sua parte inferior instalada no fundo
do mar, onde há um pivotamento, e a parte superior atinge níveis próximos à superfície.
Funciona como um pêndulo invertido, acionado pelos movimentos das partículas de água.
4)Dispositivos tipo Coluna de Água Oscilante são estruturas ocas, parcialmente submersas,
com abertura para o mar abaixo da superfície da água, de forma que o ar contido no seu interior
seja comprimido pela coluna de água quando há a sua entrada, conduzindo um fluxo para uma
turbina de ar, e quando há a saída da água, ar é succionado para dentro da câmara, também
através da turbina. É a tecnologia mais investigada e frequentemente instalada até o momento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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EM LABORATÓRIO. 2017. 1 v. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil —
Especialização em Hidráulica, Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, Porto, 2017.

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de Engenharia Naval e Oceânica da Universidade de São Paulo (Pnv-Epusp)., Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

RODRIGUES, Isa Alonso. Estudo do Galgamento em Conversor de Ondas Oceânicas. 2017. 1 v.

Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Eletrotécnica, Área Departamental de Engenharia
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MUÑOZ, Jaime Miguel Mariano Saldarriaga. Estudo de uma metodologia para o

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Curso de Mestre em Engenharia, Departamento de Engenharia Naval e Oceânica, Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

LEADER, Chad A.Tuermelle- Project et al. Wave Generation System UNH Tech 797-Ocean
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SALDARRIAGA MUÑOZ, Jaime Miguel Mariano. Estudo de uma metodologia para o

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Universidade de São Paulo.

HAPPELL, Eric Reginald. THEORY AND DESIGN OF A WAVE GENERATOR FOR A SHORT
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Columbia, Columbia, 1969.