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Caderno de Actividades

Ciências
Sociais
VENDA
PROIBIDA
DISTRIBUIÇÃO
GRATUÍTA
FICHA TÉCNICA

Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano – MINEDH

Título: Caderno de Actividades da 6ª Classe: Ciências Sociais

Coordenação Geral:
Telésfero de Jesus Nhapulo

Autores:
Raafa Joel Sauane
Casimiro Vilanculo

Revisão científica e metodológica:


Ângelo Pelembe Banguele – UP
Elisa Eda Nhambirre – UP

Revisão Linguística:
Osvaldo Faquir – UEM
Óscar Fumo – UEM
Agostinho Marrengula – E.S. Quisse Mavota

Maquetização e Ilustrações:
DS Design, E.I.
Prefácio
Caro(a) aluno(a)

Colocamos à tua disposição este Caderno de Actividades, que contém resumos


e actividades, elaborado com base no programa de ensino, para que possas
consolidar e aprofundar as matérias abordadas nas aulas, de modo a melhorares a
tua aprendizagem.

Este caderno tem como base os conteúdos previstos no currículo nacional e


está sistematizado de acordo com as unidades temáticas do programa de ensino.

Nele, irás encontrar as matérias que estão no teu livro, apresentadas em forma
de resumos, bem como diversas actividades e exercícios em cada unidade temática
proposta.

De referir que as actividades estão sequenciadas progressivamente, partindo da


mais simples para a mais complexa, em função do conhecimento, das habilidades,
dos valores e das atitudes que pretendemos que desenvolvas até ao final do ano
lectivo.

A resolução de exercícios é essencial, pois permite avaliar os conteúdos


aprendidos e aperfeiçoar os teus conhecimentos.

É nossa convicção que uma boa utilização do presente caderno de resumos e


actividades poderá ajudar-te a organizar melhor o teu estudo diário e, desta forma,
obteres os melhores resultados.

Desejamos-te uma boa aprendizagem!

CARMELITA RITA NAMASHULUA

MINISTRA DA EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO


Ciências Sociais
Índice Página
Unidade Temática 1: Coordenadas geográficas
1. Coordenadas geográficas ..........................................................................................9
2. Mapas ......................................................................................................................11
3. Continentes e Oceanos ...........................................................................................14

Unidade Temática 2: Continente Africano


1. África, o Berço da Humanidade ................................................................... 16
2. Localização geográfica de África ................................................................. 18
3. Características físico-geográficas ................................................................. 20
3.1. Relevo de África........................................................................................ 20
3.2. Clima do Continente Africano................................................................... 21
3.3. Flora e fauna.............................................................................................. 21
3.4. Rios e Lagos .............................................................................................. 22

Unidade Temática 3: Regiões do Continente Africano


1. África Austral ............................................................................................... 25
1.1. Localização e características físico-geográficas ....................................... 25
1.2. Reinos e Impérios Antigos ........................................................................ 26
O Grande Zimbabwe ........................................................................................ 26
Império de Mutapa ........................................................................................... 28
2. África Oriental ............................................................................................. 30
2.1. Localização e características físico-geográficas ....................................... 30
2.2. A população e as suas actividades ............................................................. 31
2.3. As Cidades-Estado da Costa ..................................................................... 32
3. África Central ............................................................................................... 34
3.1. Localização e características físico-geográficas ....................................... 34
3.2. A população e as suas principais actividades ............................................ 35
O Reino do Congo ........................................................................................... 35
4. África Ocidental ........................................................................................... 37
4.1. Localização e características físico-geográficas ....................................... 37
4.2. A população e as suas principais actividades ............................................ 39
5. África do Norte ............................................................................................ 40
5.1. Localização e características físico-geográficas ....................................... 40
5.2. O Egipto Antigo ........................................................................................ 41
5.3. O surgimento do Papel e da Escrita .......................................................... 45
Índice Página
Unidade Temática 4: Expansão e Penetração Mercantil Europeia em África
1. Causas da expansão e penetração europeia ....................................................47
2. Papel de Portugal na expansão europeia ........................................................47
3. Consequências da expansão e penetração mercantil europeia .......................48
4. Tráfico de seres humanos (escravos) em África: Caso da África
Ocidental e Oriental............................................................................................49
5. O comércio triangular ....................................................................................50
6. A abolição da Escravatura...............................................................................51

Unidade Temática 5: Ocupação Europeia e o Sistema colonial em África


1. Ocupação colonial em África: Causas da ocupação colonial em África .......54
2. A Conferência de Berlim.................................................................................54
3. Formas de colonização ...................................................................................55
4. A Resistência Africana à Ocupação Colonial .................................................56
4.1. Exemplos de resistência em Moçambique ..................................................57

Unidade Temática 6: Moçambique Independente


1. Constituição da República .............................................................................61
2. Órgãos de Soberania da República de Moçambique .....................................62
3. Organizações continentais e mundiais ...........................................................63
4. Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral - SADC ................63
5. Eleições ..........................................................................................................64
Introdução
Querido aluno!

O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) elaborou


este Caderno de Actividades de Ciências Sociais para que possas usar como um
material auxiliar na disciplina. Neste caderno, estão disponibilizados Resumos e
Actividades que te vão ajudar a compreender facilmente os conteúdos tratados na
sala de aulas. Igualmente, permitir-te-á avaliar se estás a assimilar devidamente os
conteúdos desta disciplina ou não.
Os conteúdos foram elaborados e seleccionados com base no programa de
ensino; estão organizados por unidades temáticas de forma resumida e de fácil
compreensão. As matérias, também, estão estruturadas da mais simples à mais
complexa, em função das competências que se pretende que desenvolvas em cada
unidade temática.
Com o presente Caderno de Actividades, o MINEDH tem a convicção que
vais ter um melhor desempenho escolar.
Bons estudos!
Unidade
Temática

Coordenadas
1
Geográficas

Objectivos

No fim da unidade temática, deves ser capaz de:


• Utilizar as coordenadas geográficas para a localização de objectos e factos
geográficos no mapa;
• Classificar os mapas segundo o seu conteúdo;
• Ler mapas através das legendas; e
• Localizar geograficamente os continentes e os oceanos no mapa mundi.
Coordenadas Geográficas

1. Coordenadas geográficas
As coordenadas geográficas são linhas imaginárias sobrepostas nos mapas e
globos, que permitem a localização de qualquer lugar na superfície terrestre. As
referidas linhas são:
• Meridianos – são linhas imaginárias que cortam a Terra no sentido Norte –
Sul, ligando um pólo ao outro. A cada meridiano corresponde uma longitude
que é a distância ao meridiano medida em graus, ao longo do Equador. Varia
de 0° a 180° para Este ou para Oeste. O mais importante dos meridianos é o de
Greenwich.

• Paralelos – são linhas imaginárias que circulam a Terra no sentido Leste


– Oeste. Para cada paralelo, corresponde uma latitude, que é a distância ao
Equador, medida em graus ao longo do Meridiano de Greenwich. Varia de 0° a
90° para Norte ou para Sul. O mais importante dos paralelos é o Equador.

Ao conjunto de todas as linhas imaginárias (paralelos e meridianos) dá-se o nome


de círculos geográficos. Desses, os de referência são o Meridiano de Greenwich, que
divide a Terra em Ocidente e Oriente, e o Equador, que divide a Terra em hemisfério
Norte e hemisfério Sul.
Dentre os paralelos, são também de referência os trópicos de câncer (no
hemisfério Norte) e de Capricórnio (no hemisfério Sul).
180o 150o 120o 60o 30o 30o 60o 90o 120o 150o 180o

C.P.Ártico

AMÉRICA
DO ÁSIA
NORTE EUROPA

Trópico de Câncer

ÁFRICA
Equador
Linha do Equador AMÉRICA
DO
SUL
Trópico de Capricórnio AUSTRÁLIA

Meridiano de
Greenwich

Mapa 1. Coordenadas geográficas

9
Unidade Temática 1 Coordenadas Geográficas

Actividades
1. Observa com atenção o mapa abaixo e localiza os lugares: A, B, C e D
como no exemplo: O lugar A tem as seguintes coordenadas:
A Lat. 50° N e Long. 100° O
(Lê-se Latitude 50° Norte e Longitude 100° Oeste)
180º 160º 140º 120º 100º 80º 60º 40º 20º 0º 20º 40º 60º 80º 100º 120º 140º 160º 180º

80º 80º

70º 70º

60º 60º

50º
A 50º

40º
B 40º
30º 30º
20º 20º

10º 10º
0º 0º
10º D 10º
20º
C 20º

100
30º 30º
40º 40º
50º 50º

60º 60º

70º 70º

80º 80º

180º 160º 140º 120º 100º 80º 60º 40º 20º 0º 20º 40º 60º 80º 100º 120º 140º 160º 180º

2. Decalca o mapa e localiza os lugares com as seguintes coordenadas


geográficas:
X Lat. 10° S e Long. 40° E M Lat. 60° N e 120° O
T Lat. 30° S e Long. 140° E L Lat. 40° N e Long. 0°
3. Copia para o caderno e completa: Os círculos máximos imaginários
dividem a terra em duas partes iguais. Esses círculos são: ______ e ______. Os
______ passam pelos polos e o ______, divide a terra em hemisfério norte e
hemisfério sul.

10
Coordenadas Geográficas

2. Mapas
São representações gráficas da terra ou parte dela numa superfície plana.
Permitem observar áreas muito grandes num espaço reduzido.
2.1. Tipos de mapas
Os tipos de mapas são: Planisfério ou mapa mundi, mapa corográfico, mapa
topográfico e planta.
Tipos de Mapas Características
Planisfério ou • Mapa que representa a totalidade do planeta, embora com poucos
mapa mundi pormenores.
• Representa uma área mais restrita, normalmente corresponde à
Mapa
área de um país ou uma região (divisões administrativas, estradas,
corográfico
povoações).
•
Representa uma região com bastante pormenor. Nele estão
Mapa
assinalados praticamente todos os elementos naturais e humanos
topográfico
dessa área (estradas, casas, linhas férreas).
• Documento cartográfico que representa pequenas áreas como, por
Planta
exemplo, parte de uma cidade ou vila, uma escola ou uma casa.

2.2. Elementos do mapa


Os elementos do mapa são: Título, orientação, legenda e escala
2.2.1. Título
É o indicador do tema retratado no mapa. Deve identificar o mapa de forma
clara, simples e breve, a saber:
• assunto/tema;
• espaço de análise;
• período de tempo em análise.
2.2.2. Orientação
Aponta a direcção do mapa indicando-nos o lado onde fica o Norte e os demais
pontos cardeais.
2.2.3. Legenda
Possibilita a interpretação do mapa através de sinais (símbolos), que são
acompanhados por uma breve explicação do seu significado. Apresenta-se em forma
de ícones, cores, áreas, pontos e linhas, entre outras formas de representação.
2.2.4. Escala
É a relação entre a distância no mapa e a distância real correspondente.
A escala indica-nos o número de vezes em que a realidade foi reduzida, ou seja, permite
saber quantas vezes a dimensão de uma área foi reduzida no mapa que a representa.

11
Unidade Temática 1 Coordenadas Geográficas

2.2.4.1. Tipos de Escalas


As escalas podem ser apresentadas de duas formas: escala numérica e escala
gráfica
2.2.4.1.1. Escala Numérica
É apresentada sob a forma de uma fracção. Relaciona o tamanho do mapa com
o seu tamanho real sobre o terreno. O numerador é sempre 1 e indica o valor de 1cm
no mapa. Já o denominador é a unidade variável e indica o valor em centímentros,
correspondente no território. Por exemplo:
• a escala 1:20 000 significa que 1cm no mapa equivale a 20 000cm na superfície
terrestre.

1:4 000 000 ou 1/4 000 000

1
4 000 000
Os valores da escala numérica são sempre em centímetros (cm).

2.2.4.1.2. Escala Gráfica


É uma linha dividida ou uma recta graduada que serve para determinar
a distância real, conhecendo a distância gráfica. Ela baseia-se num gráfico,
representado por um segmento de recta onde se indicam as distâncias reais. Assim,
se um mapa está na escala 1:50, podemos ler directamente todas as suas medidas
sem cálculos, apenas medindo o mapa com uma escala gráfica. Os valores da
escala gráfica aparecem quase sempre em metros (m) ou em quilómetros (km).

Para calcular a escala gráfica, observa o exemplo que se segue:


A escala 1:250km significa que 1cm no mapa equivale a 250km.

Se a distância entre dois (2) lugares na realidade é igual a 925km, podemos


calcular a distância no mapa, com base na escala 1cm = 250km. Assim:
se 1cm = 250km e Xcm = 925km

então:
X = (925 Km x 1 cm)
(250 Km)
X = 3,7cm

12
Coordenadas Geográficas

2.2.4.2. Importância das Escalas


A escala permite-nos obter, do mapa, a distância real na superfície terrestre.
Cada tipo de escala tem vantagens e desvantagens.

Vantagens e desvantagens do uso da Escala Numérica


Vantagens Desvantagens
• Dá logo a ideia da redução da realidade • Não permite reduções ou ampliações
• Complexidade na estimativa de
• Mais simples no cálculo de distâncias
distâncias

Vantagens e desvantagens do uso da Escala Gráfica


Vantagens Desvantagens
• Possibilita a redução e ampliação sem • Maior complexidade no cálculo de
sofrer alterações distâncias.
• Mais simples no cálculo de distâncias • 
Necessidade de recorrer a estimativa
por estimativa com régua.

As Escalas Numérica e Gráfica


ESCALA NUMÉRICA ESCALA GRÁFICA
Numerador
(área do mapa) 0 3 6 9km

11 :: 50 000
50000
Denominador 0 3
OU

6 9
(área real)
quilômetros
quilómetros

Exercícios
1. A terra pode ser representada de duas formas.
Menciona as duas (2) formas de representação da terra.
2. A escala é a relação entre as distâncias no mapa e as distâncias
verdadeiras.
a) Identifica os tipos de escalas por ti estudadas.
b) Como se chama o conjunto de sinais que permitem a interpretação de
um mapa?

13
Unidade Temática 1 Coordenadas Geográficas

3. Continentes e Oceanos
3.1. Continentes
São grandes extensões de terra emersas, isto é, limitadas pelas águas dos
oceanos e mares.
A área ocupada pelos continentes é menos de metade da superfície total da
Terra, correspondendo a 29,3%.
No mundo, existem seis continentes, nomeadamente: a Ásia, a América, a
África, a Antárctida, a Europa e a Oceânia. Destes, o maior é o continente asiático.
O continente africano é o terceiro mais extenso, com cerca de 30 milhões de Km2.
3.2. Oceanos
São vastas extensões de água salgada, sem interrupção da sua continuidade e
que, no seu conjunto, cobrem a maior parte do globo.
A superfície ocupada pelos oceanos é de 70,7%.
Na superfície terrestre, existem cinco oceanos, nomeadamente: o Pacífico, o
Atlântico, o Índico, o Glacial Árctico e o Glacial Antárctico. Destes, o mais extenso
é o Pacífico. A África é banhada pelo Oceano Atlântico e pelo Oceano Índico.
Exercícios
OCEANO GLACIAL
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
ÁRTICO
1. Observa a figura abaixo e responde:
América Europa
do Norte Ásia

OCEANO
OCEANO
OCEANO
OCEANO PACÍFICO
PACÍFICO
PACÍFICO África
PACÍFICO
América OCEANO
OCEANO
do Sul OCEANO
OCEANO ÍNDICO
ÍNDICO
ATLÂNTICO
ATLÂNTICO Australia

OCEANO GLACIAL
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
ANTÁRTICO

Antártida

Legenda: América África Europa Ásia Australia Antártida

a) Como se chama o nosso continente?


b) Menciona os oceanos que banham o nosso continente.
c) Que continentes são banhados pelo oceano Pacífico?
d) Que oceanos banham a Europa?

14
Unidade
Temática

Continente
2
Africano

Objectivos
No fim da unidade temática, deves ser capaz de:
• Explicar a teoria evolucionista e da criação sobre a origem do Homem;
• Localizar geograficamente o Continente Africano; e
• Identificar as principais características físico-geográficas.
Unidade Temática 2: Continente Africano

1. África, o Berço da Humanidade

Mapa 2. Rotas de expansão dos hominídeos pelos continentes.

África é o berço de humanidade, porque os mais antigos restos ósseos dos


primeiros seres humanos foram descobertos pela primeira vez no continente
africano. Os locais de investigações arqueológicas foram:
• Tanzânia;
• Quénia;
• Etiópia; e
• África do Sul.

Sobre a origem do Homem, existem duas teorias, a saber: teoria da criação e


teoria evolucionista
Teorias Características
É a crença religiosa de que a humanidade, a vida, a Terra e
Teoria da Criação o universo são a criação divina de um agente sobrenatural
(Deus).
É a explicação científica sobre a forma como a vida das
diferentes espécies de seres vivos evoluiu ao longo de
milhões de anos, desde a origem da vida. Os primeiros
Teoria evolucionista
homens surgiram em África. Essa evolução teve origem
numa espécie de símios arborícolas que habitava nas
florestas da África Oriental

16
Continente Africano

Com as profundas mudanças do clima na região, as florestas transformaram-


se em savanas. Ao longo do tempo, os hominídeos passaram por um processo
denominado hominização, isto é, a evolução até ao estágio biológico do homem
da actualidade.

Australopithecus Homo habilis Homo erectus Homo sapiens Homo sapiens sapiens

Fig. 1 – Fases da evolução dos hominídeos

A figura 1 ilustra as etapas da evolução dos hominídeos que são:


Australopithecus, Homo habilis, Homo erectus, Homo sapiens e Homo sapiens
sapiens (Homem actual).
Como se pode ver na figura 1, estas etapas são marcadas pelo surgimento de
novas espécies. As características dessas espécies são as seguintes:
• posição erecta;
• deslocação bípede;
• desenvolvimento do cérebro;
• linguagem articulada (fala, a partir do Homo erectus); e
• Separação do polegar dos restantes dedos.

Em termos gerais, os hominídeos eram nómadas, agrupavam-se em comunidades


de caçadores e recolectores, deslocando-se em cada estação para as savanas ou
regiões com bosques abundantes, isto é, andavam de um lugar para outro à procura
de alimentos. Para a sua sobrevivência, usavam instrumentos como: seixo partido,
biface, ponta de seta, arpão, arco, flecha e outros.
A divisão do trabalho era feita de acordo com o sexo da pessoa (os homens iam
à caça e à pesca; as mulheres grávidas ou a amamentar ficavam no acampamento
com as crianças e apanhavam frutos) e de acordo com a idade da pessoa (as
crianças e os velhos trabalhavam na apanha de frutos e raízes e na sua preparação).

17
Unidade Temática 2: Continente Africano

A origem e a importância do fogo.


O fogo foi descoberto pelo Homo erectus. O uso do fogo melhorou as
possibilidades de sobrevivência dos hominídeos. Era usado para:
• cozinhar carne e vegetais;
• aquecer os corpos em casos de frio;
• aquecer as colas com que colavam as flechas;
• afugentar os animais;
• produzir diferentes instrumentos.

Exercícios
1. Por que se diz que África é o berço da humanidade?
2. Apresenta as etapas da evolução dos hominídeos.
3. Copia para o caderno e completa a frase: Os hominídeos eram nómadas
porque não tinham um lugar ______ ou permanente. A divisão de trabalho
era feita por ________ e _________.
4. O que faziam os homens, as crianças e os velhos?
5. Os hominídeos tinham dois grandes inimigos: o frio e a fome.
Que contribuição trouxe a descoberta do fogo para os hominídeos?
2. Localização geográfica de África Tunísia

cos
ro
ar
M
Algéria
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
l
Oc aara
nta

Líbia
Egipto
ide
S

América Europa Mauritânia Mali


do Norte Ásia Níger Chade
Senegal Eritréia
Sudão
Gambia Burquina
Guiné Fasso Djibuti
Guiné
OCEANO Bissau
OCEANO Costa Nigéria
Togo
Benin
Ghana

África PACÍFICO Etiópia


Leo a

do República
r

PACÍFICO
a
Ser

Marfim Centro-Africano ia
L

América OCEANO Camarões ál


ib

m
ér

do Sul OCEANO ÍNDICO So


ia

Guiné Uganda
ATLÂNTICO Australia Equatorial D. R.
Quénia
Gabão Congo
São Tomé e Principe Ruanda
República
Burundi Oceano
Democrática
Cabinda Índico
de Congo
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO Oceano Tanzania
Atlântico
Malawi

Angola
Antártida
Zâmbia
e
qu
bi

r
am

Legenda:
ásca

América África Europa Ásia Australia Antártida Zimbábwe


Namíbia

dag

Botsuana
Ma

Suazilândia
Lesoto
África
do Sul

Mapa 3. Planisfério Mapa 4. África

África é a terceira maior massa continental do nosso planeta. Se observares


atentamente o planisfério, vais perceber que grande parte do continente africano
se localiza na zona intertropical (entre os trópicos de Capricórnio e de Câncer),
por isso é denominado continente quente. O Equador divide o nosso continente
praticamente ao meio, ficando uma parte no hemisfério norte e a outra no hemisfério
sul. A distância máxima entre o Cabo das Agulhas e o Cabo El Abiad é de 8000 km
e entre cabo Verde e o cabo Hafun é de 7500 km.

18
Continente Africano

Limites do continente africano


• A Norte, é separado da Europa pelo mar Mediterrâneo;
• A Nordeste, é separado da Ásia pelo mar Vermelho e pelo Canal do Suez,
localizado no Egipto;
• A Oeste, é banhado pelo oceano Atlântico;
• A Este, é banhado pelo oceano Índico;
• A Sul, pela junção dos oceanos Atlântico e Índico.

O litoral e o seu traçado


Se observares o mapa de África, percebes que, ao longo do litoral, há poucas
entradas e saídas, isto é, possui poucas saliências e reentrâncias, bem como
escassas ilhas. É uma costa sem muitas curvas, o que confere ao nosso continente
um carácter maciço. No continente africano, existem poucas ilhas grandes, sendo
a maior a de Madagáscar, no oceano Índico. No oceano Índico, temos as seguintes
ilhas:
• Maurícia;
• Seychelles;
• Comores; e
• Reunião.

No oceano Atlântico, temos as seguintes ilhas:


• Ilhas Canárias;
• Arquipélago de Cabo Verde;
• Ilhas de S. Tomé e Príncipe; e
• Santa Helena.
Exercícios
1. Observa o mapa sobre a localização do continente africano e completa no
teu caderno, as seguintes afirmações:
a) A Este, África é banhado pelo oceano ______ e a Oeste pelo______.
A Norte, é separado da ______ através do mar ______; e a Nordeste, é
separado da Ásia pelo mar ______ e pelo Canal de Suez, no Egipto, a
Sul pela junção dos oceanos _______ e _______.
b) O continente africano localiza-se na zona intertropical entre os trópicos
de ______ e de ______.
2. Por que se diz que África é um continente maciço?

19
Unidade Temática 2: Continente Africano

3. Características físico-geográficas
3.1. Relevo de África
O continente africano é predominantemente constituído por planícies,
planaltos, montanhas e depressões ou bacias interiores. Os planaltos cobrem
maior parte do continente, com superfícies mais ou menos planas com altitude
superior a 200m. O relevo dispõe-se em forma de escadaria. Na região oriental,
localizam-se os maiores lagos do continente, circundados por altas montanhas,
destacando-se:
• o Quilimanjaro (5.895 metros);
• o monte Quénia (5.199 metros); e
• o Ruwenzori (5.109 metros).
Em África, as planícies situam-se principalmente nas zonas costeiras junto ao
litoral, por isso, regularmente, são chamadas planícies do litoral. A planície litoral
circunda todo o continente africano. As maiores larguras registam-se:
• ao Sul de Moçambique;
• na Mauritânia;
• na Somália; e
• ao Norte do Egipto.

Mapa 5. Relevo de África

20
Continente Africano

3.2. Clima do Continente Africano


O clima manifesta-se de diferentes maneiras nos distintos espaços da superfície
terrestre. A zona mais quente, como vimos, é a região intertropical e a mais fria
a região polar. Portanto, à medida que a latitude aumenta, a temperatura vai
diminuindo, por isso temos climas quentes, temperados e frios.
O continente africano possui climas quentes e temperados. Temos dois elementos
que caracterizam o clima de um lugar: a temperatura e a chuva.
Quase três quartos do continente estão situados na zona intertropical da Terra,
apresentando, por isso, altas temperaturas com pequenas variações anuais.
Localizados no interior do território africano, os desertos que ocupam grande
parte do continente são: o Sahara, no Norte, e o de Kalahari, no Sul.
Distinguem-se, em África, os seguintes climas:
• clima equatorial;
• clima tropical;
• clima desértico; e
• clima mediterrâneo.

DESÉRTICO
DESÉR
TROPICAL
TROPICAL
EQUATORIAL
EQUATORIAL
FRIO DEMONTANHA
FRIO DE MONTANHA

Mapa 6. Distribuição dos climas de África

3.3. Flora e fauna


A vida vegetal e animal nas diferentes
regiões de África resulta da acção do clima
e a sua relação entre este e os seres vivos,
mas, também, da acção do homem. A
temperatura influencia o desenvolvimento
das plantas, bem como a quantidade da
chuva que cai, o tipo do solo e o relevo.

Mapa 7. Vegetação de África

21
Unidade Temática 2: Continente Africano

A vegetação e a fauna africana são um reflexo do clima, isto é, o clima


determina a flora e fauna de cada zona, como podes ver na tabela seguir.
Clima Tipos de Florestas Fauna
Floresta Equatorial
Animais rastejadores
(Florestas densas-
Zonas (diversos tipos de macacos,
Equatorial diversificadas e
Equatoriais gorilas, chimpanzés,
verdejantes – a
periquitos, insectos diversos)
vegetação dominante)
Abundam pequenos e
Vegetação de Savana grandes animais (elefantes,
Zonas das Tropical (quente (árvores pequenas zebras, gazelas, leões, búfalos,
Savanas e húmido) e arbustos, acácias, cães selvagens, répteis e
palmeiras e pinheiros) anfíbios, aves, leopardos,
antílopes entre outros)
Estepe Africana
(vegetação herbácea
Zonas das Semi-desértico Cavalos, babuínos, antílopes,
rasteira, gramíneas
Estepes (Seco e Frio) ratos, águias, dentre outros.
dispersas em imensas
planícies)
Vegetação esparsa
Desértico (tamareiras, arbustos
Animais roedores, répteis
e gramíneas)
Zona dos (cobras e lagartos),
Desertos Nos extremos do escorpiões e insectos,
continente-Vegetação camelos, entre outros.
Mediterrânico mediterrânea
(maquis e garrigues)

3.4. Rios e Lagos


As características dos rios africanos estão relacionadas com o clima e o
relevo. Dependendo das áreas climáticas que os rios atravessam, estes têm o
regime constante (clima tropical, com chuvas durante todo o ano) ou periódico
(clima tropical, duas estações, húmida e seca). Regime constante (Congo);
regime periódico (Nilo, Zambeze, Níger). A maioria dos rios em África é pouco
navegável, mas, tem um grande potencial hidroeléctrico, facilitando a construção
de barragens.

22
Continente Africano

Na África Oriental, existe uma região chamada Grandes Lagos, onde se


encontram muitos lagos. Alguns mais extensos e profundos, de origem tectónica e
vulcânica: Vitória, terceiro maior do mundo, o Alberto, o Niassa e o Tanganica.
Existem, também, os lagos de origem antropogénica que resultaram da formação
de grandes barragens, como é o caso de:
• Cahora Bassa (rio Zambeze);
• Alto Volta (rio Volta);
• Karibe (rio Zambeze); e Rio Nilo

• Nasser (rio Nilo). Rio Senegal


Rio Níger
Lago Chad
Rio Volta
Lago Volta Rio Nilo Azul
Rio Nilo Branco

Lago Albert

Rio Congo Lago Victoria

Lago Tanganika

Lago Malawi
Rio Zambeze

Rio Limpopo

Rio Orange

Mapa 8. Hidrografia de África

Exercícios
1. O relevo do continente africano.
a) Onde se localizam as maiores altitudes do continente?
b) Qual é a altitude máxima do continente africano?
2. Quais são os dois elementos que caracterizam o clima de um lugar?
3. Define os conceitos: rio e lago.
4. Diferencia o lago de origem antropogénica do lago de origem natural.
5. Por que é que os rios africanos são pouco navegáveis?
6. Nos desertos a vida é difícil. Porquê?
7. Copia para o teu caderno e completa as frases seguintes:
a) Quanto mais se avança para regiões mais secas, ao norte e ao sul, as
florestas vão perdendo a densidade e se transformam em _______, que
constituem o tipo de vegetação mais abundante no continente.
b) Nos desertos, pode eventualmente haver oásis, onde se desenvolvem
tamareiras, _________e_________.
c) Nos extremos do continente há_____ e garrigues, conhecidos como a
vegetação ______.
8. Onde vivem os animais de grande porte?
9. Identifica o tipo de clima existente na: floresta densa, savana e vegetação
desértica.

23
Unidade
Temática

Regiões do Continente
3
Africano

Objectivos

No fim da unidade temática, deves ser capaz de:


• Localizar as principais regiões do Continente Africano;
• Distinguir as principais características do Reino Grande Zimbabwe e do
Império de Mutapa;
• Relacionar as actividades económicas da população com características
físico-geográficas; e
• Descrever a contribuição do Egipto Antigo na história do mundo.
Regiões do Continente Africano

1. África Austral
1.1. Localização e características físico-geográficas
A África Austral é a região meridional do continente africano e estende-se a
Sul da costa oriental africana. Esta região apresenta os seguintes limites:
• a Norte – é limitado pela República Democrática do Congo e Tanzânia;
• a Este - é banhada pelo oceano Índico;
• a Oeste - é banhada pelo oceano Atlântico; e
• a Sul – junção dos oceanos Índico e Atlântico.

O litoral apresenta uma planície estreita, interrompida a Sul por montanhas.


As zonas montanhosas têm a sua maior representatividade na República da África
do Sul (Cadeia de Drakensberg e as montanhas do Cabo). Na África Austral,
existem praticamente todos os climas quentes, com excepção do equatorial. Os
principais factores que influenciam o clima nesta região são:
• correntes marítimas quentes do canal de Moçambique e a corrente fria de
Benguela;
• altitude;
• latitude;
• altas pressões e subtropicais; e
• ventos alísios de Sudeste.

Estes factores fazem com que existam os seguintes tipos de clima: clima tropical,
clima de altitude, clima desértico, clima semi-desértico e clima mediterrâneo.
As características dos rios reflectem as condições climáticas bem como as
do relevo. A maioria dos rios tem regime periódico devido ao clima tropical e
desértico; são pouco navegáveis devido ao relevo acidentado, caracterizado por
muitas quedas de águas e rápidos. Os principais rios são: Orange, Limpopo e
Zambeze. Os outros rios são: Cunene, Cubango, Cuanza e Kafue.
Os principais lagos são:
• Niassa (Malawi e Moçambique)
• Makarikari (Botswana),
• Bangwelo (Zâmbia);
Os principais lagos de origem antropogénica ou artificial são: Cahora Bassa
e Karibe.

25
Unidade Temática 3: Regiões do Continente Africano

Exercícios
1. Localiza geograficamente a África Austral.
2. Quais são os países que fazem parte desta região?
3. A posição geográfica de Moçambique é importante para a economia da
região. Porquê?
4. Menciona os países vizinhos de Moçambique.

1.2. Reinos e Impérios Antigos


Os Reinos e Impérios antigos são territórios vastos que resultaram da união de
várias comunidades de aldeias. O aumento da população no seio das comunidades
originou, entre as comunidades, lutas pelo controlo de melhores terras. Nessas
lutas, as comunidades vencedoras dominavam a população das comunidades
vencidas e estas passavam a fazer parte de uma só organização, com um chefe.
Este chefe não era só de uma aldeia, mas de várias aldeias ou comunidades, que
se chamavam Chefaturas. As várias Chefaturas é que formavam um Reino ou
Império; as mesmas surgiram do domínio de um reino sobre os outros.

O Grande Zimbabwe
Localização:
No tempo – o Estado do Zimbabwe existiu aproximadamente entre 1250 e 1450
No espaço – o Estado do Zimbabwe localizava-se entre os rios Zambeze e
Limpopo. N

O nome deste Estado deve-


se ao facto de que, na capital
e outros centros do poder, a IMPÉRIO DE MUTAPA

aristocracia rodeava as suas casas Ri


o Pú
n
de muralhas de pedra conhecidas
gue

OCEANO
por “Madzimbabwe – casas de GRANDE
ZIMBABWE
ÍNDICO

pedra” que, no singular, seria Rio Save


“Zimbabwe”. O reino era o mais R io L
poderoso de toda a África Austral,
im
pop

antes da emergência do Império de o

Mutapa.

0 200 km

Mapa 9. Reino do Zimbabwe

26
Regiões do Continente Africano

Fig. 2 – Ruínas do Grande Zimbabwe Fig. 3 – Planta do Grande Zimbabwe

O reino do Zimbabwe foi fundado pelas populações Karanga de origem bantu,


que falavam Shona. O reino estendia-se entre os rios Zambeze e Limpopo, poderoso
entre os anos séculos XIII e XV.
habitações

Apogeu do Grande

Grande
Gran
habitaç
Primeira Habitação

Declínio do Gran
de Grande
Construção dos
amuralhados

Zimbabwe

Zimbabwe
Primeiras

Zimbabwe
Declinio

4 0 0 0500
00 1000 1500
1975
= 100
-100 anos
ANOS

Fig. 4 – Gráfico de tempo do Reino do Grande Zimbabwe

Entre os Karanga do planalto do Zimbabwe, desenvolveu-se uma aristocracia


no seio das famílias alargadas, clãs e tribos. Os velhos, fundadores das famílias,
passaram a controlar os excedentes e organizavam as tarefas produtivas. Deste
modo, nasceu o Estado, conduzido por único chefe. Surgem, assim, no Zimbabwe,
diferentes classes sociais. A classe dirigente, composta por cerca de mil pessoas,
dominava as comunidades rurais, enquanto as minas eram directamente controladas
pelo rei e os seus funcionários. Para acumular riquezas, os chefes exigiam tributos
de diversas formas, a saber:
• dias de trabalho forçado nas terras dos chefes;
• oferta simbólica aos deuses (paga através dos chefes);
• prestação de serviço nas minas de ouro e na caça ao elefante;
• imposto sobre as mercadorias, pagos pelos mercadores em trânsito pelo
território; e
• pagamento em espécie (produtos) que alimentava a classe dominante.

27
Unidade Temática 3: Regiões do Continente Africano

O povo acreditava no poder sobrenatural dos chefes, que se dizia serem capazes
de interpretar a chuva, o trovão, as doenças e outros fenómenos naturais. Os vivos
ficavam ligados aos seus ancestrais através dos chefes com os quais comunicavam
por meio de cerimónias e rituais. Os chefes dirigiam as cerimónias religiosas.
As actividades praticadas no reino do grande Zimbabwe foram:
• a agricultura, a pastorícia;
• o uso e fabrico de ferro; e
• o comércio interno e exterior.
A agricultura foi a actividade mais importante.
Exercícios
1. Escreve o nome dos povos que estiveram na origem do Grande Zimbabwe.
2. No Grande Zimbabwe, os chefes cobravam tributo de diversas formas.
a) Quais eram as actividades económicas praticadas neste reino?
b) Menciona as formas de pagamento de tributo.
3. Completa: O Grande Zimbabwe foi poderoso entre_____e ____. As
cerimónias religiosas eram dirigidas pelos_______, estabelecendo ligação
entre os vivos e os mortos.

Império de Mutapa
Localização:
No tempo – o Império de Mutapa formou-se entre os anos 1440 e 1450.
No Espaço – o Império de Mutapa localizava-se desde o rio Zambeze até ao
rio Save e do oceano Índico até ao deserto de Kalahari e estava rodeado por reinos
vassalos.
O Império de Mutapa formou-se N Rio Zambeze

entre 1440 e 1450, quando Nyantsimba


Mutota saiu do Grande Zimbabwe com IMPÉRIO DE MUTAPA
os seus guerreiros e familiares para o Ri
o Pú
norte e se fixou na região de Dande, no n
gue

GRANDE OCEANO
vale do Zambeze. Os dirigentes deste ZIMBABWE
ÍNDICO

novo império nomearam os seus parentes Rio Save

para dirigir os reinos vassalos. Assim, a Rio L

família do Mwene transformou-se em


im
p op

classe dominante do Império de Mutapa.


0 200 km
Mapa 10. Império de Mutapa

28
Regiões do Continente Africano

Formas de pagamento de tributos


As formas de pagamento de tributo são:
• as famílias entregavam ao chefe da aldeia, após as colheitas, um cesto de cereais;
• os camponeses cumpriam sete dias de trabalho nas machambas dos chefes
mais destacados;
• os camponeses trabalhavam nas minas de ouro ou na caça ao elefante.

Formação do império

Declinio do império
Apogeu do império
Primeira Habitação

0
0 500
500 1000
1000 1500
1500 1800 1800 2000
2000

Império de Mutapa
1975
1975
=100 ANOS Império de Mutapa

Fig. 5 – Gráfico de tempo do Império de Mutapa

O Mwenemutapa era o representante supremo e símbolo da unidade do


império. Dirigia reinos vassalos, cada qual orientado por um mambo. Os mambos
estavam espalhados pelos madzimbabwe regionais, orientando a produção,
colhendo os tributos das comunidades aldeãs e as taxas sobre as mercadorias em
trânsito. Vinham com eles os ínfices (guarda pessoal) e os mutumes (mensageiros).
Os mambos coordenavam as províncias dirigidas por fumos ou encosses, cada um
deles com poderes sobre grupos de aldeias (mushas), dirigidas pelo ancião mais
idoso (mukuru ou mwenemusha).
1 • Mwenemutapa – Chefe máximo do Império

2 • Mambos – Chefes dos reinos conquistados

A Hierarquia do • Fumos ou encosses – Chefes do conjunto de


Poder no Estado
3 aldeias-chefaturas
dos Mwenemutapas
• Mukuru e Mwenemusha – Chefes das
4 mushas-aldeias

• População de várias aldeias


5
• Infices – Guarda pessoal
Auxiliares do soberano
• Mutumes – Mensageiros

Fig. 6 – Hierarquia do Poder no Estado dos Mwenemutapas

A religião e o poder do culto dos antepassados continuaram a ser a base ideológica


do império. Para o exercício do culto, existiam os swikiros, que afirmavam consultar
os antepassados e estabelecer a ligação entre os vivos e os mortos.

29
Unidade Temática 3: Regiões do Continente Africano

Fig.7 Cerimónia de invocação dos antepassados

As populações dedicavam-se à produção agrícola tradicional, cultivando a


mapira, a mexoeira, o feijão, o milho, a mandioca. Praticavam também a actividade
artesanal, a caça, a pesca e a pecuária. A aristocracia controlava o comércio à
longa distância e orientava a vida das comunidades aldeãs.

Actividades
1. Observa com atenção o mapa do Império de Mutapa e indica os limites a
Norte, a Sul e a Este.
2. Explica como surgiu o Império de Mutapa.
3. Qual era o título dado ao chefe máximo do Império?
4. Quando é que o reino de Mutapa passou a império?

2. África Oriental
2.1. Localização e características físico-geográficas
A África Oriental é uma região limitada a:
• Norte, pelo Mar Vermelho e o Golfo de Aden;
• Sul, por Moçambique, Malawi e Zâmbia;
• Este, pelo Oceano Índico;
• Oeste, pela República Democrática do Congo e Sudão.

A África Oriental é uma zona alta por excelência, onde se localizam as


montanhas mais altas de África: o Quilimanjaro, com 5895 metros de altitude e o
Quénia, com 5200 metros. A norte destas montanhas, existe o maciço da Etiópia.
Esta é uma zona com vários tipos de clima:

30
Regiões do Continente Africano

• tropical de altitude, nas zonas montanhosas;


• tropical húmido e seco; e
• desértico a Nordeste.

É na região dos Grandes Lagos onde nasce o rio mais extenso de África, o
Nilo. Outros rios são: Rufiji, JubaShibeli e Awash. Esta é uma região com muitos
lagos: Niassa, Tanganica, Kivu, Eduardo e Alberto, Victória, Turkana e Rukwa.
A maior parte da população pratica uma agricultura de subsistência e também
cria gado. As principais culturas são: algodão, copra, café, banana, caju, e
amendoim. Dedica-se também à criação de gado bovino e gado ovino. É uma
região com poucos recursos minerais.
Exercícios
1. Menciona os países da África Oriental.
2. As afirmações que se seguem referem-se às características geográficas da
África Oriental. Transcreve as que consideras correctas:
a. É a região mais elevada do continente africano;
b. O monte Drakensberg, com 5895 metros de altitude, é o seu ponto mais alto;
c. O seu relevo é predominantemente de planície;
d. O seu relevo e hidrografia são condicionados pela fractura do vale do Rift;
3. Copia para o caderno e completa a frase: Os principais lagos de África
Oriental são: Alberto, ______, ______ e _____.

2.2. A população e as suas actividades


As populações da costa oriental são chamadas swahili, palavra árabe “swahel”
que quer dizer “costa marítima”. A costa era também chamada “a terra dos zanj”,
que significa pessoas de raça negra.
Estas populações, com a influência da religião islâmica, converteram-se ao
islamismo e surgiram as mesquitas nas cidades e vilas, passando a usar as leis do
islão e estabelecendo laços de confiança e compreensão junto dos árabes, persas,
indonésios e chineses.
O Estado era dirigido pelos comerciantes mais ricos (negociantes e proprietários
de terras). A maior parte da população dedicava-se à agricultura, à pesca, ao
artesanato, à construção, ao comércio e outras profissões manuais.
Para navegar entre África e Ásia ou vice-versa, usavam os ventos periódicos
(monções):
• As monções sopram do Sul da Índia para África, de Novembro a Março de
cada ano, no sentido oposto, de Abril até Agosto.
• As monções de Junho e Julho são caracterizadas por fortes tempestades.

31
Unidade Temática 3: Regiões do Continente Africano

As cidades da costa eram territórios pequenos rodeados por terra lavrada. As


suas economias dependiam do comércio de ouro e de marfim trazidos do interior.
Grande parte da população da cidade era constituída por camponeses (shemzi),
que trabalhavam fora das cidades em campos chamados shambs.

Exercícios
1. Caracteriza a vida da população na costa oriental.
2. Explica como se efectuava o comércio à longa distância.

2.3. As Cidades-Estado da Costa

Mapa 11. Cidades-Estado da Costa Oriental

A tabela abaixo apresenta os Reinos Afro-Islâmicos da África Oriental


Sultanatos ou Xeicados Período de existência Fonte de riqueza

Sultanato de Angoche Provavelmente 1500 até 1900 Comércio de escravos e de marfim

Séculos XVI (1500) até XX


Xeicado de Sancul Comércio de escravos e de marfim
(1900)

Xeicado de Quitangonha De 1515 a 1585 até 1903-1904 Comércio de escravos e de marfim

Primeiro quartel do século XIX


Xeicado de Sangage Comércio de escravos e de marfim
(1800) até 1912

Xeicado de Tungue Século XVIII (1700) até 1850-55 Comércio de escravos e de marfim

32
Regiões do Continente Africano

Relações entre Cidades-Estado


As cidades-estado – eram cidades autónomas e constituíam pequenos estados
independentes com um governo e território próprios. Cada cidade era uma cidade-
estado independente. As que possuíam melhores portos são: Mogadíscio, Kilwa
Sofala e Mombaça.
• Mogadíscio – fundada no século XI, foi a cidade costeira mais próspera. A
sua situação geográfica era muito favorável por estar próxima da península
arábica, numa costa desértica, onde não existia água doce. A partir do século
XIII começou a perder a sua importância, quando o comércio do ouro
escoado por Sofala passou a ser disputado por cidades do Sul e pelas ilhas
Pate, Lamu, Mafia e Comores.
• Kilwa – foi a cidade mais importante entre os séculos XII e XIV. Conquistou
Sofala no século XIII e tornou-se uma cidade próspera de construções
magníficas. Tornou-se importante, devido ao controlo do comércio do ouro
através de Sofala e pela sua importância de cidade portuária que se situava
perto do actual Porto moçambicano da Beira. No seu apogeu, Kilwa chegou
a controlar Mafia, Zanzibar, Pemba e mais cidades costeiras do Sul.
• Sofala – era a cidade portuária de onde os árabes escoavam o ouro produzido
no Grande Zimbabwe e no Império de Mutapa. Com os lucros obtidos,
construíram-se belos palácios, mesquitas e casas.
• Mombaça – era uma cidade-estado que se localizava na costa oriental
de África, no actual Quénia. Esta cidade foi fundada no século XI por
mercadores árabes que se dedicavam ao comércio.

Efeitos do comércio
O comércio contribuiu para o desenvolvimento de algumas indústrias locais,
tais como:
• construção e reparação de embarcações;
• construção de casas; e
• pequenas indústrias de manufacturas.

Outras indústrias não se desenvolveram, porque os comerciantes estrangeiros


procuravam matérias-primas e não produtos manufacturados localmente.
A religião teve uma grande influência a partir do século X e, no século XV, as
cidades costeiras tinham adquirido um estilo de vida próprio, caracterizando-se por:
• vestuário;
• alimentação; e
• música e dança.

33
Unidade Temática 3: Regiões do Continente Africano

O comércio contribuiu ainda para a formação e desenvolvimento das unidades


políticas nas regiões, por exemplo:
• Xeicados de Sancul;
• Quitangonha;
• Sangage; e
• Sultano de Angoxe, no actual território do nosso país.
Exercícios
1. Explica como é que surgiram as cidades-estado.
2. As cidades-estado constituíram importantes centros económicos e políticos
da África Oriental antes da penetração mercantil europeia.
a. Explica o processo de formação dessas cidades.
b. Menciona três cidades-estado que aprendeste.
c. Quais são os produtos que eram procurados pelos europeus na costa
oriental?
d. Relaciona a penetração mercantil portuguesa em África com a decadência
das cidades-estado.

3. África Central
3.1. Localização e características físico-geográficas
A África Central é uma região que fica situada entre a orla meridional da
floresta equatorial e a fronteira Sul do Congo, sendo limitada a Oeste pelo Oceano
Atlântico. A maior parte dos países pertencentes à África Central localiza-se a
Norte do equador. Os limites desta região são:
•AN  orte, Sudão, Nigéria, Níger e Líbia;
•AS  ul, Angola e Zâmbia;
• A Oeste, Oceano Atlântico;
•AE  ste, Uganda, Ruanda, Burundi e Tanzânia.
Esta zona é constituída basicamente por planaltos médios e altos. A cadeia
montanhosa que se destaca é a de Camarões, onde a altitude máxima atinge 4100 metros.
Grande parte da África Central possui um clima equatorial. É uma área onde chove
muito, praticamente durante todo o ano, por isso, existem muitos rios caudalosos, cuja
maioria se comporta como afluentes. O principal rio é o Congo, com muitos afluentes
importantes na região: Kasai, Kwilu, Lomami Arwimi, Sangha. Além do rio Congo,
encontramos outros rios igualmente importantes, nomeadamente o Chari e o Uele. Na
parte oriental, a África Central é limitada por lagos, como são os casos: Tanganica, Kivu,
Eduardo e Alberto. No interior, destaca-se o lago Chade, onde desagua o rio Chari.

34
Regiões do Continente Africano

Actualmente, a maior parte da população da região dedica-se à agricultura.


Esta região é grande produtora de cacau, óleo de palma, mapira, borracha, copra,
café e amendoim. Os seus principais recursos minerais são: diamantes, urânio,
cobre, estanho e prata. A República Democrática do Congo é a região mais rica
em recursos minerais.
Exercícios
1. Menciona os países da África Central.
2. Caracteriza o clima equatorial.
3. Copia para o teu caderno e completa a frase: O Congo é um rio de regime
______ e, é o mais caudaloso de África. Nasce no interior da região e
desagua no oceano ______ por um estuário.

3.2. A população e as suas principais actividades


Esta região era habitada por comunidades bantu. Eram comunidades que se
dedicavam à agricultura, pastorícia e metalurgia de ferro. Antes do fim do 1.°
Milénio n.e., fundaram os reinos Luba, Congo e Lozi.
O Reino do Congo
O Congo foi um reino poderoso, que cresceu e se desenvolveu à volta do rio
que mais tarde tomou o seu nome. Foi fundado por Nimia Lukéni nos fins do 1º.
Milénio da n.e.; Lukéni era filho do rei do pequeno reino de Bungu, que se situa
na região norte do rio Congo. Muitas versões da tradição oral dão a Nimia Lukéni,
fundador do Congo, o nome de Ntinu Mwene, que significa rei ou mestre.

Mapa 12. Reino do Congo


O império do Congo, que se estendia desde o rio Congo, a Norte, até ao rio
Cuanza, a Sul, ocupava toda a região norte do actual território de Angola, desde

35
Unidade Temática 3: Regiões do Continente Africano

O Oceano Atlântico, a Oeste, até ao rio Cuango, a Leste. Muitos reinos adjacentes
reconheceram a autoridade do Congo e alguns se tornaram seus vassalos, como
são os casos de:
• Soyo;
• Kakongo;
• Angoi;
• Loango; e
• Ndongo dos Muimbundos, cujo rei tinha o título de Ngola, nome pelo qual os
portugueses passaram, mais tarde, a designar a região.

Nimia Lukéni passou a ser considerado o chefe máximo do Congo. Em


língua local, chefe diz-se mwene ou mani. Assim, Lukéni passou a ser chamado
manicongo, que significa senhor do Congo. O manicongo dividiu o império em
províncias; as províncias por distritos e os distritos por aldeias.
O Manicongo era eleito por um conselho administrativo representativo que
era formado por 12 membros. Havia também um corpo de funcionários formados
pelos manis das chefaturas e chefes das aldeias. Ligado a esta classe dirigente
estava o grupo social dos ferreiros, que possuía bastante prestígio. Eram designados
Nganga Lufu, um título que os situava a nível dos sacerdotes e curandeiros.
Havia ainda a classe dominada, constituída por camponeses e artesãos.
No Império do Congo, a agricultura, a mineração, o artesanato e o comércio
eram actividades muito desenvolvidas.
Os principais produtos de comércio no Congo
Principais artigos do * Produtos de # Produtos de
comércio Interno exportação importação
• sal • marfim de Loango • tecidos europeus e indianos
• cobre • cobre • quinquilharias
• ferro • sal da costa • vinho
• potes • amendoim
• madeira • mandioca
• marfim • peixe fumado
• pêlo da cauda de elefante • amêndoas de palma
• anéis de cobre e • borracha
• braceletes.
* Exportava para os reinos vizinhos e vassalos.
# Importava das Ilhas Canárias, da Madeira e de Málaga.

36
Regiões do Continente Africano

Exercícios
1. O reino do Congo foi um dos grandes reinos africanos que se desenvolveu
antes da presença europeia.
a. Quem foi o fundador deste reino?
b. Explica como o reino do Congo estava organizado em termos políticos
e administrativos.
c. Menciona as causas que levaram à decadência do reino do Congo.

4. África Ocidental
4.1. Localização e características físico-geográficas
A África Ocidental é uma região que se situa entre oásis saharianos, a Norte,
florestas equatoriais, a Sul, a região do Sudão, a Leste, e a costa atlântica, a Oeste.
Tem como limites:
• A Norte, Marrocos, a Argélia e a Líbia;
• A Sul, o oceano Atlântico;
• A Este, os Camarões e o Chade; e
• A Oeste, o oceano Atlântico.

A região ocidental possui dois tipos de relevo predominantes: planaltos no


interior, com destaque para o planalto de Jos, e uma planície no litoral, larga, no
Senegal. A principal cadeia montanhosa é a de Futa Jalon, na Guiné. Existem os
seguintes tipos de clima:
• Equatorial, em pequenas áreas do litoral;
• Tropical, que é o predominante; e
• Semi-desértico, que ocupa uma faixa a norte.

O principal rio é o Níger, o mais extenso da zona e que desagua por um delta
no oceano Atlântico, cujos afluentes são: Sokoto, Benue. Outros rios são:
• Senegal;
• Volta;
• Gâmbia;
• Komoé; e
• Sassandra.

Um outro rio importante é o Hadejia, que desagua no lago Chade, que limita,
a Nordeste, esta zona com a África Central.
A população desta região dedica-se à agricultura, produzindo café, cacau,

37
Unidade Temática 3: Regiões do Continente Africano

amendoim, milho, óleo de palma, mapira, paralelamente à criação de gado. Os


principais recursos minerais são: diamantes, petróleo, estanho, alumínio e ferro.
Esta zona da África, a Sul do deserto de Sahara, era chamada Sudão pelos árabes.
Desenvolveram-se grandes e bem organizados impérios entre os séculos IV e XVI,
conhecidos como impérios sudaneses.
Exercícios
1. Menciona os países que fazem parte da África Ocidental.
2. Copia para o teu caderno e completa a frase: Na África Ocidental,
predomina o clima _______. O rio ______ é o principal desta região.

4.2. Os impérios sudaneses

Mapa 13. Reinos da África Ocidental sudanesa

Quadro Resumo dos Reinos Sudaneses


Organização político-
Reino Fundação Fundador Religião
administrativa
Aparelho de Estado
centralizado (o rei
acumulava todos os
Religião
Gana Século IV Clã dos Cissé poderes-político, mágico-
animista
religioso, económico,
administrativo e
sociocultural)
Sundiata
Sistema administrativo
Keita, do clã
descentralizado (o
dos Keita Islâmica
Mali Século XIII império estava dividido
do grupo (Muçulmanos)
em províncias, conselho e
linguístico
aldeias)
mandé

38
Regiões do Continente Africano

Organização político-
Reino Fundação Fundador Religião
administrativa
Administração mais
Camponeses centralizada e mais
elaborada: um imperador
gabibi e Islâmica
Songhay Século XIV (um selo, uma espada e um
pescadores corão como insígnias); o (Muçulmanos)
sorko askia nomeava e demitia
governadores e ministros
4.2. A população e as suas principais actividades
As cidades manufactureiras
As cidades manufactureiras apareceram associadas ao comércio e a pequenas
comunidades de artesãos especializados e indispensáveis no apoio ao comércio,
tais como:
• ferreiros;
• trabalhadores de couro;
• tintureiros;
• armeiros; e
• joalheiros que trabalhavam em ouro e prata.

Os muçulmanos, oriundos da África do Norte, fixaram-se entre as populações


nativas e misturaram-se gradualmente com elas. Foram os primeiros portadores do
islamismo. Cada cidade era conhecida pelas suas manufacturas num determinado
ramo de especialização, normalmente entregue a grupos de artesãos islamizados.
O destaque vai para as cidades de Benim e Oyo, Bida, Kanno, Djenné.
O comércio
A segurança das rotas comerciais dependia da própria corte. Por essa razão,
os reis procuravam dominar sempre um dos centros, ou até os dois, do tráfego
caravaneiro: as minas de sal no Norte e as minas de ouro no Sul. O Mali chegou
a controlar ambos os centros, devido ao seu esplendor.
As rotas comerciais saharianas
As trocas comerciais faziam-se através das rotas do deserto e os impérios do
Gana e do Mali preocupavam-se com a segurança das rotas, de modo a permitir a
rápida circulação dos produtos que abasteciam tanto os portos fluviais sudaneses
como os centros litorais do golfo da Guiné. Eram chamadas rotas saharianas.
– Como eram as rotas Saharianas?
• Eram rotas percorridas por nómadas berberes em caravanas de proprietários
de camelos.
– Que tipo de comércio executavam?
39
Unidade Temática 3: Regiões do Continente Africano

• Executavam um comércio do tipo nómada, protegidos por um sistema de


salvo-conduto ou guia de trânsito e de protecção comercial que permitia a
passagem do tráfego e assegurava a imunidade contra roubos e banditismo.

No século XV, as caravanas transportavam também escravos e cobre, e eram,


muitas vezes, atacadas por salteadores ou vítimas de tempestades de areia. Os
outros produtos comercializados eram: marfim, nozes de cola, goma, peles,
sal, tecidos, armas, pérolas, caurim, penas de avestruz, ouro, cavalos e textos
manuscritos. O camelo, a que chamavam “o barco do deserto”, tornou possível
esta imensa circulação mercantil.

A religião
Na África Ocidental, as populações sentiam-se esmagadas pelas forças da
Natureza e olhavam para a floresta e o deserto como dois gigantes a modificar e
a explorar. Respeitavam os antepassados e os espíritos, erguendo-lhes altares e
oferecendo-lhes sacrifícios. O islão chegou do Norte para o Sul, facilitado pela
deslocação do comércio e pelas migrações. Os berberes islamizados deram poder
a homens vivos e os seus descendentes, gerando-se, também, um culto de “santos
vivos”, dos quais se pensava serem capazes de fazer milagres e prever o futuro.

Exercícios
1. Gana, Mali e Songhay são três importantes reinos que floresceram em
tempos diferentes na África Ocidental.
a. Indica os aspectos comuns destes reinos.
b. Quais foram os povos fundadores do reino do Gana?
c. Menciona duas actividades económicas do reino do Gana.
d. Que importância tinham as cidades no império do Mali?
e. Que religião predominava no Reino do Songhay?

5. África do Norte
5.1. Localização e características físico-geográficas
Limites:
• Norte – Mar Mediterrâneo;
• Sul – Sahara Ocidental, Mauritânia, Mali, Níger, Chade, República Centro-
Africana, República Democrática do Congo e Uganda;
• Este – Etiópia, Eritreia e mar Vermelho; e
• Oeste – Oceano Atlântico.

40
Regiões do Continente Africano

No Norte de África, predominam os planaltos como forma do relevo. Existe


uma planície estreita, alargando-se um pouco a partir da Tunísia até ao Egipto; a
Noroeste, encontramos a cadeia do Atlas, onde se destaca o monte Toubkal, com
4165 metros de altitude, e, a Sul, o maciço de Hoggar.
Esta região regista, praticamente em toda a sua extensão, um clima desértico,
exceptuando a faixa litoral Norte, onde existe o clima temperado mediterrâneo.
As características desérticas da zona não permitem a existência de rios. O rio
Nilo é uma excepção. Ao longo do seu percurso, recebe dois afluentes importantes:
o Nilo Azul e o Nilo Branco.
Os principais produtos agrícolas são: tâmaras, citrinos, uvas, algodão, cana-
sacarina e milho. A região é, também, grande produtora de ovinos. Os recursos
minerais existentes são:
• fosfatos;
• petróleo; e
• chumbo.
Exercícios
1. Menciona os países da África do Norte e as suas capitais.
2. Qual é o tipo de relevo que predomina na África do Norte?
3. Copia para o teu caderno e completa a frase: O ______ é o maior rio
da região, percorrendo cerca de ______ km até ao Mediterrâneo, onde
desagua por um delta. Nasce no Lago _________.

5.2. O Egipto Antigo O Egito antigo Mar


Mediterâneo
O Egipto Antigo surgiu à volta Baixo egito
do vale do Nilo e possui duas regiões
pirâmides
distintas: • Mênfis
• O Alto Egipto, que é uma
região montanhosa, com DESERTO
DESERTO
ARÁBICO
temperaturas mais quentes, LÍBIO
Rio

terras áridas e menos húmidas, a


Ni

MA
lo

• Temas
Sul do vale.
RV
ER

ALTO
• O Baixo Egipto, que se
M EL

EGITO
1ª catarata
HO

encontra na região baixa,


junto ao delta do rio, com 2ª catarata
temperaturas agradáveis e terras NÚBIA

muito férteis. Mapa 14. O vale do Nilo onde surgiu a civilização egípcia

41
Unidade Temática 3: Regiões do Continente Africano

No período anterior a 7000 anos a.n.e., o vale do Nilo era pouco habitado. A
partir desta data, devido à seca que atingiu o Norte de África, o Sahara transformou
-se num grande deserto. As populações que aí viviam emigraram para o vale do Nilo.

0
525

1000 n.e.

1975
7000 a.n.e.

6000 a.n.e.

5000 a.n.e.

4000 a.n.e.

3000 a.n.e.

2000 a.n.e.

1000 a.n.e.
Fig. 8 – Gráfico de Tempo da Civilização Egípcia

Unificação do Egipto
As populações egípcias exerciam diversas actividades económicas, tais como:
• construção de diques e represas;
• agricultura;
• pastorícia; e
• artesanato.

Anualmente, registavam-se cheias no vale do Nilo. Essas cheias eram benéficas


e prejudiciais e, para se protegerem dos seus prejuízos, os habitantes aprenderam a
construir diques e represas para barrar a água que inundaria as suas casas e culturas
e escavaram canais para os seus campos de cultivo. As grandes obras do vale
do Nilo exigiam união de forças e as várias aldeias juntaram-se, formando uma
organização maior, a chefatura ou o nomo.
No fim do IV milénio a.n.e, houve guerras entre as chefaturas, formando-se dois
reinos: o reino do Alto Egipto, no Sul, e o reino do Baixo Egipto, no Norte. Entretanto,
as guerras continuaram entre esses dois reinos.
O reino do Sul, chefiado por Menés (Narmer),
dominou o reino do Norte, formando um único
Estado dirigido por faraós ou reis. No topo, estava
o faraó, seguido por outros grupos sociais, por
ordem decrescente como os sacerdotes, os chefes
militares, os escribas, artesãos, camponeses
e pequenos comerciantes e os escravos, como Fig. 9 – Pirâmide de Organização
apresenta a pirâmide da figura 10: política do Estado Egípcio

42
Regiões do Continente Africano

A tabela abaixo apresenta as características dos grupos sociais no Egipto


Antigo
Grupos
Características
Sociais
É o Chefe máximo do poder no Egipto.
O poder era transmitido de forma hereditária.
O faraó e a sua família eram muito ricos, viviam em grandes palácios
Faraó e cobravam impostos ao povo.
Depois de morrerem, os seus corpos eram mumificados e conservados
em templos e pirâmides.
Na escala do poder, é o segundo grupo de liderança e eram
responsáveis pelos rituais, festas e actividades religiosas e adoração
Sacerdotes dos deuses egípcios.
Comandavam os templos e os rituais após a morte do faraó.
Eram responsáveis pela segurança do território.
Tinham a missão de preparar e organizar o exército de forma
Chefes militares eficiente, pois uma derrota ou fracasso podia lhes custar a própria
vida.
Eram responsáveis pela escrita egípcia (hieroglífica e demótica).
Escribas Controlavam e registavam os impostos cobrados pelo faraó.
Registavam os acontecimentos importantes da vida dos faraós.
Constituíam a maioria da população na sociedade egípcia.
Artesãos,
Trabalhavam para a auto-subsistência.
camponeses Trabalhavam para os faraós sem receber salários, quando solicitados,
e pequenos em obras públicas (diques, represas, palácios e templos).
comerciantes

Eram capturados nas guerras de conquistas.


Trabalhavam muito e não recebiam salários.
Escravos Não possuíam direitos nenhuns e eram submetidos a severas punições.
Recebiam apenas roupas velhas e alimentos para a sobrevivência.

43
Unidade Temática 3: Regiões do Continente Africano

Fig. 10 Imagem de um Faraó

A religião
A cultura egípcia foi profundamente marcada pela religião. Os egípcios eram
politeístas, o que significa que adoravam vários deuses. Cada chefatura rendia
culto a um Deus principal, representado por um animal (falcão, chacal, crocodilo,
leão) considerado protector da comunidade. Os egípcios acreditavam na vida após
a morte, daí a conservação do corpo do morto e a mumificação, para os soberanos.

Fig. 11 Sarcófago com o corpo mumificado

44
Regiões do Continente Africano

5.3. O surgimento do Papel e da Escrita


A escrita no Egipto surge por volta do ano 3500 a.n.e, devido às necessidades
de registo dos acontecimentos do Estado. Esta escrita tornou-se tarefa exclusiva
de um grupo de pessoas, os escribas. Estes eram os detentores do saber da leitura
e da escrita.
Os Egípcios inventaram três tipos de escrita, a saber:
• Escrita hieroglífica – baseada em objectos, plantas, animais e figuras
humanas.
Esta escrita era considerada sagrada, usada nas inscrições dos templos e
túmulos. Era usada exclusivamente pelos escribas e pelos sacerdotes.
• Escrita hierática – era utilizada pelos sacerdotes nos textos sagrados e
religiosos.
• Escrita demótica – era uma escrita popular usada em vários documentos:
cartas particulares, contratos, testamentos e registos dos escribas.

Exercícios
1. Onde se desenvolveu a civilização egípcia?
2. Decalca o mapa de África no teu caderno e representa o rio Nilo.
3. As cheias do rio Nilo eram muito perigosas para as populações do vale
do Nilo.
Que trabalhos fizeram os egípcios para controlarem as cheias do rio Nilo?
4. Copia para o teu caderno e completa a frase: Os egípcios eram politeístas,
porque adoravam vários ___. Acreditavam na vida após a morte, por isso,
conservavam o corpo dos mortos. A este processo dá-se o nome de___.

Actividades
1. Decalca o mapa de África, pinta as regiões de acordo com a legenda.
2. Copia para o teu caderno e completa a frase: O continente Africano é
constituído por cinco regiões geográficas: _____, ____, ____, ___ e África
do Norte.
3. Moçambique é um país de África e localiza-se na região ______. É
banhado pelo oceano ________.

45
Unidade
Temática

Expansão e Penetração
4
Mercantil Europeia
em África

Objectivos:
No fim da unidade temática, deves ser capaz de:
• Explicar as causas da expansão e penetração mercantil europeia;
• Enumerar as consequências da expansão e penetração mercantil europeia;
• Descrever o comércio triangular; e
• Explicar as consequências do tráfico de escravos.
Expansão e Penetração Mercantil Europeia em África

1. Causas da expansão e penetração europeia


A expansão e penetração mercantil europeia, também conhecida como Era dos
Grandes Descobrimentos Geográficos, teve lugar nos séculos XV a XVII.
A partir do século XV, registaram-se, na Europa, avanços técnicos e
científicos. Os europeus desenvolveram as ciências náuticas, passando a usar
novos instrumentos que ajudavam na navegação, tais como: bússola, quadrante
e astrolábio.

Quadrante Astrolábio Bússola


Fig. 12 Instrumentos de Navegação

Estes três instrumentos ajudaram os marinheiros a orientarem-se pelos astros,


tanto de dia como de noite, podendo, assim, navegar no alto mar sem o risco de
se perderem. Para avançarem pelo Atlântico sul, construíram a caravela, uma
embarcação ligeira do alto mar, muito manobrável.
Depois da crise do século XIV na Europa, a indústria começou a desenvolver-
se. Com o desenvolvimento da indústria e consequente aumento da produção, os
europeus começaram a procurar novos mercados para venda dos seus produtos,
matérias primas para alimentar a sua indústria em desenvolvimento e também
queriam ouro, marfim e escravos.

2. Papel de Portugal na expansão europeia


Portugal foi o pioneiro da expansão marítima e exploração da costa ocidental
africana e foi o primeiro a chegar à Índia através do oceano Índico. A experiência
acumulada e as informações transmitidas pelos povos da costa oriental africana,
que faziam frequentes viagens à Índia, foram muito importantes para que Vasco da
Gama e a sua esquadra chegassem à Índia em 1498. A viagem a caminho da Índia
significou uma grande conquista para os objectivos da Europa:
• Descobrir uma rota comercial mais barata e segura para trazer especiarias
e outros produtos do Oriente.

47
Unidade Temática 4: Expansão e Penetração Mercantil Europeia em África

As razões da prioridade portuguesa na expansão foram:


• Situação geográfica favorável (longa extensão da costa);
• Condições técnicas e científicas (desenvolvimento das ciências náuticas, uso
da bússola, do quadrante e do astrolábio); e
• Condições políticas e sociais (clima de estabilidade/paz).

Mapa 15. Rotas da expansão e comércio mercantil europeu

3. Consequências da expansão e penetração mercantil europeia


A expansão e penetração mercantil europeia teve várias consequências para o
continente africano, com destaque para as seguintes:
• O aumento do trabalho da mineração, o que prejudicou o desenvolvimento da
agricultura nas comunidades;
• Comércio de ouro, marfim e escravos;
• O comércio desigual entre os europeus e as comunidades africanas;
• O empobrecimento das comunidades locais com o desenvolvimento do comércio
de ouro, marfim e escravos; e
• O comércio de escravos separou famílias e prejudicou a vida das comunidades.

48
Expansão e Penetração Mercantil Europeia em África

Exercícios
1. A Expansão Europeia iniciou no século XV.
a) Com que outro nome ficou conhecida a expansão europeia?
b) Copia para o teu caderno e completa a frase: No século XV, os
europeus desenvolveram e passaram a usar instrumentos como a
________, o ________ e o astrolábio. Para além destes instrumentos,
também possuíam cartas de marear bastante completas e construíram a
__________, uma embarcação versátil usada nas viagens pelo Atlântico
sul.
c) Menciona as consequências da expansão europeia para o continente
africano.
2. Portugal teve um papel importante na expansão marítima europeia.
a) Menciona o nome do navegador europeu que realizou a primeira viagem
à Índia através do oceano Índico.
b) Em que ano chegou à Índia?

4. Tráfico de seres humanos (escravos) em África: Caso da África


Ocidental e Oriental
A África Ocidental foi a primeira região do nosso continente a envolver-se
no comércio de escravos para a América. O tráfico na região Ocidental foi mais
intenso entre os séculos XVI e XVIII.

Os mercados abastecedores do comércio de seres humanos (escravos) da


África Ocidental e Oriental
Mercadores abastecedores – África Mercadores abastecedores – África
Ocidental Oriental
• Golfo da Guiné, • Moçambique
• Senegal, – Feitoria de Inhambane,
• Gâmbia, – Sofala,
• Rios do Sul, – Quelimane e
• Costa dos Grãos, – Ilha de Moçambique.
• Costa do Marfim,
• Costa do Ouro,
• Benim,
• Camarões,
• Gabão e
• Angola (Luanda e Benguela).

49
Unidade Temática 4: Expansão e Penetração Mercantil Europeia em África

Na África Oriental, o tráfico de escravos intensificou-se a partir da segunda


metade do séc. XVII, prologando-se até ao século XIX. O aumento da procura de
escravos ultrapassou a procura de ouro e marfim por volta da segunda metade do
século XVIII. Os traficantes negreiros que se destacaram são: swahilis, franceses,
mercadores brasileiros, norte-
americanos, centro-americanos
e portugueses. O tráfico de
escravos na África Ocidental não
penetrou o interior, limitando-se
à captura nas regiões próximas
à costa, ao passo que, na África
Oriental, a captura foi até às
regiões do interior através dos
rios Congo e Niger.
Mapa 16. Rotas do tráfico de escravos

5. O comércio triangular
Estiveram envolvidos no comércio triangular os seguintes continentes:
Europa, África e América. Europa para África: tecidos, cereais, quinquilharias;
África para Europa: ouro, marfim, malagueta; Europa para América: produtos
manufacturados, cereais, vinho; América para Europa: prata, ouro, açúcar e
madeiras; África para América: Homens africanos (escravos).
Austria
Ottawa France Romania
Azerbaijan Bis
Italy Bulgaria Georgia Tbilisi Uzbekistan
Spain Baku Tashkent K
Washington, D.C. Portugal
Ankara
Armenia
United States Greece Turkey Yerevan Turkmenistan Dushanb
2. Saint Lucia Cyprus Ashgabat Taji
Algiers Tunis Malta Nicosia Syria Iraq Kabul
Tunisia Lebanon Beirut Damascus Baghdad
Tehran
Iran Afghanistan
The Bermuda Islands Rabat
Morocco Tripoli IsraelJerusalem Amman
5. Dominica Cairo Jordan Kuwait
Bahrain Qatar Pakistan N
Kuwait City
6. Grenada Algeria Libya
The Bahamas Egypt West Manama
Mexico Havana
Nassau
Dominican Western Sahara Bank Riyadh AbuDoha Dhabi Muscat
Cuba Republic Puerto Rico Saudi
Mexico City Mauritania Arabia Oman
Belize Jamaica
Belmopan
3 4 Senegal Nouakchott Burkina Faso
Kingston
Haiti Khartoum Eritrea
Guatemala Honduras 2 5 Cape Verde Dakar Gambia Mali Niamey Niger Chad Yemen United Arab
Guatemala City Tegucigalpa 1 Barbados Praia Bamako Sudan Asmara
San Salvador Nicaragua Banjul Ouagadougou Togo Emirates
El Salvador Managua Caracas 6 N'Djamena Djibouti Djibouti
Guinea-Bissau Guinea Ghana
Bissau
San José Trinidad and Tobago Nigeria Addis Ababa
Conakry
Costa Rica Panama Panama City
Venezuela Suriname Freetown Yamoussoukro 14 Abuja Central African Ethiopia
Georgetown Paramaribo Sierra Leone Monrovia Porto-Novo Republic
Bogotá Accra Lomé Cameroon Maldives
Colombia Guyana French Guiana Liberia Malabo Yaoundé
Bangui
Uganda Somalia
12 Kampala
Rwanda Kenya
Mogadishu
Quito São Tomé Libreville
Galapagos Islands
Ecuador Côte d'Ivoire 13 Gabon Congo Nairobi
Brazzaville 11 Kigali Bujumbura Victoria
Kinshasa Burundi
Tanzania Dodoma Seychelles
Peru Brazil Luanda
Lima Angola Comoros
Malawi Moroni
Brasília Zambia
Bolivia Lilongwe
La Paz
Lusaka
Harare
Madagascar
Namibia Zimbabwe Antananarivo Mauritius
Paraguay Botswana Mozambique Port Louis
Gaborone
Asunción Windhoek Maputo
Pretoria Mbabane
Lesotho Swaziland
Maseru
Santiago Uruguay South Africa
Chile Buenos Aires
Montevideo
Argentina

Kerguelen Island

Falkland Islands

Mapa 17. Comércio Triangular

50
Expansão e Penetração Mercantil Europeia em África

Consequências do comércio triangular para os continentes africano, europeu e


americano

Continentes Consequências
• Vastas áreas ficaram despovoadas devido à captura de seres
humanos;
• Falta de mão-de-obra para o trabalho agrícola;
• Empobrecimento das comunidades africanas, uma vez que os
África:
capturados eram homens e mulheres fortes e úteis à produção;
• Reinos africanos como o Benim e o Congo entraram em crise e
decadência uma vez que os reinos vassalos os combatiam com
armas conseguidas no tráfico de homens africanos.
•
Aumento da riqueza dos Estados Europeus envolvidos neste
comércio;
Europa:
• Aumento do lucro dos produtos comercializados nos mercados
europeus.
• Desenvolvimento agrícola (plantações de cana-de-açúcar, tabaco
América: e café);
• Surgimento da sociedade mestiça (miscigenação entre os negros
africanos, os colonos europeus e os nativos americanos).

6. A abolição da Escravatura
A partir do século XVIII, a sociedade europeia começou a despertar com
o aparecimento de ideias de liberdade, direitos e garantias dos indivíduos, sem
discriminação de raça ou cor.
A Inglaterra, o primeiro país europeu que iniciou a Revolução Industrial e
tinha muitos produtos manufacturados, procurava mercados para a venda dos seus
produtos. Portanto, os negros africanos já não interessavam para serem mão-de-
obra escrava, mas, sim, como consumidores dos produtos vendidos nas colónias.
O despertar de ideias anti-esclavagistas, na Inglaterra, facilitou o movimento
contra a escravatura. Assim, a Inglaterra passou a proibir a escravatura no seu
território e o tráfico negreiro nas suas colónias. Os ingleses, no oceano Atlântico,
passaram a aprisionar ou a afundar os navios negreiros de outros países que
continuavam a traficar seres humanos. No século XIX, é abolida a escravatura, mas
alguns mercadores negreiros continuaram de forma clandestina até ao século XX.

51
Unidade Temática 4: Expansão e Penetração Mercantil Europeia em África

Exercícios
1. A partir do século XVI, África conheceu um intenso e desumano comércio
de escravos traficados para a América.
a) Menciona as razões do tráfico de escravos.
b) Identifica as duas regiões de África onde este comércio foi mais intenso.
2. O comércio triangular foi uma consequência directa do comércio de
escravos.
a) Indica os continentes que estiveram envolvidos no comércio triangular.
b) Através de setas, faz corresponder a região aos produtos envolvidos.
Região Produtos
Europa – África. • Tabaco, madeira e açúcar
África – América. • Licores, armas de fogo, tecidos de
América – Europa. algodão e bugigangas
• Escravos

52
Unidade
Temática

Ocupação Europeia e
5
o Sistema colonial
em África

Objectivos:
No fim da unidade temática, deves ser capaz de:
• Explicar as consequências da Conferência de Berlim; e
• Enumerar as formas da resistência à ocupação colonial.
Unidade Temática 5: A Ocupação Europeia e o Sistema colonial em África

1. Ocupação colonial em África: Causas da ocupação colonial em


África
Ocupação colonial ou colonialismo é o processso de dominação política e
económica dos países africanos por alguns países europeus.
• Causas económicas: Procura de novas fontes de matérias-primas e procura
de novos mercados.
• Causas políticas: Procura de colónias.

2. A Conferência de Berlim
Espanha

ÁFR
Itália

França
IC Alemanha
A

Bélgica
Portugal

Grã
Bretanha

Fig. 13 Partilha de África

A Conferência de Berlim foi realizada entre 15 de Novembro de 1884 e 26 de


Janeiro de 1885. Os países participantes tinham como objectivos:
• Resolver os conflitos territoriais que os opunham na Bacia do Congo e
noutras regiões;
• Discutir a necessidade da livre navegação no rio Congo e noutros rios que
permitissem chegar ao interior de África;
• Discutir a necessidade da liberdade do comércio nos territórios africanos.

Os países que participaram na Conferência de Berlim são: Alemanha, Império


Austro-Húngaro, Bélgica, Dinamarca, França, Espanha, Inglaterra, Itália, Reino
dos Países Baixos, Portugal, Rússia, Suécia, Noruega, Turquia e Estados Unidos
da América.
A Conferência determinou:
– A liberdade de navegação no rio Congo e em todos os outros rios importantes,
incluindo o rio Zambeze;
– A liberdade de navegação na região dos grandes lagos africanos;

54
A Ocupação Europeia e o Sistema colonial em África

– A liberdade do comércio nesses


territórios;
– Qualquer potência europeia
que tomasse posse de um
território em África devia avisar
as restantes potências para que
passassem a reconhecer-lhe tal
posse (Artigo 34º);
– A potência que ocupasse
qualquer território costeiro devia
igualmente exercer o seu domínio
até ao interior (Artigo 35º).
Mapa 18. Ocupação colonial em África

Consequências da Conferência de Berlim


• O território africano foi dividido pelos países participantes;
• O acordo final estabeleceu o princípio de ocupação efectiva, que definia que
um país apenas podia reclamar um determinado território como sendo seu se
tivesse o controlo efectivo do mesmo;
• A liquidação de qualquer forma de resistência africana contra a invasão
europeia.

3. Formas de colonização
Após a derrota da resistência africana, os Estados coloniais adoptaram duas
formas de colonização: a Colonização Directa e a Colonização Indirecta.
Colonização Directa Colonização Indirecta
Consistia no afastamento das estruturas Consistia em manter as tradições
tradicionais africanas e o controlo do e crenças dos africanos e aplicar a
poder pelos colonizadores. dominação para a exploração dos
Eram proibidos o uso das nossas línguas, nossos recursos.
as manifestações culturais e tradicionais Os chefes tradicionais locais
em locais públicos; administravam as populações através
Os colonizadores tomaram a nossa terra à de ordens do governo colonial;
força.
Os chefes locais de confiança dos
colonizadores cobravam impostos
Exemplo: Moçambique
coloniais às populações locais.
Exemplo: Eswathini (Suazilândia).

55
Unidade Temática 5: A Ocupação Europeia e o Sistema colonial em África

Um dos métodos usados por Portugal para a exploração económica de algumas Lago
Niassa

regiões do nosso país foi o das companhias majestáticas* que exploravam o


COMPANHIA
território com dinheiro de capitalistas privados. Em Moçambique,
DO destacaram-se
NIASSA
três companhias: a Companhia de Moçambique, a Companhia da Zambézia e
a Companhia do Niassa.
Lago
Niassa

COMPANHIA
DO
NIASSA

C.
BO
E
RU

RO

R
C.
BO
E
RU

RO

R
Principais terras
Principais terras da Companhia
da Companhia
da Zambézia da Zambézia
COMPANHIA
COMPANHIA subarrendatárias subarrendatárias
DE
MOÇAMBIQUE DE Sob administração directa
do estado
MOÇAMBIQUE Sob administração directa
do estado
N

N
0 150
km
Mapa 19. Companhias Majestáticas

4. A Resistência Africana à Ocupação Colonial 0 150


Depois da Conferência de Berlim, iniciou o processo de ocupaçãokm efectiva e os
nossos antepassados impuseram uma forte resistência, a qual assumiu as seguintes
formas:
• Confronto militar directo;
• Não cooperação. Os chefes diziam aos seus povos para abandorarem as regiões
ocupadas pelos invasores ou para não
produzirem nas suas machambas o
que eles impunham;
• Aliança diplomátíca. Consistia no
estebelecimento de alianças tácticas
entre os líderes africanos e os invasores
como forma de os primeiros manterem
a sua independência política.
Fig. 14 Campanha de ocupação efectiva

*Companhias Majestáticas – Sociedades privadas às quais o governo colonial concedia grandes


parcelas de terra para explorarem em nome do Estado colonial e com plenos direitos de um estado.

56
A Ocupação Europeia e o Sistema colonial em África

Quadro resumo – resistência à ocupação efectiva


País Forma de
Região Líder da resistência
colonizador resistência
França, Hassan I, Abel al-Aziz, Mulay Confronto
África do Espanha, Idrisse e Xeque Ameriyan, Said militar, alianças
Norte Itália, Ahmad al-Sharif al-Sanusi, Uma diplomáticas
Inglaterra al-Mukhtar, Ahmed Urabi

França, Lat-Dior, Samori Touré, Behanzir, Acções militares,


Inglaterra, Prempeh acções diplomáticas,
África Bélgica, desobediência
Ocidental Alemanha e
Portugal
Inglaterra, Mbaruk Bin Kashid Waiyak, Confronto militar
África Alemanha, Abushiri, Hassan Bin Omar, directo e relações
Oriental França Mbunga diplomáticas

Portugal, Nwamantibjana, Mahazule, Acções militares


Inglaterra, Ngungunhane, Maguiguane, e alianças
Alemanha Kanyemba, Matakenha, Prazeiros diplomáticas
África (A-chicundas), Dinastia dos
Austral Mataca, Samuel Maherero,
Hendrick Witbooi, Jacob
Murengaque, Cetswayo

4.1. Exemplos de resistência em Moçambique


Em Moçambique, a resistência à ocupação colonial portuguesa ocorreu em
todo o território e consideram-se três regiões geográficas:
Região Norte: Resistência da dinastia dos Matacas
Para a ocupação das terras que hoje constituem as províncias de Cabo Delgado
e Niassa, o governo português assinou alguns acordos com os chefes locais.
Em 1891, os portugueses entregaram os territórios de Cabo Delgado e do
Niassa à Companhia do Niassa. Com o apoio dos soldados portugueses e sipaios
moçambicanos, a companhia tenta ocupar vastas regiões do interior.
Nesse processo de ocupação dos territórios, depois de várias derrotas é destruída
a povoação do chefe Mataca e erguido um posto militar português em Metarica.
Entre 1900 e 1902, são ocupadas as povoações de Messumba e de Metangula.
O território do chefe Mataca é sistematicamente violado e as aldeias destruídas. É
construído um posto militar em Oizulo.

57
Unidade Temática 5: A Ocupação Europeia e o Sistema colonial em África

Região Centro: Resistência de Báruè


Politicamente, a zona centro (Manica, Sofala, Zambézia e Tete) apresentava uma
divisão específica: de um lado, existiam Estados militares, e, do outro lado, os Prazos.
As campanhas de ocupação incidiram, inicialmente, contra os Estados militares
e os Prazos. A derrota dos Estados militares do Vale do Zambeze deixou Báruè como
único Estado, no território de Manica e Sofala, fora do controlo dos portugueses.
Báruè foi produto da desagregação do Estado de Mwenemutapa, reino bastante
poderoso, que conseguiu resistir à devastação Nguni e às disputas com os Estados
militares vizinhos.
Em 30 de Julho de 1902, as forças portuguesas e soldados africanos leais aos
invasores, atacaram Báruè. Após uma prolongada resistência, as unidades militares
de Báruè, comandadas por oficiais corajosos como: Macombe Hanga, Mafunda,
Cambuemba, Cabendere e outros, foram subjugados no fim de 1902.
Em 1917, surgem novas vagas de resistência no Estado de Báruè com o
reagrupamento de várias unidades militares que resistiram contra a ocupação
colonial.

A resistência do Estado de Báruè não evitou a ocupação pelos portugueses,


devido a:
• Superioridade militar dos invasores;
• Falta de unidade entre os moçambicanos; e
• Erros tácticos e deserções que se verificaram nas tropas de Báruè.

Região Sul: Resistência dos Mabjaia


As acções militares iniciaram quando os chefes da região de Marracuene
(Nwamatibjane e Mahazule) se recusaram a cumprir ordens coloniais e atacaram
a guarnição portuguesa em Lourenço Marques (na zona da fortaleza de Maputo).
No dia 2 de Fevereiro de 1895, as tropas portuguesas, reforçadas, iniciaram a
perseguição e o ataque à região de Marracuene, com o objectivo de acabar com a
resistência dos Mabjaia. Esta data ficou marcada na história de Moçambique e é
celebrada anualmente na vila de Marracuene, através de uma cerimónia chamada
“Gwaza Muthine”, que significa “atrair o inimigo para o matar em casa”.
Na batalha, apesar de os chefes locais terem sofrido, causaram pesadas baixas
ao exército colonial. Estes, sentindo-se enfraquecidos, foram pedir protecção a
Gungunhane, o rei do Império de Gaza.

58
A Ocupação Europeia e o Sistema colonial em África

Os portugueses tentaram negociar para que Gungunhane entregasse


Nwamatibjane e Mahazule, o que foi recusado pelo rei. Por isso, os portugueses
resolveram atacar o Império de Gaza, o seu principal objectivo no que chamavam
“campanha do sul”.
Exercícios
1. O processo de dominação colonial foi acompanhado por um grande
movimento de resistência que se deu em todo o continente africano.
a) Menciona as formas de resitência à colonização adoptadas pelos nossos
antepassados.
b) Que país europeu dominou Moçambique e Angola?
c) Indica a região do nosso continente a que pertencem as seguintes figuras
de resistência: Maguiguana Cossa, Prempeh, Mulay Idrisse, Ahmad
Urabi, Lat-Dior, Behanzin, Mbaruk Bin Rashid, Samori Touré Abushiri,
Uma al-Mukthar, Nwamatibjana.
2. Menciona as formas de administração adoptadas em África pela dominação
colonial?

59
Unidade
Temática

Moçambique
6
Independente

Objectivos:

No fim da unidade temática, deves ser capaz de:


• Enumerar as funções dos Órgãos de Soberania;
• Nomear as organizações internacionais das quais Moçambique faz parte;
• Localizar a SADC no tempo e no espaço; e
• Descrever a importância das eleições.
Moçambique Independente

1. Constituição da República
Com a Independência de Moçambique a 25 de Junho de 1975, com a
proclamação da República Popular de Moçambique, o nosso país passou a ter a
sua primeira Constituição.
A Constituição da República é um conjunto de princípios que regem um
Estado, atribui normas aos seus órgãos, define os limites do poder, os direitos e os
deveres dos indivíduos, dos grupos e da sociedade como um todo.
A nossa Constituição promove:
• A defesa da independência;
• A consolidação da unidade nacional;
• A defesa e promoção dos Direitos Humanos;
• A justiça social e toda a organização política e social do país.

A constituição estabelece a separação dos poderes do Estado:


– O poder legislativo, pela Assembleia da República, que, através dos
deputados, faz as leis;
– O poder executivo, pelo Conselho de Ministros, governadores e demais
funcionários do Estado;
– O poder judicial, pelos Tribunais, através dos juízes.

A primeira constituição era monopartidária, isto é, autorizava o exercício do


poder a um só partido, a FRELIMO. Em 1990, é aprovada a segunda Constituição,
que estabalece um sistema multipartidário, isto é, autoriza o exercício da actividade
política de vários partidos políticos.
A nossa Constituição estabelece que todos os cidadãos são iguais perante a
lei. Este direito não depende da cor, da raça, do sexo, da origem étnica, do lugar
de nascimento, da religião, do grau de instrução, da posição social, do estado civil
dos pais ou da profissão. Todo o moçambicano tem o direito de eleger os órgãos de
soberania do Estado e de ser eleito.
Todo o cidadão tem o dever de participar no processo de construção e
consolidação da democracia através do respeito às leis, órgãos de soberania e
através do seu voto.

Exercícios
1. Qual é a função da Constituição da República?
2. O que é o sistema multipartidário.
3. Qual é o dever do cidadão na construção da democracia?

61
Unidade Temática 6: Moçambique Independente

2. Órgãos de Soberania da República de Moçambique


Os órgãos de soberania são órgãos de governação, isto é, que dirigem as
Instituições Centrais (Ministérios, Direcções provinciais e distritais, conservatórias
e demais instituições públicas). Estes órgãos garantem a defesa dos interesses dos
cidadãos nacionais e a unidade nacional, o respeito pela cidadania, isto é, direitos
e deveres iguais para todas as pessoas. Os Órgãos de Soberania do nosso país são:
Órgãos Funções
• É o Chefe do Estado;
O Presidente da • Simboliza a unidade nacional;
República • Representa o país a nível interno e externo e zela pelo
correcto funcionamento dos Órgãos do Estado.
A Assembleia da
• Faz as leis que orientam a nossa vida e populações.
República
O Conselho de
• Realiza as tarefas do Estado. É o governo da República.
Ministros
• Trata de assuntos de defesa e segurança do Estado
O Conselho Nacional de moçambicano; e
Defesa e Segurança •A poia o Presidente da República no comando das forças
armadas e questões de segurança nacional.
• Garantem a aplicação das leis e punem os que as violam.
Os tribunais existentes no país são:
– Tribunal Supremo;
– Tribunal Administrativo;
Os Tribunais
– Tribunal Militar;
– Tribunal Fiscal;
– Tribunal Marítimo; e
– Tribunal de Trabalho.
A Procuradoria Geral • Fiscaliza e controla a aplicação da lei.
da República
• Zela pelo cumprimento da Constituição da República de
O Conselho
Moçambique;
Constitucional
• Aprecia a aplicação e o respeito pelas leis.

Exercícios
1. Quem preside ao Conselho de Ministros?
2. Aponta dois tipos de tribunais existentes em Moçambique.
3. Qual é a função da Procuradoria Geral da República?

62
Moçambique Independente

3. Organizações continentais e mundiais


Desde que Moçambique alcançou a independência, a 25 de Junho de 1975,
tem se tornado membro de diversas organizações internacionais como:
SADC – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
UA – União Africana
ONU – Organização das Nações Unidas
CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
COMMONWEALTH – Comunidade dos países de expressão inglesa.
Moçambique foi eleito, em 2022, membro não permanente do Conselho de
Segurança das Nações Unidas (ONU), cujo mandato é de dois anos.
Actividades
1. Menciona os países de expressão portuguesa que compõem os PALOP.
2. Indica três países não africanos que são membros da CPLP.
3. Qual é o papel de Moçambique nessas organizações?

4. Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral - SADC


A SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) teve início
em 1980, com a formação da SADCC (Comité de Coordenação do Desenvolvimento
da África Austral). A SADCC foi criada para libertar os países desta região da
dependência económica relativamente à África do Sul, constituindo, assim, uma
forma de reacção económica contra o apartheid. A SADCC foi fundada pelos
seguintes países: Moçambique, Zimbabwe, Botswana, Angola, Lesotho, Tanzânia,
Zâmbia, Malawi e Suazilândia.
Com o fim do apartheid, em 1991, houve a necessidade de criar uma organização
económica regional na qual todos os países da região tomassem parte, inclusivamente
a África do Sul. Assim, a SADCC
foi substituída pela SADC, em
1992, cujos objectivos são o
desenvolvimento integral de toda
a região e a redução dos níveis de
pobreza. Países da África Austral,
Central e Oriental hoje fazem parte
da SADC, nomeadamente: África
do Sul, Angola, Botswana, Lesotho,
Malawi, Maurícias, Moçambique, Mapa 20. Países da SADC

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Unidade Temática 6: Moçambique Independente

Namíbia, República Democrática do Congo, Seychelles, Eswatini, Tanzânia,


Zâmbia e Zimbabwe.
Exercícios
1. Quando é que foi criada a SADC?
2. Por que é que a SADCC foi substituída pela SADC?
3. Quantos países constituem a SADC?
4. Qual é a importância de Moçambique ser membro de uma organização
regional?

5. Eleições
Eleição é todo o processo pelo qual um grupo designa um ou mais elementos
dos seus integrantes para concorrer a um cargo por meio de votação. No nosso
país, só podem votar os maiores de 18 anos, desde que não estejam a cumprir uma
pena grave nem sofram de doença mental.
Em Moçambique, temos três tipos de eleições, a saber:
• Eleições gerais – estas eleições são a nível nacional, em que se elegem o
Presidente da República bem como os deputados para o parlamento, com um
mandato de cinco anos.
• Eleições provinciais – nestas eleições elegem-se as Assembleias Provinciais
por um período de cinco anos;
• Eleições autárquicas – nestas eleições, elegem-se o Presidente do Município
e os membros da Assembleia Municipal, com um mandato de cinco anos. Os
conselhos municipais são os órgãos de poder local que actuam ao nível dos
municípios.
Actividades
1. Menciona três (3) deveres do Estado perante os cidadãos.
2. A partir de que idade o cidadão pode participar activamente na eleição dos
órgãos de soberania do Estado?
3. Escreve um texto de dez linhas e explica como é feito o exercício da
democracia na tua escola ou turma.

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