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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR GEDIVAL SOUSA ANDRADE


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA HUMANA E TECNOLOGIA – DCHT XXIV
BACHARELADO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

ANNE MIRANDA DA SILVA


NARANAJDA MARQUES CAVALCANTE
PALLOMA NOVAIS MARQUES
ROZIANE LOPES BRITO
STER

XIQUE-XIQUE – BAHIA
2
ANNE MIRANDA DA SILVA
NARANAJDA MARQUES CAVALCANTE
PALLOMA NOVAIS MARQUES
ROZIANE LOPES BRITO
STER

Trabalho apresentado à Universidade do


Estado da Bahia – UNEB, para fins de
avaliação no Componente Curricular de
Ecologia Aquática do Curso de
Bacharelado Engenharia Ambiental e
sanitária.

Ministrada pelo Professor: Tassio Lopes

XIQUE-XIQUE – BAHIA
2023
1 INTRODUÇÃO

A hidráulica faz parte toda história da humanidade desde antiguidade, em função


da necessidade essencial da água para a vida humana. Desse modo, tendo em vista que a
água se distribui de forma irregular, no tempo e no espaço, era preciso o seu transporte
dos locais onde estava disponível até os locais para o uso. (BAPTISTA & LARA,
2003). Assim, sabendo da necessidade absoluta da água, a história da hidráulica
remonta desde o início das primeiras sociedades urbanas organizadas, quando se tornou
fundamental efetuar a compatibilização da sua oferta e demanda (GUEDES, 2018).
O termo hidráulico a derivou-se da raiz grego hidros e aulos, que
respectivamente significa água e condução. Ela é a parte da física que se dedica a
estudar o comportamento dos fluidos em movimento e em repouso, responsável também
pelo conhecimento das leis que regem o transporte, a conversão de energia, a regulação
e o controle do fluido agindo sobre suas variáveis, tais como: pressão, vazão,
temperatura, viscosidade (SOUZA MARCUS MAESTRELLI, 2015).
A hidráulica é dividida em hidrostática que trata dos fluidos pressurizados e a
hidrocinética, que estuda os fluidos em movimento, os estudos relacionam com o uso e
características dos líquidos.
Segundo Sotomayor, (2016) afirma que os primeiros projetos de engenharia
hidráulica foram desenvolvidos há milhares de anos na Roma Antiga e destinava para a
irrigação dos campos agrícolas. A partir daí, surgiram obras para o controle e
abastecimento de água para a produção de alimentos, destacando as primeiras máquinas
hidráulicas o relógio de água, apresentada no início do segundo milénio a.C dentre
outros exemplos, foi do sistemas Qanat na antiga Pérsia e o semelhante sistema Turpan
na antiga China, o qual faziam o uso da gravidade para mover a água.
No entanto, foi no século XVII que o ramo da hidráulica começou a ser usado,
sendo baseados no princípio descoberto pelo cientista francês Pascal. O cientista, por
meio de experimentos com líquidos, contatou o aumento de pressão em um ponto do
líquido é igual ao aumento provocado em outro ponto, sendo assim, Pascal enunciou
esse fato da seguinte forma: o acréscimo de pressão, em um ponto de líquido em
equilíbrio, transmite-se integralmente a todos os pontos deste líquido. Para o cientista,
esse princípio foi muito importante, pois explicou o funcionamento das máquinas
hidráulicas (CASSIMO; SANTOS, 2018).
Com o passar dos anos, o estudo da hidráulica ficou bastante conhecida e
atualmente, pode-se definir como uma área da engenharia correspondente à aplicação
dos conceitos de Mecânica dos Fluidos na solução de problemas ligados à captação,
armazenamento, controle, adução e uso da água. Sendo assim, percebe-se que a
hidráulica desempenha um papel fundamental em diversas modalidades de engenharia,
integrando-se também em diversos outros campos profissionais (GUEDES, 2018)

Dentro do campo de trabalho do Engenheiro Sanitarista e Ambiental, a


hidráulica está presente em praticamente todos os tipos de empreendimentos que
possuem a água como agente principal, como, por exemplo, sistemas hidráulicos de
geração de energia, obras de infraestrutura, entre outros. Um exemplo aqui no Brasil é o
empreendimento de geração de energia elétrica, a Usina Hidrelétrica de Itaipu,
localizada no Rio Paraná, um trecho de fronteira na divisa do Brasil com o Paraguai
(xxxxxxxxxxx).

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O estudo da perda de carga é essencial para o dimensionamento e projeto de


sistemas hidráulicos eficientes. A perda de carga representa a diminuição da pressão
total de um fluido que escoa em um conduto fechado, causada pelo atrito entre o fluido
e as paredes do conduto, ou por mudanças bruscas de velocidade, direção ou área do
escoamento (VIANA, 2019). A perda de carga pode ser classificada em distribuída ou
localizada, dependendo do motivo que a causa.

A perda de carga distribuída ocorre em trechos de tubulação retilíneos e de


diâmetro constante, e depende do comprimento, do diâmetro, da rugosidade, da
viscosidade e da velocidade do escoamento (Amaral & Amaral, 2016). Existem diversas
fórmulas empíricas para estimar a perda de carga distribuída, como a fórmula de Darcy-
Weisbach, a fórmula de Hazen-Williams, a fórmula de Manning, entre outras (Amaral
& Amaral, 2016).

A perda de carga localizada ocorre nos pontos onde há peças especiais, como
válvulas, cotovelos, conexões, medidores de vazão, etc. Estas peças provocam uma
variação brusca na geometria ou na direção do escoamento, causando uma separação do
fluido e uma turbulência localizada (SANTOS, 2023). A perda de carga localizada pode
ser estimada pelo método dos coeficientes, que utiliza um fator adimensional tabelado
para cada tipo de peça, ou pelo método dos comprimentos equivalentes, que adiciona
um comprimento virtual à tubulação para cada peça (SANTOS, 2023).

A perda de carga total em uma tubulação é a soma das perdas distribuídas e


localizadas, e pode ser calculada pela equação da energia, que relaciona a pressão, a
altura, a velocidade e a potência do fluido nos pontos inicial e final do escoamento
(VIANA, 2019).

O conhecimento sobre as perdas de carga em tubulações e acessórios hidráulicos


é de grande importância, pois influencia nos dimensionamentos dos projetos hidráulicos
e das máquinas de fluxo. O cálculo destas perdas permite a otimização destes projetos,
gerando economia na produção e eficiência das instalações hidráulicas (PINHEIRO,
2014). Além disso, o estudo da perda de carga contribui para a compreensão dos
fenômenos físicos envolvidos no escoamento de fluidos, que são aplicados em diversas
áreas da engenharia.

3. PERDA DE CARGA

O transporte de fluídos é realizado por meio de tubulações projetados para esta


finalidade. Esses sistemas podem ser abertos ou condutos fechados, nos canais abertos,
os fluidos escoam em estruturas expostas, como rios ou canais, muitas vezes
impulsionados por gradientes naturais de elevação ou declive. Por outro lado, os
sistemas fechados, conhecidos como “dutos sob pressão” são caracterizados pelo
transporte nos quais a pressão é mantida acima da pressão atmosférica. Esse método é
comum nos escoamentos provocados por bombas hidráulicas, sendo fundamental
considerar a perda de carga ao longo da tubulação.
A perda de carga é a dissipação de energia mecânica, que provoca a diminuição da
pressão do fluido ao longo de um sistema de escoamento, e compreendê-la é
fundamental para um projeto eficiente de sistemas de transporte de fluidos. A perda de
carga ocorre devido a vários fatores, incluindo o atrito do fluido com as paredes da
tubulação, mudanças na velocidade do fluxo, expansões ou contrações na tubulação,
entre outros, podendo ser dividida em duas categorias: Perda de carga localizada ou
distribuída.
Perda de Carga Localizada: É causado pelas mudanças abruptas nas condições de
fluxo, como os acessórios de canalização, isto é, as diversas peças necessárias para a
montagem da tubulação e para o controle do fluxo do escoamento, que provocam
variação brusca da velocidade, em módulo ou direção, intensificando a perda de energia
nos pontos onde estão localizadas. O escoamento sofre perturbações bruscas em pontos
da instalação tais como em válvulas, curvas e conexões.

3.2 Perda de Carga Distribuída: É uma perda gradual de energia ao longo do


comprimento de uma tubulação devido ao atrito entre o fluido em movimento e as
paredes internas da tubulação. Essa perda de carga é causada pela resistência ao
escoamento do fluido e é um fenômeno contínuo ao longo da extensão da tubulação.
Existem vários fatores que contribuem para a perda de carga distribuída em uma
tubulação:
Atrito com as Paredes: À medida que o fluido se desloca através da tubulação, há um
atrito constante entre o fluido e as paredes internas. Isso resulta em uma perda de
energia, que se manifesta como uma diminuição gradual da pressão ao longo do
comprimento da tubulação.
Rugosidade Interna: A rugosidade da superfície interna da tubulação influencia
significativamente a perda de carga distribuída. Tubulações com superfícies mais
rugosas aumentam o atrito e, consequentemente, as perdas de carga. A escolha de
materiais com menor rugosidade pode ajudar a minimizar essa perda.
Viscosidade do Fluido: A viscosidade do fluido também desempenha um papel
importante. Fluidos mais viscosos tendem a experimentar maior resistência ao
escoamento, resultando em maiores perdas de carga distribuída.
Velocidade do Escoamento: A velocidade do fluido na tubulação influencia
diretamente a perda de carga. Geralmente, maiores velocidades resultam em maiores
perdas de carga. O dimensionamento adequado da tubulação é crucial para otimizar a
velocidade do fluido e minimizar as perdas de carga.
A fórmula de Darcy-Weisbach é comumente utilizada para calcular a perda de carga
distribuída em uma tubulação. Representada pela formula: ΔP = f ⋅ D/L ⋅ 2g/V2
Onde:
ΔP é a perda de carga distribuída,
f é o fator de atrito,
L é o comprimento da tubulação,
D é o diâmetro interno da tubulação,
V é a velocidade do fluido,
g é a aceleração devido à gravidade.
O fator de atrito (f) na equação é muitas vezes determinado usando diagramas de
Moody ou equações empíricas, dependendo das condições específicas do escoamento. A
minimização da perda de carga distribuída é crucial no design eficiente de sistemas de
tubulação. Isso é frequentemente alcançado através da seleção cuidadosa de materiais,
dimensionamento apropriado da tubulação e consideração das condições operacionais
para otimizar a eficiência do transporte de fluidos.

3.3

3.4

3.5 IMPORTANCIA DA BANCADA DIDATICA DE HIDRAULICA

4 MATERIAIS E METODOS

4.1 Materiais

▪ Tubulação de PVC 32 mm;


▪ Tubulação de PVC 25 mm;
▪ Tubulação de cobre 28 mm;
▪ Tubulação de acrílico 25 mm;
▪ Manômetro em U;
▪ Rotâmetro;
▪ Válvulas;
▪ Quadro elétrico;
▪ Bombas
▪ Bancada de inox;
▪ Reservatório.

4.2 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

▪ Estrutura: tipo bancada;


▪ Dimensões: 2000mm x 725mm x 1700 mm (L x P x H);
▪ Tampo: confeccionado em aço;
▪ Rodízios: com revestidos de poliuretano;
▪ Sistema de Bombeamento;
▪ Reservatório de água: em inox com capacidade de 280 litros;
▪ Motobomba: centrífuga com rotor fechado de alumínio;
▪ Motor: trifásico ½ CV, tensão elétrica de 220 Vac;
▪ Pressão máxima: 23mca;
▪ Vazão máxima: 7,7 m³ /h a 8mca e 3,4 m³/h a 20mca;
▪ Tubulações: em PVC, com conexões roscáveis nos diâmetros de 1”, ¾”, ½”

4.3 EXPERIMENTOS REALIZÁVEIS

▪ Aplicação da equação de energia a escoamentos incompressíveis em tubos


fechados.
▪ Determinação de perda de carga distribuída e localizada;
▪ Estudo da influência do diâmetro, da rugosidade e da vazão na perda de carga
em escoamentos laminares e turbulentos;
▪ Comparação entre diferentes meios de medição de vazão diretos e indiretos
(volumétrico, placa de orifício, sistema Venturi e pitometria);
▪ Avaliação das medidas de pressão através de manômetros de coluna de água e
manômetro diferencial digital;
▪ Visualização de escoamento laminar e turbulento;
▪ Cálculo do número de Reynolds;
▪ Obtenção das curvas da bomba H (Q), Pot (Q), Efic (Q);
▪ Avaliação dos parâmetros de escoamento e das curvas em função do tipo de
associação (em série ou em paralelo).
ANEXO 1

MODELO BANCADA 1 - BANCADA DIDÁTICA PARA ESTUDO EM MECÂNICA DOS FLUIDOS E


BOMBAS COM EXPERIMENTO DE REYNOLDS AG-MFB02B
ANEXO 2

MODELO BANCADA 2 – BANCADA DIDÁTICA PARA ESTUDO EM MECÂNICA DOS FLUIDOS E


BOMBAS
ANEXO 3

MODELO BANCADA 3 - BANCADA DIDÁTICA PARA ESTUDO EM MECÂNICA DOS FLUIDOS E


BOMBAS COM EXPERIMENTO DE REYNOLDS E ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS
ANEXO 4

ORÇAMENTO DOS 3 MODELOS DE BANCADAS


ANEXO 5

TABELA DE ACESSORIOS E SUAS RESPECTIVAS PERDAS DE CARGA


Bibliografia
Amaral, E. R., & Amaral, T. R. (2016). ANALISE DOS FATORES QUE INFLUENCIAM NAS PERDAS
DE CARGA EM.

PINHEIRO, G. W. (2014). PERDA DE CARGA TOTAL EM REDE DE TUBULAÇÕES : COMPARAÇÃO


NUMÉRICO E EXPERIMNTAL. Fonte: LUME UFRGS:
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/107533

SANTOS, N. D. (25 de JULHO de 2023). Como Calcular a Perda de Carga em Tubulações. Fonte:
VIDA DE ENGENHEIRO : https://vidadeengenheiro.com.br/como-calcular-a-perda-de-
carga-em-tubulacoes/

VIANA, D. (14 de JANEIRO de 2019). Perda de carga: entenda o que é. Fonte: GUIA DA
ENGENHARIA: https://www.guiadaengenharia.com/perda-carga/

REFERÊNCIAS

SOTOMAYOR, Hugo Bizzo. Estudo comparativo entre válvulas hidráulicas. Rio de


Janeiro: Projeto de Graduação UFRJ 110p, 2016.
BAPTISTA, Márcio Benedito; LARA, Márcia. Fundamentos de engenharia
hidráulica. Belo Horizonte: UFMG, 2003.
SOUZA, Marcelo Bressan de; MAESTRELLI, Marcus. Estudo de uma mini válvula
hidráulica direcional proporcional acionada por servo motor rádio controlado.
2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
CASSIMIRO, Helton Oliveira; SANTOS, Cleudiane Soares. CONTROLE
HIDRÁULICO DE ABASTECEDOR DE FIOS INDUSTRIAIS COM TRANSDUTOR
DE POSIÇÃO LINEAR. Revista Technologies Faculdades Network–Revista da
Faculdade de Sistemas de informação e Engenharia Mecatrônica ISSN-1677-7778,
p. 7.

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