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RESUMO
ABSTRACT
1
INTRODUÇÃO
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apresentam tributários, isto é, são canais de cabeceiras de drenagem
[...]. Os canais de segunda ordem são os canais subsequentes à
confluência de dois canais de primeira ordem e assim
sucessivamente, sendo que a confluência com canais de ordem
hierárquica menor não altera a hierarquização da rede. (Strahler,
1952 apud Cherem, 2008. p. 27)
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precisão às informações e tornava o processo moroso, além de limitar a análise dos
dados, tornando quase impossível o agrupamento de informações proveniente de
fontes diferentes.
Com o progresso tecnológico os meios de obtenção da informação ganharam
dinamismo e precisão, além de tornar possível o armazenamento de dados em
ambiente computacional (CÂMARA; DAVIS, 2012). A evolução dos procedimentos e a
inserção de novas técnicas no sensoriamento remoto, na cartografia digital, nos
sistemas de informações geográficas (SIG´s) e, mais recentemente, na internet
concede carater mais dinâmico aos mapas, oferecendo maior agilidade e rapidez na
obtenção das informações e resultados (CASTRO, 2000).
Novo (2010) define sensoriamento remoto como a utilização conjunta de
sensores, equipamentos de transmissão de dados com objetivo de estudar eventos,
fenômenos e processos que ocorrem na superfície do planeta terra. Já o termo
geoprocessamento, segundo Câmara e Davis (2012), remete ao conjunto de
tecnologias para coleta, tratamento, manipulação e apresentação de informações
espaciais voltado para um objetivo específico. Os SIG’s são as ferramentas
computacionais para geoprocessamentos e permitem realizar análises complexas, ao
integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados
(CÂMARA; DAVIS, 2012).
Para Brubacher et al. (2011) a introdução de técnicas de sensoriamento
remoto e geoprocessamento viabilizam e aceleram a análise morfométrica
contribuindo para o diagnóstico e o entendimento dos processos decorrentes da
dinâmica geomorfológica e hidrológica.
O comportamento hidrológico das bacias hidrográficas é fator determinante
quanto à suscetibilidade de uma dada região à ocorrência de enchente e inundações.
Estudos morfométricos tem sido realizados, utilizando as novas tecnologias de análise
espacial disponíveis, com o objetivo de orientar e subsidiar a gestão territorial e o
gerenciamento de recursos hídricos. Desta forma é conveniente comentar alguns
desses trabalhos.
Através de um estudo realizado na bacia hidrográfica do rio dos Sinos – RS foi
possível determinar através de análises morfométricas quais regiões da bacia
possuíam maior propensão à ocorrência de enchentes. O estudo concluiu que
A partir da extração de variáveis morfométricas e, com base na
analise das sub-bacias e regiões, foi possível compreender a
dinâmica de escoamento no interior da bacia e destacar as áreas
mais suscetíveis a enchentes e as que mais influenciam na
ocorrência desses eventos na porção mais a jusante da bacia do rio
dos Sinos. Também foi possível distinguir áreas com ocorrência de
enchentes de curta duração e alta velocidade de escoamento (nas
regiões do rio Rolante, da Ilha e Paranhana) das áreas com
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enchentes de longa duração, como na várzea do rio dos Sinos. Alem
disso, com base nos resultados obtidos, foram identificadas as áreas
prioritárias para o monitoramento das chuvas (nas bacias dos rios
Rolante e Paranhana), de cotas e de vazões dos rios (prioritariamente
na varzea do rio dos Sinos) (BRUBACHER et al, 2011. p. 1285).
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no estado, além de comprometer a infraestrutura de vários municípios.
Neste sentido, a bacia hidrográfica do Rio Doce, a qual 86,4% está no estado
de Minas Gerais (IGAM, 2007), é uma das mais problemáticas, sendo repetidamente
atingida por estes fenômenos. Segundo a Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais - CPRM (2005) apud SILVA (2009) somente no período de dezembro de
2004 a março de 2005, foram registradas, pela defesa civil do Estado de Minas Gerais,
88 ocorrências de inundações na bacia, correspondendo a 43% de um total de 203
registradas em todo Estado.
Coelho (2006) e IGAM (2007, 2010) corroboram tais informações quando
afirma que as inundações e enchentes ocorridas, no período mais intenso de chuvas,
que vai de dezembro a fevereiro, configuram um problema recorrente para a bacia do
rio Doce. Tais acontecimentos se devem a fatores climáticos que provocam
precipitações que alimentam os rios por vários dias, tanto em pequenas como em
grandes bacias, associados a problemas erosivos (COELHO, 2006). Considerando
por sua vez a bacia do rio Doce, três sub-bacias merecem destaque: sub-bacia do rio
Suaçuí Grande, sub-bacia do rios Casca e sub-bacia do rio Matipó (IGAM, 2007)
Sendo assim, a fim de facilitar o gerenciamento de recursos hídricos a bacia
hidrográfica do rio Doce foi dividida em sete unidades ou regiões hidrográficas. Dentre
estas desta-se, em termos de área, a Unidade de Planejamento de Gestão de
Recursos Hídricos - UPGRH DO4: Bacia Hidrográfica do Rio Suaçuí (IGAM, 2007;
IGAM, 2010).
A bacia hidrográfica do rio Suaçuí Grande está completamente inserida na
UPGRH DO4 que, segundo o IGAM (2007), possui grande suscetibilidade a
enchentes. De acordo com o mesmo autor na cheia que ocorreu em fevereiro de 1979
a região do rio Suaçuí Grande foi uma das mais atingidas, em especial a cidade de
Frei Inocêncio.
Face ao exposto este trabalho tem a finalidade de analisar as características
morfométricas da bacia hidrográfica do rio Suaçuí Grande, sub-bacia do rio Doce, a
fim de compreender seu comportamento hidrológico e estimar sua fragilidade a
eventos hidrológicos, buscando orientar e subsidiar a gestão territorial e de recursos
hídricos da região.
MATERIAL E MÉTODOS
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planejamento DO4, região esta que ocupa uma área total de 21.555 km², segundo os
critérios do IGAM (2010).
Seu rio principal, que dá nome à bacia, nasce no município de Serra Azul de
Minas, no Parque Estadual do pico do Itambé, como rio Vermelho, que se encontrando
com os rios Turvo Grande e Cocais, no município de Paulistas, recebe o nome de rio
Suaçui Grande (IGAM, 2012)
O rio Suaçuí Grande mantém regime perene, sendo que no inverno (menos
chuvoso) se observa o menor volume de água e no verão (mais chuvoso) maior,
sendo essa variação em função ao clima da região. As maiores vazões ocorrem a
partir do mês de novembro, atingindo o pico no mês de janeiro (201,2 m³/s) (IGAM,
2010).
A bacia do rio Suaçuí Grande desenvolve-se predominantemente sobre o
bioma da Mata Atlântica, sendo que se destaca o ecossistema da Floresta Estacional
Semi-Decidual. No entanto, devido aos efeitos antrópicos, a maior parte da área total
da UPGRH DO4 é hoje ocupada pela pecuária. Verifica-se que cerca de 67% da
cobertura do solo é pastagem.
O trabalho foi estruturado em duas etapas: consolidação de bases de dados
geográficos e realização de operações de geoprocessamento para determinação de
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parâmetros e índices morfométricos.
Foram obtidas bases de dados em formato vetorial e matricial nos portais do
SNIR (Sistema Nacional de Informações de Recursos Hídricos) (ANA, 2012) e
Embrapa Monitoramento por Satélite (EMBRAPA, 2012).
Bases vetoriais são aquelas em que as entidades físicas dispostas na
superfície da terra são representadas por elementos de geometria simples, como
pontos linhas e polígonos. Enquanto as matriciais, ou raster, compreendem
representações destas mesmas feições formadas por pequenas unidades digitais
(pixels) que em conjunto formam as entidades em questão (BARROS, 2003)
As bases vetoriais utilizadas foram: rede hidrográfica nacional (feição vetorial
linear) e Ottobacias (feições poligonais representativas de bacias hidrográficas).
Para a base matricial (raster) foram utilizadas cenas do modelo digital de
elevação SRTM do estado de Minas Gerais, a saber: SE-23-X-D, SE-23-Z-B, SE-23-V-
C e SE-23-Y-A.
O modelo digital de elevação (MDE) SRTM (Shuttle Radar Topographic
Mission) foi produzido originalmente através de imageamento por radar SAR (Radar
de Abertura Sintética) de cerca de 80% da superfície da terra no ano de 2000, pelo
ônibus espacial Endevour (SANTOS, 2006).
Todas as bases em formato vetorial ou raster foram geoprocessadas utilizando
as projeções esférica GCS (Sistema de Coordenadas Geográficas) e plana UTM
(Universal Transversal Mercator), ambas em DATUM SAD-69 por convenção.
A manipulação das bases de dados e a determinação dos índices e parâmetros
morfométricos foram realizadas utilizando o sistema de informações geográficas (SIG)
ArcGIS 10 (ESRI, 2012). O ArcGIS 10 é um sistema de informações geográficas
desenvolvido pela empresa ESRI, que permite manipular, produzir mapas e realizar
inúmeras operações de geoprocessamento com aplicações em variadas áreas do
conhecimento (ESRI, 2012).
A determinação dos índices e parâmetros seguiu aos procedimentos
operacionais descritos em CRUZ (2010), cujas ferramentas de geoprocessamento
utilizadas encomtram-se compiladas na tabela 01.
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Os parâmetros e índices empregados na análise morfométrica da bacia do rio
Suaçuí Grande foram selecionados com base em vários autores consagrados como
Strhaler (1956), Muller (1953), Schumm (1956) e Horton (1945), Villela e Mattos (1975)
e gerados em ambiente SIG.
Coeficiente de Compacidade
(Eq. 1)
Kc = coeficiente de compacidade
P = perímetro (km)
A = área da bacia (km²)
Índice de circularidade
(Eq. 2)
= índice de circularidade
A = área de drenagem (km²)
= perímetro (km)
Densidade de drenagem
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comprimento total da drenagem e a área da bacia. Seu estudo indica a eficácia da
drenagem da bacia. Para determinação de tal índice utiliza-se a equação abaixo:
(Eq. 3)
Dd = densidade de drenagem (km/km²)
= comprimento total da drenagem (km)
A = área da bacia (km²)
Densidade hidrográfica
(Eq. 4)
= Densidade hidrográfica
= número de canais
A = área da bacia (km²)
Índice de rugosidade
(Eq. 5)
= Índice de rugosidade
∆a = amplitude altimétrica (m)
Dd = densidade de drenagem (m²)
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Coeficiente de manutenção
(Eq. 6)
= Coeficiente de manutenção (m/m²)
Dd = densidade de drenagem (m²)
Hierarquização hidrográfica
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terreno da bacia hidrográfica.
A amplitude altimétrica foi determinado pela equação 2:
(Eq. 2)
∆a = amplitude altimétrica. (m)
= altitude máxima.
= altitude mínima.
ALTITUDE (m)
INTERVALO CLASSES
161 457,2 1
457,3 753,5 2
753,6 1049,8 3
1049,9 1346,1 4
1346,2 1642 5
RESULTADOS E DISCUSSÃO
ÍNDICES RESULTADOS
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Tabela 05: Parâmetros morfométricos da bacia do rio Suaçuí Grande
PARÂMETROS RESULTADOS
Coeficiente de compacidade 1,815607492
Índice de circularidade 0,298956092
Densidade de drenagem 0,315109 km/km²
Densidade hidrográfica 0,0465 canais/km²
Índice de rugosidade 47
Coeficiente de manutenção 3173,500384 m²/m
Amplitude Altimétrica 1481m
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Doce que a região da bacia do rio Suaçuí Grande foi mais atingida pelas cheias que
ocorreram em fevereiro de 1979, devido a grande ocorrência de precipitações acima
da média no mês de janeiro e intensas chuvas no mês seguinte do mesmo ano.
Tal fato é ainda reforçado pelo índice de circularidade, que resultou em um
valor de 0,2989. Segundo Schumm (1956), de acordo com o valor reportado do Ic, as
bacias podem ser caracterizadas da seguinte forma:
1. Ic = 0,51 possuem escoamento superficial moderado e pequena probabilidade de
cheias rápidas;
2. Ic > 0,51 demonstra uma bacia circular favorecendo os processos de inundação;
3. Ic < 0,51 bacia mais alongada favorecendo o escoamento superficial.
No caso da bacia do Suaçuí a ocorrência de enchentes e enxurradas podem se
tornar mais frequentes, sobretudo, na estação mais quente (verão), quando os índices
pluviométricos são maiores.
O trabalho de Ferreira et. al (2010) ratifica a hipótese mencionada, pois
segundo o autor na bacia hidrográfica do Açude Cachoeira II, no município de Serra
Talhada – PE foram encontrados índice de circularidade de 0,37 e coeficiente de
compacidade igual a 1,63. Constatou-se assim que, apesar da bacia apresentar
ramificações significativas, devido sua forma alongada ela possui menor risco de
cheias durante os eventos normais de precipitação.
A densidade de drenagem estimada para a bacia do rio Suaçui Grande é de
0,3151 Km/Km². De acordo com Villela e Mattos (1975), este índice pode variar de 0,5
km/km² em bacias com drenagem pobre a 3,5 ou mais nas bacias bem drenadas. O
índice encontrado indica que a bacia em estudo possui baixíssima capacidade de
drenagem, o que levaria a uma concentração do escoamento superficial na bacia com
aumento da probabilidade de ocorrência de enchentes.
Resultado semelhante foi encontrado em estudo realizado na bacia do rio
Pajeú – PE, onde a densidade de drenagem encontrado foi de 0,753, mostrando que
aquela bacia possui baixo desenvolvimento do sistema drenagem. O que, segundo o
autor, pode ser associado às características naturais do clima na região, ao regime
pluviométrico caracterizado por chuvas de baixa intensidade e pouca concentração de
precipitação, além do pequeno comprimento da maioria dos canais (FEITOSA et. al,
2011).
Porém, é importante ressaltar que a base de dados vetorial de drenagem
utilizada para obtenção do parâmetro foi a disponibilizada pela Agência Nacional de
Águas (ANA), cuja escala muitas vezes não permite resultados satisfatórios para
estudos de abrangência local ou mesmo regional, em virtude de não representar
corpos hídricos de menor ordem. Por este fato, a malha hidrográfica da bacia do rio
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Suaçuí Grande pode ter sido subestimada e ter tendenciado o baixo valor evidenciado
para a densidade de drenagem da bacia. Note-se que o Instituto de Gestão das Águas
de Minas (IGAM) disponibiliza uma base estadual vetorial de drenagem em seu portal,
porém, esta possui contraditoriamente escala ainda maior que a disponibilizada pela
ANA, o que justifica a escolha da última para análise morfométrica realizada.
A mesma problemática da incompatibilidade da base vetorial de drenagem
utilizada pode justificar o baixíssimo valor de densidade hidrográfica reportado no
estudo (0,0465) e o elevado coeficiente de manutenção (3173500 m²/m), o que
indicaria uma carência de cursos d’água na região (menos de 1 por km²), cuja
necessidade de área para manutenção de 1 metro de canal perene seria de mais de
3000km² de área na bacia.
O índice de rugosidade da bacia apresenta valor de 47, o que é bem
significativo, tendo em vista que, segundo Silva (2011), quanto maior for este índice
maior é a probabilidade de degradação da bacia. Este é um parâmetro norteador
quanto ao uso potencial da terra com relação às suas características para agricultura,
pecuária ou florestamento (ROCHA, 1997 apud DEAMO, 2008).
Corrobora para o resultado IGAM (2007) e Coelho (2006) ao afirmarem que a
bacia do rio Suaçuí Grande apresenta grandes problemas erosivos, levando a crer que
as mudanças no uso da terra podem estar atuando, alterando significativamente os
processos hidrológicos da bacia, potencializando o escoamento superficial levando a
acentuando a propensão a enxurradas e enchentes, por ocasião de eventos extremos
de precipitação, conforme já comentado anteriormente.
Em análise realizada nas bacias hidrográficas do Córrego Teixeiras, Ribeirão
das Rosas e Ribeirão Yung, afluentes do rio Paraíbuna na cidade de Juiz de Fora –
MG, verificou-se resultado semelhante, o que levou ao autor concluir que as bacias
estudadas possuem suscetibilidade média de degradação (SILVA, 2011).
Quanto às classes hipsométricas a sua distribuição espacial na bacia encontra-
se ilustrada na figura 02 e as representatividades de cada classe estão dispostas na
tabela 06.
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Figura 02: Mapa hipsométrico da bacia do rio Suaçui Grande
Tabela 06: Distribuição das classes hipsométricas da bacia do rio Suaçuí Grande
ALTITUDE (m)
INTERVALO CLASSES %
161 457,2 1 32,87
457,3 753,5 2 45,20
753,6 1049,8 3 20,98
1049,9 1346,1 4 0,68
1346,2 1642 5 0,27
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pode gerar um grande transporte de sedimentos e exportação de nutrientes dos solos
de bacias com avançado degradação em função de mudanças no uso da terra.
A distribuição espacial das classes de declividade assim como suas
respectivas representatividades, encontra-se elucidadas na figura 03 e tabela 08.
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Tabela 07: Distribuição de classes de declividade da bacia hidrográfica do rio Suaçuí Grande
A bacia do rio Suaçuí Grande foi classificada como uma unidade fisiográfica de
5ª ordem, após a análise do mapa da malha hidrográfica, seguindo os critérios de
Strahler. Isso mostra que o sistema de drenagem é pouco ramificado, já que possui
grande área. Na tabela 08 são apresentados os números de canais para cada ordem.
Contudo, tal quais os parâmetros densidade de drenagem, densidade hidrográfica e
coeficiente de manutenção deve-se considerar as limitações impostas pela base
hidrográfica vetorial de drenagem utilizada, o que certamente pode ter subestimado a
ordem da bacia.
HIERARQUIZAÇÃO HIDROGRÁFICA
ORDEM DO CANAL Nº DE CANAIS
1º 261
2º 106
3º 55
4º 42
5º 19
TOTAL: 483
CONCLUSÃO
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vetorial de drenagem apropriada impuseram a análise. Neste sentido, é necessário e
desejável que as instituições que possuem a missão de manter e operar sistemas de
informações de recursos hídricos realizem exercícios de produção de bases vetoriais
de drenagem, dos mananciais de Minas Gerais, em escalas mais detalhadas, e que
estas bases sejam disponibilizadas em seus portais de acesso. Pois desta forma,
trabalhos posteriores desta natureza poderão ser mais bem apoiados.
Com relação à propensão a fragilidade analisada em função do relevo, a
unidade apresentou maior tendência à ocorrência de cheias, enchentes e enxurradas;
em função de sua pronunciada amplitude altimétrica e níveis de declividades elevados,
que confere a bacia uma grande energia no processo de escoamento superficial.
Em virtude do fato da água obedecer a leis físicas em seu ciclo natural,
estando sujeita aos efeitos das condições de conservação de suas bacias de
drenagem, e da bacia do rio Suaçui Grande apresentar níveis elevados de mudanças
no uso da terra, que podem potencializar sua fragilidade natural a eventos hidrológicos
extremos é necessário que ações de monitoramento do processo de uso/ocupação
dos solos, de recuperação de áreas degradadas e conservação ambiental de áreas
inalteradas sejam executadas, a fim de mitigar os efeitos destes eventos e reduzir a
probabilidade de acirramento desta problemática.
Neste sentido, a implementação dos programas e projetos, previstos no plano
de bacia do rio Doce, possui caráter estratégico, bastando apenas serem executadas
para contribuírem para a mitigação dos efeitos ambientais e sociais que este eventos
inferem aos ecossistemas e a população residente nas áreas de risco.
REFERÊNCIAS
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Geografia , Vol. 10, Nº. 2, 2007. p. 401:429.
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Velhas – MG. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais,
Instituto de
Geociências, 2008.
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R.R.; LEITÃO FILHO; H.F. (Ed.) Matas ciliares: conservação e recuperação. 2.ed. São
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OLIVEIRA, S. N. Metodologia para delimitação e análise multivariada de atributos
morfométricos de bacia de drenagem usando modelo digital de elevação
hidrologicamente corrigido. Dissertação de Mestrado . Brasília, 2008.
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