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Engenharia Mecânica
Claudio Monico Innocêncio
SUMÁRIO
1 HIDRÁULICA ............................................................................................ 3
2 MÁQUINAS HIDRÁULICAS ...................................................................... 22
3 INDICADORES OPERACIONAIS ............................................................... 36
4 COMPONENTES MECÂNICOS HIDRÁULICOS .......................................... 48
5 BOMBAS HIDRÁULICAS .......................................................................... 70
6 TURBINAS HIDRÁULICAS ........................................................................ 93
2
1 HIDRÁULICA
Apresentação
Logo, se viu a necessidade do transporte de água, realizado por meio de tubos. Por volta
de 200 a.c. os romanos já utilizavam tubos de bronze e de chumbo.
Foi por meio dos sistemas hidráulicos que os romanos mostraram sua capacidade como
engenheiros, sendo que, durante 2000 anos, seus famosos aquedutos ficaram em uso.
Sabe-se que, entre 500 a.c. e a Idade Média, na China, no Império Romano e na América,
tanto os sistemas de abastecimentos quanto o de irrigação foram edificados.
3
Os romanos tinham dúvidas com relação ao conceito de velocidade e, após 1500 d.C,
houve o entendimento entre escoamento e precipitação. Foi nesse período que a
hidráulica começou a se desenvolver como ciência.
Em 1760, da École des Ponts et Chaussées, em Paris, foi fundada com intuito de organizar
os conhecimentos da engenharia, a primeira escola de engenharia do mundo nos
padrões atuais.
Daniel Bernoulli publicou, por volta de 1738, uma valiosa equação, isto é, a equação de
Bernoulli, mostrando, por meio de formulação, a conservação de energia na hidráulica.
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Quadro 1.1 - Hidráulicos notáveis e suas contribuições
Sabemos que Hidráulica significa “condução de água”. Vem do grego hydor (água) e
aulos (tubo, condução).
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Um significado mais atualizado para a Hidráulica é o estudo do comportamento da água
e de outros líquidos, estando em repouso ou em movimento.
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Engenharia Hidráulica ou Hidrotécnica possui acessórios, materiais e estruturas práticas.
Estes são:
Aterros;
Barragens;
Bombas;
Cais de portos;
Canais, comportas;
Diques;
Dragas;
Drenos;
Eclusas;
Enrocamentos;
Flutuantes;
Medidores;
Orifícios;
Poços;
Reservatórios;
Tubos e canos;
Turbinas;
Válvulas;
Vertedores;
Etc.
1.3.1 Fluidos
O peso específico de um fluido é o peso da unidade de volume desse fluido (N/m3) (unit
weight).
1.3.3 Compressibilidade
dV = -α x V x dp
Onde:
α é o coeficiente de compressibilidade;
V é o volume inicial;
dp é a variação de pressão.
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1.3.4 Elasticidade
Em 1850, Berthelot descobriu uma propriedade que os líquidos têm de aumentar seu
volume quando se lhes diminui a pressão.
Mais tarde provou-se que o aumento de volume devido a uma certa depressão tem o
mesmo valor absoluto que a diminuição do volume para uma compressão de igual valor
absoluto.
Este é um dos termos mais conhecidos na hidráulica, pois o atrito interno ou viscosidade
é a propriedade dos fluidos responsável pela sua resistência à deformação.
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A segunda lâmina tenderá a acelerar a primeira e a primeira a retardar a segunda. A
força tangencial (F) decorrente dessa diferença de velocidade será proporcional ao
gradiente de velocidade (igual à velocidade de deformação angular). Conforme
mostramos na equação 1.2, também conhecida por Equação da Viscosidade de Newton.
Outro dado muito importante, por meio da divisão do valor da viscosidade “μ” pela
massa específica do fluido “ρ”, encontramos a “viscosidade cinemática” “Vcn”,
conforme a equação 1.3 abaixo:
Vcn = μ / ρ .........................................Equação 3
10
Fonte: NETTO et al, 2018.
Figura 1.2 - (a) Sem escoamento, princípio dos vasos comunicantes; (b) com
escoamento, perda de carga.
Quando um líquido está em contato com um sólido, a atração exercida pelas moléculas
do sólido pode ser maior que a atração existente entre as moléculas do próprio líquido.
A tensão superficial (τ) tem dimensional [MT–2] no (SI), exprime-se em N/m e varia com
a temperatura.
11
Fonte: NETTO et al, 2018.
Onde:
Todo líquido tem temperaturas de saturação de vapor (tv) (quando entra em ebulição),
que correspondem a pressões de saturação de vapor ou simplesmente tensões de vapor
(pv).
1.4 Hidroestática
Quando se considera a pressão (p), consideramos uma força à unidade de área sobre a
qual ela atua.
12
Então, no interior de certa massa líquida, temos uma porção de volume V, limitada pela
superfície A conforme mostra a Figura 1.4 e, se dA representar um elemento de área
nessa superfície e dF a força que nela atua (perpendicularmente), a pressão será, de
acordo com a equação 1.4:
p = dF / dA
Considerando-se toda a área, o efeito da pressão produzirá uma força resultante que se
chama empuxo ou pressão total.
Digamos que exista uma cuba de vidro com certo líquido, cuja densidade absoluta seja
dada por ρ, e que esse líquido esteja em equilíbrio.
13
Agora, vamos supor a existência de dois pontos contidos no líquido que está na cuba.
Para melhorar o entendimento, veja a representação esquemática, por meio da Figura
1.5:
14
1.4.2 Princípio de Pascal
Você sabia que o freio do seu carro se baseia no princípio de Pascal? Note que, ao pisar
no pedal do freio, você exerce uma pressão sobre um fluido que está contido no sistema.
Esse fluido, digamos ideal, multiplica a sua força, que atua no sistema de freio das rodas.
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Uma vez que o líquido é incompressível, a distância entre os pontos A e B continua a
mesma.
1.5 Hidrodinâmica
Falar de líquidos em movimento nos leva a distinguir dois tipos de movimento (Figura
1.7):
Com o regime laminar, as trajetórias das partículas em movimento são bem definidas e
não se cruzam.
16
Fonte: NETTO, 2018.
Vamos analisar o esquema a seguir de uma tubulação de água, que será elevada do
ponto P0 C0, a uma altura h0, até o ponto P1 C1, a uma altura h1. Nesse caso, não há
perda de carga, conforme a Figura 1.8:
17
Fonte: BRUNETTI, 2008
Para uma tubulação real com perda de carga, a equação de Bernoulli é dada
acrescentando o fator que há relativo à perda de carga pelo fluido conforme a Figura
1.9:
18
Neste caso, a equação de Bernoulli (Equação 1.18) fica:
Ha = J x L
Sendo que:
L = comprimento da tubulação em m.
O método preciso de cálculo da perda de carga unitária é dado pela equação de Darcy-
-Weisbach, conforme a equação 1.20:
19
Em que:
Q = Vazão, em m3/s.
Hidrometria
Por meio das medições dos fenômenos de interesse da hidráulica é que experimentos
são analisados, observados e homologados.
• níveis/profundidades;
• pressões;
• tempos;
• volumes;
• vazões.
Conclusão
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REFERÊNCIAS
BRUNETTI, F. Mecânica dos fluídos. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
21
2 Máquinas Hidráulicas
Apresentação
Agora, quando falamos de mecânica dos fluidos, estamos nos referindo a uma ciência
que trata do comportamento dos fluidos em repouso (estática dos fluidos) ou em
movimento (dinâmica dos fluidos) e da interação entre fluidos e sólidos ou outros fluidos
nas fronteiras.
Você sabia que a mecânica dos fluidos também é chamada de dinâmica dos fluidos?
Isso acontece porque, consideramos os fluidos em repouso, isto é, com velocidade zero.
A análise do movimento dos fluidos que podem ser aproximados como incompressíveis
(tais como líquidos, especialmente a água, e gases em baixa velocidade) é geralmente
denominado hidrodinâmica.
2.2.1 Introdução
Nosso contexto muda um pouco quando pensamos em máquina. Podemos definir uma
máquina como um transformador de energia. Além disso, podemos classificá-las como
ferramentas, elétricas e de Fluido.
23
Já nas máquinas de fluxo, a estrutura anterior não ocorre, havendo fluxo contínuo
através da máquina.
Podemos rotular como sendo máquinas rotativas (rotary machines) uma bomba
de engrenagens, e máquinas alternativas (reciprocating machines) como o
compressor de pistão.
24
c) De acordo com à direção do escoamento do fluido (Figura 2.1):
25
d) De acordo com a forma dos canais entre as pás do rotor.
Se subdividem em:
Sucção Simples (entrada unilateral): apresenta uma única boca de sucção para
entrada do fluido.
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Dupla Sucção: apresenta duas bocas de sucção paralelamente ao eixo de rotação
por onde entra o fluido.
São dois rotores simples montados em paralelo, tendo como vantagem o possível
equilíbrio dos empuxos axiais, que ocasiona uma melhoria no rendimento da
bomba, restringindo a necessidade de rolamento de grandes dimensões para
suporte axial sobre o eixo.
27
Fonte: HENN, 2006
Possui palhetas fixas em seus dois discos e evita o retorno da água à boca de
sucção, isto é, a recirculação de água.
A Figura 2.3 mostra a classificação das Máquinas de Fluido de uma maneira mais
ampla e visual.
28
Fonte: adaptado de BRASIL, 2010.
Por meio da variação da velocidade do fluido entre as pás, desde a entrada até a saída
do rotor, a baixa pressão ou baixos diferenciais de pressão, ocorre a uma transmissão
de energia cinética.
29
As turbinas hidráulicas e ventiladores centrífugos são excelentes exemplos deste tipo de
máquinas.
A força aplicada em um ponto é levada até outro e multiplicada neste processo, o que
torna estes equipamentos muito simples de operar, mas bastante potentes e capazes
de gerar bastante energia.
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Tudo isso graças ao princípio de Pascal, que afirma que “o acréscimo de pressão em um
ponto de líquido em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os pontos deste
líquido”.
Exemplo: Ejetor.
31
São sistemas de fácil proteção;
Máquinas hidráulicas podem exercer diversos tipos de funções. Por isso, a variedade
destas ferramentas é bastante alta. Vejamos, a seguir, algumas máquinas hidráulicas e
suas funções. São elas a prensa hidráulica, guincho hidráulico, macaco hidráulico etc.
a. Vazão (Q) - [m3/s] - Indica o fluxo de material líquido ou gasoso por meio da
máquina.
d. Potência e Rendimento.
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a) Vazão.
Podemos definir a vazão como sendo o volume de fluido que passa por meio de uma
seção qualquer na unidade de tempo, e vazão em massa como sendo a quantidade de
massa (kg) que passa na seção da unidade de tempo.
c) Rotação
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Onde:
P = pares de pólos;
N = rotação síncrona.
Com o objetivo de se ter uma rotação na máquina diferente da rotação do motor, utiliza-
se transmissão por correias (comuns em ventiladores), por engrenagens ou outro tipo
de redutor ou amplificador de rotação.
d) Potências e rendimento
Esta grandeza define a quantidade de energia por unidade de tempo gerada por
máquinas motoras (turbinas) ou consumida por máquinas geradoras (bombas e
ventiladores).
34
Conclusão
REFERÊNCIAS
35
3 INDICADORES OPERACIONAIS
Apresentação
3.1 Perdas
De um modo geral, todos têm noção de uma perda. Para entender as perdas nas
máquinas hidráulicas, precisamos considerar alguns conceitos importantes:
Estas considerações serão melhor apuradas nos blocos respectivos que tratarão de
perdas nas bombas e nas turbinas.
Perdas hidráulicas;
Perdas volumétricas;
Perdas mecânicas.
a) Perdas hidráulicas
Atrito viscoso: durante o escoamento no rotor, no distribuidor, na caixa espiral
e no tubo de sucção, o fluido apresenta um atrito viscoso.
Representadas por ℎℎ , proporcionam uma perda de pressão no escoamento.
36
Focando nas turbinas, a altura de queda Hpá, absorvida pela máquina e, em
parte, transformada em energia mecânica, é:
Hpá = H - 𝒉𝒉 ,
H = Hpá - 𝒉𝒉 ,
Atrito lateral: devido ao atrito viscoso entre o rotor e a parcela de fluido que
escoa entre o rotor e a carcaça, ocorre uma perda de potência.
É simbolizado por Pa.
c) Perdas volumétricas
Ocorrem por fuga, principalmente nos labirintos, perdas de fluido na gaxeta e,
em algumas construções, perdas de fluido para compensação do empuxo axial.
37
Fonte: BRASIL, 2010
Com isto, teremos que a vazão que flui por meio do rotor é:
38
d) Perdas mecânicas
3.2 Potência
Quando se fala em potência, a primeira ideia que vem à mente é questão de força e,
realmente, quando se fala de custos envolvidos em uma instalação, a potência é
efetivamente a grandeza mais importante.
Ela define a quantidade de energia por unidade de tempo gerada por máquinas motoras
(turbinas) ou consumida por máquinas geradoras (bombas e ventiladores).
a) Potência hidráulica
Podemos concluir que a potência hidráulica é traduzida como sendo a potência (energia
hidráulica por unidade de tempo) entregue a turbina, ou a energia hidráulica por
unidade de tempo entregue ao fluxo pela bomba hidráulica.
b) Potência de eixo
Quando temos uma potência entregue pela turbina ao gerador ou a potência consumida
pela bomba ou ventilador entregue pelo motor, estamos falando de uma potência de
eixo.
A potência de eixo relaciona-se com a potência hidráulica por meio do rendimento total
da instalação (menor que 1).
39
3.3 Rendimento
Um bom exemplo é uma locomotiva a vapor, que transforma o calor obtido na queima
do carvão (ou lenha) em energia cinética da locomotiva. Outro exemplo seria um
ventilador que transforma energia elétrica em energia cinética.
Vamos imaginar um ventilador elétrico, como citado acima. Sabemos que ele recebe
energia elétrica (Et), que percorre o fio ligado à tomada na parede. Sendo assim, o
ventilador nada mais é do que um transformador da energia elétrica recebida em
energia cinética das pás (Eu).
O ideal seria que toda energia recebida fosse transformada em energia cinética, porém
sabemos que isto não acontece, pois, pelo tato no corpo do ventilador, veremos seu
aquecimento. Isso significa que parte da energia que ele recebe é transformada em
calor.
A energia total (Et) é a energia recebida pelo ventilador e a energia útil (Eu) é a energia
elétrica transformada na energia cinética das pás.
Consideremos uma máquina qualquer que recebe uma potência total (Pt). Parte dessa
potência é usada para a tarefa à qual a máquina foi destinada (Pu) e a outra parte é
perdida, chamada de potência dissipada (Pd).
Pt= Pu+ Pd
40
3.4 Curvas características
3.4.1 Introdução
Temos, nas curvas características, um indicador muito importante, pois a parte gráfica
será montada e indicará uma performance.
Quando temos uma interseção das duas curvas, se concretiza o ponto operacional de
ambos, bomba e processo, conforme Figura 3.3.
Porém, muitas das vezes, é impossível que um ponto operacional atenda todas as
condições operacionais desejadas.
41
3.4.2 Curva do sistema
A curva do sistema foi citada durante a introdução, mas o que vem a ser ela?
Esta curva do sistema traduz uma relação entre a vazão e as perdas hidráulicas em um
sistema, de uma forma gráfica e, como as perdas por fricção variam com o quadrado da
taxa de fluxo, a curva do sistema tem a forma parabólica.
42
3.5.1 Movimento relativo
Nesta situação, a trajetória (relativa) da partícula observa o perfil da pá, como se o rotor
estivesse parado (em repouso) e o fluido escoando por meio dos canais formados pelas
pás.
43
A velocidade tangente a esta trajetória é denominada velocidade absoluta e será
representado por “c” (Figura 3.5).
Cavitação
Uma análise na operação de turbinas mostrou que baixas pressões são criadas na saída
do rotor, o que também ocorre na seção de entrada das bombas hidráulicas.
Após esta equalização envolvendo as pressões, irão aparecer bolhas de vapor de água
no escoamento turbulento, devido a pressão absoluta em diversos pontos poderá ser
igual ou menor que a pressão de vapor da água.
45
Fonte: CHAPALLAZ et al., 1992)
46
Conclusão
REFERÊNCIAS
47
4 COMPONENTES MECÂNICOS HIDRÁULICOS
Apresentação
Assim como existe simbologia para muitas coisas, a hidráulica não foi isenta deste
estudo, pois, quando os engenheiros possuem a necessidade de expor seu projeto,
podem fazê-lo por meio de um circuito ou esquema hidráulico, compostos pela
simbologia de tubulação, equipamentos e componentes hidráulicos devidamente
estabelecida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Neste caso, a norma ABNT NBR 8896, 8897 e 8898 é quem expõe esta simbologia.
Para você ver a funcionalidade, segue abaixo um exemplo de circuito hidráulico (Figura
4.1), ou esquema hidráulico, aonde mostra a tubulação e componentes de um fluxo
físico de processos.
48
Fonte: LUCIDCHART, S. D.
Segue abaixo a simbologia hidráulica conforme a ABNT BR 8896, 8897 e 8898, divididas
por funcionalidades:
49
a) Linhas e funcionalidades
50
Fonte: MELCONIAN, 2014
51
Fonte: MELCONIAN, 2014
52
Fonte: MELCONIAN, 2014
53
Fonte: MELCONIAN, 2014
Figura 4.6 – Simbologia de válvulas
4.2.1 Cilindros
O lado para o qual a haste opera é chamado de lado dianteiro ou "cabeça do cilindro".
O lado oposto sem haste é o lado traseiro. Os orifícios de entrada e saída estão
localizados nos lados dianteiro e traseiro.
Temos:
b) Cilindro de simples ação e retorno por mola - um cilindro no qual uma mola recua o
conjunto do pistão, conforme a figura 4.8.
55
Cilindro de simples ação e retorno pela força da carga – neste tipo de cilindro uma
força externa recua o conjunto do pistão, conforme figura 4.9.
56
Fonte: GOMES, 2008
57
Mecanismo de funcionamento:
b) Nesta altura, algum fluxo escapa pela válvula de alívio de acordo com a sua
regulagem.
Mas o pessoal experiente de manutenção concorda que a grande maioria dos casos de
mau funcionamento de componentes e sistemas é causada por contaminação.
As partículas de sujeira podem fazer com que máquinas caras e grandes falhem.
58
A função de um filtro é remover impurezas do fluido hidráulico. Isto é feito forçando o
fluxo do fluido a passar por um elemento filtrante que retém a contaminação. Os
elementos filtrantes são divididos em tipos de profundidade e de superfície.
O fluido à base de petróleo é mais do que um óleo comum. Os aditivos são ingredientes
importantes na sua composição. Os aditivos dão ao óleo características que o tornam
apropriado para uso em sistemas hidráulicos.
Fluido de Água-Glicol
A emulsão de óleo em água resulta em um fluido resistente ao fogo que consiste de uma
mistura de óleo em uma quantidade de água. A mistura pode variar em torno de 1% de
óleo e 99% de água à 40% de óleo e 60% de água. A água é sempre o elemento
dominante.
59
Emulsão de Água em Óleo
Sintético
4.3.1 Introdução
60
4.3.2 – Mecanismo de funcionamento dos reservatórios hidráulicos
À medida que o fluido volta ao reservatório, a placa defletora impede que este fluido
vá diretamente à linha de sucção.
Isto cria uma zona de repouso onde as impurezas maiores sedimentam, o ar sobe à
superfície do fluido e dá condições para que o calor, no fluido, seja dissipado para as
paredes do reservatório.
Todas as linhas de retorno devem estar localizadas abaixo do nível do fluido e no lado
defletor oposto à linha de sucção, conforme mostra a figura 4.14.
4.4.1 Introdução
A prensa hidráulica é uma máquina na qual funcionam os Princípios da Lei de Pascal, isto
é, a pressão exercida em um ponto qualquer de um líquido estático é a mesma em todas
as direções e exerce forças iguais em áreas iguais ou analisando por outro foco dado um
fluido contido, quando ocorre um aumento de pressão em qualquer ponto deste fluido,
este incremento de pressão será exercido em todos os pontos os demais pontos de
recipiente que o contém, conforme a Figura 4.15.
61
“Segundo Santos A. (2013), a prensa é uma “máquina-ferramenta” que possui uma
capacidade de fornecimento de força e energia para prover uma conformação plástica
à uma chapa de modo a se obter uma peça com determinadas forma e dimensão”
(B0TTO, C., V., O. et al, 2016).
62
Fonte: Sorvino, 2017.
63
4.4.3 Classificação das prensas
64
B3) Prensa hidráulica tipo “H”
Fonte: SORVINO,2017
De maneira resumida, uma prensa hidráulica funciona por meio de três processos
principais:
65
Processo 3 – Ocorre o movimento de retorno para abrir o sistema e permitir a retirada
da peça pronta e a colocação de uma nova peça a ser trabalhada.
• Marcha rápida: São motores de alta velocidade com uma rotação variando de 500 a
1000RPM.
66
• Marcha lenta: São motores de baixa velocidade com uma rotação variando de 0 a
500RPM.
Assim como nas bombas hidráulicas, nos motores hidráulicos o deslocamento é uma
propriedade importante. Outras propriedades suas são rotação, pressão de operação,
torque e potência.
Acumuladores Hidráulicos
67
Qualquer queda de pressão na abertura, fará com o fluido saia do acumulador pela
reação do elemento deslocado por ele.
A figura 4.22 mostra os três tipos básicos de acumulador. Os acumuladores que utilizam
gás podem ser divididos por terem ou não separação. Quanto aos que têm separação,
podem ser do tipo: pistão, diafragma e tipo bexiga.
Compensador de vazamentos;
Compensador de volume;
Dispositivo de sustentação.
Conclusão
REFERÊNCIAS
GOMES, M. R.; ANDRADE, M.; FERRAZ, F. Apostila de Hidráulica. Bahia: Centro Federal
e Educação Tecnológica da Bahia, 2008.
69
5 BOMBAS HIDRÁULICAS
Apresentação
Neste bloco veremos o contexto das bombas hidráulicas, desde a sua importância para
o universo da hidráulica até o detalhamento de classificação e dos tipos por
funcionalidades. Os aspectos técnicos de dimensionamento e controle operacional
serão abordados para total dimensão de sua praticidade no meio industrial e na
Engenharia Mecânica.
5.1.1 Introdução
Na maioria das vezes, um sistema hidráulico industrial, a bomba está localizada sobre a
tampa do reservatório que contém o fluido hidráulico do sistema.
A Figura 5.1 mostra a linha ou duto de sucção que conecta a bomba com o líquido no
reservatório.
70
A atmosfera e o fluido no reservatório operam juntos, como no caso de um acumulador.
Podemos definir deslocamento como a quantidade de fluido que a bomba entrega por
ciclo.
Quanto menor for a resistência fornecida, menor será a pressão desenvolvida na saída
da bomba. No entanto, a pressão na linha de recalque da bomba tem efeito negativo
sobre sua vazão.
71
5.1.2 Como se classificam as bombas
72
Axial ou helicoidais, quando o escoamento se desenvolve de forma paralela
ao eixo (especificadas para grandes vazões - dezenas de m3/s - e médias
alturas - até 40 m).
73
MELCONIAN, 2014
Estágio único;
a) Bombas de engrenagens;
b) Bomba de Engrenagem Externa;
c) Bomba de Engrenagem Interna;
74
d) Bomba Tipo Gerotor;
e) Bombas de Palheta;
f) Bombas de Palheta de Volume Variável;
g) Bombas de pistão;
h) Bombas de Pistão Axial de Volume Variável;
i) Bombas de Pistões Radiais.
75
Fonte: GOMES, 2008
76
Fonte: GOMES, 2008
77
Fonte: GOMES, 2008
78
Fonte: GOMES, 2008
Quando se trata de máquinas hidráulicas, dois métodos são utilizados para seus estudos
e projetos:
O primeiro método tem como hipótese que o rotor tem um número infinito de
pás, que teriam de ser infinitamente finas.
O segundo método é realizado a partir da análise de uma única pá, para daí então
aproximar para o caso real.
Utiliza aqui o primeiro método, que parte da hipótese de “escoamento congruente nas
pás”. A equação de Euler é a equação básica para o desenvolvimento/estudo de
bombas, ventiladores e turbinas.
79
Isento de choque na entrada;
Regime permanente.
80
Assim, o torque teórico para máquinas geradoras é expresso por:
5.3.2 Potência
Em conclusão, nem toda energia cedida ou recebida pelo fluido pode ser transformada
em trabalho mecânico no eixo da máquina, tem se então que a potência eficaz ou efetiva
é expressa pela potência entregue/recebida do fluido somadas às potências perdidas no
processo.
Sendo que:
81
Para o caso de bombas, a potência efetiva ou eficaz (Pef) é definida como sendo a
potência entregue pelo motor no eixo da bomba. Também conhecida por potência
motriz e BHP (Break Horse Power).
Todas as perdas internas e externas produzem uma perda de potência que reduz a
entrega, ou aumenta a necessidade de potência eficaz das máquinas.
Caso sejam considerados o atrito nas paredes externas do rotor, que gera uma potência
de atrito no rotor (Pr), e a perda por troca de fluido, que gera uma potência Pa, então a
potência interna é dada por:
A perda por troca ocorre devido à troca de fluido entre a região atrás do rotor e os canais
das pás, que ocorre devido à desaceleração do escoamento, pois, nesse caso, a camada
limite na região de saída deve fluir contra a pressão crescente.
c) Potência hidráulica
Podemos definir a potência hidráulica como sendo o produto do peso de fluido que
passa através da máquina, na unidade de tempo, pela altura de queda ou elevação.
Portanto, este conceito é útil tanto para bombas como para turbinas hidráulicas.
82
Assim, pode-se escrever:
Esta potência difere da potência efetiva devido a perdas que ocorrem nas
transformações de energia. Considerando que a potência perdida interna é a produzida
pelas perdas de pressão e por fuga de fluido:
a) Rendimento volumétrico
Considera as perdas por fuga de fluido e, para determinar isto, usa o rendimento
volumétrico (volumetric efficiency).
83
Sendo que:
Seu valor varia de 0,92 a 0,95 nas bombas mais recentes, sendo maiores nas de maior
dimensão. Quando trabalham no ponto de projeto, as máquinas de fluxo têm
rendimento mecânico na ordem de 0,99.
c) Rendimento Total
A potência efetiva se relaciona com a potência hidráulica por meio do rendimento total
(total efficiency ou gross efficiency) da instalação.
84
Um valor razoável para o caso de estimativas é 60% para bombas pequenas e 75% para
bombas médias.
Para o traçado destas curvas, a rotação foi tomada fixa. Se o ensaio for repetido para
outros valores da rotação, obtém-se a família de curvas da bomba.
85
A parte instável das curvas H = f(Q) e P = f(Q) em torno de 50% da vazão do ponto de
projeto é típica para bombas axiais, como resultado da separação da camada limite e
turbulência geradas pelo ângulo de incidência do fluido nesta faixa de vazão.
No encerramento de uma operação, basta desligar o motor das bombas axiais, devendo-
se, entretanto, fechar a válvula de descarga previamente, em se tratando de bomba
radial.
Se a bomba radial for de alta pressão, deve-se fechar parcialmente a válvula de descarga,
desligar o motor e fechar rapidamente a válvula de descarga.
O problema que você deve resolver é alcançar uma certa altura ou distância que o
escoamento não teria energia para vencer naturalmente caso fosse movido apenas pela
força da gravidade. Para isso, o primeiro passo é encontrar uma bomba que forneça essa
carga, que é dada em metros e será chamada altura (H).
O diâmetro do rotor;
As bombas são fabricadas para atuar em uma faixa de vazão específica. Quem indica
como a altura se relaciona com a vazão é o fabricante, por meio de um gráfico H x Q.
86
Nesse gráfico, os valores de H estão no eixo vertical e os valores de Q estão no eixo
horizontal. A curva de H = f(Q) é denominada curva de estrangulação devido ao processo
adotado para sua determinação experimental, conforme a Figura 5.14.
Figura 5.14 - Quadro com tipo de bombas por faixa de trabalho, rotando a 1750 rpm
Agora, se a necessidade for de apenas 10 mca, mas a uma vazão de 200 m3/h, então a
bomba mais indicada é a do tipo 100-160(E).
Depois que você identificou o tipo de bomba que satisfaz as condições de H x Q, você
deve procurar a curva de estrangulação específica do tipo de bomba escolhido, que
também é fornecida pelo fabricante.
87
5.5.3 Curva do NPSH
NSPH é a sigla do termo em inglês Net Positive Suction Head. Sua tradução significa
Altura Positiva Líquida de Sucção, que é a altura ou pressão necessária na entrada da
bomba para evitar a cavitação da bomba.
A entrada da bomba é a região onde a pressão é mais baixa, pois ela precisa succionar o
fluido, por isso é onde a cavitação ocorrerá primeiro.
O último passo para escolher uma bomba é conferir se existe NPSH suficiente para que
a bomba não cavite.
Para isso, precisamos comparar o NPSH disponível (NPSHd) com o NPSH requerido
(NPSHr) do NPSH pelo fabricante.
Ya: diferença entra a cota do reservatório inferior e a cota do eixo da bomba, medido
em [m].
Patm/γ: pressão atmosférica dividida pelo peso específico do fluido, medido em [m].
A bomba só poderá ser utilizada caso a condição de NPSHD seja satisfeita (> NPSHR).
Ponto de Funcionamento
É importante que você saiba quais são os elementos básicos de instalação de recalque.
88
Fonte: ESPARTEL, 2017.
A carga hidráulica (H) de uma instalação é a altura que o escoamento necessita atingir,
sendo:
89
Y é o desnível geométrico entre os reservatórios e hp é a soma de todas as perdas
(lineares e singulares) nas tubulações de recalque e sucção. Como a perda de carga varia
de acordo com a vazão, é possível criar uma curva característica da canalização
mostrando H em função de Q, sendo que se Q = 0, H = Y.
Na Figura 5.16. (a), temos a curva de instalação de um sistema qualquer. No eixo vertical
está a carga hidráulica. Já a vazão está no eixo horizontal. Na figura 5.16 (b), temos a
Intersecção da curva de instalação com a curva de estrangulamento. Os pontos
marcados são os possíveis pontos de funcionamento para esse sistema.
90
O ponto de funcionamento do sistema é onde a curva de instalação e a curva de
estrangulação se interseccionam.
Conclusão
Neste bloco, nós exploramos o universo das bombas hidráulicas, começando pela sua
classificação, seus tipos, suas equações fundamentais para cálculo do torque, potência
e rendimento, suas curvas características e seu ponto de funcionamento. Todos estes
aspectos proporcionam um projeto e uma operação de Hidráulica Industrial, com
bastante balanceamento e eficiência.
REFERÊNCIAS
GOMES, M. R., ANDRADE, M., FERRAZ, F., Apostila de Hidráulica. Bahia: Centro Federal
e Educação Tecnológica da Bahia, 2008.
91
FERREIRA, D. M. B. Noções de Hidráulica. 2013. Disponível em:
<https://bit.ly/2DceqKA>. Acesso em: 18 jul. 2020.
TURTON, R. K. Principles of turbomachinery. 2th ed. London: Chapman & Hall, 1995.
92
6 TURBINAS HIDRÁULICAS
Apresentação
Neste bloco veremos o contexto das turbinas hidráulicas, desde a sua importância para
o universo da hidráulica até o detalhamento de classificação e dos tipos por
funcionalidades. Os aspectos técnicos de dimensionamento e controle operacional
serão abordados para total dimensão de sua praticidade no meio industrial e na
Engenharia Mecânica.
6.1.1 Introdução
Diretamente falando, turbinas são equipamentos que tem por finalidade transformar a
energia de escoamento (hidráulica) em trabalho mecânico (máquinas motoras).
A parte rotativa de uma bomba se chama impulsor e a parte rotativa de uma turbina se
chama rotor.
93
Como parte da instalação de uma máquina destas, pode-se destacar ainda o
reservatório, a tubulação forçada e o canal de fuga.
O tubo de sucção só existe nas turbinas de reação e tem forma de duto divergente e é
localizado após o rotor.
Sua função é recuperar a altura entre a saída do rotor e o nível de água na descarga;
recuperar parte da energia cinética da velocidade residual da água na saída do rotor, a
partir do desenho do tipo de difusor.
Externamente à turbina, tem-se o reservatório que armazena o fluido que passará pela
turbina.
A tubulação forçada tem por função encaminhar o fluido do reservatório para a entrada
da turbina. E o canal de fuga, que recebe o fluido que entregou energia hidráulica para
a turbina.
O tipo predominante de máquina de impulso é a roda Pelton (inventada por Lester Allen
Pelton) que é apropriada para um range de alturas de 150-2000 m.
94
Dos tipos de escoamentos radiais predominam a turbina Francis (patenteada por
Samuel Dowd e aperfeiçoada por James Bicheno Francis).
As turbinas Dériaz são similares às turbinas Francis, rápidas, mas com um mecanismo
que permite variar a inclinação das pás do rotor.
Os tipos principais de máquinas axiais são turbinas de hélice (Propeller) cujas pás do
rotor são fixas e as turbinas Kaplan com as pás do rotor ajustáveis.
95
As turbinas podem ser classificadas em turbinas de ação (ou impulso) e em turbinas de
reação. Esta forma de classificação leva em conta a variação de pressão estática.
Exemplos do primeiro grupo são as turbinas Pelton, Turgo e Michell- Blanki, conforme
mostra a Figura 6.2.
96
6.2 Tipos de turbinas hidráulicas
Você vai perceber e comprovar que cada tipo de turbina recebeu o nome de seu
inventor.
a. Turbinas Francis
Essa turbina recebe o nome do engenheiro inglês James Bicheno Francis (1815-1892)
que a concebeu em 1848. Foi resultado do aperfeiçoamento da turbina Dowd,
patenteada em 1838 por Samuel Dowd (1804-1879).
É uma turbina de reação, com eficiência na faixa de 90%. Utilizada para alturas de 20 a
700 m, essa ampla faixa de aplicação a faz o tipo de turbina mais usada no mundo.
Nas turbinas Francis, o rotor fica internamente ao distribuidor, de modo que a água, ao
atravessar o rotor, aproxima-se do eixo.
São vários os formatos possíveis para rotores desse tipo de turbina, e dependem da
velocidade específica da turbina, podendo ser classificadas em: lenta, normal, rápida ou
extrarrápida.
O distribuidor tem um conjunto de pás dispostas em volta do rotor, e que podem ser
orientadas durante a operação, assumindo ângulos adequados às descargas, de modo a
reduzir a perda hidráulica.
É o tipo de turbina mais utilizada, pois pode trabalhar de forma eficiente em uma ampla
faixa de condições de operação.
Isto porque a altura de queda e a vazão são os dois fatores mais importantes para o
desempenho de turbinas, e estão sujeitos a variações sazonais, sendo que a turbina
Francis consegue se adaptar bem a esta sazonalidade. Sua faixa de operação vai de 45 a
400 m de carga e de 10 a 700 m3/s.
97
b. Turbinas Kaplan
Essa turbina recebe o nome do engenheiro austríaco Victor Kaplan (1876-1934) que a
concebeu em 1912. Ela foi resultado do aperfeiçoamento da turbina Hélice.
Ao contrário das turbinas Hélice, cujas pás são fixas, no sistema de Kaplan elas podem
ser orientadas, variando a inclinação das pás, com base na descarga.
c. Turbinas Pelton
Possui como distribuidor um bocal, que tem forma apropriada a guiar a água até as pás
do rotor. As turbinas podem ter um, dois, quatro e seis jatos. Internamente, o bocal
possui uma agulha para ajuste da vazão. O rotor tem uma série de pás em formato de
conchas dispostas na periferia, que fazem girar o rotor.
Tem ainda um defletor de jato, que intercepta o jato, desviando-o das pás quando
ocorre diminuição violenta da potência demandada pela rede de energia.
Nesses casos, a atuação do defletor deve ser considerada ao invés da redução da vazão
pelo uso da agulha, pois a ação rápida da agulha pode causar uma sobre pressão no
bocal, nas válvulas e ao longo da tubulação forçada.
98
Turbina tubular: o rotor, de pás fixas ou orientáveis, é colocado em um tubo por
onde a água escoa. O eixo, horizontal ou inclinado, aciona um alternador externo
ao tubo.
Turbina de bulbo: Trata-se de uma evolução da tubular, onde o rotor tem pás
orientáveis e existe um bulbo (câmara blindada) colocado no interior do tubo
adutor de água, que contêm um sistema de transmissão de engrenagens, que
transmite movimento do eixo da hélice ao alternador.
Adequadas para quedas de até 40m e rotor de até 10m de diâmetro. Reduz bastante o
custo das obras de construção civil.
Poderíamos usar a mesma definição de velocidade especifica para turbinas, mas como
CP e não CQ é o parâmetro adimensional independente para as turbinas, nós definimos
a velocidade especifica de turbina (NSt) de modo diferente, ou seja, em termos de CP e
CH.
Porém, quando em caso simples em que a vazão e a rotação são iguais para as operações
de bomba e turbina, temos:
Existem diversas formas de dissipação de energia, desde a energia inicial fornecida pela
queda de água até a energia final fornecida para o gerador pela turbina.
Para chegar até a turbina, a água escoa por uma tubulação onde ocorrem perdas de
cargas na tubulação (H p).
Segundo Alé (2001), a energia disponível (Hd) antes de chegar na turbina é dada por:
Hd=Hb−Hp
Quando o fluido entra na turbina ocorrem perdas de energia devido as perdas por atrito
no interior da turbina. Essas são denominadas perdas hidráulicas (Jh).
100
A energia disponível após as perdas hidráulicas é denominada energia motriz (Hm) (ALÉ,
2001).
Hm=Hd−Jh
Onde a energia motriz é dada pela diminuição das perdas hidráulicas da energia
disponível.
Então, a energia na saída da turbina (no eixo) denominada de altura útil (Hu) é dada pela
diminuição da energia motriz nas perdas mecânicas (Jm) (ALÉ, 2001).
Hu=Hm−Jm
O rendimento global da turbina (ηt), quantifica a relação entre toda a energia útil (Hu)
do sistema e a energia disponível pela queda da água (Hd).
101
a. Altura ou Queda Bruta
Representada pela diferença de cotas entre o nível mais elevado da turbina e o nível
onde a turbina se encontra (ALÉ, 2001).
Hb=z1−z0
Conforme Alé (2001), a perda de carga do sistema pode ocorrer pelos acessórios e
tubulação. No caso de centrais hidrelétricas, a perda de carga por tubulação é obtida
utilizando a equação de Hazen-Williams definida como:
Onde:
Q - Vazão (m³/s)
L - Comprimento da tubulação
102
c. Altura ou Queda Disponível
H=Hb−Hp
Hm=H−Jh
As perdas hidráulicas podem ser compostas por perdas de atrito, perdas por vazamento
entre o rotor e a carcaça da turbina, dentre outras (ALÉ, 2001).
É avaliada como a altura de queda motriz menos as perdas mecânicas (Jm) dissipada
pelos mancais e equipamentos auxiliares acoplados a árvore da turbina, por exemplo
(ALÉ, 2001).
Assim, nem toda energia cedida ou recebida pelo fluido pode ser transformada em
trabalho mecânico no eixo da máquina, tem-se, então, a potência eficaz ou efetiva que
é expressa pela potência entregue/recebida do fluido somadas às potências perdidas no
processo.
103
• “Pef“ é a potência eficaz no eixo da máquina;
A potência efetiva ou eficaz (Pef) é definida como sendo a potência entregue pela
turbina.
Todas as perdas internas e externas produzem uma perda de potência que reduz a
entrega ou aumenta a necessidade de potência eficaz das máquinas.
Unidades:
1 HP=1,0138 CV = 745,7 W
1 CV = 0,9863 HP = 735,5 W
c) Potência hidráulica
Definindo a potência hidráulica, temos o produto do peso de fluido que passa através
da máquina, na unidade de tempo, pela altura de queda ou elevação; portanto este
conceito é útil tanto para bombas como para turbinas hidráulicas. Assim, pode-se
escrever:
104
γ: peso específico em [N/m3]
Então, potência hidráulica é a potência entregue à máquina motora (turbina) pelo fluido.
Esta potência difere da potência efetiva devido à perdas que ocorrem nas
transformações de energia.
d) Potência bruta
105
6.4.3 – Rendimento de uma turbina
a) Rendimento total
A potência efetiva se relaciona com a potência hidráulica por meio do rendimento total
da instalação, que é sempre menor que 1.
Como é difícil a determinação das perdas, é usual adotar-se outra grandeza denominada
de rendimento total, a qual permite avaliar estas perdas.
106
c) Rendimento da transmissão (ηTR)
O rendimento de geração está relacionado com as perdas no gerador, que fazem com
que a potência elétrica entregue pelo gerador seja diferente da potência recebida por
este, conforme a tabela 6.3.
107
Parte da pressão provinda da água é responsável pelo seu aumento de velocidade
dentro do distribuidor, de modo que ela ainda possua energia de pressão quando em
contato com as pás do rotor.
108
O projeto de uma turbina deve ser levado em conta sua potência e ponto de operação
para que seja definida a curvatura das pás e seu dimensionamento, tornando seu
rendimento o maior possível.
Essas curvas são mostradas nas Figuras 6.6, 6.7, 6.8, 6.9 e 6.10. Como pode ser notado
na Figura 6.6, a turbina lenta é mais apropriada quando há maiores variações em sua
velocidade.
A Fig. 6.7 mostra que a potência é diretamente proporcional à vazão enquanto que o
rendimento, após o seu ponto ótimo à medida que a vazão aumenta, é reduzido. Por
meio desta figura, conclui-se que, a partir da potência ótima da máquina, à medida que
esta aumenta, o rendimento diminui.
Com essas figuras pode-se concluir a importância de um bom projeto da turbina para
que ela sempre opere em seu estado ótimo, não ocorrendo queda no rendimento da
mesma.
109
Fonte: BARBOSA, 2006.
110
Fonte: BARBOSA, 2006.
111
Fonte: BARBOSA, 2006
Figura 6.10 - Curva característica de uma turbina Francis - Vazão x Velocidade angular
O líquido entra nas turbinas hidráulicas em alta pressão. Esta pressão é uma combinação
de componentes estáticos e dinâmicos.
Assim, a cavitação pode ocorrer perto das lâminas de movimentação rápida da turbina
onde a cabeça dinâmica local aumenta devido à ação das lâminas que faz com que a
pressão estática caia.
112
A cavitação também ocorre na saída da turbina, pois o líquido perde a maior parte de
sua pressão e qualquer aumento na pressão dinâmica levará a queda na pressão estática
causando cavitaçã.
Levantar o problema é importante, mas saber resolvê-lo é melhor ainda. Desta forma,
para evitar a cavitação durante o funcionamento, os parâmetros das turbinas hidráulicas
devem ser configurados de modo que, em qualquer ponto de fluxo, a pressão estática
não caia abaixo da pressão de vapor do líquido. Os parâmetros para controlar a
cavitação são a pressão, a vazão e a pressão de saída do líquido.
Conclusão
Este bloco mostrou o universo das turbinas hidráulicas, começando pela sua
classificação, seus tipos, suas equações para cálculo da velocidade específica, perdas,
potência e rendimento, suas curvas características e sua cavitação. Todos estes aspectos
proporcionam um projeto e uma operação de Hidráulica Industrial, com bastante
balanceamento e eficiência.
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REFERÊNCIAS
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