Você está na página 1de 35

História 7ª Classe...

“Se queres prever o futuro, estuda o passado”

TEMA 1 - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA


SUMÁRIO: Introdução do tema
Origem da História
A História como algo a ser estudado, surgiu na Antiga Grécia por intermédio dos grandes
pensadores da época, citando: Hecateu, Thales de Mileto, Anaximandro, Anaxágoras, Platão,
Sócrates, Aristóteles, Heródoto, Strabão etc. Que baseando-se na filosofia, faziam perguntas
acerca de “tudo” e para obterem as respostas iam atrás delas usando determinados métodos. E
como consequências surgiram não só respostas como também as ciências tal como conhecemos
actualmente e uma delas é nada mais e nada menos que a História.
A história é a ciência que estuda os acontecimentos importantes realizados pelo homem ao longo
do tempo numa determinada sociedade ou espaço. A palavra história é de origem grega
(HISTORIE) que significa pesquisa, averiguação ou ainda, conhecimento adquirido da
investigação e foi dita pela primeira vez nos anos 400 a.C pelo conhecido pai da história, o grego
Heródoto.

Heródoto o Pai da História Antiga O pai da História Moderna

Heródoto foi um historiador grego, sucessor de Leopold Von Ranke (1795-1886) foi um
Hecateu, nascido no século V a.C. (420 a.C. - 485 historiador alemão, seus contributos
a.C.?) em Halicarnasso actual Turquia. metodológicos, deram um novo rumo
sobre desenvolvimento da História. Por
Antes de Heródoto, já existiam as crónicas e épicos. isso, é considerado o pai da História
Mas Heródoto foi o primeiro não só a gravar o Moderna.
passado, mas também a considerá-lo um problema
filosófico e um projecto de pesquisa que podia revelar
conhecimento do comportamento humano. A sua
criação deu-lhe o título de "Pai da História" e a palavra
que utilizou para consegui-lo, história, que
previamente tinha significado Simplesmente
"pesquisa", tomou a conotação actual de "história”.

Objecto de estudo da História

Um objecto de estudo geralmente, algo visível


ou não, e que uma ciência se apega para
estudar. Ex: a Biologia é a ciência que estuda
os seres vivos. Logo, se nos perguntarem qual
é o objecto de estudo da Biologia diremos que
são os seres vivos.

Então qual é o objecto de estudo da História?


Para responder esta pergunta, primeiro
devemos saber a sua definição que é: A
História é a ciência que estuda o homem ao
longo do tempo. Como a História estuda o
homem ao longo do tempo, então o seu
objecto de estudo é o homem e o tempo.

1
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: As Ciências Auxiliares Da História


Uma ciência auxiliar é aquela que dá suporte ou ajuda a outra ciência para atingir as suas metas e
objectivos. Entre as ciências que podem ajudar História ou o historiador destacam-se as seguintes:
Arqueologia, Linguística, Antropologia cultural ou Etnologia, Epigrafia, Papirologia, Filatelia,
Cronologia, Heráldica, Paleografia, Numismática Paleontologia, Paleoantropologia, Cronologia,
Etnonímia, Toponímia, Antroponímia, História da Arte, Filosofia, Estratigrafia etc.
Arqueologia: estuda os restos das civilizações passadas enterradas no solo como vasos, armas,
resto de comida etc. a partir destes estudos o arqueólogo pode dizer ao historiador que tipo de povos
aí viveram.
Linguística: permite estabelecer o seu grau de parentesco e provar que um grupo de línguas têm
origem numa só. Ex: o caso das línguas de origem Bantu
Antropologia cultural ou Etnologia: estuda os aspectos da vida cultural e material das
sociedades desde o tipo de vestuário, rituais, habitação etc. Permitindo estabelecer a diferença
entre o passado e a actualidade.
Epigrafia: estudo de inscrições antigas em pedras, madeira, argila etc.
Papirologia: estudo dos antigos papiros;
Filatelia: estudo de selos cartas e cartões;
Cronologia: ciência que tem como finalidade organizar os acontecimentos numa sequência lógica
de tempo.
Heráldica: estudo de brasões-símbolos de armas antigas;
Paleografia: estudos de manuscritos antigos
Numismática: estudo das moedas antigas. Etc.
Após estas se seguem tal como vimos acima, as ciências como a Paleontologia ramo da Biologia
que estuda a vida do passado da terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo,
Paleoantropologia estuda os fósseis dos hominídeos e das provas deixadas poe eles, Etnonímia
estuda nome de raças ou etnias, Toponímia estuda nome de lugares geográficos, Antroponímia
ciência que estuda os nomes próprios das pessoas sendo eles nomes, apelidos etc, Estratigrafia
(ramos da geologia que estuda as camadas de rochas, procurando saber os processos e eventos que
as formaram. Todas elas embora com definições diferentes, mais estudam assuntos ligados à volta
da origem, evolução e manifestações do homem.

Importância do estudo da História: A História é importante em nossas vidas porque nos


revela o que aconteceu no passado. Desde o surgimento, passando pela pré-história e
evoluindo a cada período, atravessando do paleolítico à idade contemporânea, o homem
obteve várias conquistas e hoje ele continua crescendo cada vez mais. O passado nos revela
coisas que não sabíamos e nos explica o porquê de tudo o que acontece nos dias actuais. Pois
o presente tem uma forte ligação com o passado e isso nos revelará o futuro. Porém, a
história, em relação ao que aconteceu nos possibilita prever o que pode acontecer.

2
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: As Fontes Históricas.


Para conhecer a vida dos homens no passado, o historiador serve-se das pegadas deixadas pelos
nossos antepassados, essas num sentido geral são chamadas de Fontes ou Documentos
Históricos.
O que são então Fontes Históricas?
Fontes Históricas: são todos os vestígios, sinais ou pegadas que testemunham a presença dos
homens em determinados lugares.
Ex: restos ósseos, utensílios domésticos como, pratos, copos, jarras, garfos, panelas, vasos etc.,
museus, monumentos de construção antiga, moedas, jóias, livros, jornais, facturas, impostos,
datas, anciãos, fotografias etc.
Tipos de fontes históricas
Existem três tipos principais de fontes históricas que são as fontes materiais, escritas e orais.
Actualmente, com o desenvolvimento da tecnologia e da ciência, vem surgindo outras fontes
históricas como: as fontes arqueológicas, arquitectónicas, imagéticas, primárias, secundárias
etc.
Definição
Fontes Materiais: são todos os objectos antigos deixados pelos nossos antepassados. Ex: restos
ósseos, utensílios domésticos (pratos, copos, jarras, garfos, panelas, vasos etc.), museus,
monumentos de construção antiga, moedas jóias etc. A fotografia e o cinema são fontes históricas
da nossa geração que as outras gerações poderão estudar acerca do nosso tempo.
Fontes Escritas: são todos os documentos escritos que os homens foram escrevendo ao longo dos
seus tempos de vida e que chegaram até nós como: livros, jornais, facturas, impostos, datas etc.
As mais antigas fontes escritas são: as rochas, madeiras, argilas, papiro pergaminho e só mais
tarde o papel.
Fontes Orais ou imateriais: é tudo aquilo que foi transmitido oralmente, ou seja, através da fala
sem usar a escrita usando apenas a memória e transmitida de geração em geração. Ex: a história
oral, as lendas, as tradições, os costumes, rituais, batalhas, empossamento, nascimentos,
julgamentos, etc.
Fontes Imagéticas: manifestadas através de fotografias, desenhos ou outro tipo de material
artístico.
Fontes Primárias, ou directas. Ex: uma entrevista com alguém que viveu o que se quer saber,
uma pesquisa feita num documento exclusivo, etc.
Fontes Secundárias são as pesquisas feitas em jornais, livros ou outros materias com outros
suportes etc.
Desvantagem das fontes históricas: as fontes históricas têm desvantagens porque podem ser
alteradas, dentre elas, a que menos sofre alterações são as fontes materiais. Já as fontes escritas e
principalmente as orais são alteradas com facilidade. Ex: Nas fontes escritas podem se alterar
algumas escritas e datas apeasar de difíceis mais possíveis. Nas fontes Orais pior ainda partindo do
velho adágio que diz que «quem conta um conto aumenta sempre um ponto.

3
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: As Diferentes Formas De Medição Do Tempo.


Ao estudar a história é necessário situar os acontecimentos no tempo, por isso, o historiador serve-se de
alguns documentos e recorre à outras ciências que lhe ajudarão neste sentido. A uma destas ciências dá-se o
nome de Cronologia.
Assim surgiu o tempo histórico que está dividido em: Tempo natural e Tempo histórico ou Calendário.

 Tempo natural: é a observação dos fenómenos naturais usando a memória.


 Tempo histórico: é a utilização do calendário para a contagem dos anos e dos dias, semanas, meses, anos
e séculos.

Medições Antigas
Sabemos que estamos no século XXI e que depois virá o século XXII, como também sabemos que depois do
ano 2020 virá o ano 2021 e assim sucessivamente. Mais antes não era assim na antigas civilizações, porque
cada contava o tempo da sua forma, não se importando com os de mais.
Por exemplo:
No Antigo Egipto contavam tempo a partir do reinado deste ou daquele Faraó (ou seja, quando
coroavam um novo Faraó também recuavam o tempo para o ano 1).
Os gregos a partir da realização dos primeiros jogos olímpicos de Atenas no ano 776 a.C.
Os romanos a partir da fundação da cidade de Roma em 753.
Os muçulmanos a partir da Hégira (fuga de Maomé de Meca para Medina) em 622 d.C.

Nas civilizações antigas que acreditavam em Cristo, começaram a contar o tempo a partir do
nascimento de Jesus Cristo. Logo, no calendário cristão o ano 1 (um) começa com o nascimento de Cristo e
é esta contagem que se utiliza até nos dias de hoje na maior parte dos países do mundo, principalmente do
Ocidente, com excepção de uma dezena de países do Oriente principalmente na Ásia que não usam o famoso
calendário Gregoriano baseado na trajectória diária do sol.

Na China por exemplo o que vigora é um calendário baseado no ciclo da lua introduzida em 2637 a.C,
pelo imperador Huang Ti com 363 dias. No Médio Oriente países como a Arábia Saudita e Iémen, usam o
calendário islâmico que começa com a Hégira e possui 354 a 355 dias. Havia ainda outros casos em que
cada indivíduo calculava o tempo da sua família a partir de si ou de um evento especial.
A Cronologia: a história não poderá ser compreendida se não localizarmos os acontecimentos no tempo
e no espaço. Por isso a Cronologia ciência do tempo e das datas é muito importante para o historiador.
Como achar as os séculos?
É simples, soma-se o número 1 (um), com o primeiro algarismo que representa as centenas. Ex: 1482+1=15
isto será igual ao século XV (15), 2019+1=21 isto será equivalente ao século XXI-21.
Século: é uma unidade de tempo que equivale a 100 (cem) anos, um século começa em ano 1 e termina em
ano 00 ex: O século XX começou em 1901 e terminou em 2000 e o século XXI começou em 2001 e termina
em 2100.
Milénio refere-se a um período de 1000 anos o equivalente há 10 séculos ou sem décadas.
Facto Histórico: é um acontecimento que a História ou a humanidade regista e que serve para o estudo do
historiador.

4
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

Divisão da História da Humanidade (Periodização)


O estudo da história acerca da humanidade está dividida em 5 diferentes épocas:
1. Pré-História,
2. Antiguidade ou Idade Antiga,
3. Era Medieval ou Idade Média,
4. Idade Moderna
5. Idade Contemporânea.

5
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

6
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

TEMA 2 - A ORIGEM DO HOMEM


Objectivo geral: Compreender as bases essenciais da evolução do Homem.
SUMÁRIO: As grandes fases do processo de hominização.
Hominização: é o longo e lento processo de transformação do homem, ou seja, são as fases de
transformação do homem desde os primitivos até se transformarem no homem actual.
Makongo: Entre religião e a ciência há uma enorme discussão acerca da origem do homem, a
igreja apoia-se na Teoria Criacionista defendida bíblia sagrada, em Gênesis 1:26-27 que diz o
seguinte “façamos o homem à nossa imagem e semelhança e domine ele todos os animais da
terra...”.
Já a ciência, baseando-se na Teoria Evolucionista do cientista inglês Charles Darwin “A Origem
das Espécies”, diz o seguinte:
Antes do longo e lento processo de hominização se verificou a mudança no nosso planeta, ou seja,
a separação dos continentes e oceanos. E depois disto surgiram nas águas às primeiras formas de
vida que foram dando origem uma à outra através de algumas mudanças sucessivas, as
transformações climáticas mudaram a flora e a fauna duma região. As espécies dessa região
tiveram dificuldades em se adaptarem algumas morreram e as que sobreviveram deram origem a
outras espécies e assim sucessivamente. Ao leres isto vais te perguntar como é possível uma
espécie dar origem à outra.
Ex: o sapo quando pequeno dá-nos a impressão de que é um peixinho, mais ao decorrer do tempo
transforma-se em sapo.
Só para deixar bem claro que: Eu (Professor Crisóstomo), não tenho intenção nenhuma de
contrariar a religião, mas sim, apenas prtendo transmitir esse conhecimento baseando-me na
ciência e tudo o que foi dito sobre este assunto, não é minha autoria.
As grandes fases do processo de hominização: apresenta-se dividida em três grandes fases:
Os Australopithecus
Os hominídeos são classificados em dois gêneros.
1. Os Australopithecus: (do latim australis = meridional + o grego pithecos = macaco), que
apresentava características físicas ainda distantes do homem actual, este foi o Australopithecus
aferensis de 3 milhões depois surgiu o Australopithecus africanus e o Australopithecus
robustus estes existiram respectivamente até 1,5 e 1 milhão de anos.

2. Os Homo: são o segundo gênero da espécie humana, ao qual pertencemos. E aqui


encontramos os Homo Habillis, Homo Erectus, os Homo Sapiens e os Homo Sapiens-Sapiens.
Homo habillis- surgiram há cerca de 2 milhões de anos, depois do Australopithecus africanus e do
Australopithecus robustus a primeira espécie do gênero Homo, o Homo habilis é assim chamado
por sua capacidade de utilizar, pela primeira vez, pedras cortantes ou aguçadas para quebrar
invólucros de sementes, cavar a terra em busca de raízes ou esquartejar animais.

7
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

Homo erectus- surgiram há 1,5 milhões de anos atrás.


Monstravam já uma evolução no uso de utensílios de pedra (facas, machados, raspadores). O
Piorno erectus começou a sofrer transformações que iriam resultar na espécie à qual pertencemos:
o Homo sapiens.
Homem de Neanderthal: Foram descobertos pela primeira vez no vale (em alemão = thal) do Rio
Neander, na Alemanha; daí terem recebido o nome científico de Homo sapiens neanderthalensis.
Exemplares semelhantes seriam depois encontrados na França, Iugoslávia, Palestina e África do
Norte. Caçavam em grupo e abrigavam-se do frio em cavernas. Viveram entre 120 000 e 35 000
a.C.
Homo sapien-sapien: surgiu por volta de 40000 a.C. Os primeiros espécimes foram descobertos
no o Sul da França; daí. Eram mais altos que os neandertalenses e tinham traços fisionómicos
menos pesados, com o crânio alongado, a fronte ampla e arredondado.

Homo Habillis Homo Erectus


Australopithecus Homo de
Neanderthal

Homo Sapiens-Sapiens
O Homo sapiens-sapiens
substituiu o homem de
Neanderthal e, por volta de
25000 a.C., espalhou-se pela
Terra. Foram eles que
aperfeiçoaram as técnicas de
obtenção de alimentos,
criaram nova forma de
organização social,
desenvolveram a religião,
desenvolveram arte e com o
passar do tempo, o Homo
sapiens-sapiens deu origem ao

8
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: África “o berço” da Humanidade


Considera-se África “O Berço da Humanidade”, porque foi neste continente que se encontraram
os vestígios (restos mortais) daqueles que são os primeiros homens. Esta descoberta mostrou que a
primeira espécie humana surgiu em África.
Durante uma expedição em 1959 OLWAY (na Tanzânia), foi descoberto o crânio de um ser
diferente do homem actual com cerca de 2 milhões de anos atrás e foi também descoberto outro
ser do mesmo grupo dos Australopitecos.
Há ainda outros motivos para crer que o homem, surgiu África, ou seja, em África e na Ásia foram
encontrados seres recentes e mais próximos das características do homem actual (os Arcantropos
ou Homo Erectus). Foi no continente africano onde se acharam os tarsos (parte do pé) que podem
ser considerados como os dos primeiros homens.
Resumindo, África não é somente o continente berço porque se encontrou alguns ossos dos
primeiros homens, mas sim por ser o único entre os 6 continentes em que se encontraram de forma
sucessiva todas as fases da evolução do homem (desde os ramapitecos até ao homem actual). Ao
passo que nos outros continentes houve descontinuidade, como mostra no exemplo abaixo:
 Australopiteco: desenvolveram-se somente em África;
 Pitecantropos ou Homo Habillis: África, Ásia e Europa;
 Pitecantropos ou Homo Erectus: desenvolveram-se África, Ásia e Europa;
 Neandertais: desenvolveu-se em quase toda parte do mundo excepto na América
 Homo Sapiens Sapiens: desenvolveu-se em todos os continentes

9
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: As primeiras comunidades humanas


Durante o Paleolítico, a subsistência do homem dependeu da caça, da pesca e da recolecção. Mais
a partir de 8.000 (oitavo milénio) a.C, com o surgimento do Neolítico, deu-se algumas alterações
na vida das populações. O homem começou a viver da agricultura e da pecuária.
Paleolítico: nomadismo, economia de caça de caça e recolecção e culto dos mortos
O Paleolítico é uma palavra de origem grega que significa: Palaios = antigo e Lithos= pedra ou,
Idade da Pedra Antiga “Lascada-afiada”.
É o período da pré-história que começou há cerca de 2,5 milhões de anos, quando os antepassados
do homem começaram a produzir os primeiros instrumentos em pedra afiada. Neste período os
humanos eram essencialmente nómadas (não tinham sítio fixo para morar) e caçadores-coletores
(caçavam e não criavam, recolhiam os frutos e não plantavam) tendo que se deslocar
constantemente em busca de alimentos. Desenvolveram os primeiros instrumentos de caça feitos
em madeira, osso ou pedra lascada etc.
O Paleolítico subdivide-se em: Paleolítico Inferior e Paleolítico Superior
 Paleolítico Inferior-300 mil anos: Foi nesse período que surgiram as primeiras espécies de
hominídeos em África. Os hominídeos surgidos nesta época foram os Australopithecus, Homo
habilis e Homo erectus.
 Paleolítico Superior-10 mil a.C: No Paleolítico Superior os humanos passaram a habitar em
cavernas, devido ao resfriamento intenso do planeta. Neste período desenvolveu-se o homem de
Cro-Magnon. Caçava animais de grande porte (mamute, bisão, renas) utilizando para isso
armadilhas montadas no chão.
Saiba que... O termo Paleolítico foi empregado pela primeira vez pelo historiador John Lubbock
Características do Paleolítico
Colecção e caça: não plantavam nem criavam animais, apenas colhiam, caçavam e comiam.
Nomadismo: durante esta era, os primatas não viviam fixamente num só lugar. Andavam de lugar
em lugar à procura de comida e água.
O fogo: foi uma das maiores realizações do homem na era do paleolítico superior, a partir desta
conquista o homem aprendeu a utilizar a força do fogo em seu proveito, extraindo a energia dos
materiais da natureza.
Benefícios do fogo para os hominídeos: O fogo serviu como protecção para os hominídeos,
porque graças ao fogo afugentavam os animais ferozes, depois, o fogo começou a ser empregado
na caça, e no tempo de frio o fogo protegeu o ser humano do frio mortal, também passaram a
cozer os alimentos em fogueiras, tornando-os mais saborosos e saudáveis, pois o calor matava
muitas bactérias existentes na carne.
Culto dos mortos e Religião: Apesar de acreditar-se que a existência da religião ocorreu a partir
do Neolítico, a arqueologia regista que no Paleolítico Superior desde o Homo Sapiens existiu uma
religião animista primitiva. Essa era baseada no culto à mulher com a associação desta ao poder de
dar a vida. Defendiam-se entre si, temiam a morte também já exerciam algumas práticas de
bruxaria para atrair os maus espíritos que os atormentavam.

10
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: Neolítico - Economia , Agrícola E De Criação E Sedentarização


Neolítico é uma palavra de origem grega que significa: Neo= novo e Lithos=pedra “pedra nova”
ou ainda, Era da Pedra Partida. É o período histórico que vai aproximadamente do décimo milénio
a.C., com o início da sedentarização e surgimento da agricultura, ao terceiro milênio a.C., dando
lugar à Idade dos Metais.
Por volta de 10.000 a.C., ainda no período Mesolítico (período de transição entre o Paleolítico e o
Neolítico) verificaram-se na terra profunda mudanças climáticas os gelos recuaram para o norte e
a temperatura tornou-se mais suave. Essas mudanças provocaram uma transformação da paisagem.
Nos espaços antes ocupados por gelos surgem os bosques, animais, cursos de água.
Características do Neolítico
 A agricultura
Para vencer as dificuldades o homem vai se instalar no litoral, vales etc, onde existem condições
alimentares mais vantajosas. Nestas regiões irá seleccionar os cereais para o cultivo. Os primeiros
cultivos eram cereais como: trigo, cevada, a aveia, o centeio etc.
 Pastorícia (criação de gados)
Quanto aos animais o primeiro a ser domesticado foi o cão e a seguir foi o carneiro, cabra, porco,
camelo, cavalo etc. Desses últimos o homem obtinha deles: carne, leite, pele e lã. Só mais tarde
passou a domesticar os chamados animais de carga como: o boi, o cavalo, o camelo e o burro.
 Sedentarização
A agricultura e a pastorícia obrigaram o homem do neolítico se fixarem, ou seja, a permanecerem
no mesmo lugar. Diferente do homem do paleolítico que andava de lugar em lugar a procura de
alimentos, nesta fase eles vão cultivar e criar o que comer, e deixarão de depender totalmente da
natureza.
 O aparecimento da metalurgia.
O uso e domínio do metal marca um grande passo no processo de evolução do homem, se no
paleolítico superior a grande descoberta foi o fogo, já no neolítico a novidade foi não só a
descoberta da agricultura, a criacção de gados como também a dos metais.
Denomina-se Idade dos Metais ao período que caracteriza o fim da Idade da Pedra, marcado pelo
início da fabricação de ferramentas e armas de metal. Os metais surgiram na fase do neolítico e
vieram substituir os instrumentos antes fabricados com pedra porque os metais são mais duráveis e
com eles fabricou-se: panelas, facas, lanças, enxadas, pregos, agulhas espadas, anzóis, machados
etc.
A Idade dos Metais divide-se em três grandes fases que são:
Metalurgia do Cobre: o cobre foi o primeiro a ser fundido pelo homem, não se
eliminou os instrumentos de pedra automaticamente mais sim lentamente.
Metalurgia do Bronze: o Bronze é resultado da mistura de copbre e estanho. Deste
fabricou-se: espadas, lanças, martelos etc. O bronze é mais duro que o cobre.
Metalurgia do Ferro: teve início por volta de 1500 a.C, e difundiu-se nas cidades
onde a vida social já era desenvolvida e com divisão de tarefas.

11
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: A Diferenciação Social. Quando surgiu?


Diferenciação social: é a divisão de classes existentes numa sociedade, e estas classes podem ser:
Alta, Média e Baixa. Esta divisão caracteriza-se geralmente quando uns têm mais que os outros, é
daí que surgem os ricos e os pobres.
Do ponto de vista social, as primeiras comunidades neolíticas caracterizaram-se pela existência de
uma vida comunitária em que cada pessoa cooperava nos trabalhos comuns. A terra e os rebanhos
pertenciam a todos inicialmente.
Mas mais tarde surgiu a divisão de tarefas, onde: os homens caçavam, cuidavam do pasto, faziam
alguns trabalhos agrícolas e defendiam a comunidade e as mulheres faziam os trabalhos
domésticos, artesanais, e cuidavam das crianças. Todos eles já reconheciam a autoridade dos
anciãos (indivíduos idosos e mais experientes da aldeia).
Com o aparecimento de novas técnicas agrícolas e artesanais, houve um aumento na produção e
também da população. Surgiu as diferentes tribos (conjunto de clãs ou vários povos), e como
consequência trouxe: luta na distribuição de parcela de terras e de repartição dos bens produzidos
por todos.
Com o andar do tempo, os indivíduos com alta patente nas aldeias como os chefes, guerreiros,
anciãos, sacerdotes e feiticeiros apropriaram-se dos produtos produzidos pelos indivíduos da
classe baixa, produtos estes que pertenciam a todos passou a pertencer a maior parte à esta
minoria. Foi através deste comportamento que uns passaram a ter mais que os outros e assim
surgiu a propriedade privada e uma diferenciação social baseada na riqueza, prestígio e no poder.
Esquema da Diferenciação Social

Sentarização

Novas técnicas de trabalho

Aumento da produção Aumento da produção

Acomulação de excedentes Divisão de trabalho

Apropriação das riquezas


por parte de alguns DIFERENCIAÇÃO
SOCIAL

12
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

TEMA 3 - AS CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE (FLUVIAIS E MEDITERRÂNICAS)


SUMÁRIO: As Civilizações Fluviais: O Egipto
Introdução
Civilização é o estágio mais avançado de uma determinada sociedade humana, caracterizada pela
fixação ao solo construindo nele cidade. As primeiras civilizações surgiram na fase do neolítico,
suas caracteríticas principais eram a organização nos diversos sectores. Estas civilizações
passaram a existir em sítios que tinham o principais recursos naturais como: a “água”, e boa terra
para cultivar, pastar explorar e morar. A estas áreas deu-se o nome de crescente fértil.
As civilizações fluviais: O Egipto
Chama-se civilizações fluviais às antigas sociedades que se desenvolveram nas margens dos vales
e rios. Incluíndo o Egípto, Mesopotâmia, Índia e China. A existência destas civilizações nesta
vasta região deveu-se aos vales férteis em regiões desérticas junto de cadeias montanhosas. Estes
grandes vales fluviais são:
 O vale do rio Nilo- África do Norte (Egipto),
 Os vales Tigre e Eufrates no Sudoeste da Ásia (Mesopotâmia hoje Iraque),
 O s vales dos rios Indo e Ganges (Índia)
 Os vales dos rios Wang Ho e Yang-Tse-Kiang (China).
Localização e limites do Antigo Egipto: O Antigo Egípto foi uma civilização da antiguidade
oriental localizado no Nordeste de África concentrada ao longo do curso inferior do rio Nilo
Limites:
 Norte o mar mediterrâneo;
 Oeste o deserto da Líbia;
 Leste o deserto da Arábia;
 Sul as primeiras cataratas do rio Nilo.
A economia do Antigo Egipto baseava-se na:
 Agricultura.
 Criação de animais.
 Pesca e trocas comerciais.

O rio Nilo é um dos mais caudalosos do mundo, nasce nos lagos da África Central (Lago Victória-
Tanzânia e Tana na Etiópia). Ao seu redor está cercado de terras altas, ricas em granitos, calcários
e outros minerais que servem à construção. Nas suas margens cresciam plantas aquáticas: lótus,
papiros etc, suas fibras eram usadas no fabrico de cestos, cordas etc. Algumas plantas serviam de
alimentos e outras como medicinais. No rio viviam muitos animais como: peixes, aves, crocodilos,
hipopótamos etc que serviam também de alimento para a população. Por este motivo podemos
dizer que a população egípcia dependia 80% ou mais do rio Nilo.

13
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: Estrutura Política E Hierarquia Social Do Egipto


No topo do Antigo Egípto encontrava-se o Faraó, era considerado um deus dono de tudo, a sua
autoridade era sagrada era o comandante em chefe e sua principal tarefa era fazer reinar a paz e a
união do seu povo. Tinham várias mulheres e filhos a sua principal esposa era chamada de Hemet
nesut (esposa do rei) esta podia ser sua irmã ou uma das suas filhas. A baixo do Faraó a
população foi dividida em duas classes que são: A Classe dos Dominantes e a Classe dos
Dominados.
Classe dos Dominantes ou os Privilegiados.
Eram conhecidos como “classe do saiote branco” devido à sua forma de vestir. E estava
estruturada da seguinte forma:
 Monarcas: administravam as províncias imperiais, os nomos (estados). Seus cargos eram
hereditários.
 Vizires: o termo vizir surgiu na anti Pérsia. Lá este título era dado aos homens que
trabalhavam como 1º Ministro. Já no Antigo Egipto controlavam os impostos fiscalizavam as
obras, chefiavam a polícia e as tropas.
 Sacerdotes: administravam os templos, dirigiam as missas e festas religiosas e eram
conselheiros do Faraó possuíam várias terras e não pagavam impostos.
 Escribas: cobravam impostos, organizavam as leis e a escrita, determinavam o valor das
terras, realizavam censos populaconais e calculavam o stock de alimentos, produção agrícola
e tamanho das terras aráveis etc.
 Grandes comerciantes: dominavam o comércio externo.
Classe dos Dominados (não privilegiados)
 Soldados: recebiam productos com recompensa dos serviços prestados
 Artesãos: eram pintores, barbeiros, tecelões, cozinheiros, escultores, joalheiros. Trabalhavam
para a nobreza (família do Faraó). Como salário recebiam comida e matéria prima.
 Pequenos comerciantes: vendiam producots nos mercados das cidades.
 Camponeses: constituíam maior parte da população e eram agricultores, criadores de gados e
pescadores. Mas tudo o que eles produziam era para a nobreza, recebiam uma pequena parte.
 Escravos: cativos ou condenados da justiça eram capturados durantes os assaltos e guerras
nas aldeias inimigas. Trabalhavam em actividades domésticas, nas obras públicas e
construíam os templos dos reis.
Homem de saiote branco

14
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: As Grandes Inovações Culturais (Religião, Ciência E Arte)


A cultura egípcia conheceu ao longo de vários milénios, um longo processo de desenvolvimento
com destaque à escrita ciência, obras literárias e artísticas.
A religião egípcia
Os antigos egípcios eram politeístas quer dizer que eles “adoravam vários deuses” os mais
importantes eram:
 Amón-Rá deus sole de todos os deuses do Egipto.
 Osíris deus da vida após morte. Era mais popular de todos os deuses devido a lenda que
dizia que ele foi assassinado e cortejado pelo seu irmão Seth, Ísis sua esposa
carinhosamente conseguiu unir cada parte do corpo e Osíris voltou à vida.
 Isis deusa do amor. Esposa de Osíris e mãe de Hórus.
 Hórus filho de Osíris e Ísis deus do céu e protector dos faraós.
 Toth deus da sabedoria, do conhecimento e da lua.
 Bastet deusa da fertilidade e protectora das mulheres grávidas.
 Hathor deusa do amor, da alegria,da dança, do vinho e das festa.
 Khnum deus dos pastores e das nascentes e cheias do Nilo.
 Maat deusa da justiça e do equilíbrio.
 Ptah deus de Mênfis, considerado o criador do mundo e dos artesões.
 Sobek deus da paciência e da astúcia.
 Tefnut deus da nuvem e humidade.
 Chu deus do ar seco. Geb deus da terra.
 Seth deus do deserto e da destruição.
 Anubis deus dos mortos e do submundo.
A ciência egípcia (matemática, astronomia, medicina e escrita)
No Antigo Egípto apenas um pequeno número de cidadãos sabiam ler e escrever. Só os cidadãos
da classe alta e média tinham esse privilégio. Possuíam conhecimentos científicos e práticos que
eram transmitidos de geração em geração.
Matemática: os egípcios não foram os principais inventores, mas já possuíam um conhecimneto
básico. Já realizavam operações de soma, subtração e extracção de raiz quadrada etc.
Astronomia: preocupavam-se com os fenómenos da natureza (especialmente com as cheias do rio
Nilo), com essas ideias conseguiram criar um relógio de água baseado no comportamento do rio,
um calendário de 365 dias baseado na trajectória diária do sol, divididos em três estações agrárias:
1ª estação das cheias, 2ª estação das sementeiras e 3ª estação da colheita. Dividiram também o dia
em 24 horas e 60 minutos.
Medicina: atingiu um nível notável graças as práticas de sotura e da mumificação, tinham
conhecimentos da anatomia do corpo humano, já faziam operações cirúrgicas. Também usavam
magia para curar doenças espirituais.
Escrita: nos finais do quarto milénio, desenvolveram um sistema de escrita conhecido como
Hieroglífica ou escrita sagrada, eram desenhos de seres vivos e de objectos de todas as espécies
em que cada figura significava uma palavra correspondente ao objecto representado. Pouco a
pouco alguns desses sinais passaram a ser usados para representar ideias e sons.

15
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

Com o decorrer do tempo apareceram outros sistemas de escritas mais simples e de traçados mais
rápidos como:
A escrita Hierática ou escrita sagrada, era mais usada pelos escribas na vida civil em cartas,
contactos, relatórios e também na ciência.
Só na última fase da história do Egípto Antigo (3000.2100) a escrita Hierática foi substituída pela
escrita Demótica ou popular, só os religiosos permaneceram com as escritas anteriores. E o
suporte para a escrita era inicialmente a argila, madeira, em algumas rochas e o papiro que deu
origem ao actual papel.
A arte egípcia (escultura, pintura e arquitectura)
 Escultura: fabricavam milhares de estátuas em madeira, pedra, bronze e outros. Umas
homenageando os deuses e os antigos reis e outras para decorarem os templos, túmulos e o
palácio dos Faraós.
 Pintura: os templos, capelas funerárias os túmulos e os palácios eram decorados e
pintados com cores alegres e vivas. Os artistas egípcios nas suas obras representavam mais
o trabalho, a caça, festas religiosas, dança etc.
 A arquitectura: esta arte era para render homenagem aos deuses e aos mortos, usavam
muito a pedra como matéria-prima na construção dos templos. Muitos morriam durante o
trabalho devido o trabalho pesado, as casas de habitação eram feitas de tijolos cru e
madeira. as obras mais destacadas do Antigo Egipto são as pirâmides e os obeliscos.
As causas da decadência do Antigo Egípto: ao tudo que sabemos o Egípto foi um estado
organizado, grande e forte militarmente, mais conheceu o seu declínio devido aos seguintes
factores:
 Perturbações internas e a invasão dos Hicsos, povos vindo da Arábia que aterrorizaram e
governaram o Egípto durante muito tempo.
 Enfraquecimento do poder real os sacerdotes e os governadores de algumas províncias
tornaram-se muito fortes e conspiraram contra o Faraó.
 As revoltas do povo devido aos maus tratos e aumento abusivo dos impostos.
Hicso em egípcio significa soberanos estrangeiros e em grego reis cativos. Semitas originários da
Ásia que invadiram o Egito durante a sua décima segunda dinastia.
A herança da civilização egípcia: Apesar de a civilização egípcia ter terminado há 2 milhões de
anos, parte do seu legado continua vivo no mundo até hoje e temos como herança do Antigo
Egipto o seguinte:
 O calendário actual que contém 365 dias e doze meses.
 Divisão do dia em 24 horas
 Algumas palavras como: alquimia, química, adobe, papel, gazela, girafa, passagens como
vacas magras têm origem na língua egípcia
 As crianças daquela civilização já brincavam a macaca tal como fazem as crianças de
hoje, os adultos apreciavam um jogo de tabuleiro conhecido como senet.
 A nível arquitectónico temos os obeliscos, pirâmides etc
 Alguns alquímicos: fénix, serpente. O papiro dos egípcios foi o antepassado do papel dos
nossos dias.

16
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: As Civilizações Fluviais: A Mesopotâmea


Introdução
Mesopotâmea do grego meso, "meio", e potamus, "rio", significa terra entre dois rios. É o nome
dado a uma área geográfica situada no continente asiático que se encontra entre os rios Tigre e
Eufrates, e actualmente, esta área abrange partes do Iraque e Kuwait, além de partes orientais da
Síria e de regiões ao longo das fronteiras Turquia-Síria e Irã-Iraque.
É considerada como um dos “berços da civilização” pelo mundo Ocidental. A Mesopotâmia da
Idade do Bronze abrigava a Suméria, além dos impérios Acadiano, Babilónico e Assírio, todos
nativos ao território do actual Iraque.
Na Idade do Ferro, era controlada pelos impérios Neoassírio e Neobabilônico. Os povos
sumérios e acádios (incluindo assírios e babilónios) dominaram a região desde o início da história
escrita (3 100 a.C.) até a queda de Babilónia em 539 a.C., quando foi conquistada pelo Império
Aqueménida. Caiu a Alexandre O Grande em 332 a.C. e, após sua morte, tornou-se parte do
Império Seléucida, de cultura grega.
Origem (os primeiros habitantes da Mesopotâmia)
As primeiras civilizações mesopotâmicas foram criadas pelos Sumérios e Acadianos por volta do
final do quarto milénio a.C. esses povos eram oriundos das regiões do Planalto iraniano e segundo
a história desta civilização estes são os primeiros povos. Os Sumérios, sendo os primeiros, foram
os responsáveis pelo desenvolvimento do sistema de drenagem dos pântanos.
Foi na Baixa Mesopotâmia onde surgiram as primeiras civilizações por volta do VI milênio a.C.
através sedentarização (fixação) da população e de uma revolução agrícola, que se originou
durante a Revolução Neolítica e com isso as primeiras cidades tais como Eridu, Ur, Lagashe
Uruk etc.
Localização geográfica, limites
A Antiga Civilização Mesopotâmica localizava-se no continente asiático (Ásia Menor),
actualmente corresponde países como: Iraque e Kuwait. E estava limitado:
 A Oeste e Noroeste pela Arábia;
 A Leste pelos Montes Zagros
 A Sul e Sudeste pelo Golfo Pérsico
A Alta e a Baixa Mesopotâmea
A Mesopotâmia tem duas grandes regiões geográficas diferentes que são:
A Alta Mesopotâmia ou Assíria no Norte, era uma região bastante montanhosa e desértica,
desolada e com escassas pastagens, neste lado da Mesopotâmia a vida era muito difícil, a ausência
de chuvas fazia com que a população saísse de lá e procurar outros rumos e um deste era a Baixa
Mesopotâmia ou Caldeia a Sul, que era uma área muito fértil devido à sua aproximação em
relação aos rios Tigres e Eufrates a terra era um pouco argilosa, no inverno chovia muito e o
terreno o que ajudava bastante no aumento do caudal dos rios. As terras em volta dos rios eram
bastante férteis e ao redor do mesmo também cresciam plantas que eram usadas para vários fins.

17
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

Na Alta Mesopotâmia (Norte) não tinha mineral (pedras e minerais), as árvores eram as
Tamareiras seus frutos serviam de alimentos e a sua madeira não tinha utilidade. A única riqueza
era a argila e com ela fazia-se tábuas para escritas, ladrilhos e instrumentos de cozinha.
Já na Baixa Mesopotâmia (Sul), o solo e o clima eram diferentes e as inundações causavam
poucos prejuízos. Por isso a vida económica e os costumes eram diferentes em relação aos da Alta
Mesopotâmia.

SUMÁRIO: As grandes inovações culturais (escrita, literatura, leis, artes, músicas, dança e
religião)
A Escrita
A Escrita Cuneiforme, foi grande descoberta sumeriana. Era uma escrita ideográfica, na qual o
objecto representado expressava uma ideia. Os sumérios e, mais tarde os babilónicos e os Assírios,
que falavam acadiano fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde, os sacerdotes e
escribas começaram a utilizar uma escrita, que não tinha nenhuma relação com os objectos
representados. Procuravam representar os sons da fala humana, onde cada sinal representava um
som. Surgia assim a escrita fonética,
A Literatura
Da Literatura Mesopotâmica sobraram diversos textos e fragmentos, muitos ainda em vias de
decifração e tradução. Um dos escritos mais famosos é o chamado Códigos de Hammurabi.
Hamurabi, , foi um rei babilónico do século XVIII (foi destronado 1810 a.C.-1750 a.C.) que
conquistou a Suméria e a Acádia, tornando-se o primeiro rei do Império Paleobabilénico. Reinou
de 1792 a.C. até sua morte, em 1 750 a.C., começou por dominar o sul, tomando Ur e Isin do rei
de Larsa. Em 1 762 a.C. conquistou Larsa, em 1 758 a.C. tomou Mari, em 1 755 a.C. Echununa e
provavelmente em 1 754 a.C. conquistou Assur.
O Código de Hamurabi é um conjunto de leis sumerianas escritas pelo antigo rei do império
babilónico. Ele apresenta uma diversidade de penas para diversos tipos de crimes. Contém 282
leis, abrangendo todas as classes existentes no império babilónico, desde o comércio,
propriedade, herança, direitos da mulher, família, adultério, falsas acusações e escravidão.
Suas principais características são:
 Pena ou Lei de Talião, isto é, “olho por olho, dente por dente” (o castigo do criminoso
deveria ser exactamente proporcional ao crime por ele cometido).
 Igualdade de filiação na distribuição da herança.
Divisão da sociedade em classes:
 1ºAwilum: homens livres proprietários de terras que não dependiam do palácio e do
templo;
 2º Muskênum: Camada intermediária, funcionários públicos, que tinham certas regalias
no uso de terras;
 3º Wardum: Escravos, que podiam ser comprados e vendidos até que conseguissem
comprar sua liberdade.

18
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

O Código de Hamurabi tem como objectivo de disciplinar a vida económica (controle dos
preços, organização dos artesãos, etc.) e garantir uma vida socialmente igualitária.
Exemplo de uma disposição contida no código:
Art. 25 § 227 - "Se um construtor edificou uma casa para um Awilum, mas não reforçou seu
trabalho, e a casa que construiu caiu e causou a morte do dono da casa, esse construtor será
morto".

O código de
Hamurabi

Rei Hamurabi

A arte
A Arquitetura: A arte, não era tão notável quanto a egípcia. Caracterizou-se pelo exibicionismo e
pelo luxo. Construíram templos e palácios. Nas construções, empregavam argilas, ladrilhos e
tijolos. As muralhas construídas por Nabucodonosor eram tão largas, que sobre elas realizavam-
se corridas de carros.
Escultura e Pintura: Tanto a escultura quanto a pintura eram fundamentalmente decorativas. A
escultura era pobre, representada pelo baixo relevo. Destacava-se a estatuária assíria, gigantesca e
original.
Música e dança
A música na Mesopotâmia, principalmente entre os babilónicos, estava ligada à religião.
Quando os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, com acompanhamento
de música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: "Glória, louvor tal deus; quero
cantar os louvores de tal deus". Nas cerimónias de penitência, os hinos eram de lamentação: "aí de
nós". Instrumentos sem dúvida de sons surdos acompanhavam essa recitação e no corpo desses
salmos, vê-se o texto interromper-se e as onomatopeias "ua", "ui", "ua".
Religião
Os deuses, extremamente numerosos, eram representados à imagem e semelhança dos seres
humanos. O sol, a lua, os rios, outros elementos da natureza e entidades sobrenaturais,

19
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

também eram cultuados. Cada cidade possuía o seu próprio deus, havia algumas divindades
aceites por todos. Na Mesopotâmia, os deuses representavam o bem e o mal, tanto que adotavam
castigos contra quem não cumpria com as obrigações.
O Patêsi representava o deus e combinava poderes políticos e religiosos. Apenas aos sacerdotes
era permitida a entrada no templo e dele era a total responsabilidade de cuidar da adoração aos
deuses e fazer com que atendessem as necessidades da comunidade.
A ciência
Na Mesopotâmia, as principais ciências estudadas foram:
A Astronomia: Entre os babilónicos, foi a principal ciência. As torres dos templos serviam de
observatórios astronómicos. Conheciam as diferenças entre os planetas e as estrelas e sabiam
prever eclipses lunares e solares. Dividiram o ano em meses, os meses em semanas, as semanas
em sete dias, os dias em doze horas, as horas em sessenta minutos e os minutos em sessenta
segundos.
A Matemática: Os mesopotâmicos usavam um sistema matemático sexagesimal (baseado no
número 60). Eles conheciam os resultados das multiplicações e divisões, raízes quadradas e raiz
cúbica e equações do segundo grau.
A Medicina: a medicina estava ligada a adivinhação. Os médicos não acreditavam que todos os
males tinham origem sobrenatural, já que utilizavam medicamentos à base de plantas e faziam
tratamentos cirúrgicos. Geralmente, o médico trabalhava junto com um exorcista, para expulsar os
demónios, e recorria aos adivinhos, para diagnosticar os males. As civilizações da mesopotâmea
desapareceram a quase 2,5 mil anos, devido às invasões sucessivas pelos persas macedónios,
árabes, mongóis etc.

Organização ou Classes sociais da Mesopotâmia


Socialmente a Civilização Mesopotâmica estava dividida da seguinte forma:
 Aristocratas: (rei, família real, governadores, sacerdotes etc) eram privilegiados e
detinahm a maior parte dos bens do reino;
 povos: (não tinham privilégios e eram explorados e encontam-se os camponeses,
artesãos, militares etc);
 Escravos: cativos da lei e geralmente prisioneiros de guerra.
De uma forma geral esta sociedade estava dividida em duas classes que são: a Classe Dominante
e a Classe Dominada.
As primeiras cidades ou Estados da Mesopotâmea
As primeiras cidades ou Estados foram: Ur, Uru que e Lagash. Mais tarde, com o surgimento de
outros povos fundou-se outras que são: Nipur, Quish, Larsa, Umma, Eridu, Assul, Hatra, Mari
etc
Obs: Aristocracia (do grego (aristos) "melhor, o mais virtuoso, de primeira linha" e
(kratos) "Estado") é uma forma de governo na qual o poder político é exercido por nobres, pessoas
de confiança dos Monarcas ou dos Regentes.

20
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: Funcionamento dos Estados da Mesopotâmia


Os Estados da Antiga Mesopotâmia funcionavam da seguinte forma:
 Tinham um rei (chefe supremo, sacerdote, comandante-em-chefe das forças armadas),
este nomeava: governadores, administradores e outros;
 Administradores: governavam uma província e cobravam impostos, faziam cumprir as
leis favorecendo os dominantes;
 Existia um exército: que impunha as leis e penalizava quem não as cumprissem,
 Os sacerdotes: dirigiam os cultos religiosos e eram também feiticeiros e curandeiros.
A economia da Civilização mesopotâmica
A economia dependia essencialmente da agricultura, criacção de gados, cerâmica, pesca e
trocas comerciais. A economia da Baixa Mesopotâmia, em meados do terceiro milénio a.C.,
baseava-se na agricultura de irrigação. Cultivavam trigo, cevada, linho, sésamo, de onde extraiam
o azeite para alimentação e iluminação, árvores frutíferas, raízes e legumes. Os instrumentos de
trabalho eram feitos de pedra, madeira e barro. O bronze foi introduzido na segunda metade do
terceiro milênio a.C.

Criação de animais: A criação de carneiros, burros, bois, gansos e patos era bastante
desenvolvida;
O Comércio: Os comerciantes eram funcionários a serviço dos templos e do palácio. Mas,
podiam fazer negócios por conta própria. A situação geográfica e a pobreza das caravanas de
mercadores iam vender seus produtos e buscar o marfim da Índia, a madeira do Líbano, o cobre de
Chipre e o estanho de Cáucaso. Exportavam tecidos de linho, lã e tapetes, além de pedras
preciosas e perfumes. As transações comerciais eram feitas na base de troca.
Obs: foram Os sumérios que desenvolveram o arado de cobre, a roda, e utilizaram a força animal
para o transporte, construíram canais de irrigação e diques.
O regime político de Summer e Acade
 Tinha população de cerca de 150 mil habitantes;
 Tinham um chefe supremo chamado Patêsi (eleito no seio familiar) dono de tudo;
 A transição de poder era hereditária (só membros da mesma família)
 Nas cidades havia conselho popular e dos anciãos (também tinham voz no conselhos e por
vezes assim como os sacerdotes, também eram conselheiros do rei);
 Qualquer um que estivesse na classe dominada podia fazer qualquer trabalho.Este rigor
criava cada vez mais um desagrado por parte dos dominados (povo) e que mais tarde criou
guerra entre as cidades visinhas.
Das guerras travadas entre as cidades destacou-se a cidade de Babilónia. Estes derrotaram o rei
anterior e Mesopotâmia deixou de ser comandada pelos Sumérios e sim pelos Babilónios.

21
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: As Civilizações Mediterrânicas: A Grécia


Meio natural. Situação geográfica.
A Antiga Grécia ocupava no mediterrâneo um território pouco extenso, mas muito variado do
ponto de vista geográfico que compreendia o Sul da Península Balcânica, as ilhas do mar Egeu e o
mar Jónico e as costas da Ásia Menor. A sua localização oferecia condições favoráveis para se
comunicarem com outros povos a partir das águas

Origem da População Grega


Os mais antigos povos que habitaram a Grécia deixaram muitos vestígios como: restos de casas,
palácios, jóias, cerâmicas, e outros objectos que nos permitem hoje conhecer grande parte da sua
história. Trabalhavam o mármore, marfim e bronze e construíram barcos com os quais
comercializavam no mediterrâneo com os outros povos.
Só no IIº milénio chegaram à Grécia os Aquéus, vindos das Estepes do Mar Negro que ao se
juntarem com os Cretenses construíram cidades, palácios reais. As migrações não terminaram por
aí já que mais tarde surgiram os Eólios, os Jónios e os Dórios. Estes últimos chegaram à Grécia
no fim do IIº Milénio a.n.e. O uso de armas de ferro facilitou-lhes dominar as tribos que
encontraram.
Economia
Dependiam da agricultura, criação de gado, artesanato e a navegação. Os agricultores e
pastores produziam quase tudo o que precisavam. Com o artesanato fabricaram vasilhas de argilas,
sandálias de couro, armas de bronze (com a chegada dos Dórios), embarcações. Depois azeite de
oliveira e vinho. Chegavam de algumas colónias cereais, sal, peixe salgado, escravos e também
faziam troca de produtos com outros povos.
Divisão social
Em cada ilha viviam tribos diferentes. Tudo o que produziam era para o colectivo. Isso só mudou
com a invasão dos Dórios que se apoderaram de grandes parcelas de terras assim como de
numerosos rebanhos foi isto originou a divisão social.
A formação e funcionamento do Estado grego
As tribos eram dirigidas por um grupo de pessoas mais velhas e de maior experiência (anciãos) e
os “Basileus chefes das tribos” que tinham indivíduos que trabalhavam para eles. E estes, nas
guerras obtinham a maior parte dos saques. Os assuntos da tribo eram resolvidos em assembleias,
dirigidas pelos anciãos e na frente os Basileus. Os cargos eram hereditários. As cidades mais
importantes eram Atenas, Esparta, Creta, Troia etc. A diferenciação social é que deu origem ao
aparecimento do Estado.

22
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: A religião, decadência e o Legado da civilização Grega


Religião os Gregos temiam o sobrenatural e acreditavam em vários deuses. Eles representavam os
deuses como seres humanos, mas consideravam-nos imortais e mais poderosos que os homens. Os
deuses da mitologia grega são:
 Zeus: deus do céu e tempestade;
 Hera:casamento;
 Posídon: deus do mar;
 Demeter: deus da colheita;
 Hades: deus do inferno;
 Atena: deusa da Sabedoria;
 Apolo: deus do sol;
 Afrodite: deusa da Beleza e do amor;
 Ares: deus da Guerra;
 Hefesto: deus da arte;
 Hermes: deus do comércio;
 Héstia: deusa do lar.
A decadência da Grécia
A Grécia caíu nos finais do séc. IV, devidos aos conflitos armados entre Espartanos e Atenienses,
que a conduziram numa grande crise económica e enfraquecimento do poder central.
Possibilitando a penetração de Alexandre da Macedónia que viu o seu império se expandindo da
Grécia ao Egípto, que também durou pouco tempo perdendo seus territórios para os Romanos séc.
II a.n.e.
O Legado Grego
Foi entre os Atenienses que a cidade passou a significar mais do que um simples lugar onde se
reuniam as actividades de comércio, administração, defesa, cultura e religião; criou-se uma
importante comunidade política e a Democracia.
A arquitectura e a escultura eram a expressão máxima da criatividade dos gregos. O teatro
grego nasceu em Atenas no século VI a.C., provavelmente nas festas dedicadas ao deus Dioniso.
Os Primeiros Historiadores: Os gregos, como outros povos, procuravam conhecer e explicar
suas origens. Para isso, recorriam aos mitos e as lendas. O primeiro grego que fez isso foi
Heródoto (484-425 a.C.), o “pai da história”.
Os grandes pensadores gregos: Tales de Mileto e outros filósofos como Pitágoras,
Anaximandro, Heráclito, Parménides e Demócrito. Nesse período, as principais preocupações
diziam respeito à natureza do mundo e ao sentido da vida. Na segunda metade do século V a.C., a
atenção dos pensadores deslocou-se para os problemas da vida social e política. Essa nova
tendência iniciou-se com uma corrente filosófica denominada sofismo. O mérito dos sofistas foi
popularizar a filosofia e discutir questões importantes, como a escravidão e a guerra. Segundo os
sofistas, não existem verdades absolutas; Pítágoras, o mais destacado entre eles, afirmava: O
homem é a medida de todas as coisas. Sócrates e Platão foram dois dos principais filósofos do
século IV a.C. Sócrates acusava os sofistas de não procurarem o verdadeiro saber. Defendia a
existência de verdades válidas universalmente. A frase “Conhece-te a ti mesmo”

23
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: As Civilizações Mediterrânicas: Roma


Situação geográfica A península itálica situa-se a Sul do continente europeu e em contacto com o
mar mediterrâneo, três mares banham as suas costas: o Adriático o Jónio e o Tirreno.
Os primeiros habitantes Os
primeiros habitantes de Roma foram
os Italiotas, vindos da Europa central,
os Etrucos os quais se tem poucas
informações e também os Gregos.
O mito da fundação de Roma segundo
este, Roma teria sido fundada em 753
a.C., por dois irmãos gêmeos Rómulo e
Remo filhos de uma princesa e do deus
da guerra (marte), foram abandonados
perto do Tibre, cresceram amamentados
por uma loba. Decidiram fundar uma
cidade com alguns companheiros,
depois de uma disputa Remo foi morto e
Rómulo funda a cidade com o seu nome
“Roma”. Roma foi uma das mais
A história da civilização romana é dividida em três fases: importantes civilizações da idade antiga
porque sua existênca influenciou se
 1ªMonarquia, estendeu em mundo.
 2ª República
 3ª Império.
Roma Monárquica ou Reinado (753 a 509 a.C)
Nos primeiros cem (100) anos da monarquia a civilização romana era apenas uma pequena aldeia.
Com a conquista dos Etrucos ocorreu uma rápida modernização de Roma, nessa época a sociedade
era dividida em:
 Patrícios: grandes proprietários de terras, privilegiados e detentores do direito;
 Plebeus: pequenos proprietários e comerciantes, eram livres mais não da vida política;
 Clientes: prestavam serviços aos patrícios e em troca recebiam pretecção e benefícios de
cunho económico;
 Escravos: prisioneiros de guerra sem direito algum.
Durante a monarquia a Roma foi governada por:
 Um rei supremo (cujo cargo era vitalício e hereditário);
 Um Senado (reunião dos chefes das famílias patrícias) que elaboravam as acções do rei
 E posteriormente por uma Assembleia Curiata formada por todos os Patrícios adultos que
descutiam e votavam as leis pelo Senado.

24
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

Roma Republicana (509 a 27 a.C)


Nesta fase o lugar do rei foi ocupado pelos “ Magistrados”, o Senado passou a ser o principal
órgão político. Deu-se muitas disputas entre Plebeus e Patrícios por melhores condições de vida e
direitos semelhantes. Já que os Plebeus eram da camada baixa.
Revolução dos Plebeus: mesmo sendo a maior parte da população, os Plebeus não tinham
direitos políticos não podiam se casar com Patricios e se tornavam escravos quando não pagassem
as suas dívidas. Ameaçaram retirar-se de Roma com o objectivo de fundarem uma nova cidade. Os
Patrícios foram obrigados atender as reclamações das classes baixas por meio de leis mais
favoráveis. E surgiu a Lei das 12 Tábuas.
1º Lei Canuleia: permitia casamento entre plebeus e patrícios.
2º Lei Licínia: proibia a escravidão por dívida. Entre outras que acabou favorecendo também os
Plebeus.
Roma Imperial
Império: é uma palavra derivada do latim imperium “poder ou autoridade”, chama-se impérios a
grupos de Estados ou reinos subordinados à um estado um estado dominante.
O Triunvirato e o fim da República: A república encontrava-se em crise desde o princípio do
século I a.C., Lucius Cornelius Sulla quebrou todas as regras constitucionais ao tomar a cidade de
Roma com o seu exército em 82 a.C., para se tornar ditador vitalício. Sulla desistiu e devolveu o
poder ao senado romano, mas, no entanto o precedente estava lançado.
Esta série de acontecimentos terminou dando origem ao Primeiro Triunvirato (um acordo
secreto entre César, Pompeu e Crasso) Tendo este sido desfeito após a derrota de Crasso em
Carrhae (53 a.C.), restavam dois lideres influentes, César e Pompeu; que declara César inimigo de
Roma. César inicia a Guerra Civil e vence Pompeu em Farsalia (Agosto 48 a.C.) e torna-se a
primeira pessoa a governar toda Roma.
Após a morte de Júlio César surge um novo Triunvirato, entre Octávio (sobrinho e filho
adoptivo de Júlio César), Marco António e Lépido, estes criaram uma Guerra Civil,
culminando com a victória de Octávio, e deixou Octávio como a única pessoa com poder para
governar unicamente Roma, tornando-se no primeiro Imperador romano.
A era imperial em Roma teve como fundador e primeiro imperador Octávio César Augusto 27
a.c a 14.
Características do Regime Imperial
Octávio César Augusto fez algumas reformas no sector político concentrando os maiores
benefícios para si. Vejamos como:
 O imperador passou a comandar depois o exército;
 Apropriou-se do poder tribúnico
 Tornou-se pontifix maximus, isto é supremo sacerdote.
 Partilhou com senado o controlo daas províncias.
 Finalmente promoveu a criacção de um autêntico aparelho de Estado, nomeando novos
funcionários superiores que controlavam a administração (os prefeitos).

25
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: A religião: Origens e Proclamação do Cristianismo


Inicialmente a crença dos antigos romanos estava ligada às instituições familiares e ao culto do
espírito dos antepassados. Desejavam conhecer a vontade dos deuses através de práticas e
adivinhação realizadas pelos sacerdotes.
Com a anexação da Grécia no seu império passaram a adorar também deuses gregos como:
Júpter, Juno, Minerva, equivalentes a Zeus, Hera e Atena.
Depois de conquistar todo o mediterrâneo foi a vez da Ásia. Nesta província, os Romanos
descubriram que: um grande número de judeus esperava a vinda de um salvador que os
libertaria do ocupante romano. Segundo a tradição Jesus Cristo nascido na Galileia
apresentou-se como o Messias “o enviado” sua pregação atraiu vários judeus e a preocupação do
Estado Romano que viam Jesus como um inimigo bastante perigoso prenderam-no e o
crucificaram, os cristãos tornaram-se suspeitos do Estado porque não adoravam os deuses romanos
porque se consideravam monoteístas, ou seja, acreditavam e adoravam um só Deus.
Depois de um tempo os cristãos passaram a ser perseguidos e lançados às feras nos coliséus
(Gladiadores). Sendo um espetáculo muito apreciado pela Plebe e Patrícios romanos. No século
IV da nossa era. O Cristianismo que já tinha se espalhado por todo o império devido as suas
mensagens de irmandade e boa nova, o Imperador Constantino I decretou a liberdade religiosa
no Império e finalmente em 390.
O Imperador Teodósio declarou o Cristianismo religião oficial do Estado Romano e proibiu
os cultos pagãos. Porque os Imperadores e as classes ricas notaram que o cristianismo não era tão
perigoso como suspeitavam. E porque acharam também que com estas doutrinas podiam ensinar
os pobres a serem humildes e a aceitarem ser explorados com uma recompensa baixa sem que eles
reclamassem, aconselhando-os a não se revoltarem contra a Classe Dominante “Dai a César o
que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Constantino I (272-337) - Primeiro imperador romano a reconhecer o cristianismo (Édito de
Milão-313 Documento histórico. O cristianismo deixa de ser perseguido).
Concílio de Nicéia (325) - Primeira conferência dos bispos da igreja com a tolerância (e mesmo o
apoio) do imperador romano.
Santo Jerónimo (340-420)- Tradutor da Bíblia para o Latim. Um passo importante na expansão
da religião cristã no Império Romano.

26
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: O Fim do Império Romano


Causas da decadência de Romano do Ocidente.
A partir do século II, o Império romano confrontou-se com perturbações de todos os tipos como:
problemas económicos, corrupção, instabilidade política, revoltas militares, guerras civis, ataques
e tentativas de invasão por parte dos povos estrangeiros que viviam nas mediações do império.
A invasão dos povos Bárbaros durante os séculos VI e V.
Para os romanos, Bárbaros eram todos os povos que não falavam a sua língua. A principal família
de povos Bárbaros eram os Germanos (actual Alemanha) que viviam no Norte dos rios Reno e
Danúbio, cobiçavam as terras romanas por ser muito férteis e suas cidades prósperas. Com esse
interesse dos Germanos, a defesa das fronteiras romanas começou a tornar-se uma tarefa cada vez
mais difícil.
Em meados do século IV, os Hunos povo origem asiática se aproximaram na Europa Oriental. Por
serem muito violentos e agressivos, povos vizinhos dos romanos ao se aperceberem da vinda detes
preferiram atacar os romanos e fugir dos Hunos. Foi o caso dos Visigodos que em 376 venceram
os romanos (batalha de Andrinopla-Grécia), e acabaram por fixar-se em Roma.
A partir daí deu-se sucessivas invasões no Império Romano do Ocidente: Suevos, Vândalos,
Anglos, Alamanos, Burgúndios, Ostrogodos, Saxões e francos ocuparam o Império romano.
Em 476 um pequeno povo bárbaro os Hérulos destronaram o último imperador romano (Rômulo
Augusto 475-476) acto que marcou o fim Império Romano do Ocidente e o nascimento da Idade
Média. Enquanto a isso, o Império Romano do Oriente ainda se manteve em pé por mais mil anos,
e destruído mais tarde pelos turcos Otomanos (1453-início da idade moderna até 1789 idade-
contemporânea).
O legado de Romano à Humanidade: a civilização romana deu um grande contributo à
humanidade especialmente nas seguintes áreas:
 Literatura: a língua latina esteve na origem de muitas línguas que hoje se falam em vários
países do mundo (Italiano, Espanhol, Francês, Portuguès etc).

 Direito: inicialmente, as leis romanas eram orais e baseadas nos costumes, revelando uma
forte influência religiosa. No entanto, no período republicano, como consequência das
lutas de classes, as leis começaram a ser escritas (Lei das Dose Tábuas). A partir de então,
a sua evolução fez com que o Direito Romano se tornasse uma das bases da ciência
jurídica dos povos contemporâneos.

 Urbanização:a actual noção de cidade organizada enquanto entidade organizada deve-se


em grande parte à influência de Roma.

 Religião: a actual igreja católica e o cristianismo foi institucionalizado em Roma.

27
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

TEMA: 4- A EUROPA FEUDAL.


SUMÁRIO: Introdução Ao Tema
Introdução
Com a destruição do Império Romano do Ocidente, várias regiões da Europa passaram a
apresentar baixa densidade populacional devido às mortes provocadas pelas guerras, doenças e à
insegurança existente. O fim do Império Romano do Ocidente marcou o início da Idade Média e o
surgimento do “Feudalismo”.
Feudalismo: foi a nova forma como a Europa se organizou economicamente após a invasão e
penetração dos povos Germânicos no Império Romano. Esta nova fase era baseada na relação
senhor e servo, e os indivíduos mais importantes na sociedade além do rei e os clérigos, eram
aqueles que tinham grandes porções de terra.
A formação da sociedade feudal na Europa
Por que Europa Feudal? A este período denominou-se Europa Feudal por que:
Quando os germanos conquistavam um reino por meio de uma batalha, este se tornava
propriedade do rei que por sua vez dividia estas terras e dava aos senhores da classe alta, e o nome
de cada terreno chamava-se feudo na língua germânica “que significa gado, posse ou
propriedade”. Por isso é que os senhores que tinham feudo ou propriedades eram chamados de
Senhores Feudais. E tudo o quanto se produzia nestas terras, os senhores feudais dividiam com o
rei, ou seja, os senhores feudais trabalhavam para o rei.
O feudo dividia-se em três partes:
 A propriedade privada ou manso senhorial, no interior da qual se eregia um castelo
fortificado;
 O manso servil, que correspondia à porção de terras arrendadas aos camponeses e era dividido
em lotes;
 O manso comunal, constituído por terras coletivas pastos e bosques usadas tanto pelo
senhor quanto pelos servos.

Divisão social na era Feudal

A sociedade estava dividida em três grupos sociais: o clero, a nobreza e os servos

 O clero (papas, bispos e padres etc) dirigiam os cultos reigiosos e eram conselheiros dos reis.
Tinham poder político sobre uma sociedade bastante religiosa, onde o conceito de separação
entre a religião e a política era desconhecido.
 A nobreza (também chamados de nobres ou nobreza-rei, rainha, príncipe, princesa, duque,
duquesa, conde, barão baronesa etc) tinham como principal função guerrear, além de exercer
considerável poder político sob as demais classes.
 Os servos, constituídos pela maior parte da população camponesa, sofrendo intensa exploração.
Prestavam serviços aos seus senhores pagavam tributos em troca da permissão de uso da terra e
de proteção militar.

28
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: Características do Feudalismo


As principais características do feudalismo são:
 O controle dos senhores feudais, que eram donos de todas as terras de cada feudo;
 A relação de suserania, isto é: um nobre (suserano) doava um feudo para outro nobre
(vassalo), e em troca, recebia fidelidade e favores (às vezes militares). O maior suserano era o
rei, que fazia esses acordos com os nobres o tempo inteiro.
 A principal relação existente entre os indivíduos na sociedade era de senhor e servo. E não
havia escravatura porque o servo era pago pelos serviços prestados;
 O comércio não era forte, a base da economia feudal era agrária, a actividade económica,
tinha como base uma agricultura de subsistência, “garantir o seu próprio sustento”. A
quantidade do que era produzido pelos agricultores bastava para eles.
 Os poderes jurídico, político e económico eram monopolizados pelo senhor feudal. Apesar
de o rei ser a autoridade máxima, os senhores feudais, recebiam muitos privilégios por parte da
monarquia;
 A igreja católica muito poderosa. Durante o feudalismo. A igreja católica era a instituição
feudal mais poderosa;
 Os servos pagavam impostos e tributos. Os servos trabalhavam nas terras cedidas pela
nobreza e por conta disso, eram obrigados a pagar impostos. Alguns dos principais impostos
pagos eram: Capitação- imposto pago por cada membro da família; Dízimo- 10% da produção
era pago à igreja.
Ascensão do feudalismo
O sistema feudal começou a ascender no século IX, mas a sua melhor fase deu-se no século XIII. A
exploração camponesa torna-se intensa, concentrada em certas regiões superpovoadas. Surgem
novas técnicas de cultivo, novas formas de utilização dos animais e das carroças etc.
As principais causas da queda do feudalismo
A partir do século XII, ocorreram várias transformações na Europa que contribuíram para a crise do
sistema feudal. As principais causas da queda do feudalismo foram:
O renascimento comercial impulsionado, principalmente, pelas Cruzadas; O aumento da circulação
das moedas. Este factor disfez o sistema de trocas de mercadorias, característica principal do
feudalismo (troca de produto para produto); Desenvolvimento dos centros urbanos, provocando o
êxodo rural. Muitos servos passaram a comprar sua liberdade ou fugir por oportunidades de
trabalhos; O surgimento da burguesia, nova classe social que dominava o comércio e que possuía
alto poder económico. Esta classe social foi, aos poucos, tirando o poder dos senhores feudais. No
final do século XV, o feudalismo encontrava-se disfeito e enfraquecido. Os senhores feudais
perderam poder económico e político. Começava a surgir as bases de um novo sistema, o
capitalismo.
A herança do feudalismo
Desenvolvimento de técnicas agrícolas e de artesanato que se mantiveram até hoje: por
exemplo, do arado, do jogo frontal, da roda hidráulica e do moinho de vento. A separação do
artesato e da agrícultura data deste período; É bem provável que o capitalismo também surgiu
durante o feudalismo, A relação entre os indivíduos na sociedade feudal era de senhor e servo.

29
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

TEMA 5 - A ÁFRICA NA IDADE MÉDIA (DO SÉCULO IV AO SÉCULO XVI)


SUMÁRIO: Introdução Ao Tema
Características gerais das sociedades africanas na Idade Média
Ao contrário do que os europeus diziam a respeito do nosso continente “que a história de
África só começou com a sua presença”, estudos feitos pelos grandes historiadores apuraram
que:
Antes do século XV período que antecede a penetração europeia no nosso continente, África já
produzira civilizações que se destacaram em nível de organização económica política e sócio-
cultural o que quer dizer que já éramos organizados antes da presença de qualquer estrangeiro,
porque reinos como: Aksum c. 100- c. 940 (actual Etiópia e Eritreia), Moroé (actual Sudão), Ifé
(actual Nigéria), fon (actual Benim), o Império do Gana (300 a 770 séc. IV d.C) o primeiro
Império negro a ser a ser conhecido na história de África, o Império do Mali (1230-1546 (surgiu
da desintegração do império ganês), o Império Songhai (séc. XV-XVI), o Império
Monomotapa (1430-1760). Reino do Kongo (1390-1857 soberano e 1857 vassalo) e seus
Reinos vassalos (Ndongo, Kissama, Matamba etc), etc foram erguidos muito antes dos europeus
chegarem em África. Entre estes reinos ou Impérios havia relações quer políticas, económicas e
até mesmo cultural. E por vezes guerreavam entre si, para impor o seu poderio e estender o seu
território, tal como já acontecia no continente europeu.
A escravatura africana (doméstica ou patriarcal): Em África a escravatura já existia desde
os tempos remotos, ou seja, muito antes da penetração europeia. Pois muitos dos trabalhos
domésticos ou públicos eram executados por escravos. Nas sociedades africanas, os escravos
eram membros da família ou da comunidade e muitas vezes tinham as mesmas obrigações e
direitos semelhantes à de outros membros da comunidade. Um indivíduo tornava-se escravo
por: dívida, prisioneiro de guerra, violação da lei etc. No entanto os escravos podiam libertar-
se por cumprir seus castigos, pagando suas dívidas e até mesmo ao casarem com a filha do seu
senhor, alguns chegavam a ocupar o trono devido a sua sabedoria.
A escravatura africana ou de africano para africano é chamada de escravatura doméstica ou
patriarcal, porque era só entre africanos às vezes da mesma pátria e o trabalho não era forçado.
O quadro da história do nosso continente só mudou a partir do séc. XV, quando os europeus
decidiram seguir os Árabes no mundo do expansionismo comercial e, por conseguinte deixar de
depender dos mesmos e dos Italianos (Monopólio Árabe-Italiano), também com o intuíto de
recuperar a sua economia que estava muito baixa devido aos altos gastos para a cura da doença
que assolou a Europa “a peste negra”. Os fez lançar-se ao mar sob o lema “mais terras mais
ouro”, e descobrirem o Benim onde notarem que lá podiam comprar escravos sem nenhuma
problema, e ao notarem que este negócio era rentável queriam mais. Mais tarde notaram que os
reis se opunham em vender os indivíduos da sua pátria e sim apenas os estrangeiros. Neste caso,
os europeus não quiseram entender este lado, daí a história do continente africano mudou de
rumo. Do século XVI ao século XVIII é chamado de era do tráfico porque os europeus
passaram a usar a força para poder levar escravos de África para outros continentes mudando o
sentido da história do continente, durante este período os europeus passaram a interferir no
desenvolvimento do nosso continente nos submetendo à escravidão.

30
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: Consequências Das Migrações Bantu


Origem: os Bantu são um grupo etnolinguístico africano provenientes dos Camarões da Nigéria.
Expansão dos Bantu: a primeira fase da sua expansão começou há 2 mil anos a.n.e. E fez-se de
Oeste para leste (dos Camarões, Centro de África até a Seichelles), já a segunda fase da sua
expansão começou há 1000 mil anos a.n.e. e fez-se de Norte a Sul (do Sudão até a África do
Sul).
Os Bantu eram agricultores e pastores também já possuíam o domínio da metalurgia o que lhes
possibilitou fabricar seus instrumentos destacando-se os utensílios domésticos, objectos usados na
agricultura como também instrumentos de defesa como armas e isso lhes dava superioridade em
relação aos outros povo que não tinham estes domínios.
Por mais que fossem superiores em relação aos nativos de outros territórios que eram na sua
maioria nómadas, caçadores-colectores., não os expulsavam muito pelo contrário misturavam-
se o que foi originando o surgimento de novos clãs com línguas e culturas mistas, e
consequentemente surgiu a diversidade de povos e línguas ou grupos etnolinguísticos
diferentes. Em Angola por exemplo, os Bantu se misturaram com os Khoisan e resusltou na
origim dos seguintes grupos etnolinguísticos:
Grupo Étnico Língua
Ambundu Kimbundu
Tchôkwe Tchôkwe
Bakongo Kikongo
Ovimbundu Umbundu
Ovambo Oshiwambo
Gangela Gangela
Nyaneka Humbi Nyaneka
Herero
Xindonga
Khoisan

31
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: Os Primeiros Estados Pré-Coloniais (Os Grandes Impérios Africanos)


Dentre os Estados africanos, o Egipto é o mais antigo assim. A nível dos impérios negros mais
antigos destacam-se os seguintes: o Império do Ghana, o Império do Mali, o Benin, o Reino do
Congo, Monomotapa, o Reino do Songhai etc.
O Império do Ghana
O Ghana foi o primeiro Estado negro conhecido, quanto à sua fundação, alguns autores apontam
para o século IV (4)-300 até 770. Por Bassi Sumaba Cissé.
Localização: situava-se na Costa Ocidental de África, na região entre o Saara e os rios Níger e
Senegal abrangia parte de actuais regiões do Mali e Senegal. Era um império muito forte
militarmente e a sua capital era Kumbi Saleh.
Organização do império: Estava dividido em províncias dirigidas por governadores. A
sociedade estava dividida em duas classes:
 Classe Dominante (rei, sua família, governadores e conselheiros)
 Classe Dominados (constituída pelo povo).
Actividade económica: A principal actividade económica era o comércio do sal e do ouro. Já
naquela época o Ghana era conhecido como o país do ouro, o artesato, a pesca também faziam
parte da economia. Mais tarde apareceram pastores nómadas chamados Almorávidas, que
invadiram o império e se apoderaram do país.
Império do Mali (situação geográfica)
Com a destruição do Império Ghana fez surgir vários pequenos reinos, entre eles o Reino do Mali
(1230-1530). Situado entre os rios Níger e Buré. Mais tarde, expandiu-se por todo o Mali, seu
fundador foi Sundiata Keita.
Organização social: Keyta organizaou a população em 30 grupos:
 16 clãs de homens livres,
 Cinco clãs de Marabos,
 Cinco clãs de artesãs
 Quatro de Barbus.
A maior parte dos homens livres eram camponeses e recrutados como soldados.
Funcionamento do Estado
Durante o seu tempo de duração o império tinha uma administração descentralizada, as províncias
eram chefiadas por um indivíduo que tinham funções administrativas e judiciárias.
O declínio do império
Na segunda metade do século XVIII, Mali entra em declínio devido os conflitos internos (na
família real, entre governadores e entre o povo e o rei). Este factor foi crucial para a ascensão do
Império Songhai.

32
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

Império Songhai
Foi um Estado pré-colonial da África Ocidental que hoje abrange Mali, Níger e Burkina Fasso.
Fundado por Ásquia Ixaque no século XV, o Songhai foi um dos maiores impérios africanos da
história. Tinha o mesmo nome do grupo étnico, dos líderes.
Sua capital era Gao. Surgiu após o declínio do Império Mali que trocaram o nome para Songhai.
Por muito tempo dominaram os pequenos Estados adjacentes, viviam da pesca, ouro, sal,
pastorícia e da agricultura. Chefe:.
Monomotapa (Muenemotapa 1430-1760)
Era título dos chefes de uma tribo que mais tarde fundou o império com este nome. Floresceu
entre os séculos XV e XVIII, na região sul do Zambeze entre o planalto Zimbábwe e o Oceano
Índico (actual Zimbábue). De acordo com a tradição oral, o primeiro Muene foi príncipe guerreiro
chamado Nyantsimba Mutota.
Organização social
A sociedade estava dividida em quatro classes:
1ᵅ Muene Mutapa.
2ᵅ O Imperador.
3ᵅ Os Mambo chefes dos reinos subordinados pelo imperador e das aldeias.
4ᵅ O povo incluindo camponeses, pastores, artesãos, comerciantes, agricultores etc. Monomotapa
originou o actual Zimbábue.
A palavra Zimbábue significa: grande casa de pedra ou grande casa do chefe) devido às
muralhas que eles construíam.
Estados Hauças
Reinos hauçás é o nome pelo qual ficaram conhecidos uma série de cidades-Estado independentes
situadas entre os rio Níger e Lago Chade.
Hauçá Bakwai
Os reinos hauçás começaram como sete Estados que partilhavam a mesma mitologia de seus
fundadores, segundo a qual seriam os filhos de uma rainha. Eles são conhecidos como os Hausa
Bakwai, que significa "Sete Hauçás".
Daura 1806, Kano 998 – 1807, Katsina c. 1400 – 1805, Zazau (Zaria) c. 1200 – 1808, etc.
Apogeu: Os reinos hauçás emergiram antes do século XIII como centros comerciais vibrantes que
competiam com Canem-Bornu e o Império do Mali. As principais exportações foram de couro,
ouro, pano, sal, nozes de cola, peles dos animais, e hena.
Queda
Os Hauçá eram vulneráveis à agressão no século XVI, foram atacados pelos muçulmanos
jihadistas de 1804 a 1808. Em 1808 o último Estado hauçá foi finalmente conquistado por
Usuman dan Fodio e incorporado no Califado de Socoto.

33
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

SUMÁRIO: Penetração E Expansão Do Islão Em África


Introdução
Sob o Califado Ortodoxo: Egipto, 639 e no Norte da África (início), 652
Sob o Califado Omíada: Norte da África (conclusão), 665.
A expansão islâmica (632–732), (em árabe Fatah, literalmente "abertura") também chamada
de conquistas islâmicas ou conquistas árabes, começou logo após a morte do profeta Maomé.
Surgimento do Islamismo
No século VII, surgiu em Meca (Arábia Saudita) um movimento político-religioso, “o islamismo”,
que esteve associado à formação do Estado Árabe. Em 610, Maomé, um comerciante de Meca,
começou a pregar novos princípios religiosos, apelando à crença num Deus único, Alá, a que
todos os Árabes deveriam obedecer. A religião islâmica (“Islam” significa em árabe “submissão a
Alá”) surgiu como uma ideologia de unificação de todos os Árabes. Maomé deparou-se com
grandes conflitos, visto que maior parte dos comerciantes viam na nova religião uma ameaça.
Esclarecendo...
Em 24 de Setembro de 622, Maomé foi expulso de Meca, tendo refugiado para Yatreb (actual
Medina a cidade profética). A esta fuga foi dado o nome de Hégira. A partir deste ano inicia-se
o calendário muçulmano e após conquistarem Medina recuperaram Meca (630) com a expansão da
religião. Daí, a sua influência estendeu-se rapidamente ao resto da península Arábica.
A maior parte das tribos Árabe aceitou o islamismo, reconhecendo Maomé como o representante
de Alá na terra.
A primeira fase da expansão é aquela que começou na própria Arábia Saudita e mais tarde
estendeu-se por quase todo o continente asiático.
A segunda fase das conquistas levou os Árabes para o Ocidente, até ao Norte de África e à
península Ibérica, na Europa e para o Oriente até ao rio Indo (Índia).
A expansão do islamismo em África
O islamismo atingiu o continente africano por duas vias principais:
 Por terra: propagou-se pelo Norte de África na direcção Leste-Oeste,
 Por mar: estendeu-se pelo litoral do Índico até Sofala (Moçambique).
No século VII, os Árabes tinham já conquistado o Norte de África desde Marrocos até ao Egipto.
A resistência dos Berberes à dominação árabe deteve durante esse século a sua penetração até ao
Sul do Sara. Em 758, fundou-se a cidade de Sijilmassa que abriu a rota aos Árabes para o Sudão
possibilitando trocas de mercadorias, o ouro, o sal que eram os principais produtos de troca. O
cobre, o marfim, a goma, a malaqueta, a cera, as peles e couros, tamareiras e, sobretudo, os
escravos completavam as trocas desta feita, estava assim aberto caminho dos árabes para África, o
que leva a dizer de que o islã em África só existe graças aos comerciantes e às migrações de
alguns árabes
A penetração árabe em África, explica o motivo pelo qual alguns africanos são falantes da língua
árabe professam a religião islâ.

34
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”
História 7ª Classe... “Se queres prever o futuro, estuda o passado”

Em África, a expansão islâmica se deu basicamente em três seguintes sítios:


Do Marrocos (noroeste) até o Saara e terminou na África Ocidental. Países afectados: Argélia,
Tunísia, Sara Ocidental, Mauritânia, Mali, Níger, Tchad etc;
Depois, do baixo para alto vale do rio Nilo, chegando até ao nordeste (Somália e arredores). Países
afectados: Egipto, Sudão, Sudão do Sul, Eritreia, Djibuti, Somália, Quénia, etc;
E por fim, os comerciantes que saíam da península arábica e partes da Índia, criaram
assentamentos na costa oriental de África (oceano Índico) e lá difundiram o islamismo. Países
afectados: Moçambique, África do Sul, Zimbábwe Tanzânia, Malawi etc.
O número de muçulmanos em África actualmente é estimado em mais de 300 milhões, cerca de
27% do total dos seguidores da religião criada pelo profeta Maomé.

Sabias que... A Arábia, também conhecida como península Arábica, é uma península do sudoeste
asiático, também chamada de subcontinente. É a maior península do mundo, com 3 237 500 km².
Abrange os seguintes países: Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos,
Iêmen, Omã e Kuwait, e partes da Jordânia e do Iraque.
Expansão do islão no mundo

35
Material de História Elaborado pelo Professor “Francisco Cadete”

Você também pode gostar