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HIDRAULICA E SANEAMENTO BÁSICO

Hidráulica E Saneamento Básico

Hidráulica é uma área da Física que estuda as características físicas dos fluidos em seu estado
líquido, seja em repouso ou em movimento.

Também conhecida como Mecânica do Fluidos, ela é responsável por identificar o comportamento e
uso dos fluidos confinados ou em escoamento, como uma forma deles atuarem como sistemas
transmissores de energia.

Através dos seus estudos, é possível conhecer as leis que regem o transporte, a conversão de
energia, a regulação e o controle dos fluidos agindo sob efeito de variáveis como pressão, vazão,
temperatura, viscosidade, etc.

Neste sentido, a principal lei que fundamenta os estudos da hidráulica é a de que a pressão exercida
em ponto qualquer de um líquido em repouso (estático) é a mesma em todas as direções e exerce
forças iguais em áreas iguais.

O estudo da hidráulica pode ser dividido em três partes: a hidrostática, que se dedica em
compreender o comportamento dos fluidos em repouso, a hidrocinética, que estuda os fluidos em
movimento e a hidrodinâmica, que leva em consideração as variáveis envolvidas no escoamento
dos fluidos, como forças da gravidade, da pressão, da tensão tangencial, da viscosidade, da
compressibilidade e outras.

A hidráulica é, sobretudo, um estudo muito aplicado nas áreas de ciências exatas, como a
engenharia, principalmente para a construção de sistema que gerem energia através do movimento
das águas, a chamada energia hidráulica.

Energia Hidráulica

Também conhecida como energia hídrica ou hidrelétrica, a energia hidráulica é aquela obtida através
do aproveitamento da energia potencial e cinética das correntes de água em rios, mares ou quedas
d’água.

Considerada uma fonte de energia renovável e limpa, ela é obtida através do movimento das águas
que movimentam as turbinas existentes nas usinas hidrelétricas e transformam esta força em energia
elétrica.

Pressão Hidráulica

Quando é exercida uma pressão num ponto de um líquido, essa se transmite a todos os pontos do
líquido. Esse é o princípio da chamada pressão hidráulica ou Princípio de Pascal, onde os acréscimos
de pressão sofridos por um corpo de um líquido são transmitidos integralmente a todos os pontos do
líquido e das paredes do recipiente onde este está contido.

Para calcular a pressão hidráulica, utiliza-se a fórmula:

Onde,

p - pressão (N/m² ou Pa - Pascal)

F - força (Newton)

A - área (m²)

Hidráulica é uma palavra que vem do grego e é a união de hydro = água, e aulos = condução/tubo é,

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portanto, uma parte da física que se dedica a estudar o comportamento dos fluidos em movimento e
em repouso. É responsável pelo conhecimento das leis que regem o transporte, a conversão de
energia, a regulação e o controle do fluido agindo sobre suas variáveis (pressão, vazão, temperatura,
viscosidade, etc).

A hidráulica pode ser dividida em três partes, para efeito de estudo apenas: a hidrostática que trata
dos fluidos parados, a hidrocinética, que estuda os fluidos em movimento, levando em consideração
os efeitos da velocidade e a hidrodinâmica que leva em consideração as forças envolvidas no
escoamento dos fluidos (forças da gravidade, da pressão, da tensão tangencial, da viscosidade,
da compressibilidade e outras).[1]

A hidráulica pode ser também dividida em: teórica e prática. A hidráulica teórica também é conhecida
na física como Mecânica dos Fluidos e a hidráulica prática ou hidráulica aplicada é, normalmente,
também intitulada de Hidrotécnica. Dentre as aplicações da hidráulica destacam-se
as máquinas hidráulicas (bombas e turbinas), as grandes obras de saneamento, fluviais ou marítimas,
como as de usinas hidrelétricas, como a Usina hidrelétrica de Tucuruí, por
exemplo, diques, pôlderes, molhes, quebra-mares,portos , vias navegáveis, emissários submarinos,
estações de tratamento de água e de esgotos, etc.

Para estudos hidráulicos complexos de grandes obras e estruturas utilizam-se os


chamados modelos físicos e/ou matemáticos em laboratórios.

A engenharia hidráulica o ramo da engenharia civil, engenharia mecânica e engenharia


sanitária que se ocupa do fluxo e do transporte de fluidos, especialmente de águas e esgotos. A sua
atividade também se relaciona intimamente com a engenharia do ambiente

Este ramo da engenharia civil, mecânica e sanitária é responsável pela realização de projetos como
os de sistemas de esgotos, de redes de abastecimento de água, de sistemas de irrigação,
de sistemas de drenagem, de obras portuárias, de barragens e de hidrovias. A engenharia hidráulica
aplica os princípios da mecânica dos fluidos aos problemas ligados à recolha, armazenamento,
controlo, transporte, regulação, medição e uso das águas. Uma característica destes sistemas é a do
uso extensivo da gravidade como força motriz para provocar a movimentação dos fluidos. A
engenharia hidráulica também se preocupa com as correntes de água, com o transporte
de sedimentos através dos cursos de água, e com a interação da água com os seus limites aluviais.

História

Os primeiros projetos de engenharia hidráulica foram desenvolvidos há milhares de anos na roma


antiga e destinavam-se à irrigação dos campos agrícolas. Desde então, têm sido constantes as obras
para o controle e abastecimento de água para a produção de alimentos. As primeiras máquinas
hidráulicas - das quais a primeira foi o relógio de água - apareceram no início do segundo milénio
a.C.. Outros exemplos de sistemas que faziam uso da gravidade para fazer mover a água eram o
sistema Qanat na antiga Pérsia e o semelhante sistema Turpan na antiga China, bem como os canais
de irrigação no Peru.

Na China antiga, a engenharia hidráulica estava altamente desenvolvida, sendo construídos enormes
canais com diques e barragens para canalizar a água para irrigação, e eclusasque permitiam o
atravessamento de navios. De entre os projetistas destes canais, notabilizou-se Sunshu Ao,
considerado o primeiro engenheiro hidráulico chinês. A Ximen Bao - outro importante engenheiro
hidráulico chinês - foi creditado o início da prática da irrigação em larga escala através de canais,
durante o Período dos Reinos Combatentes (481 a.C.a 221 a.C.). Ainda hoje, os engenheiros
hidráulicos são alvo de um grande respeito na China, um exemplo sendo o seu atual presidente, Hu
Jintao que foi um antigo engenheiro hidráulico.

No século VI a.C., foi construído o Tunel de Eupalinos pelo engenheiro grego Eupalinos de Mégara,
um enorme feito tanto de engenharia civil como de engenharia hidráulica. Em termos de engenharia
civil, o aspeto notável foi o fato do túnel ter sido escavado a partir de ambas as extremidades, o que
obrigou a um trabalho de grande precisão de modo a permitir que os dois troços do túnel se
encontrassem um com o outro e de modo a garantir um pendente suficiente para a água fluir.

A engenharia hidráulica tornou-se altamente desenvolvida no Império Romano, onde foi


especialmente aplicada à construção e à manutenção de aquedutos para o fornecimento de água e a

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drenagem de esgotos urbanos. Além de proverem as necessidades dos cidadãos em termos de


água, os engenheiros romanos usaram meios hidráulicos de mineração, para a prospeção e extração
de depósitos aluviais de ouro e de outros minérios como o estanho e o chumbo.

Posteriores avanços na engenharia hidráulica ocorreram no mundo islâmico, entre os séculos


VIII e XVI, no período que é conhecido como a "Idade de de Ouro do Islão". De particular importância
era o sistema tecnológico de gestão da água, fulcral para a Revolução Agrícola Árabe e um precursor
da moderna tecnologia. Os vários componentes deste sistema foram desenvolvidos em diferentes
regiões da Europa, Ásia e África, dentro e fora do mundo islâmico.

Contudo, foi nas regiões islâmicas medievais que o sistema de gestão da água foi montado e
padronizado, sendo subsequentemente difundido para o resto do mundo. Sob o domínio unificado
do Califado islâmico, diferentes tecnologias hidráulicas regionais foram montadas num sistema
tecnológico de gestão da água que viria a ter um impacto global. Nos vários componentes de várias
origens regionais deste sistema incluiam-se canais, barragens, o sistema Qanat persa, aparelhos de
elevação de água como a nora, o shaduf e a bomba de parafuso do Egito, o moinho de
vento do Afeganistão, saqiya da Espanha muçulmana, a bomba recíproca do Iraque e o sistema
hidráulico com engrenagens da Síria.

O Engenheiro Hidráulico

O engenheiro hidráulico ou de recursos hídricos, pode ser especializado em Engenharia de


saneamento, Hidrologia, hidráulica fluvial, ou ainda em Hidráulica marítima, planeja e orienta, dentre
outras coisas, o uso da água de bacias hidrográficas, elaborando Planos Diretores de Bacias
Hidrógráficas. Ele também pode desenvolver planos de redes de água e
de esgotos, irrigação e drenagem, além de projetar canais, portos, molhes, diques, quebra-
mares, píers e barragens, usinas hidrelétricas, etc. Este profissional também pode acompanhar a
exploração de lençóis subterrâneos e o tratamento de águas contaminadas, trabalhar em gestão
ambiental dos recursos hídricos, assim como pode trabalhar em modelos físicos ou matemáticos em
Laboratórios de Hidráulica.

A organização, a iniciativa e o interesse por questões sociais, ambientais e ecológicas são alguns
traços de personalidade que ajudam o profissional a ter sucesso no mercado de trabalho.

O engenheiro hídráulico ou de recursos hídricos pode atuar em laboratórios de hidráulica ou em


empresas de consultoria voltadas à estudos hidrológicos, projetos de obras fluviais ou marítimas,
criação de sistemas de irrigação, drenagem, saneamento, bombeamento e desenvolvimento de
canais, portos e barragens, projeto de grandes ou pequenas centrais hidrelétricas (PCH). Pode ainda
desenvolver projetos de investigação e remediação de solos e águas subterrâneas contaminadas.

Engenharia Hidráulica No Brasil

O Brasil desde Maurício de Nassau possuiu ou produziu respeitados engenheiros sanitaristas e


hidráulicos, tais como Saturnino de Brito, Saturnino de Brito Filho, Hildebrando Góis, Lucas Nogueira
Garcez, Pedro Parigot de Sousa, José Martiniano de Azevedo Neto, Flavio Lyra, Díocles Rondon,
Marco Siciliano, Jorge Rios, André Balança ,Theóphilo Benedicto Ottoni Netto etc.

No Brasil, o exercício da profissão exige inscrição no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia


(CREA).

Saneamento básico é a atividade relacionada ao abastecimento de água potável, o manejo de água


pluvial, a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e o controle
de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades. É o conjunto de
procedimentos adotados numa determinada região visando a proporcionar uma situação higiênica
saudável para os habitates.

Trata-se de uma especialidade estudada nos cursos superiores de engenharia sanitária,


de engenharia ambiental, de saúde coletiva, de saúde ambiental, de tecnólogo em saneamento
ambiental, de ciências biológicas, de tecnólogo em gestão ambiental e ciências ambientais.

Trata-se de serviços que podem ser prestados por empresas públicas ou, em regime de concessão,
por empresas privadas, sendo esses serviços considerados essenciais, tendo em vista a necessidade

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imperiosa destes por parte da população, além da sua importância para a saúde de toda a sociedade
e para o meio ambiente.

Entre os procedimentos do saneamento básico, podemos citar: tratamento de água, canalização e


tratamento de esgotos, limpeza pública de ruas e avenidas, coleta e tratamento de resíduos
orgânicos (em aterros sanitários regularizados) e materiais (através da reciclagem). Com estas
medidas de saneamento básico, é possível se garantir melhores condições de saúde para as
pessoas, evitando a contaminação e proliferação de doenças. Ao mesmo tempo, garante-se a
preservação do meio ambiente.

Saneamento básico é a atividade relacionada ao abastecimento de água potável, o manejo de água


pluvial, a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e o controle
de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades. É o conjunto de
procedimentos adotados numa determinada região visando a proporcionar uma situação higiênica
saudável para os habitates.

Trata-se de uma especialidade estudada nos cursos superiores de engenharia sanitária,


de engenharia ambiental, de saúde coletiva, de saúde ambiental, de tecnólogo em saneamento
ambiental, de ciências biológicas, de tecnólogo em gestão ambiental e ciências ambientais.

Trata-se de serviços que podem ser prestados por empresas públicas ou, em regime de concessão,
por empresas privadas, sendo esses serviços considerados essenciais, tendo em vista a necessidade
imperiosa destes por parte da população, além da sua importância para a saúde de toda a sociedade
e para o meio ambiente.

Entre os procedimentos do saneamento básico, podemos citar: tratamento de água, canalização e


tratamento de esgotos, limpeza pública de ruas e avenidas, coleta e tratamento de resíduos
orgânicos (em aterros sanitários regularizados) e materiais (através da reciclagem). Com estas
medidas de saneamento básico, é possível se garantir melhores condições de saúde para as
pessoas, evitando a contaminação e proliferação de doenças. Ao mesmo tempo, garante-se a
preservação do meio ambiente.

Importância

Saúde Pública

A falta de saneamento básico, aliada a fatores socioeconômicos e culturais, é determinante para o


surgimento de infecções por parasitas, sendo as crianças o grupo que apresenta maior
susceptibilidade às doenças infectocontagiosas. Nos países mais pobres ou em regiões mais
carentes, as doenças decorrentes da falta de saneamento básico (viróticas, bacterianas e outras
parasitoses) tendem a ocorrer de forma endêmica. No Brasil, figuram entre os principais problemas
de saúde pública e ambiental.

Fornecimento E Gestão

Caráter Monopolista

O saneamento básico é, geralmente, uma atividade econômica monopolista em todos os países do


mundo, já que seu monopólio é um poder típico do Estado, sendo que este pode delegar, a
empresas, o direito de explorar estes serviços através das chamadas concessões de serviços
públicos. Tendo em vista a dificuldade física e prática em se assentar duas ou três redes de água
e/ou esgotos de empresas diferentes no equipamento urbano, geralmente apenas uma empresa,
pública ou privada, realiza e explora economicamente esse serviço.

Fiscalização De Empresas Concessionárias Privadas

O setor de saneamento básico também se caracteriza por necessidade de um elevado investimento


em obras e constantes melhoramentos, sendo que os resultados destes investimentos, na forma de
receitas e lucros, são de longa maturação. Por este motivo e outros, a concessão dos serviços de
saneamento a empresas privadas deve ser muito bem fiscalizada pelo Estado, uma vez que o
objetivo de uma companhia privada é sempre o lucro máximo, o que pode inviabilizar um bom serviço
em certos casos, como o de comunidades carentes.

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Saneamento básico é o conjunto de medidas adotadas em uma região, em uma cidade, para
melhorar a vida e a saúde dos habitantes impedindo que fatores físicos de efeitos nocivos possam
prejudicar as pessoas no seu bem-estar físico mental e social.

O abastecimento de água potável, o esgoto sanitário, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos
e drenagem das águas pluviais são o conjunto de serviços de infraestruturas e instalações
operacionais que vão melhorar a vida da comunidade. É importante a preocupação dos governantes
garantirem o bem estar e a saúde da população desde que também sejam tomadas medidas para
educar a comunidade para a conservação ambiental.

Saneamento Básico No Brasil

Um dos problemas mais graves nas grandes periferias do Brasil é justamente a falta do saneamento
básico e é este um dos fatores mais importantes da saúde porque de acordo com o meio onde vivem
podem contrair e transmitir muitas doenças, inclusive por exemplo, doenças respiratórias, vermes e
tantas outras. Portanto o acesso à água potável e algumas condições de higiene, muitas doenças
podem ser evitadas diminuindo assim o custo com tratamentos.

O investimento no saneamento básico é crucial na sociedade, já que cada R$ 1 investido em


saneamento equivale a uma economia de R$ 4 na área de saúde, porque o saneamento básico
representa medidas de prevenção.

Além disso, outro fator importante do saneamento básico é a sua capacidade de criação de trabalho.
Em 2010, este setor criou 64 mil postos de trabalho, o que significa um total de 671 mil empregos
criados direta ou indiretamente pelo setor do saneamento básico.

De acordo com números do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento 2010 (SNIS),
divulgado em Junho de 2012, a distribuição de água potável chega a 81,1% da população.
Relativamente à coleta de esgotos, ela chega a 46,2% dos brasileiros.

Em 2004, segundo uma pesquisa conduzida pela Organização Mundial de Saúde, só no Brasil
existiam 13 milhões de pessoas que não tinham acesso a um banheiro.

Saneamento Básico E Saúde

A Organização Mundial de Saúde define o saneamento básico como "o controle de todos os fatores
do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeito deletério sobre o seu bem-estar
físico, mental ou social”. O saneamento básico tem como o seu principal objetivo zelar pela saúde do
ser humano, tendo em conta que muitas doenças podem se desenvolver quando há um saneamento
precário. Assim, as medidas de prevenção que visam promover a saúde do Homem, são as
seguintes:

• Abastecimento de água;

• Manutenção dos sistemas de esgotos;

• Coleta, remoção e destinação final do lixo;

• Drenagem de águas pluviais;

• Controle de insetos e roedores;

• Saneamento dos alimentos;

• Controle da poluição ambiental;

• Saneamento da habitação, dos locais de trabalho e de recreação;

• Saneamento aplicado ao planejamento territorial.

Com o advento da Lei nº 11.445/07, foi cunhado o conceito de saneamento básico como o conjunto

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de serviços, infraestruturas e instalações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza


urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas.

A lei definiu também as competências quanto à coordenação e atuação dos diversos agentes
envolvidos no planejamento e execução da política federal de saneamento básico no País. Em
seu art. 52 a lei atribui ao Governo Federal, sob a coordenação do Ministério das Cidades, a
responsabilidade pela elaboração Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).

A questão do planejamento do setor já foi objeto de vários debates e do posicionamento do Conselho


das Cidades que editou a Resolução Recomendada nº. 33, de 1º de março de 2007,estabelecendo
prazos e instituindo um Grupo de Trabalho integrado por representantes do Governo Federal para o
acompanhamento da elaboração do PLANSAB.

O Grupo de Trabalho Interministerial e o Grupo de Acompanhamento do Conselho das Cidades (GTI


e GA), incumbidos de acompanhar o Plansab, também participaram das discussões sobre a política e
o conteúdo mínimo dos planos de saneamento básico cujas orientações constam da Resolução
Recomendada nº 75 aprovada pelo Concidades.

A esse aspecto, soma-se o compromisso do País com os Objetivos do Milênio das Nações Unidas e a
instituição de 2009 - 2010 como o Biênio Brasileiro do Saneamento (Decreto nº 6.942/09), com o
propósito de mobilizar para o alcance da meta de, até o ano de 2015, reduzir pela metade a
proporção de pessoas que não contam com saneamento básico.

Participação do MMA no Plansab

O MMA, por intermédio do Departamento de Ambiente Urbano da Secretaria de Recursos Hídricos e


Ambiente Urbano, integra o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), na condição de coordenador, na
esfera federal, do Programa Nacional de Resíduos Sólidos do Plano Plurianual 2008-2011. Do GTI
participam, além do MMA: a Casa Civil da Presidência da República, o Ministério da Fazenda, o
Ministério do Turismo, a ANA, o Ministério da Integração Nacional, a CODEVASF, o Ministério da
Saúde, a FUNASA, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a Caixa Econômica Federal,
o BNDES e o Conselho das Cidades sob a coordenação do Ministério das Cidades. Incumbe ao GTI
coordenar a elaboração e promover a divulgação do Plansab.

A título de subsídio, a SRHU/DAU, entre outras ações, promoveu a realização de uma oficina em 29
de outubro de 2008, em Brasília, DF. O objetivo da oficina foi de extrair os aspectos fundamentais da
problemática dos Resíduos Sólidos Urbanos - RSU para o planejamento de curto, médio e longo
prazo no âmbito do Plano Nacional de Saneamento Básico

Pacto Pelo Saneamento Básico

Após o lançamento, em dezembro de 2008, do "Pacto pelo Saneamento Básico: mais saúde,
qualidade de vida e cidadania", documento cujo propósito é buscar a adesão e o compromisso de
toda a sociedade em relação aos eixos, estratégias e ao processo de elaboração do PLANSAB,
ingressa-se na fase de elaboração do "Panorama do Saneamento Básico no Brasil".

O Compromisso Pelo Meio Ambiente E Saneamento Básico

Em decorrência do "Pacto pelo Saneamento Básico", o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério


das Cidades decidiram firmar o "Compromisso pelo Meio Ambiente e Saneamento Básico" que
consiste em um conjunto de ações em curso ou a serem estruturadas para atingir metas
intermediárias preconizadas pela Lei de Saneamento Básico até o ano de 2020. Com o objetivo de
construir e contribuir para a definição conjunta de ações e programas de grande relevância para o
setor de saneamento, o "Compromisso" resulta de uma ampla reflexão sobre as tendências e os
desafios atuais do saneamento básico no Brasil.

Articulação Institucional Entre O MMA E O Ministério Das Cidades

A parceria entre o MMA, por intermédio da SRHU/DAU e da ANA, e o Ministério das Cidades
consolida-se, portanto, por meio dos seguintes processos:

a) O Ministério do Meio Ambiente é o coordenador do Programa de Resíduos Sólidos do Governo

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Federal no PPA 2008-2011 . No GTI, o MMA, por meio da SRHU, responde pelas questões
relacionadas ao tema;

b) O MMA, por meio da SRHU, atua como Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Recursos
Hídricos, fórum no qual foi criado um Grupo de Trabalho ligado à Câmara Técnica do Plano Nacional
de Recursos Hídricos. A atuação do GT inaugura um movimento pela integração entre o CNRH e o
Conselho das Cidades, representando um canal capaz de incorporar as expectativas da área de
recursos hídricos no Plano Nacional de Saneamento Básico;

c) O MMA atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Meio Ambiente, fórum no qual
também está prevista a apreciação do Plano Nacional de Saneamento Básico;

d) A SRHU é responsável pela formulação da Política Nacional de Recursos Hídricos e a ANA por
sua implementação, política que mantém importantes interfaces com a Política Federal de
Saneamento Básico;

e) Dentre as suas atribuições, a ANA , exerce a regulação dos serviços de saneamento básico, por
meio da emissão de outorgas (de uso da água e de lançamento de efluentes) e dos CERTOHs, assim
como da cobrança pelo uso da água.

A hidrologia é a ciência que estuda a ocorrência, distribuição e movimentação da água no


planeta Terra. A definição atual deve ser ampliada para incluir aspectos de qualidade da
água, ecologia, poluição e descontaminação.

Histórico

A hidrologia é uma ciência relativamente jovem e praticamente teve seu maior impulso de
desenvolvimento no século XX, devido à necessidade das grandes obras hidráulicas.

Os insucessos que vinham acontecendo anteriormente com as obras nas calhas dos rios, resultantes
principalmente de estimativas insuficientes de vazões de enchentes, traziam conseqüências
desastrosas que se agravam com a ampliação do porte das obras e o crescimento das populações
ribeirinhas, bem como, com as repercussões do colapso operacional desses empreendimentos sobre
a economia das nações.

Entretanto, as primeiras notícias sobre a preocupação dos homens com os fenômenos hidrológicos
remontam ao Antigo Egipto, à Mesopotâmia, à Índia e à China, há alguns milhares de anos antes de
Cristo. Aproximadamente no ano 3000 a.C., os egípcios construíram no rio Nilo, a mais ou menos 30
quilômetros ao sul da atual cidade do Cairo, a barragem de Sadd-el-Kafara, em alvenaria de pedra,
com cerca de 100 metros de extensão e dez metros de altura, presumivelmente para abastecimento
de água potável, finalidade rara entre as obras da época, cuja quase totalidade consistia em canais e
endicamentos, com o objetivo de promover a irrigação das terras pelo aproveitamento das enchentes
dos rios. Essas obras de engenharia hidráulica eram realizadas em bases totalmente empíricas; as
que tinham um bom desempenho eram copiadas, as que sofriam desastres eram alteradas naquilo
que se julgasse ser a causa do erro.

A ideia predominante, na época, entre os gregos, incluindo-se Platão, Aristóteles (384 - 322 a.C.)
e Tales de Mileto, era a de que as fontes e os mananciais existentes nos continentes, inclusive no
alto de serras e cordilheiras, eram abastecidos por reservatórios subterrâneos inesgotáveis,
existentes a grandes profundidades.

Sabe-se que Aristóteles interpretou os processos de evaporação e condensação atmosférica como


intimamente relacionados à precipitação e admitiu que parte da chuva contribuísse para os rios,
superficialmente, e que outra se infiltrasse e pudesse chegar às nascentes. Essa contribuição,
segundo ele, seria, todavia, muito pequena e a maior responsabilidade pela surgência de água nos
continentes seria o resultado da condensação da umidade atmosférica em profundas cavernas
subterrâneas, uma dupla analogia com as cavernas calcárias do litoral do Mediterrâneo, com as quais
os gregos estavam muito familiarizados.

Foi Vitrúvio, engenheiro e arquiteto romano que viveu no século I a.C., quem admitiu que a chuva que
caía nas altas montanhas, infiltrava-se e ressurgia no sopé das elevações, formando os rios. Foi a
primeira teoria de infiltração que rompeu os tabus dos conceitos antigos consolidados na época.

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Esses preconceitos e essas teorias dominaram o pensamento humano até fins do século XVII,
apresentando como únicas honrosas exceções, Leonardo da Vinci e Bernard Palissy. Da Vinci (1452-
1519) explicou a salinidade dos mares pela ação das águas continentais que se infiltravam,
dissolviam e carreavam os sais do subsolo para os oceanos, onde esses sais permaneciam. Palissy
concebeu uma teoria da infiltração como hoje é aceita, pela qual as águas infiltradas iam formar as
fontes e nascentes, todas as águas tendo como origem as precipitações. Essas ideias revolucionárias
somente foram confirmadas e consagradas pelos estudos de Pierre Perrault (1608-1680),
Edmé Mariotte (1620-1684) e Edmond Halley (1656-1742), franceses os dois primeiros, sendo o
último o célebre astrônomo inglês. Foram eles os primeiros que puderam demonstrar,
quantitativamente, as ideias de Palissy e Da Vinci, criando, dessa forma, uma hidrologia
conceitualmente científica, libertando-a do subjetivismo a que, até então, estava subordinada.

Perrault mediu, durante três anos, as chuvas na bacia do rio Sena até Burgundy e, estimando suas
vazões, pôde concluir que as chuvas produziam um deflúvio seis vezes maior do que o que transitava
pelo rio no mesmo tempo. Além disso, Perrault estudou o fenômeno da evaporação e constatou que,
através dela, imensos volumes de água podiam se perder para a atmosfera. Mariotte mediu as
vazões do rio Sena em Paris por meio de flutuadores, confirmando os resultados de Perrault, e
observou que as vazões das nascentes aumentavam por ocasião das chuvas. Halley mediu a
evaporação no Mediterrâneo e verificou, por métodos mais ou menos grosseiros, que o volume
evaporado do mar Mediterrâneo compensava a soma dos deflúvios de todos os rios que nele
deságuam, justificando a permanência de seu nível de água.

Esses três pesquisadores podem ser considerados os fundadores da hidrologia, mas não se devem
esquecer figuras notáveis, como Galileu Galilei e Torricelli, ou, depois deles, Daniel Bernoulli, Henri
Pitot, Antoine de Chézy, Giovanni Venturi, Henry Darcy, Jules Dupuit, Henry Bazin, Gunter
Thiem, Julius Weissbach, T. Bergeron e A. Schoklitsch, os quais colaboraram, teórica ou
praticamente, para o desenvolvimento da hidrologia e da hidráulica.

Na segunda metade do século XIX e no século XX, os Estados Unidos trouxeram uma notável
contribuição para o desenvolvimento da ciência hidrológica, como consequência ou necessidade de
seu desenvolvimento econômico e tecnológico. Podem-se citar nomes como os de Robert
Manning, Allen Hazen, Adolph F. Meyer, Oscar E. Meinzer, Le Roy K. Sherman, Hans Albert Einstein,
W. E. Fuller, R. E. Horton, R. K. Linsley, F. F. Snyder, Ven Te Chow, entre outros.

Entre as organizações e entidades europeias que se destacaram no desenvolvimento da Hidráulica e


de hidrologia pode-se mencionar o Laboratório Nacional de Engenharia Civil(LNEC), em Lisboa;
o Institute of Hidraulic Engineering (IHE), em Delft, Holanda; o Wallingford Experimental
Station (WES) em Wallingford, Inglaterra; o Laboratoire National d’Hydraulique (LNH)
em Chatou, França; o Institut de Mécanique de Grenoble (IMG); a Societé Grénobloise
d’Amenagéments Hydrauliques (SGAH) em Grenoble, França; dentre outros.

Nos Estados Unidos pode-se citar o Bureau of Reclamation do Ministério do Interior, a Colorado State
University e o Corps of Engineers do USA Army, dentre outros.

No Brasil, diversas organizações públicas e privadas se destacaram, principalmente no século XX e


contribuíram para o desenvolvimento dos estudos, projetos e pesquisas nas áreas relacionadas com
a hidráulica, em geral, e com a hidrologia, em particular, podendo-se citar: Associação Brasileira de
Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES); Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH);
Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS); Associação Brasileira de Irrigação e
Drenagem (ABID); Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS); Departamento
Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS); Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
(DNAEE); Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM); ELETROBRÁS; e as
Companhias de Energia Elétrica (FURNAS, Companhia Hidrelétrica do São Francisco, Eletrosul,
Eletronorte, Itaipu Binacional, CESP, COPPE – UFRJ, bem como, os principais laboratórios de
hidráulica do país (HIDROESB - Laboratório Saturnino de Brito, o primeiro da América Latina, INPH,
IPH-UFRGS, IPH-UFPR, Laboratórios de Hidráulica da USP e de FURNAS).

O Brasil, desde a época de Maurício de Nassau, possuiu ou produziu alguns dos hidrólogos e
hidráulicos mais respeitados no Mundo, tais como Saturnino de Brito, Saturnino de Brito
Filho, Hildebrando Góes, Lucas Nogueira Garcez, Marco Siciliano, Jorge Paes Rios, André
Balança, Pedro Parigot de Sousa, José Martiniano de Azevedo Neto e Teófilo Benedito Ottoni.

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A hidrologia é, em um sentido amplo, a ciência que se relaciona com a água. Como ela se relaciona
com a ocorrência primária de água na Terra, é considerada uma ciência natural. Por razões práticas,
no entanto, a hidrologia restringe-se a alguns de seus aspectos, por exemplo, ela não cobre todo o
estudo sobre oceanos (oceanografia) e também não se preocupa com usos médicos da água
(hidrologia médica).

O termo tem sido usado para denotar o estudo do ciclo da água ou ciclo hidrológico na Terra,
enquanto que outros termos como hidrografia e hidrometria têm sido usados para denotar o estudo
da água na superfície ou sua medição. No entanto, esses termos têm agora significados específicos:

• Hidrologia se refere à ciência da água.

• Hidrografia é a ciência que descreve as características físicas e as condições da água na superfície


da Terra, principalmente as massas de água para navegação.

A hidrologia não é uma ciência inteiramente pura; ela tem muitas aplicações práticas. Para enfatizar-
lhe a importância prática, o termo "hidrologia aplicada" tem sido comumente usado. Como numerosas
aplicações dos conhecimentos em hidrologia ocorrem também no campo
das engenharias hidráulica, sanitária, agrícola, de recursos hídricos e de outros ramos da engenharia,
o termo "engenharia hidrológica" tem sido também empregado.

É uma disciplina considerada ampla, abrangendo grande parte do conhecimento humano.


Geralmente, esta disciplina faz parte dos cursos de engenharia civil, engenharia hidráulica,
engenharia sanitária, geografia, engenharia ambiental.

Algumas áreas em que a hidrologia, foi subdividida são as seguintes:

• Hidrometeorologia - é a parte da ciência que trata da água na atmosfera;

• Limnologia - refere-se ao estudo dos lagos e reservatórios;

• Potamologia ou fluviologia - trata do estudo dos rios;

• Glaciologia ou criologia - é a área da ciência relacionada com a neve e o gelo na natureza;

• Hidrogeologia - é o campo científico que trata das águas subterrâneas.

Definições

Várias definições de hidrologia já foram propostas. O Webster's Third New International Dictionary
(Merrian Webster, 1961) descreve hidrologia como sendo "a ciência que trata das propriedades,
distribuição e circulação da água; especificamente, o estudo da água na superfície da Terra: no
solo, rochas e na atmosfera, particularmente com respeito à evaporação e precipitação".

O Painel Ad Hoc em Hidrologia do Conselho Federal para Ciência e Tecnologia dos Estados Unidos,
1959 recomendou a seguinte definição: "hidrologia é a ciência que trata da água na Terra, sua
ocorrência, circulação e distribuição, suas propriedades físico-químicas e sua relação com o meio
ambiente, incluindo sua relação com a vida. O domínio da hidrologia abraça toda a história da água
na Terra."

Entre as definições que enfatizam a importância prática da hidrologia no que concerne aos recursos
hídricos na Terra, Wisler e Brater oferecem a seguinte: "hidrologia é a ciência que trata dos processos
que governam a depleção e recarga dos recursos hídricos nas superfícies sobre o mar. Trata do
transporte de água através do ar, sobre e abaixo da superfície e através da Terra. É a ciência das
várias partes do ciclo hidrológico."

Campos De Aplicações Da Hidrologia

O aproveitamento dos recursos hídricos requer concepção, planejamento, projeto, construção e


operação de meios para o domínio e a utilização das águas. Os problemas relativos aos recursos
hídricos interessam a aquacultores, economistas, especialistas no campo das ciências políticas,
geólogos, geógrafos, engenheiros agrimensores e cartógrafos, engenheiros ambientais, engenheiros

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de energia, engenheiros mecânicos e eletricistas, florestais químicos, biólogos, agrônomos, técnico


em hidrologia (hidrotécnicos) e outros especialistas em ciências sociais e naturais.

Cada projeto de aproveitamento hídrico supõe um conjunto específico de condições físicas, às quais
deve ser condicionado, razão pela qual dificilmente podem ser aproveitados projetos padronizados
que conduzam a soluções simples e estereotipadas. As condições específicas de cada projeto devem
ser satisfeitas através da aplicação integrada dos conhecimentos fundamentais de várias disciplinas.

Campos De Ação Da Engenharia Nos Recursos Hídricos

A água pode ter seu uso regulado para satisfazer a uma ampla gama de propósitos. A atenuação dos
danos das enchentes, drenagem de terras, disposição de esgotos e projetos de bueiros são
aplicações da Engenharia Hidráulica para o controle das águas, a fim de que não causem danos
excessivos a propriedades, não tragam inconveniências ao público, ou perda de vidas.
Abastecimento de água, irrigação, aproveitamento do potencial hidrelétrico e obras hidroviárias são
exemplos do aproveitamento da água para fins úteis. A poluição prejudica a utilização da água e
diminui seriamente o valor estético dos rios; portanto, o controle da poluição ou a manutenção da
qualidade da água passou a ser um setor importante da engenharia sanitária ou de recursos hídricos.

Lista de campos de atuação da hidrologia:

• Gerenciamento de bacias

• Inventário energético

• Navegação

• Irrigação

• Geração de energia

• Drenagem

• Abastecimento de água

• Controle de cheias

• Controle de poluição

• Controle de erosão

• Recreação

• Piscicultura

• Reservatórios

• Previsão hidrológica

• Barragem

Quantidade De Água

Embora com risco de excessiva simplificação, o trabalho dos engenheiros com os recursos hídricos
pode ser condensado em um certo número de perguntas essenciais. Como as obras de
aproveitamento dos recursos hídricos visam ao controle do uso da água, as primeiras perguntas
referem-se naturalmente às quantidades de água. Quando se pensa na utilização da água, a primeira
pergunta geralmente é: Que quantidade de água será necessária? Provavelmente é a resposta mais
difícil de se obter com precisão, dentre as que se pode propor em um projeto, porque envolve
aspectos sociais e econômicos, além dos técnicos. Com base em uma análise econômica, deve ser
também tomada uma decisão a respeito da vida útil das obras a serem realizadas.

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Quase todos os projetos de aproveitamento dependem da resposta à pergunta: com quanta água
pode-se contar? Os projetos de um plano para controle de enchentes baseiam-se nos valores de pico
do escoamento, ao passo que em plano que vise a utilização da água, o que importa é
o volume escoado durante longos períodos de tempo. As respostas a essa pergunta são encontradas
pela aplicação da hidrologia, ou seja, o estudo da ocorrência e distribuição das águas naturais no
globo terrestre.

Todos os projetos são feitos para o futuro, e o projetista não pode ter certeza quanto às exatas
condições a que estarão sujeitas as obras. Como o exato comportamento dos cursos de água nos
anos futuros não pode ser previsto algo precisa ser dito acerca das variações prováveis da vazão, de
modo que o projeto possa ser elaborado mediante a admissão de um risco calculado. Lança-se mão,
então, de métodos de estimativa de probabilidades relativas aos eventos hidrológicos. Faz-se a
utilização dessas probabilidades no estudo de problemas como exemplificados na lista do tópico
anterior.

O estudo probabilístico requer como condição prévia a coleta de dados da natureza, na forma de
séries históricas. A avaliação de eventos raros requer o estudo de uma função de distribuição de
probabilidades que represente o fenômeno. Problemas de reservação de água em barragens requer
que se tracem considerações acerca das seqüências de vazões nos cursos d’água que somente
séries de dados muito extensas podem fornecer.

Poucos projetos são executados exatamente nas seções onde se fizeram medidas de vazão. Muitas
obras são construídas em rios nos quais nunca se mediu vazão. Três métodos alternativos têm sido
usados para calcular a vazão na ausência de registros. O primeiro método utiliza fórmulas empíricas,
que transformam valores de precipitação em vazão, considerando as características hidrográficas
da bacia de contribuição. Uma segunda possibilidade é analisar a série de precipitações (chuvas) e
calcular as vazões através da aplicação dos modelos computacionais que simulam o comportamento
hidrológico da bacia. A terceira alternativa consiste em estimar as vazões a partir de registros obtidos
em postos próximos de outra bacia. As bacias devem ser muito semelhantes para se estabelecer
uma correlação aceitável entre ambas.

Os sistemas de abastecimento de água, de irrigação, ou hidroelétricos que contassem somente com


as águas captadas diretamente dos cursos d’água, sem nenhuma regularização, não seriam capazes
de satisfazer a demanda de seus usuários durante as estiagens, sobretudo se forem intensas. Muitos
rios, apesar de em certas épocas do ano terem pouca ou nenhuma água, transformam-se em
correntes caudalosas durante e após chuvas intensas, constituindo-se em flagelo no tocante às
atividades ao longo de suas margens. A principal função de um reservatório é a de ser um regulador
ou volante, visando a regularização das vazões dos cursos d’água ou atendendo às variações de
demanda dos usuários.

As diferentes técnicas para a obtenção dos parâmetros a serem utilizados para o planejamento,
projeto ou operação dos sistemas de recursos hídricos podem ter seu uso feito isolada ou
conjuntamente. Isso se dará, em função da quantidade de dados hidrológicos disponíveis, dos
recursos de tempo e financeiros alocados, da importância da obra e dos estágios do estudo (projeto
em nível básico, técnico ou executivo).

Qualidade Da Água

Além de ser suficiente em quantidade, a água deve satisfazer certas condições quanto à qualidade.

Hidráulica Aplicada a Tubulações é o estudo da passagem forçada de fluidos por tubulações. O


escoamento está sujeito a rugosidades das paredes da tubulação que influi na vazão do fluido que o
percorre. As equações de Colebrook-White e de Darcy-Weisbach visam avaliar a influência
desta rugosidade.

A hidráulica de tubulações, apresenta aspectos práticos que envolvem a análise do escoamento de


fluidos incompressíveis em condutos forçados e uniformes, em regime permanente levando em
consideração as condições de escoamento que tratam de vazão, velocidade, diâmetro e perda de
carga.

Entende-se por conduto forçado aquele no qual o fluido escoa à plena seção e sob pressão. Muitas
vezes os condutos de seção circular são chamados de tubos ou tubulações. Um conduto é dito

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uniforme quando a sua seção transversal não varia com o seu comprimento. Se a vazão do fluido em
qualquer seção do conduto não variar com o tempo, o regime de escoamento é dito permanente.

A densidade dos líquidos, ao contrário do que se passa com os gases, varia muito pouco quando se
varia a sua pressão ou temperatura. A título de exemplo, considerando que a água tem
compressibilidade igual a 5.10−5 cm2/kgf, isto significa que em condições normais seria necessário um
incremento de pressão de 20 kgf/cm2 para que um litro de água se reduza de 1 cm 3, ou seja, para
que sua densidade aumente um milésimo. Por isto, do ponto de vista prático, a densidade da água e
da maioria dos líquidos é independente da temperatura e da pressão.

Diante dessa reduzidíssima variação da densidade, nos escoamentos de líquidos em regime


permanente considera-se que os mesmos se comportam como incompressíveis. Neste contexto se
incluem querosene, gasolina, álcool, óleo diesel, água, vinho, vinhoto, leite e muitos outros, aos quais
se aplicam os conceitos aqui comentados.

Escoamento

É conveniente ressaltar que um escoamento se classifica também como turbulento ou laminar. No


escoamento laminar há um caminhamento disciplinado das partículas fluidas, seguindo trajetórias
regulares, sendo que as trajetórias de duas partículas vizinhas não se cruzam. Já no escoamento
turbulento a velocidade num dado ponto varia constantemente em grandeza e direção, com trajetórias
irregulares, e podendo uma mesma partícula ora localizar-se próxima do eixo do tubo, ora próxima da
parede do tubo.

Em geral, o regime de escoamento na condução de líquidos no interior de tubulações é turbulento,


exceto em situações especiais, tais como escoamento a baixíssimas vazões, como ocorre em
gotejadores de irrigação, onde o escoamento é laminar.

Sempre que um líquido escoa no interior de um tubo de um ponto para outro, haverá uma certa perda
de energia denominada perda de pressão ou perda de carga. Esta perda de energia é devida
ao atrito com as paredes do tubo e devida à viscosidade do líquido em escoamento. Quanto maior for
a rugosidade da parede da tubulação, isto é, a altura das asperezas, maior será a turbulência do
escoamento e, logo, maior será a perda de carga.

Teoria

Já há cerca de dois séculos estudos e pesquisas vem sendo realizados, procurando estabelecer leis
que possam reger as perdas de carga em condutos. Várias fórmulas empíricas foram estabelecidas
no passado e algumas empregadas até com alguma confiança em diversas aplicações de
engenharia, como as fórmulas de Hazen-Williams, de Manning de Flamant, etc. Mas, trabalhos de
diversos investigadores tem mostrado que, em sua totalidade, são mais ou menos incorretas. A
incorreção dessas fórmulas é tanto maior quanto mais amplo é o domínio de aplicação pretendido por
seus autores.

Atualmente a expressão mais precisa e usada universalmente para análise de escoamento em tubos,
que foi proposta em 1845, é a conhecida equação de Darcy-Weisbach:

onde:

• perda de carga ao longo do comprimento da tubulação (mca)

• fator de atrito (adimensional)

• comprimento da tubulação (m)

• vazão (m3/s)

• diâmetro interno da tubulação (m)

• aceleração da gravidade local (m/s2)

• 3,1415...

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Mas somente em 1939, quase 100 anos depois, é que se estabeleceu definitivamente o fator de
atrito, através da equação de Colebrook-White:

• fator de atrito (adimensional)

• rugosidade equivalente da parede da tubulação (m)

• diâmetro interno da tubulação (m)

• Número de Reynolds (admensional)

Obviamente, trata-se de uma equação implícita, isto é, a variável aparece nos dois membros
da equação, de forma não ser possível explicitá-la. Mas isto não sugere que seja impossível resolver
equações implícitas. Os métodos numéricos, embora aproximativos, são capazes de resolver
equações implícitas com a precisão que se desejar. São métodos basicamente computacionais pois
incorrem em operações matemáticas repetidas. Encontram, contudo, muita utilidade em hidráulica.

É o caso dos métodos iterativos, nos quais ordena-se adequadamente a equação, e arbitra-se um
valor inicial qualquer para a variável procurada que está no seu segundo membro. Com o valor inicial
já arbitrado, calcula-se um novo valor para esta mesma variável procurada, mas para a que está no
primeiro membro. Se a diferença entre o valor inicial e o novo valor calculado estiver fora da precisão
desejada, repete-se esta operação, porém colocando como valor inicial o novo valor calculado. Se a
diferença aumentar diz-se que os valores estão divergindo, e se diminuir diz-se que os valores estão
convergindo para a solução. O número de repetições, isto é, o número de iterações poderá ser
pequeno ou não, dependendo do método a ser utilizado, e se sucederá até que a diferença seja
suficientemente pequena ou compatível com a precisão desejada.

Um esquema básico de cálculo, passo a passo, seria algo do tipo:

1. Arbitra-se um valor inicial qualquer para a variável do segundo membro.

2. Calcula-se novo valor para a mesma variável que está no primeiro membro.

3. Compara-se a diferença entre o valor calculado e o valor inicial com a tolerância estabelecida.

4. Se maior, o novo valor passa a ser o valor inicial, e volta-se para o passso (2). Se menor passa-se
para o passo (5).

5. O corrente valor da variável é o valor procurado.

Métodos iterativos como o de Newton são muito potentes e convergem muito rapidamente, podendo
alcançar resultados altamente precisos com três ou quatro iterações.

Na prática, em termos específicos, a análise do escoamento em tubos basicamente envolve três


grandezas a se calcular:

• o diâmetro

• a vazão (ou velocidade)

• a perda de carga

Estas são em síntese, as três variáveis principais envolvidas no cálculo hidráulico, pois as demais
(material do tubo, tipo de líquido, temperatura, etc), são especificadas pelo projeto. Por qualquer
método que viermos a empregar, para se determinar qualquer uma dessas três variáveis, as duas
demais deverão ser conhecidas ou estimadas.

Em que pese a técnica iterativa associada à precisão das equações dar um pouco de velocidade ao
cálculo, contudo permanece o mesmo sendo realizado manualmente, o que não deixa de ser
cansativo, enfadonho e sujeito a erros. Com o uso de algoritmos, a resolução torna-se simples, fácil,
automática e rápida. Entretanto, devem ser observados os erros recorrentes de qualquer método

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computacional devido aos erros inerentes à operações matemáticas usando números com várias
casas decimais em computadores.

Há um artigo bem orientativo, denominado Análise de escoamento em condutos forçados. Uso das
equações de Darcy-Weisbach e de Colebrook-White, que trata desse assunto de forma bem didática,
inclusive com o uso de programas de cálculo para computadores digitais.

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