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Índice

Introdução.........................................................................................................................................3
Tema1-Africa: Localização, dimensões e fronteiras..........................................................................5
1.1 Localização de África no Mundo............................................................................................5
1.1.1 Situação geográfica..................................................................................................................5
1.1.2 Limites e dimensões................................................................................................................6
1.1.3– As diferenças horárias no continente.....................................................................................8
1.2 Os países africanos e as principais cidades................................................................................10
1.2.1 Os países africanos e as suas capitais.....................................................................................10
1.2.2– As principais cidades africanas.............................................................................................12
1.2.3 – As cidades da África subsarianas e do norte de África: contrastes......................................12
1.3 – Os diferentes espaços no continente africano.......................................................................13
1.3.1 – A África politica: do Norte e Subsariana..............................................................................13
1.3.2 – A África linguística...............................................................................................................14
1.3.3 – A África Climática.................................................................................................................17
1.3.4 – A África económica..............................................................................................................18
TEMA 2 – África: a sua população, a mobilidade de pessoas e os contrastes e espaciais...............20
2.1 – Origem da população.............................................................................................................20
2.2 – A população crescimento, distribuição e mobilidade.............................................................21
2.2.1 – O crescimento da população africana.................................................................................21
Problemas resultantes do rejuvenescimento da população (países em
desenvolvimento)..................................................................................................................24
2.2.2 – Distribuição da população no continente: condicionalismos da distribuição da população.
........................................................................................................................................................25
2.2.3 – As migrações em África: uma vaga crescente......................................................................26
2.3 – Os conflitos interétnicos: um entrave ao desenvolvimento...................................................29
2.4 – O bem-estar e a qualidade de vida da população africana.....................................................29
2.4.1- Os problemas de saúde e a prestação de serviços de saúde.................................................30
2.4.2- A situação da população perante a educação.......................................................................31
2.4.3 – O emprego e a qualidade das condições de trabalho..........................................................32
2.4.4 – A qualidade de habitação....................................................................................................33
Tema – 3: África, seu potencial natural e a irregularidade na produção de recursos......................34
3.1 – Os minerais: contrastes com o desenvolvimento...................................................................34
3.1.1 – A dependência externa e o valor económico dos recursos minerais...................................35

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3.2 – O potencial hídrico e a problemática da água........................................................................36
3.2.1 – As grandes bacias hidrográficas e os sistemas fluviais.........................................................36
3.2.2 – O problema da distribuição, qualidade e gestão das águas no continente..........................37
3.3 – O solo e a produção alimentar...............................................................................................38
TEMA 4 - APROTECÇÃO DOS GRANDES ESCOSSISTEMAS: UM PROBLEMA ACTUAL.......................41
4.1- O impacto ambiental da actividade humana............................................................................41
4.1.1 – Os grandes ecossistemas terrestres do continente.............................................................41
4.2 – A preservação e recuperação do ambiente............................................................................42
Bibliografia......................................................................................................................................45

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Introdução
A Geografia,como ciência do espaço e das localizações,contribui decisivamente
para o melhor conhecimento de territórios próximos e distantes ,tal como favorece
o desenvolvimento de competências pessoais. Esta ciência,entre outras
finalidade,pode tornar mais conscientes os alunos das causas complexas dos
diferentes fenómenos que ocorrem na superfície terrestre e a interacção entre
eles .
Os estudos geográficos possibilitam ao aluno a interiorização de uma educação
geográfica, através da percepção do seu próprio meio dentro da multiplicidade e
complexidade dos elementos que o constituem, compreensão, actuação,leitura,
capacitação, conhecimento e consciência
OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINA 9ª CLASSE

 Sensibilizar para o conhecimento de características físico-geográficos


esocioeconómicos do espaço africano;
 Desenvolver o sentido de localização para objectos geográficos de África;
 Reconhecer a existência de diferentes espaços ,delimitando-os e
localizando os países que os compõem;
 Reconhecer que os desigual nível de desenvolvimento ,os conflitos e
outros factores condicionam o movimento das pessoas;
 Consciencializar da importância da tolerância e o respeito por outros povos
e culturas;
 Relacionar disparidades entre o nível de desenvolvimento e o potencial
natural do continente;
 Consciencializar de que o bem-estar e a qualidade de vida são
condicionalismos indispensáveis ao desenvolvimento;
 Relacionar a existência de diferentes condições de vida no continente
africano;
 Manifestar atitudes de responsabilidade na preservação do património
natural e cultural;
 Compreender o papel da cooperação internacional e das instituições
africanas na resolução de problemas a diferentes escalas.

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África – Generalidades

A denominação de África foi dada pelos romanos, termo que deriva da


comunidade Berbere, conhecida por afrigia (actualmente Tunísia), e estendeu-se
primeiro a Numídia, zona que compreendia uma faixa litoral da Líbia, e
posteriormente, a todo o continente.

Afriera o nome de vários povos que se fixaram perto de Cartago, a Norte de


África. O seu nome é relacionado aos fenícios como afar, que significa «poeira».
Também se afirma que o nome deriva de uma palavra de língua Berbere, ifri que
significa «caverna», em referencia a gruta onde residiam.

Outros autores opinam que os gregos designaram o continente por África em


virtude desta palavra significar sem frio.

A África fez parte de grande massa continental que, na antiguidade foi chamada
Eurasiática-africana, o istmo de Suez e a península do Sinai uniam África e a
massa continental Eurasiática, estando separados desde 1869 devido a
construção do Canal de Suez com 160 km de comprimento.

África é um continente de grandes desertos, como o Sahara, de florestas


impenetráveis como o Congo, de rios caudalosos como o Congo, Nilo, Kwanza,
Zambeze e outros, de lagos com grandes extensões como o lago Victória,
Tanganica, Niassa, etc.

África constitui um continente de grande interesse geográfico, distribuindo-se


com a mesma proporção latitudinal nos dois hemisférios Norte e Sul, com costas
muito regulares e um relevo onde predominam maciços como o Kilimanjaro, a
Cordilheira do Atlas, o Maciço da Guiné, Maciço de Adamabwa planalto do Bié,
etc. A flora e a fauna são muito variadas e de grande valor.

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Tema1-Africa: Localização, dimensões e fronteiras

1.1 Localização de África no Mundo

1.1.1 Situação geográfica

África é o continente situado no extremo sudoeste do velho Mundo. É o único


continente que de maneira contínua estende-se pelos hemisférios Norte, Sul, Este
e Oeste, atravessado pelo Equador e pelo semimeridiano de Greenwich.
O continente africano é atravessado também pelo Trópico de Câncer ao Norte e o
Trópico de Capricórnio ao Sul. (Figura 1)

Figura 1 situação geográfica de África.

1.1.2. Limites e dimensões


Os limites do continente são:

 A Norte pelo mar Mediterrâneo,que comunica-se com o mar Vermelho


através do canal de Suez;
 A Sul pela confluência das águas do oceano Índico e o Atlântico;
 A Este com o oceano Indico;
 A Oeste o Oceano Atlântico.

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Dimensões

Pela sua extensão, África é o terceiro maior continente, depois da Eurásia e


América. Abarca junto com as ilhas uma superfície aproximada de 30.300. 000
Km2 e sem a parte insulara superfície é aproximadamente 29 200 000 km².

De Norte a Sul o maior comprimento do continente africano é de 8000 km (do


Cabo Branco - 37º N ao Cabo das Agulhas - 34º S). A sua maior largura de Oeste
a Este é de 7.500 km (de Cabo Verde - 17º O, ao Cabo de Guardafui 52º E).

Figura 2 África limites e dimensões.

Pontos extremos

Os pontos extremos do continente são:

 A Norte o Cabo Branco – Ras bem Sakka (Tunísia) com 37º 20´ de latitude
Norte;
 A Sul, o Cabo das Agulhas (África do Sul) com 34º 32´ de latitude Sul;
 A Este o Cabo de Guardafui (RasHafun), Somália com 51º 24´ de longitude
Este;
 A Oeste, Cabo verde (Senegal) com 17º 33´ de longitude Oeste.

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Figura 3 Pontos extremos.

Configuração

O continente africano é de contornos muito regulares, assemelha-se a um


triângulo, cujos vértices estão no Estreito de Gibraltar a Norte, no Cabo Guardafui
a leste e no Cabo da Boa Esperança.

Costas e ilhas adjacentes

As costas africanas comparadas com de outros continentes são pouco irregulares


por apresentarem poucas saliências e reentrâncias assim como, uma estreita
plataforma continental.

Os principais acidentes costeiros mais salientes de África são:

 A península da Somália, que pela sua configuração é conhecida como


corno de África.
 Golfo da Guine que é a maior reentrância do continente, ondelocaliza-se a
ilha de São Tome e Príncipe.
 Ilha de Madagáscar uma das maiores do mundo.
 O Cabo da Boa Esperança.

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Outras ilhas notáveis junto das costas africanas são:

No Atlântico: pequenos arquipélagos constituídos pelas ilhas de Cabo Verde,


Fernando Pó, Santa Helena, Ascensão, Tristão da Cunha.

No Índico: ilha de Comores, Seychelles, Maurícia, Reunião, Pemba, Mafia,


Zanzibar, Socotorá, Mascarenhas.

1.1.3– As diferenças horárias no continente

O Meridiano de Greenwich atravessa o continente africano e divide-o em dois


hemisfério oriental e ocidental. Este facto leva a existência de horas diferentes
entre os hemisférios num dado instante.

No continente africano estão estabelecidos cinco (5) diferentes fusos horários.

A noção de fuso horário partiu do congresso internacional realizado em


Washington em 1884. Neste foi decidido dividir a Terra em 24 partes chamadas
Fusos horárias correspondentes a igual número de horas visto que a Terra ao
realizar uma rotação completa sobre o seu eixo descreve um ângulo de 360º em
24h (1 dia).

360:24h=15º ̸ h.

O meridiano de Greenwich é o ponto de partida para contagem de diferenças


horárias de todos os países do planeta pois a hora de base passou a designar-se
T.M.G. (Tempo Médio de Greenwich) ou T.U.C (Tempo Universal Coordenado).

Todos os lugares abrangidos pelo mesmo fuso têm a mesma hora oficial. No
entanto é necessário que se compreende que no fuso vizinho, há uma hora de
diferença que se soma se ficar para Este e se subtrai se ficar para Oeste, isto
devido ao movimento de rotação Terrestre de Oeste para Este.

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Figura 4 Fusos horários.

Exercícios de fusos horários

1 Quando no fuso 2 a Este são 12 horas,que horas serão no fuso 6 a Este?


Dados Resolução
F2(E )=12h F6 - F2=F4 ≈ 4h
F6(E )= ? 12h + 4h=16h
Verificação
F 2 3 4 5 6
H 12 13 14 15 16

R: No fuso 6 aEste são 16 horas.


2-No fuso 5 Oeste são 8 horas,que horas são no fuso 9 na direcção Este?
Dados Resolução
F5(O )=8h F9 + F5=F14 ≈ 14h
F9(E )= ? 14h + 8h=22h
Verificação
F 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
H 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

R: No fuso 9 em direcção Oeste são 22 horas.

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2 Alasca no meridiano 135º Oeste são 2h,que horas serão na terra da
felicidade (Namibe) situado no meridiano 15º Este?
Dados Substituição dos dados.
Long135º(W)=2h 135º+15º=150º

Long15º(E)=? 150º : 15º=10h

10h+2h=12h

Verificação

Long 135º 120º 105º 90º 75º 60º 45º 30º 15º 0º 15º
H 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

R: Na terra da felicidade são 12horas.

1.2 Os países africanos e as principais cidades

1.2.1 Os países africanos e as suas capitais


África é o continente com a divisão política mais complexa no mundo
contemporâneo.

Vários são os factores que contribuíram para a formação do seu mapa político:

A partilha do continente pelas potências colonizadoras de forma


desigual;
 O traçado de fronteiras a partir da Conferência de Berlim, etc.
Importa realçar que o mapa político do continente continua a sofrer alterações.

A África integra 55 Estados independentes, possuindo cada um a sua capital, que


é a cidade onde situa-se a sede do governo, cuja função principal é tomar as
decisões de carácter político, social e cultural. 49 são continentais e 6 insulares:
Madagáscar, Cabo Verde, Comores, Maurícias, São Tomé e Príncipe e as Ilhas
Seychelles.

N⁰ País Capital
1 África do Sul Pretoria
2 Angola Luanda
3 Argélia Argel
4 Benin Cotou

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5 Botswana Gaberone
6 Burkina Faso Quagadougou
7 Burundi Bujumbura
8 Cabo Verde Praia
9 Camarões Yaoundé
10 Chade Ndjamena
11 Congo Brazzaville
12 R.D.C. Kinshasa
13 Comores Moroni
14 Costa do Marfim Yamoussucro
15 Djibuti Djibuti
16 Egipto Cairo
17 Eritreia Asmara
18 Etiópia Adis Abeba
19 Gabão Libreville
20 Gâmbia Banjul
21 Gana Acra
22 Guine Conakri
23 Guiné–Bissau Bissau
24 Guiné Equatorial Malabo
25 Lesotho Maseru
26 Libéria Monróvia
27 Líbia Trípoli
28 Madagáscar Antananarivo
29 Malawi Lilongwe
30 Mali Bamako
31 Marrocos Rabat
32 Maurícia Port Louis
33 Mauritânia Nouakchott
34 Moçambique Maputo
35 Namíbia Windhoek
36 Níger Niamey
37 Nigéria Abuja
38 Quénia Nairobi
39 R.C.Africana Bangui
40 Ruanda Kigali
41 São Tome e Príncipe São Tome
42 Senegal Dacar
43 Serra Leoa Freetown
44 Seychelles Vitoria
45 Somália Mogadíscio
46 Suazilândia Mbabane

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47 Sudão do Norte Cartum
48 Sudão do Sul Juba
49 Tanzânia Dodoma
50 Togo Lomé
51 Tunísia Tunes
52 Uganda Kampala
53 Zâmbia Lusaca
54 Zimbabwe Harare
55 Sara Ocidental El Aiun
Tabela 1 Países e suas capitais.

1.2.2– As principais cidades africanas


No continente africano existem várias cidades importantes tanto do ponto de vista
populacional como económico.

Destacam-se as seguintes cidades:

 Lagos, Ibadan e Kano, na Nigéria;


 Kinshasa, na RepublicaDemocrática do Congo;
 Cairo, Giza e Alexandria, no Egipto;
 Abidjan, na Costa do Marfim;
 Cidade do Cabo, Durban e Joanesburgo na África do Sul;
 Casablanca,Fes e Marrakech em Marrocos;
 Luanda, em Angola;
 Argel e Orã, na Argélia;
 Tunis, Tunísia;
 Cartum, Sudão;
 Nairobi, Quénia;
 Mogadíscio, Somália;
 Adis Abeba, Etiópia

1.2.3 – As cidades da África subsarianas e do norte de África:


contrastes
Do ponto de vista étnico e cultural, o continente africano está dividido em duas
partes bem diferenciadas e separadas: o Norte de África e África Subsariana.

O Norte de África estende-se do Sara ao mar Mediterrâneo, envolvendo os


seguintes países: Argélia, Líbia, Egipto, Marrocos, Sudão e Tunísia.

A África Subsariana abrange toda região a Sul do Sara e integram nela todos os
restantes países africanos.

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Em geral, a África é um continente considerado subdesenvolvido, no entanto são
notáveis os contrastes socioeconómicos entre as cidades a norte e a sul do Sara:

 Paisagens diversificadas;
 Os povos que habitam pertencem a etnias diferentes;
 Diversidades de idiomas e línguas;
 Diferentes credos religiosos;
 Culturas milenares;
 Diferenças climáticas acentuadas;
 Assimetrias do ponto de vista industrial.

1.3 – Os diferentes espaços no continente africano

1.3.1 – A África politica: do Norte e Subsariana


A África é constituída por duas grandes regiões: o Norte de África e a África
Subsariana.

O Norte de África é a porção do continente em contacto com o mar Mediterrâneo,


estende-se desde o estreito de Gibraltar até ao canal de Suez. Do ponto de vista
politico está composto por: Egipto, Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos.

A África subsariana constitui a região a sul do sara.

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Figura 5 regionalização do Continente africano.

1.3.2 – A África linguística


A África é um continente caracterizado por umas diversidades de línguas oficiais
herdadas na sua maioria de potências colonizadoras. Alguns países têm mais de
uma língua oficial e existem numerosos dialetos. As línguas mais faladas no
continente são o, francês, inglês, árabe, português, espanhol e as línguas
africanas.

No continente africano são conhecidas mais de 1000 línguas, divididas


actualmente nas seguintes quatro famílias de línguas originárias de África:

 Línguas afro-asiáticas
 Línguas Nilo-saarianas
 Línguas nigero-congolesas
 Línguas Khoisans.

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Figura 6 África linguística.

N País Língua oficial (idioma)



1 África do Sul Africânder, Ingles
2 Angola Português
3 Argélia Arabe, Frances
4 Benin Francês
5 Botswana Inglês, Botswana
6 Burkina Faso Francês
7 Burundi Kirundi, Frances
8 Cabo Verde Português
9 Camarões Francês e Inglês
10 Chade Frances, Arabe
11 Congo Francês
12 R.D.C. Francês
13 Comores Frances, Arabe

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14 Costa do Marfim Francês
15 Djibuti Frances, Arabe
16 Egipto Árabe
17 Eritreia Francês
18 Etiópia Amarico
19 Gabão Francês
20 Gâmbia Inglês
21 Gana Inglês
22 Guine Inglês
23 Guine –Bissau Português
24 Guine Equatorial Espanhol
25 Lesotho Sesoto, Ingles
26 Libéria Inglês
27 Líbia Árabe
28 Madagáscar Malgaxe, Frances
29 Malawi Ingles, Chichewa
30 Mali Francês
31 Marrocos Árabe
32 Maurício Ingles, Frances
33 Mauritânia Arabe, Frances
34 Moçambique Português
35 Namíbia Inglês
36 Níger Francês
37 Nigéria Inglês
38 Quénia Inglês
39 R.C.Africana Francês
40 Ruanda Frances, Ingles
41 São Tome e Príncipe Português
42 Senegal Francês
43 Serra Leoa Inglês
44 Seychelles Ingles, Frances
45 Somália Somali, Arabe
46 Suazilândia Ingles, Suazi
47 Sudão do Norte Árabe
48 Sudão do Sul Inglês
49 Tanzânia Ingles, Kiswahili
50 Togo Francês

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51 Tunísia Árabe
52 Uganda Inglês
53 Zâmbia Inglês
54 Zimbabwe Inglês
55 Sara Ocidental Árabe
Tabela 2 Países e línguas oficiais.

1.3.3 – A África Climática


No continente africano distinguem-se as seguintes zonas climáticas:

 Zona de clima equatorial;


 Zonas de clima tropical;
 Zonas de clima desértico;
 Zonas subtropicais

Zona de clima Equatorial:se estende entre 0⁰ a 5⁰ de latitude Norte e Sul


abrange uma grande parte da bacia do Congo e Costa do Golfo da Guine.

Nesta zona Central predomina o clima Equatorial caracterizado por altas


temperaturas e humidade do ar.

Esta zona possui uma única estação, o verão, caracterizado pela época chuvosa
e as precipitaçõesmédiasanuaisultrapassam os 2000mm.

Zonas de clima tropicais: no hemisfério norte estende-se os 5⁰ ate 17⁰ de


latitude norte e no hemisfério sul, dos 15⁰ aos 20⁰ de latitude sul
aproximadamente.

Nestas zonas observam-se duas estações verão e inverno, caracterizados pelas


épocas chuvosos e a seca respectivamente.

Nos lugares onde a estação das chuvas é mais prolongada que a estão seca o
clima é tropical húmido e nos lugares em que a estação seca é mais prolongada o
clima é tropical seco.

As temperaturas alcançam médias altas na épocachuvosa que ultrapassam os


30⁰C e durante a época seca a média é de 20⁰C.

As precipitações anuais diminuem em relação a zona equatorial.

Zonas de clima desérticas: localizam-se aproximadamente entre os 15⁰ e 30⁰ de


latitude Norte e os 15⁰ e 25⁰ de latitude Sul.

O clima desértico é o clima das regiões áridas atravessadas pelos trópicos de


câncer e de Capricórnio, que é quente seco todo ano.As precipitações são muito

Pá gina 17
raras e irregulares. É o clima próprio dos desertos do Sahara, do Calaári e do
Namibe.

Zonas de clima subtropicais: abrangem os extremos norte e sul de África.


Nestas zonas destaca-se o clima subtropical denominado mediterrâneo com
invernos suaves e chuvosos e verões quentes e secos.

É o clima típico das regiões costeiras do mar mediterrâneo e também das costas
ocidentais dos continentes, como nas regiões do cabo, África do Sul.

Figura 7 África climática.

1.3.4 – A África económica


África é um continente integrado por países considerados em desenvolvimento ou
menos desenvolvidos, apesar das suas enormes riquezas naturais que possui é
uma das regiões mais pobres do mundo.

África possui grande variedade de recursos minerais entre os quais se destacam:


o petróleo, diamantes, urânio, carvão mineral, ouro, cobre, e outros.Possui ainda
recursos hidrológicos, florestais,

O processo de independência dos países africanos, favoreceu o surgimento de


integrações económicas regionais com a finalidade de:

Pá gina 18
 Concertar ideias em torno da cooperação internacional, no sentido de
alcançarem níveis de desenvolvimento favoráveis para os países que
fizessem parte organização;
 Promover a coordenação e harmonização dos diferentes agrupamentos
visando a criação de uma Comunidade Económica de África.

Nessa perspectiva, foram implementadas várias organizações, entre as quais:

 SADC
 CEEAO
 CEDEAO
 APPA
 BAD

SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, fundado em


1890, é composto pelos seguintes países: Angola, Botswana, Leshoto, Malawi,
Moçambique, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe, África do Sul,
Madagáscar, Ilhas Maurícias e Namíbia Republica Democrática do Congo.

Esta organização tem como finalidade coordenar o desenvolvimento económico


regional através da criação e desenvolvimento de projectos em domínios dos
transportes, comunicações, energia, etc.

CEAO – Comunidade Económica da África Ocidental, fundado em 1974, tem


como finalidade a integração das políticas económicas dos países membros,
entre eles: Benin, Burkina Faso, Costa do Marfim, Malí, Mauritânia, Níger,
Senegal e Togo.

CEDEAO – Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, fundada


em 1975. Entre os seus membros figuram: Benin, Burkina Faso, Cabo Verde,
Guiné, Guiné Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

APPA – Associação do Produtores de Petróleo Africano, esta organização tem


por finalidade defender os interesses mútuos e a unificação da política petrolífera
africana.

São membros da APPA a Nigéria, África do Sul, Angola, Argélia, Benin,


Camarões, Chade, Costa do Marfim, Egipto, Gabão, Guiné Equatorial, Líbia, RDC
e RC.

BAD – Banco Africano de Desenvolvimento, fundado em 1964, é uma instituição


financeira, que tem como finalidade promover o desenvolvimento económico e
industrial dos países membros.

Pá gina 19
TEMA 2 – África: a sua população, a mobilidade de pessoas e os
contrastes e espaciais.
A África é um continente relativamente pouco povoado: sua densidade
demográfica é de cerca de 30 habitantes por quilómetro quadrado, só superior à
da Oceânia. A estrutura demográfica do continente africano se caracteriza pela
alta taxa de natalidade, parcialmente compensada por uma mortalidade infantil
também bastante elevada, embora esta, tende a diminuir com a progressiva
introdução de medidas higiénicas e de assistência médica e medicamentosa.

2.1 – Origem da população.


A população africana é de origem heterogenia.
A população do continente se divide, étnica e culturalmente, em dois grandes
grupos, separados pela barreira geográfica do Sara. Ao norte fica a África
branca, composta de povos de raça mista em alguns casos com elementos
negróides, as principais sub-raças brancas são os grupos caucasóides (berberes
do Atlas, cuchitas etíopes) e os semitas (árabes).

Ao sul do Sara, a África negra compreende vários grupos principais: os pigmeus


das selvas equatoriais, de baixa estatura (menos de um metro e meio) e traços
mongoloides; o grupo khoisan, localizado nos desertos e planaltos meridionais e
compostos por bosquímanos e hotentotes, também com traços mongoloides; os
sudaneses das savanas da zona boreal, altos e esbeltos; e os bantusda África
central e austral, que são os mais numerosos.
Outras sub-raças locais são as dos guinéus, baixos e de pele clara, os nilóticos,
muito altos, e os etíopes, fruto de uma antiga mestiçagem entre povos de raças
branca e negra. No continente africano há também vários milhões de habitantes
de origem europeia, localizados sobretudo na África do Sul, no Zimbabwe e na
zona mediterrânea. A ilha de Madagáscar é habitada por malgaxes, de raça
mongoloide.

2.2 – A população crescimento, distribuição e mobilidade.

2.2.1 – O crescimento da população africana


As estimativas de analistas e os relatórios das Nações Unidas apontam para
África um crescimento extraordinário da população, o maior em relação aos
outros continentes.

Este facto constitui um dos problemas que preocupa a comunidade internacional,


já que no século XXI omaior crescimento continuará a registar-se em África.

Pá gina 20
No crescimento de uma população intervêm vários factores: natalidade,
mortalidade e as migrações.

Comportamento da natalidade

A natalidade é o número total de nascimentos vivos ocorridos num determinado


período, geralmente um ano.

Taxa de natalidade (TN) é o número de nados vivos ocorridos durante o ano, por
cada 1000 habitantes. Calcula-se dividindo a natalidade pela população absoluta.

N º de nados vivos
TN= x 1000
Popula çã o Absoluta

Causas que contribuem para uma alta taxa de natalidade em África

 Casamentos precoces;
 As mulheres casam ou têm filhos entre os 15 e 18 anos de idade;
 As famílias extensas são um prestígio social;
 O papel da mulher na sociedade restringe-se a função de mãe;
 Uma mulher estéril é rejeitada pela sociedade;
 Os filhos são uma fonte de rendimento para as famílias;
 As elevadas taxas de analfabetismo sobretudo das mulheres dificultam o
acesso e a interpretação da informação e constituem um entrave a
divulgação do planeamento familiar;
 O planeamento familiar é pouco eficaz e nalguns casos desconhecidos;
 A poligamia na África negra, origina com frequência que os homens sejam
mais considerados quando possuem várias mulheres;
 A posição da religião à limitação dos nascimentos;
 A ausência de políticas antinatalistas por parte dos governos para o
controlo da natalidade.

Exercícios de natalidade
1- Numa região de Angola viviam em 2009,4.000.000 de pessoas. Nesta
mesmo ano nasceram 200.000 crianças. Calcula a taxa de natalidade

Dados Formula

N º denadosvivos
N º denadosvivos =200.000 TN= x 1000
Popula çã oabsoluta

Pá gina 21
TN=?
200 . 000
Popula çã oabsoluta =4.000.000TN= x 1000
4 . 000 .000

200 . 000 . 000


TN=
4 .000 . 000

200
TN=
4

TN=50%ₒ

R:A taxa de natalidade é de 50%ₒ

Comportamento da mortalidade

Taxa de mortalidade (TM) é o número de óbitos ocorridos durante o ano, por cada
1000 habitantes. Calcula-se dividindo a mortalidade pela população absoluta.

N º de ó bitos
TM = x1000
Popula çã o absoluta

No que se refere ao quadro sanitário no continente é preocupante, segundo a


Organização Mundial da Saúde em África (OMS). Das diferentes regiões do
planeta, a região africana é que apresenta os valores mais altos de mortalidade.

Várias são as causas que contribuem para uma alta taxa de mortalidade em
África: as precárias condições de higiene, alimentação, doenças como VIH,
malária e tuberculose, o que se traduz numa baixa esperança média de vida da
população.

A diminuição da mortalidade no continente passa pela aplicação de medidas


como as seguintes:

 Garantia dos organismos internacionais e países desenvolvidos de


financiamento à Organização Mundial da Saúde em África;
 Participação dos meios de comunicação social, dos lideres políticos,
religiosos e comunitários no sentido de esclarecerem e incentivarem a
população, para que estas colaborem com as autoridades sanitárias a
todos os níveis;
 Trabalhar para reduzir o consumo de álcool e tabaco em excesso, assim
como eliminar o uso de drogas;
 Controlar a qualidades das bebidas e dos alimentos, envolvendo sectores
como agricultura, o comércio, a indústria e outros.

Exercícios de mortalidade

Pá gina 22
1- Numa região africanaregistou-se 300.000 óbitos. Sendo a sua população
absoluta de 2.000.000 habitantes. Calcula a taxa de mortalidade?

Dados Fórmula

N º de obitos
N º de Obitos =300.000 TM = x 1000
Popula çã o absoluta

TM=?
300.000
Popula çã o absoluta =2.000.000 TM = x 1000
2.000 .000

300.000 .000
TM =
2.000 .000

300
TM =
2

TM=150%ₒ

R:A taxa de natalidade é de 150%ₒ

África uma população jovem. Reflexos na pirâmide etária.

As elevadas taxas de natalidade e de mortalidade que se registam nos países


africanos reflecte-sena composição da sua população, sendo escasso o número
de pessoas que ultrapassam 65 anos.

Estrutura etária

Estrutura etária de uma população é a sua composição por idades. Habitualmente


consideram-se três grupos etários: o dos jovens com menos de 15 anos de idade,
o dos adultos dos 15 aos 64 anos, e o dos idosos com 65 ou mais anos.

A estrutura da população africana varia segundo os países e com o tempo. Assim,


os países com maior proporção de jovens menores de 15 anos localizam-se na
África Subsariana, proporção estimada 43,1% e no norte de áfrica de 31,5%. A
população com 65 anos ou mais representa 3,3% dos quais maior número na
África do Norte e menor na África subsariana.

Pirâmide etária

Pá gina 23
Pirâmide etária é a representação gráfica da composição de uma população
(idades) na qual as idades se encontram associadas em grupos (classes etárias)
divididas por género.

A pirâmide etária africana é constituída por uma base muito larga (forte
natalidade) e um topo muito estreito (forte mortalidade), o que a caracteriza por
uma população jovem.

As pirâmides permitem, através da sua forma e das irregularidades conhecer com


relativa a facilidade a juventude ou envelhecimento da população que
representam, a esperança média de vida, a evolução da natalidade, mortalidade e
ainda variados aspectos da sua história (migrações, crises económicas, grandes
epidemias, conflitos políticos e militares, etc.).

Problemas resultantes do rejuvenescimento da população (países em


desenvolvimento)
•Difícil acesso à educação, devido à falta de escolas e professores suficientes;

•Falta de habitação e de emprego que origina o crescimento dos bairros de lata e


a expansão de actividades ilícitas como as drogas;

•Difícil acesso aos cuidados de saúde;

•Aumento da subnutrição e da fome, devido a necessidade de alimentos ser cada


vez maior.

Estrutura profissional da população

A estrutura profissional de uma população permite conhecer o total de efectivos


formalmente aptos para o trabalho, distribuídos por sectores de actividade
económica: Sector primário (agricultura, exploração florestal, pecuária, caça e
pesca), Sector secundária (indústria – extrativa e transformadora, construção,
obras publicas, distribuição de água e electricidade) Sector terciário (comércio,
transportes, comunicação, saúde, educação, justiça, actividade bancária e
serviços da administração publica e privada).

Pá gina 24
2.2.2 – Distribuição da população no continente:
condicionalismos da distribuição da população.
A população africana distribui-se de forma irregular no continente, registando-se
contrastes a nível de países e regiões.
A densidade demográfica no Norte e na parte ocidental onde se situa Angola,
estão abaixo da média mundial de 49 hab ∕ km 2. Pois a ocupação do espaço em
África é muito dispersa com 30 hab ∕ km2.
Segundo alguns especialistas afirmam que as baixas densidades demográficas,
historicamente registadas foram agravadas pelo despovoamento ocorrido em
função do tráfico de escravos, o que provocou um atraso na agricultura africana.

Densidadedemográfica é o número de habitantes por unidade de superfície (hab ∕


km2). Calcula-se dividindo o número de habitantes pela superfície em km2.
Total de hab
D . D=
Su perfici é em km2

Dentro do continente há países com valores acima de 100 hab ∕ km 2 como: Ilhas
Seychelles, Ruanda, Gambia, Burundi, Nigéria e até países com densidade
inferiores a 10 hab ∕ km2 entre os quais inclui o Mali, Mauritânia, Líbia e Namíbia.

A irregularidade na distribuição da população africana deve-se aos seguintes


factores:
 Factores naturais (clima, solo, vegetação, recursos do subsolo e outros);
 Factores sociais e económicos: a agricultura, Industria, as vias de
comunicação e passado histórico;
 Conflitos armados.

Exercícios de densidade demográfica

1-Em 1990,o total de habitantes de um determinado país segundo estimativas era


aproximadamente de 2.400.000 pessoas, sabendo que a sua superfície é
1.200.000km². Calcula nessa data a densidade populacional?

Dados

Populações absoluta=2.400.000 habitantes

Superfície=1.200.000km²

DensidadeDemográfica=?

Fórmula

Pá gina 25
Total de Hab . 2. 400 . 000 hab .
D . D= ; D . D= ; D . D=2 hab . ̸ km²
Superfici é em km 2 1 . 200 . 00 0 km2
R: Adesnsidade demografica é de 2 hab /km2

As grandes concentrações demográficas em África e os grandes vazios


humanos
Os principais focos de maior densidade populacional em África são:
 No vale e delta do rio Nilo, no Egipto;
 A costa Ocidental da África no golfo da Guiné, incluindo a Nigéria e o
Ghana;
 Áreas férteis em torno do lago Victória;
 Extremo Sul do continente.
As principais áreasde fraca densidade populacional, os chamados grandes vazios
humanos são:
 Os desertos do Sara, Calaári e do Namibe.
Os países africanos que são abrangidos pelos desertos, registam uma fraca
densidade populacional, provocada pelas dificuldades na prática da agricultura,
porque os solos não são propícios, assim como as características climáticas.
Os principais focos de maior concentração populacional são devidos os seguintes
factores:
 Factores naturais favoráveis a actividade humana tais como: a temperatura
e as precipitações que permitem cultivar o solo;
 Factores históricos, sociais, económicos e políticos.
 O surgimento das cidades e das indústrias é o outro factor responsável
pela elevada densidade urbana, pois atrai a população das zonas rurais;
A pobreza, a fome, a falta de emprego e o sobrepovoamento, a diminuição de
rendimentos agrícolas, as secas e a guerra são situações que contribuem para
o êxodo rural.
As regiões africanas os altos valores de população urbana se verificam no Norte
de África e na África Austral: Líbia, Tunísia, Argélia, países do golfo da Guine e na
África Austral a África do Sul e o Botswana.
A explosão urbana nos próximos anos em África será intensa e particularmente
na África Oriental. Nas cidades africanas o ritmo de crescimento urbano é tão
elevado que provoca uma serie de problemas de ordem social e económica.

2.2.3 – As migrações em África: uma vaga crescente


Entende-se por migração a deslocação da população de uma região para outra ou
de um país para o estrangeiro.

Pá gina 26
As migrações nem sempre são voluntárias. A maior parte da população africana é
obrigada a emigrar por motivos de perseguição étnica, religiosa, politica, por
situação de guerra ou degradação do meio em que vivem. As pessoas nestas
condições são designadas por refugiados. Esta é a chamada migraçãoforçada.
O êxodo rural é o principal tipo de migração interna em África, contribuindo para o
elevado crescimento urbano.
Os centros urbanos em África parecem transbordar de tantos problemas graves
causados pelo crescimento explosivo das cidades, entre os quais se podem citar:
 Engarrafamentos monstruosos;
 Cortes constantes de energia;
 Escassez de água;
 Proliferação de bairros insalubres;
 Precários serviços de limpeza pública;
 Deficiente serviço de transporte público;
 Elevado número de desempregados;
 Elevado número de jovens de ambos os sexos a praticar o comércio
informal
 Aumento da criminalidade.
Para os países africanos reduzirem gradualmente as migrações internas, devem
tomar as seguintes medidas:
 Definir políticas prioritárias que visem estimular o desenvolvimento das
cidades de média dimensão e desenvolver as zonas rurais;
 Estimular as actividades do sector informal;
 Encorajar e preservar as indústrias rurais e o artesanato para diversificar a
economia;
 Criar novas oportunidades de emprego e elevar o nível de vida da
população.

Tipos de migração
Os movimentos migratórios classificam-se em função dos diversos critérios:
 Segundo o lugar de destino, as migrações podem ser internas ou nacionais
(se produzem dentro das fronteiras de um país ou região) e externas ou
internacionais (produzem fora do país ou região);
 Segundo a duração do deslocamento, podem ser definitivas (se
permanecer no lugar de destino para sempre) e temporárias (se voltar para
o lugar de origem);
 Segundo o número de pessoas que emigram, as migrações podem ser
individuais ou familiares;
 Segundoo carácter, as migrações podem ser voluntárias e forçadas.

Pá gina 27
Segundo o lugar de destino Segundo a duração Segundo o número de pessoas Segundo o carácter

Internas Externas Definitivas Individuais


Temporárias Familiares Forçadas Voluntárias

Intracontinentais Intercontinentais

Pá gina 28
2.3 – Os conflitos interétnicos: um entrave ao desenvolvimento

Em muitos países africanos, os conflitos interétnicos têm sido a grande causa da


instabilidade política e social, frequentemente acompanhada de confrontos
violentos. Este facto não pode deixar de se reflectir na produção agrícola.
Os principais conflitos em África registaram-se nos seguintes países:
 Eritreia e a Etiópia devido a divergência quanto as fronteiras comuns;
 Na Serra Leoa, a guerra civil durou oitos anos, o acordo de cessar-fogo foi
assinado em Júlio de 1999;
 Na Libéria, forças governamentais e rebeldes, estão em confronto no
Noroeste do país;
 No Ruanda, cujo genocídio em 1994 causou a morte de mais de 500 000
pessoas, maioritariamente da etnia Tutsi;
 Os países da África central, sobretudo na região dos Grandes Lagos
(Burundi, Ruanda, Uganda, Zaire), constituem uma das zonas de maior
instabilidade a nível de África e do Mundo.
Nestas regiões, os conflitos têm grande impacto no desenvolvimento das
actividades económicas, principalmente na produção dos recursos alimentares.

2.4 – O bem-estar e a qualidade de vida da população africana

África é um continente cujos países têm inúmeras riquezas, mas onde nenhum
país é considerado como desenvolvido.
Existem em África vários países produtores e exportadores de petróleo, diamante,
ouro, que apesar de serem muito ricos, não possuem as condições ideais ao nível
socioeconómico: educação, saúde, alimentação, etc.
Para se avaliar a qualidade de vida da população, recorre-se normalmente a
indicadores económicos e sociais que incluem: taxa de analfabetismo, posse de
equipamentos domésticos (frigoríficos, televisores, telefone, etc).

Crescimento e desenvolvimento

O crescimento económico é condição necessária, mas não suficiente, para


melhoria da qualidade de vida.
Muitos países africanos dispõem de altos rendimentos, mas estes pouco fazem
em benefício das condições de vida das populações, sobretudo porque a classe
política e outras minorias privilegiadas se apropriam de grande parte desses
rendimentos em seu próprio proveito.

Pá gina 29
O crescimento económico tem de promover um verdadeiro desenvolvimento: o
rendimento nacional tem de ser justo e distribuído equitativamente pelos diversos
sectores socioeconómicos, como a distribuição de água e energia, construção e
melhoramento de escolas e hospitais, melhoria dos meios de comunicação e
transportes, formação profissional, melhoria dos salários, aumento de pensões e
reformas, combate ao desemprego.
A população africana é caracterizada por uma deficientealimentação, elevado
analfabetismo, insuficiente formação profissional, escassos e inacessíveis
serviços de saúde e baixos níveis salariais.
Este drama é provocado pelo desinteresse e pelas tensões e conflitos sociais, os
quais vão reflectir-se na reduzida produtividade e na lenta melhoria da qualidade
de vida.
Só com uma mão-de-obra de boa saúde, bem alimentada, instruída e com
formação profissional adequada, é que a África conhecerá o desenvolvimento
económico.

2.4.1- Os problemas de saúde e a prestação de serviços de saúde

A saúde é um dos factores que em muito contribui para o bem-estar e a qualidade


de vida, um dos campos onde os países africanos apresentam maiores
debilidades.
A saúde em África é condicionada pelos seguintes problemas:
 Alimentação deficiente;
 Más condições sanitárias;
 As graves carências de água potável;
 O número reduzido de médicos em relação ao número de habitantes,
 A quase inexistência de hospitais e centros de saúde ou os seus
equipamentos já antigos;
 As dificuldades em obter medicamentos necessários e os climas favoráveis
ao desenvolvimento de certas doenças como o paludismo, etc.

Principais doenças nos países africanos

As doenças em África resultam devido aos seguintes factores:


 A malnutrição como principal factor;
 A baixa condição socioeconómica;
 Escassa informação disponível;
 As fracas condições sanitárias;
 Insuficiência de serviços de diagnóstico e de tratamento e a poligamia
contribuem na expansão da epidemia;
Entre as principais doenças, encontram-se:

Pá gina 30
 As sexualmente transmissíveis, onde está incluída a contaminação pelo
vírus de imunodeficiência humana (HIV). África é o continente mais
afectado por esta doença;
 O paludismo;
 A tuberculose;
 Anemia falciforme.

A prevenção contra as doenças


Nos países africanos, os meios existentes para a prevenção de numerosas
doenças são muito escassos, assim como o acesso à informação e aos cuidados
médico-sanitário.
As campanhas de informação e prevenção contra as doenças são escassas. A
maioria da população não está vacinada contra as doenças contagiosas, que
geram epidemias, como a cólera, tuberculose, a poliomielite, etc.

Número de médicos por 100 000 habitantes


Na África Subsariana, não vai alem dos 4 médicos por cada 100 000 habitantes e
somente 60% da população tem acesso aos serviços de saúde.

Acesso a água potável, ao saneamento e a serviços de saúde


As grandes carências de água potável, especialmente nos meios rurais,
constituem um factor com grande incidência na doença, uma vez que a água
utilizada está muitas vezes contaminada.
Na África Subsariana, apenas 28% da população rural tem acesso a água
potável.
Em Angola apenas 38% da população tem acesso a água potável e 44% a
saneamento, enquanto o número de médicos por cada 100 000 habitantes é de
apenas 5.

2.4.2- A situação da população perante a educação

A educação básica constitui não só um direito humano, como também uma


condição necessário para o desenvolvimento.

Taxa de analfabetismo
É um indicador que mede também o nível de vida da população.
Em África, apesar de muito elevada, a taxa de analfabetismo tem vindo a reduzir
a bom ritmo, registando-se a África subsariana, em 2002, um valor de 37%:
 Burkina Faso - 87%
 Níger - 83%

Pá gina 31
 Mali - 81%
A população estudantil vive imensas dificuldades, como:
 Escolas sem condições;
 Professores sem formação profissional;
 As universidades são poucas, o que leva muitos estudantes a sair para o
estrangeiro.
Hoje em dia, o continente enfrenta a luta contra a erradicação do analfabetismo
em todos os países, com mais incidência na alfabetização das mulheres, o que
constitui um trunfo importante de combate ao subdesenvolvimento, com
campanhas de alfabetização.

Taxa de alfabetização feminina e masculina em 5 países africanos

País Taxa Taxa


de alfabetização de alfabetização
feminina masculina
Argélia 60% 78%
Egipto 44% 67%
Gana 66% 82%
Moçambique 31% 62%
Namíbia 83% 84%
Tabela 3 Taxa de alfabetização feminina e masculina

2.4.3 – O emprego e a qualidade das condições de trabalho

O acesso a um emprego razoavelmente remunerado está directamente


relacionado com a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar da população.
Em África observa-se um elevado índice de desemprego devido a uma série de
factores como as guerras, as más condições de vida nas zonas rurais, fruto de
fenómenos naturais, como a seca e a desertificação, fazendo com que as
populações se dirijam para as cidades à procura de emprego.
As condições de trabalhossãopéssimas, o que faz com que surjam as
reivindicações de melhores salários e prestações sociais.
Estas reivindicações quando não são satisfeitas provocam frequentemente
conflitos sociais, entre os quais se destacam as greves.
Em África, os trabalhadores encontram-se completamente desprotegidos contra a
prepotência das entidades empregadores:
Não se verifica quase nenhuma protecção social dos trabalhadores quanto à:
 Subsídios;
 Protecção as grávidas;
 Reforma por invalidez ou velhice;

Pá gina 32
 A segurança social é quase inexistente;
 No desemprego e na doença, cada um fica entregue a si próprio.

2.4.4 – A qualidade de habitação

Nos países africanos, sejam do Norte ou da África Subsariana, habitação


apresenta fortes contrastes. Mesmo no centro das capitais e principais cidades é
possível encontrar autênticos bairros de lata, onde a energia eléctrica, a água
canalizada e o escoamento de resíduos sólidos (lixo) são inexistentes.

Em África, zonas menos agradáveis (monótonas, mais ou menos insalubres,


poluídas, sem água canalizada e sem esgotos, etc.) são, na generalidade,
ocupadas por indivíduos de recursos económicos, que não suportam rendas
caras nem a compra de apartamentos noutras zonas mais aprazíveis.

Em alguns casos, as áreas habitacionais das pessoas desfavorecidas assumem a


forma de extensos e monótonos conjuntos residenciais, com casas “apinhadas”,
construídas em becos sinuosos onde, na maioria dos casos, é impossível duas
pessoas “passarem” simultaneamente.

É típico de vários países africanos a construção de apartamentos acanhados,


construídos pelo poder publico com vista a alojar populações pobres (bairros de
habitação social), muitas vezes famílias obrigadas a abandonar os ou barracas,
vitimas de incêndios, desabamentos de terra ou inundações.

Vários edifícios velhos e degradados em diversas cidades africanas não escapam


a necessidade de abrigo de pessoas pobres que ocupam, sem se importarem
com os riscos.

Alguns governos, com certa sensibilidade para o grave problema da habitação no


continente, vem executando programas de requalificação de bairros e construção
de outros que permitam aliviar o triste panorama da habitação de uma parcela
significativa da sua população.

Tema – 3: África, seu potencial natural e a irregularidade na


produção de recursos.

Pá gina 33
3.1 – Os minerais: contrastes com o desenvolvimento.
A distribuição geográfica das formas de relevo em África tem estreita relação com
a localização dos jazigos minerais. Assim, os principais jazigos de minerais
localizam-se nas seguintes regiões:
 Nas montanhas dos Atlas localizam-se jazigos de petróleo e fosforite;
 Nas mesetas orientais encontram-se minerais não ferrosos;
 Nas planícies e planaltos do sul, diamante.
 Os maiores jazigos de ferro, crómio, ouro, urânio, e diamante encontram-se
na África Austral e Oriental;
 No deserto do Sara e Norte de África (Argélia, Líbia, e Egipto) encontra-se
bauxite, petróleo, e gás.
O petróleo é a principal fonte de energia do continente: as bacias petrolíferas mais
importantes encontram-se na região do sara, no delta do Níger e na plataforma
continental do atlântico.
África possui imensas reservas minerais. Produz quase a totalidade de diamante
do mundo, aproximadamente 65% do ouro, 40% do crómio, 34% do cobre e 25%
do manganésio.
Na maioria dos países, a exploração dos minerais, encontra-se nas mãos de
companhias estrangeiras, sobretudo norte-americana e europeias.

Classificação dos recursos minerais


1. Minerais metálicos: aqueles com composição metálica;
Ex: O ferro, cobre e estanho.
2. Minerais não metálicos: sem composição metálica;
Ex: O sal – gema, quartzo e o caulino.
3. Minerais energéticos: podem ser utilizados como fonte de energia;
Ex: O carvão e o uranio.
4. Rochas Industriais: Rochas cuja exploração se destina essencialmente a
transformação industrial e a construção civil e obras públicas;
Ex: Calcário e a margas.
5. Rochas Ornamentais: São rochas pela sua beleza é utilizada na
ornamentação de edifícios e ruas, bem como em mobiliários e objectos
decorativos;
Ex: O granito e o mármore.
6. Águas minerais: São águas de circulação subterrânea com características
físico-químicas de que resultam propriedades terapêuticas, ou apenas com
efeitos favoráveis a saúde;
7. Águas de nascentes: São águas de circulação subterrânea consideradas
para beber.

Pá gina 34
Figura 8 Recursos minerais.

3.1.1 – A dependência externa e o valor económico dos recursos


minerais

Na generalidade, os países africanos dependem principalmente da Europa e a


maior da produção desses recursos minerais como o petróleo, é exportada para a
União Europeia e EUA.
Contudo, os países africanos, para fugirem à crónica dependência de
exportadores de matéria-prima minerais, tentaram desenvolverem projectos de
industrialização que visavam transformar os seus produtos de base. Porem, a
maior parte dos países industrializado do Norte impõe barreiras alfandegárias
para importar esses produtos.
Os países africanos estão demasiado dependente dos seus parceiros do Norte,
Clientes das suas exportações e fornecedores dos bens de consumo e de
equipamento.,
Assim, para reduzir a dependência externa, os países africanos procuram tomar
medidas a nível das organizações para o desenvolvimento de África no sentido de

Pá gina 35
se melhorar a situação, através de uma racionalização nas exploração e do
recurso a tecnologias de maior eficiência.

3.2 – O potencial hídrico e a problemática da água

3.2.1 – As grandes bacias hidrográficas e os sistemas fluviais

Os rios do continente africano apresentam as seguintes características:


 As chuvas constituem a principal fonte de alimentação dos rios e lagos no
continente, pelo que a distribuição e o regime das suas águas está em
dependência das precipitações;
 Nas regiões de clima equatorial, os rios apresentam um caudal uniforme
durante quase todo o ano;
 Nas regiões de clima tropical, o caudal dos rios regista maiores oscilações
devido aos contrastes de precipitações entre a estação seca e a estação
húmida;
 O Sahara e grande parte do Calaári estão quase desprovidas de cursos de
água, no território encontra-se oásis onde se utiliza a água do subsolo;
 Os principais rios do continente atravessam extensas depressões,
planaltos e cadeias montanhosas, o que provoca a formação de rápidos e
cataratas que dificultam a navegação.

Principais rios do continente


No continente destacam-se os seguintes rios:
 Rio Nilo, o maior do continente com 6670 km de comprimento e uma bacia
hidrográfica que abrange 2 870 000 km2;
 Rio Congo ou Zaire, com 4320 km e uma bacia hidrográfica que abrange 3
700 000 km2;
 Rio Níger, com 4160 km de comprimento e uma bacia hidrográfica de 2
000 000 km;
 Rio Zambeze, com um comprimento de 2669 km e uma bacia 1 330 000
km2;
 Outros rios de grande importância no continente são: o Orange, o Cunene
e o Kwanza.

A distribuição e curso dos sistemas fluviais, a disposição das linhas divisórias das
águas e a situação dos lagos estão determinados em grande medida pela
estrutura geológica e pelo relevo.
Nas depressões formam-se os lagos que segundo o clima têm ou não
escoamento ou formam mares interiores.

Pá gina 36
Entre os lagos africanos destacam-se:
 O lago Chade (Chade);
 Leopoldo II (R. D. Congo);
 O TanganicaBurundi, Tanzânia, Zâmbia e a RDC);
a) O Niassa (Malawi, Tanzânia e Moçambique);
 O lago Alberto (Uganda e a RDC);
 O lago Eduardo (RDC);
 O lago Rodolfo (RDC);
 O lago Victória (Tanzânia, Quénia e Uganda), com 66 500 km2 de
extensão, é o maior de todos.

3.2.2 – O problema da distribuição, qualidade e gestão das águas


no continente.

O consumo de água per capita constitui um dos indicadores de riqueza e


qualidade de vida das populações e aumenta no mesmo sentido que o
desenvolvimento económico e social.
Na maioria dos países africanos, a água torna-se um bem, cada vez mais raro
face as necessidades da população.
A falta de água para usos domésticos e para a agricultura constitui um dos
grandes flagelos, sendo responsável em vastas regiões pela fome e miséria.
O consumo de água cresce com a expansão industrial e urbana, o crescimento e
aumento do nível de vida da população e o desenvolvimento da agricultura.
A escassez de água está relacionada com o aumento de consumo de água
motivada por vários factores:
 Crescimento da população urbana;
 Crescimento da população.

Poluição da água doce


 Nas áreas urbanas, através das actividadesdomésticas, sãoresponsáveis
pelo uso crescente de influentes líquidos e sólidos (plásticos e detergentes)
que são escoados da cidade em direcçãoaos rios e lagos;
 A existência de quantidades enormes de lixo urbano e a falta de tratamento
das águas residuais;
 Proliferação de construções clandestinas, sem o equipamento sanitário
adequado, o que provoca o aparecimento de fossas sépticas ao ar livre.

3.3 – O solo e a produção alimentar

Pá gina 37
Em África há uma grande diversidade de solos, atendendo a vários
condicionalismos físicos.
Assim, encontramos os seguintes tipos de solos no continente:
 Solos das zonas equatoriais (ouPodzolizado, com cumulo de ferro,
alumínio e matérias orgânica abaixo da superfície e Aluviais propícios
para o desenvolvimento da agricultura);
 Solos das zonas tropicais húmidas (ouPodzolizado, com cumulo de
ferro, alumínio e matérias orgânica abaixo da superfícieAluviaispropícios
para o desenvolvimento da agricultura);
 Solos das zonas tropicais secas: nestas zonas formam-se os solos
ferruginosos, menos profundos que os ferros ferralíticos e com grande
concentração de óxido de ferro;
 Solos das zonas desérticas ou semidesérticas: a extrema pobreza ou
mesmo ausência total da vegetação, em resultado das condições
climáticas. Na orla dos desertos, onde surge a vegetação de estepe,
formam-se solos de fraco conteúdo orgânico.

Tipo de solo, sua exploração e a produção de alimentos de origem agrícola.


O relevo influencia directamente na formação e espessura dos solos.
Assim, para uso da terra ou solos destinados a produção de alimentos em África,
temos os seguintes:
 Terras não produtiva
- A região do Sahara;
- As faixas setentrional e oriental do corno de África;
- Uma porção do sudoeste de África.

 Terras especialmente apropriadas para o cultivo, se melhoradas


- Região sul do equador;
- Região ocidental do corno de África (Etiópia).

 Terras especialmente apropriadas ao cultivo agrícola, a pastagens e a


terras florestais
- Faixa costeira sul;
- Sudeste e leste de África.

 Terras especialmente apropriadas para floresta ou pastagens


permanentes.
-Coincide com as zonas de maiores precipitações.

 Terras geralmente apropriadas para pastos e marginalmente para


cereais.
- Compreende a costa atlântica;
- Parte ocidental do corno de África;
- Sul do sara;

Pá gina 38
- Zonas de maiores precipitações.

Tipos e características gerais da agricultura


Em quase todo o continente pratica-se a agricultura, entre as quais destacam-se
as seguintes:
 Agricultura tradicional (itinerante e intensiva);
 Agricultura moderna (plantação).

Agricultura tradicional
Em muitas regiões do continente, existem práticas da agricultura assentes nas
técnicas ancestrais completamente dependentes das condições naturais, é
chamada por isso de agricultura tradicional ou de subsistência cujas
características são:

 Garantia da alimentação para as populações que a praticam;


 Utilização do estrume como fertilizante e de técnicas e instrumentos
rudimentares;
 Trabalho realizado essencialmente pelo homem;
 Insignificante comercialização da produção obtida;
 Depende fortemente dos factores naturais (chuva, seca);
 Sistema de cultivo muito extensivo (muita mão-de-obra) e policultura
(baseado no cultivo de várias espécies);

Agricultura moderna

A agricultura moderna apresenta as seguintes características:

 A agricultura é destinada ao mercado;


 A agricultura é mecanizada;
 Agricultura é científica;
 Agricultura é especializada;
 Agricultura está ligada à indústria.

Os países africanos que praticam actualmente este tipo de agricultura debatem-


se com alguns problemas, nomeadamente:

 A forte dependência de um ou dois produtos tropicais;


 O baixo preço de venda dos produtos, que impede uma entrada
significativa de capitais;

Pá gina 39
 As fortes flutuações de preços a que estão sujeitos os produtos tropicais;
 A forte erosão dos solos, resultante do sistema intensivo em regime de
monocultura e da excessiva utilização de fertilizantes.

Seca e desertificação

Em África, existem grandes desertos quentes que abrangem extensas áreas e


que se caracterizam por uma elevada aridez resultante da escassez de água.

As principais zonas desérticas do continente são:

 Deserto do Sahara, a Norte;


 Os desertos do Calaári e do Namibe.

Actualmente, assiste-se a um alastramento dos desertos o que tem como


consequência a aridez que é um processo natural e que resulta da diminuição
das precipitações, do aumento da evaporação e também devido à
incorrectaactuação do homem sobre o meio.

Entre os processos que estão na origem da desertificaçãotemos:

 O crescimento demográfico e os progressos técnicos do século XX;


 A destruição da cobertura vegetal para dar lugar as novas plantações de
milho e sorgo;
 Crescimento demográfico que implicou maior consumo de madeira para
a construção de habitação e uso doméstico.

A desertificação é actualmente considerada como um dos maiores e mais


urgentes problemas com que se defrontam muitos países tropicais.

Com a redução do espaço agrícola e a diminuição do rendimento da terra,


acentua-se a fome e os chamados refugiados.

TEMA4 - APROTECÇÃO DOS GRANDES ESCOSSISTEMAS: UM


PROBLEMA ACTUAL.

4.1- O impacto ambiental da actividade humana.


O impacto ambiental é definido como toda alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das actividades humanas que, directa ou

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indirectamente,afectam a saúde, o bem-estar da população e a qualidade do
meio ambiente.

Exemplo:um incêndio ou o corte de árvores numa savana ou floresta pode


provocar a morte dos animais que nela habitam porque deixam de ter o
alimento habitual.

No entanto existe uma interdependência permanente entre os seres vivos e o


ambiente físico de uma dada área, pois eles constituem em conjunto uma
unidade denominada ecossistemas.

4.1.1 – Os grandes ecossistemas terrestres do continente


Todo o espaço, quer terrestre quer aquático, é composto pelo meio físico e
pelos seres vivos que o habitam. No entanto, estes dependem sobretudo da
existência de condições favoráveis do meio físico no qual se desenvolvem.

Ecossistema,é o sistema formado pela interacção de todos os organismos vivos


(animais e plantas) e desses organismos com o meio em que vivem.Os
ecossistemas podem ser terrestres, aquáticos e aéreos.

Os grandes ecossistemas terrestres do continente africano são os seguintes:


florestas equatoriais, savana, estepe e deserto.

Os principais factores responsáveis pela destruição dos ecossistemas terrestre


são:

 O crescimento demográfico;
 A utilização da lenha e madeira para fins comerciais e ainda como
combustíveis;
 A transformação das áreas florestais em áreas agrícolas;
 O incremento da actividade pecuária;
 A construção de infra-estruturas.

4.2 – A preservação e recuperação do ambiente


4.2.1 - As principais áreas africanas protegidas.

Pá gina 41
Os governos africanos estão cada vez mais sensíveis à necessidade de
conservar as áreas representativas das florestas tropicais que ainda se mantém
nos seus países.

Face ao apelo feito pela Organização das Nações Unidas sobre a diminuição
progressiva das espécies da flora e fauna no planeta, os governos africanos
foram receptivos. Deste modo surgiu a necessidade de se preservar tais
espécies, ficando assim estabelecida algumas áreas protegidas ao nível de
cada país.

As áreas protegidas são zonas essencialmente naturais, preservadas por lei,


em que os ecossistemas são conservados para as gerações actuais e
vindouras.

As principais áreas protegidas do continente são:

 Parque Nacional da floresta do Taí, na Costa do Marfim;


 Parque nacional de Korupe, nos Camarões;
 Zona de conservação de Ngorongoro, na Tanzânia;
 Parque Nacional dos Virunga, na Republica Democrática do Congo;
 Parque Nacional do Simien, na Etiópia;
 Parque Nacional da Kissama, em Angola.

A gestão das áreas protegidas constitui uma tarefa difícil e complexa para
muitos países africanos onde existem conflitos militares internos.

Degradação ambiental

A degradação da biosfera resulta do avanço da ocupação humana sobre os


mais diversos ecossistemas. Vários têm sido as formas de impacto sobre o
equilíbrio ecológico, os seres vivos e o meio ambiente estabelecem uma
integração dinâmica, porém frágil.

A tentativa de harmonização começou a ser intensificada na década de 1980,


quando se tornaram mais visíveis e preocupantes as consequências da
profunda interferência do homem sobre o meio ambiente, como por exemplo:

 O efeito de estufa;
 As chuvas ácidas;
 Buraco na camada de ozono;

Pá gina 42
 A poluição dos oceanos;
 Esgotamento dos recursos;
 Extinção de espécies;
 Aumento global da temperatura na Terra.

Principais problemas ambientais actuais

 Explosão demográfica;
 Escassez de água pelo mau uso, pela contaminação e por má gestão
das bacias hidrográficas;
 Devastação de florestas e as queimadas;
 Degradação da faixa litoral por ocupação desordenada;
 Poluição do ar nos grandes centros urbanos;
 Erosão e desertificação;
 Espécies em extinção;
 Lixo urbano, industrial e entulhos;
 Pobreza.

A resolução dos diferentes problemas ambientais passa por:

 Realizar campanhas de sensibilização;


 Realizar a reciclagem do lixo (resíduos sólidos);
 Não despejar óleo de cozinha no sistema de esgoto;
 Usar de forma racional, economizando sempre que possível, a água,
energia e outros recursos naturais;
 Evitar o uso excessivo de transporte individual (só quando necessário),
dando prioridade para o transporte colectivo ou bicicleta;
 Comprar e usar electrodomésticos com baixo consumo de energia;
 Economizar energia eléctrica nas tarefas domésticas quotidianas;
 Combate a pobreza.

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Bibliografia.
Cunha A. ; Mónica N.; Geografia 9ª Classe I Ciclo do ensino
secundário reforma educativa; Textos editores, Lda – Angola, 2007.

Natália Bartolomeu; Geografia 9ª Classe I Ciclo do ensinosecundário


reforma educativa; INIDE – Angola, 2006.

Barraque Graciela; Relatório do desenvolvimento Humano;


PNUD,2004.

Anabela Cunha e Natália M.M.J Bartolomeu; Geografia 9ª Classe


Livro do aluno;Classe I Ciclo do ensinosecundário reforma educativa;
PLURAL editores,2014.

Maria da Conceição Fernandes, Zerquera J, Margarida Camilo


Sabino; Atlas Geográfico, Ensino Secundário;

Programa de Geografia-9ª classe Editora Moderna, 2ª edição/2013

ZerqueraJ;Guia do professor 9ªclasse,Texto editora,1ª edição-2006

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REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO PROVINCIAL DO NAMIBE
DIRECÇÃO PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO,CIÊNCIA E
TECNOLOGIA
NÚCLEO PROVINCIAL DE GEOGRAFIA
MATERIAL DE APOIO

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