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APOSTILA DE HIDRÁULICA I
(Material para o acompanhamento das aulas)
Passo Fundo
2012
Hidráulica I 3
SUMÁRIO
1.1 Introdução
Hidráulica
Definição
Hydor – água
Aulos – tubo, condução
Objetivo:
Divisão da Hidráulica:
Hidráulica Teórica:
Evolução da Hidráulica:
N a B a b ilô n ia e x is t ia m c o le t o r e s d e e s g o t o d e s d e 3 7 5 0 a .C .
I m p o r t a n t e s e m p r e e n d im e n t o s d e ir r ig a ç ã o t a m b é m
f o r a m e x e c u t a d o s n o E g it o , 2 5 s é c u lo s a .C .
O p r im e ir o s is t e m a p ú b lic o d e a b a s t e c im e n t o d e á g u a d e
q u e s e t e m n o t íc ia , o a q u e d u t o d e J e r w a n , f o i c o n s t r u íd o
n a A s s ír ia , 6 9 1 a .C . E x e m p lo s d e A q u e d u t o s :
N o s é c u lo X V I , f il ó s o f o s v o lt a r a m - s e p a r a o p r o b l e m a s d e
p r o j e t o s d e c h a f a r i z e s e f o n t e s m o n u m e n t a is n a I t á li a .
L e o n a r d o d a V i n c i e n t ã o p e r c e b e u a im p o r t â n c i a d e s t e s e t o r .
U m n o v o t r a t a d o , p u b li c a d o e m 1 5 8 6 p o r S t e v i n , e a s
c o n t r i b u i ç õ e s d e G a li l e u , T o r r i c e l l i e D a n i e l B e r n o u ll i
c o n s t r u ír a m a b a s e p a r a o n o v o r a m o c i e n t í f i c o .
A p e n a s n o s é c u lo X I X , c o m o d e s e n v o lv im e n t o d a
p r o d u ç ã o d e t u b o s d e f e r r o f u n d id o , c a p a z e s d e r e s is t ir a
p r e s s õ e s in t e r n a s r e la t iv a m e n t e e le v a d a s , e
c o m o c r e s c im e n t o d a s c id a d e s e a im p o r t â n c ia c a d a
v e z m a io r d o s e r v iç o d e a b a s t e c im e n t o d e á g u a , é q u e
a h id r á u lic a t e v e u m p r o g r e s s o r á p id o e a c e n t u a d o .
Fluido líquido – tem uma superfície livre ou não, e uma determinada massa de um
líquido, a uma mesma temperatura, ocupa só um determinado volume de qualquer
recipiente.
A forma como o líquido responde na prática, às várias situações, depende
basicamente de suas propriedades Físico-químicas.
Obs.: No Sistema S.I. a unidade de VOLUME não é o Litro (L) mas sim o metro
cúbico (m3).
A palavra metro vem do grego métron e significa “o que mede”. Foi estabelecido
inicialmente que a medida do metro seria a milionésima parte da distância do Pólo
Norte ao Equador, no meridiano que passa por Paris. No Brasil o metro foi adotado
oficialmente em 1928.
Além da unidade fundamental de comprimento, o metro, existem ainda os seus
múltiplos e submúltiplos, cujos nomes são formados com o uso dos prefixos: quilo,
hecto, deca, deci, centi e mili. Observe o quadro abaixo:
Múltiplos Unidade Submúltiplos
fundamental
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
km hm dam m dm cm mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m
Sistema Inglês:
O pé, a polegada, a milha e a jarda são unidades não pertencentes ao sistema
internacional de unidades, são utilizadas nos EUA, pois a Inglaterra já adotou o SI.
Observe que:
1 pé = 30,48 cm = 0,3048m
1 polegada = 2,54 cm
1 jarda = 91,44 cm
1 milha terrestre = 1609 m
1 milha marítima = 1852 m
1 pé = 12 polegadas
1 jarda = 3 pés
1.4 Propriedades
Descrevem o movimento dos fluidos. São os Termos para definir o seu estado
físico. As propriedades são: “Características de uma substância que tem um valor
constante para um dado estado.”
4. Pressão (p):
Genericamente: é o quociente da intensidade de uma força normal a uma
superfície, pela área desta superfície.
p = F/A
Distribuindo e Concentrando:
Um sapato de salto “agulha” e uma bota caminham lado a lado. Qual causa maior
estrago onde pisa?
A pressão é medida em Newtons por metro quadrado (N/m2) ou Pascal (Pa) ou Kgf/m2.
Exemplificando:
Exemplo:
OBSERVAÇÃO
Prática:
Será que um líquido, além de aplicar forças contra as paredes laterais dos frascos que
os contém, podem também aplicar forças para cima? A resposta é sim. Basta que
exista um obstáculo que impeça esse líquido de “querer subir” . Veja uma situação
dessas, onde as setas indicam forças.
Num frasco, como esse indicado na figura, há um ressalto na região (1). Nessa região,
os pacotes de água, empurrados pelos demais pacotes de água, vão querer subir para
atingirem o mesmo nível da superfície livre dos pacotes de água que estão no gargalo
do frasco. Há forças aplicadas pelo líquido, para cima. Repare, na figura (a) que há
forças agindo para baixo (no fundo do frasco), há forças laterais (aplicadas contra as
paredes laterais do frasco) e há forças para cima (aplicadas contra os ressaltos). Há
forças em todas as direções e sempre no sentido de empurrarem, perpendicularmente,
as paredes para fora. Conclusão: O líquido exerce pressão em todas as paredes que o
impeçam de escoar. Em (b), para comprovar essas afirmações, foram feitos orifícios
nas regiões (1), (2) e (3). Repare como o líquido jorra por esses orifícios. Repare
também nas direções que esses jatos tomam ao sair do frasco; são sempre
perpendiculares às paredes do frasco (essas são as direções das forças de pressão).
Eis outra coisa importante para reparar na ilustração acima: o jato em (3) alcança
maior distância horizontal que o jato em (2). Isso significa que a pressão em (3) (maior
profundidade) é maior que a pressão em (2) (menor profundidade).
5. Tensão de Cisalhamento
É a razão entre a o módulo da componente tangencial da força é a área da
superfície sobre a qual a força está sendo aplicada.
9. Capilaridade
A capilaridade é uma propriedade dos líquidos que resulta da tensão superficial
na qual o líquido se eleva ou baixa eu um fino tubo. Se a adesão predominar sobre a
coesão em um líquido, como na água, o líquido molhará a superfície do tubo e se
elevará. Se a coesão predominar sobre a adesão, como no mercúrio, o líquido não
molhará o tubo e baixará. A figura abaixo mostra tubos capilares colocados em água e
mercúrio. Observe que no caso da água, o menisco é côncavo e se eleva acima do nível;
o menisco do mercúrio é convexo e está abaixo do nível ao redor do tubo.
Nos Gases:
* Para as transformações isotérmicas, tem-se: p1.V1 = p2.V2 e também E = p, sendo p
a pressão final p2 – V.
* Para as transformações adiabáticas, tem-se: p1.V1 k = p2.V2 k e também E = kp,
sendo k a constante adiabática e p a pressão final p2 – V.
11. Compressibilidade:
É a propriedade que, em maior ou menor grau, possuem os fluidos de sofrerem
redução de seus volumes quando sujeitos a ação de pressões externas, com
consequente aumento de densidade. A compressibilidade nos líquidos é muito pequena,
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Hidráulica I 18
TABELAS:
Tabela 1 - Variação da massa específica da água com a temperatura:
Tabela 4 - Tabela da viscosidade cinemática de alguns fluidos (ν) e peso específico (γ):
Fluido Temperatura (0C) Peso específico Viscosidade cinemática
(Kgf/m3) (m2/s)
Gasolina 5 737 0,000000757
10 733 0,000000710
15 728 0,000000681
20 725 0,000000648
25 720 0,000000621
30 716 0,000000596
Óleo combustível 5 865 0,00000598
10 861 0,00000516
15 858 0,00000448
20 855 0,00000394
25 852 0,00000352
30 849 0,00000313
Ar 5 1,266 0,0000137
(Pressão 10 1,244 0,0000141
atmosférica) 15 1,222 0,0000146
20 1,201 0,0000151
25 1,181 0,0000155
30 1,162 0,0000160
Gás k
Acetileno 1,26
Amoníaco 1,32
Anidrido carbônico 1,28
Anidrido sulfuroso 1,26
Ar 1,40
Hélio 1,66
Hidrogênio 1,40
Metano 1,32
Nitrogênio 1,40
Oxigênio 1,40
Vapor d´água 1,28
Relação γ = ρ.g
√ = 1/ρ
ρ Unidade: m3/kg
Volume Especifico
√ = 1/γγ Unidade: m3/N ou m3/Kgf
Densidade Relativa δ = ρ/ρ
ρpadrão Adimensional
Pressão p = F/A
Unidade: Pascal (N/m2)
Importante:
Capítulo 2 - HIDROSTÁTICA
M
exteriores que, em cada ponto
do espaço ocupado pelo fluido admite
uma resultante,
O
X Cujo valor por unidade de massa é F,
p = p (x,y,z) ρ = ρ (x,y,z)
F–X dx
Y
Z Z
d h
Z
c g dz
p p’
M
f
b
dy
O a e
X
Y
isolando na massa fluida M um paralelepípedo elementar abcdegh de volume:
dxdydz e massa: ρ.(dxdydz), Então:
Sobre o fluido contido no paralelepípedo agem os seguintes esforços :
ρ dxdydz , Yρ
Xρ ρdxdydz e Zρ
ρdxdydz
as pressões exercidas pelo fluido circundante, atuam perpendicularmente às faces
do paralelepípedo,
Para haver equilíbrio, a soma das projeções das forças que agem sobre o
paralelepípedo, segundo os 3 eixos devem ser nulas:
- o esforço efgh:
∂p
p’y=
p + dy dxdz
∂y
- Resultando:
∂p
py – p’y= pdxdz − p + dy dxdz
∂y
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Hidráulica I 25
∂p
Yρ dxdydz + pdxdz − p + dy dxdz = 0
∂y
- Simplificando-se, teremos:
∂p
Yρ =
∂y
- Escrevendo por Analogia para as outras componentes, teremos também:
∂p ∂p
Xρ = Zρ =
∂x ∂z
∂p ∂p ∂p
ρ ( Xdx + Ydy + Zdz ) = dx + dy + dz
∂x ∂y ∂z
Se reduz para: dp = − ρ g dz = - γ dz
Equação de equilíbrio dos fluidos em repouso,
quando sujeitos apenas a ação da gravidade.
EXEMPLO:
Então: a pressão ESTÁTICA que o líquido exerce sobre os pontos A e B será pA e pB,
respectivamente, e a diferença de pressão entre os pontos A e B será calculada pela LEI
DE STEVIN:
É o princípio físico que se aplica, por exemplo, aos elevadores hidráulicos dos
postos de gasolina e ao sistema de freios e amortecedores, e deve-se ao físico e
matemático francês Blaise Pascal. Exemplo: Prensa Hidráulca.
Vemos aqui que a Prensa Hidráulica, ao utilizar-se dessa técnica, funciona como uma
verdadeira máquina, ou seja, um dispositivo capaz de multiplicar forças. O 'operador' aplica
a força F1 (de pequena intensidade) e a máquina aplica na 'carga' a força F2 (de grande
intensidade).
Então: Ela é constituída por dois cilindros comunicantes, fechados por pistões bem
ajustados de seções A1 e A2 ; aplicando um esforço F1 no pistão menor, o maior se
desloca elevando a carga F2 , de modo que os volumes A1.Z1 e A2. Z2 sejam iguais.
Patm = γ . h
EXEMPLOS:
Patm = 10330 kgf/m2 no nível do mar
Logo:
patm 10.330 kgf
= m 2 = 10,33m
γH o
2 1.000 kgf
m3
Pressão
Logo: Relativa ou Efetiva:
Pressão Absoluta:
Em uma edificação há uma torneira que está a 28 metros abaixo da superfície livre da
água do reservatório superior. Deseja-se saber: A) a representação gráfica das
pressões na torneira e os planos de carga; B) a pressão estática efetiva e a pressão
estática absoluta na torneira (em kgf/m2; kgf/cm2; m.c.a.; e em KPa);
Exemplo Prático:
1º) Tem-se dois recipientes A e B contendo água ao mesmo nível.
A primeira idéia é em A.
Na HIDROSTÁTICA,
Nos edifícios o que ocorre com a pressão exercida pela água nos diversos
pontos das tubulações é o mesmo que no exemplo anterior. Isto é: A pressão só
depende da altura da água, desde o nível da água no reservatório até um ponto
qualquer da tubulação.
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Hidráulica I 35
2.8 - MANOMETRIA
Definições:
M a n ô m e tr o :
É u m i n s t r u m e n to p a r a m e d ir a “ p r e s s ã o e fe ti v a ” .
Instrumentos:
Patm = γ . d
po = γ . d
γ γ
Se o fluido em B for um gás, tal que 1 for desprezível face a 2 (normalmente
o mercúrio), a expressão fica:
Exemplo:
MANÔMETROS TIPO
TUBO EM U FEITOS
COM TUBOS DE VIDRO
p = γ h = γ l sen θ
Exemplos:
O Princípio de Arquimedes:
“A pressão hidrostática submete um corpo mergulhado num líquido em equilíbrio
a uma força ascendente vertical, de intensidade igual ao peso da água que ele
deslocou.” É este o princípio de Arquimedes.
E=ρ.g.V
Onde:
E = empuxo (N); ρ= densidade do líquido (kg/m3);
g = aceleração da gravidade (m/s2); e V = volume (m3)
Peso Aparente:
Portanto:
Onde:
p = dE/dA
O empuxo será:
∫ dE = ∫ γ . h . dA
Considerando a figura abaixo um reservatório, de paredes e fundo plano, cheio
de líquido:
Logo, pode-se definir: O Empuxo produzido por um líquido sobre uma superfície
plana imersa será igual ao peso de uma coluna líquida que tem por base a área da
superfície e por altura a profundidade do seu centro de gravidade (CG):
Empuxo:
Onde:
E=
γ=
A=
hCG =
Esta resultante das pressões (empuxo) que age na superfície imersa no líquido
pode ser representada nas paredes do reservatório também. O empuxo nada mais é
que a pressão estática concentrada em um ponto da superfície imersa. Este ponto é
chamado Centro de Pressão.
Pela figura:
ho α
ho
A A E
CG
CG
CP
Barragens Piscinas
Tampas Comportas
Diagrama de Pressões:
O Diagrama das Pressões pode ser represenado através das pressões
distribuídas ou da pressão concentrada em um ponto (pressão resultante ou
empuxo).
Definições:
Tampa: É a peça removível e apropriada com que se fecha qualquer abertura (lateral,
superior ou no fundo) de tanques, reservatórios, etc...
Válvula: É qualquer dispositivo que se opõe ao refluxo do fluido ou que tem a função
de reter (ou retardar) o curso do fluido. Exemplo: registro.
Comporta: É a placa móvel que retém ou libera as águas de um canal (ou de um
conduto livre), de um reservatório, etc...
Barragem: É a obra destinada a reter um curso d’água (rio, córrego, águas pluviais...),
para sua utilização no abastecimento de águas de cidades, ou em irrigação, ou em
produção de energia, ou em controle de inundações, etc... (Obras de grande porte).
Açude: É a construção que represa águas (principalmente as da chuva em regiões de
seca), para uso doméstico ou para irrigação. (Pequeno porte).
Dique: É um reservatório com comportas que permite (ou impede) a passagem da água
do mar (ou de rio), para fins de conserto ou limpeza de navios, ou elevação de navios
(mudança de nível), ou ainda como parte de uma barragem.
Muro de retenção: É uma barragem de pequena dimensão, adotada no meio rural ou
em obras de pequena duração.
Paramento de Montante: É a face da barragem (ou do muro de retenção, ou dique...)
que está em contato com a água armazenada.
Paramento de Jusante: É a face oposta ao paramento de montante. Não tem contato
com a água armazenada.
AH
S.L.
A
Onde:
ho γ - peso específico
EV do líquido;
AH - Projeção
E horizontal de A;
AV
EH AV – Projeção vertical
de A;
Expressões:
EH:
EV:
Onde: V = A x Extensão; e
A = área da superfície em contato com o fluido
E:
½ Parábola:
CONCLUSÕES
AH
S.L.
A
Empuxo em
EV
superfícies
curvas: AV
E
EH
Ainda:
Capítulo 3 - Hidrodinâmica
É o estudo dos líquidos em movimento. A Cinemática dos Líquidos estuda o seu
escoamento, sem considerar suas causas.
3.1 - Generalidades
Pode-se distinguir tubo, tubulação, encanamento pelo uso prático dado a cada
um:
TUBO: Uma só peça, geralmente cilíndrica e de comprimento limitado pelo
tamanho de fabricação ou de transporte. Exemplos: tubos de ferro fundido, tubos de
concreto, tubos de aço, tubos PVC, tubos de polietileno...
TUBULAÇÃO: Conduto constituído de tubos (várias peças) ou tubulação
contínua fabricada no local. É o termo usado também para o trecho de um aqueduto
pronto e acabado. Sinônimos: canalização, encanamento, tubulagem.
REDE: é um conjunto de tubulações interligadas em várias direções.
Movimento
Tem-se que a vazão em ambas as seções são iguais, e seu valor é dado por:
Onde:
Q = vazão (m3/s); v = velocidade média do escoamento (m/s); A = área da seção de
escoamento (m2).
Equação de Bernoulli:
Portanto:
Seção 1: Seção 2:
2 2
p1
v1 p2
v2
Z1 + + =H Z2 + + =H
γ 2g γ 2g
Na prática isso não ocorre: introduz-se então à Equação de Bernoulli, uma perda
por energia, ou seja, o termo corretivo hf. Porque, para deslocar-se do ponto 1 para o
ponto 2, o escoamento do fluido ocorre com uma perda de energia (perda de carga), ou
seja, a energia se dissipa sob forma de calor em conseqüência das forças de atrito
(que será visto no próximo capítulo: PERDA DE CARGA).
TUBO DE VENTURI:
O tubo de Venturi consiste de uma tubulação cuja seção varia até um minímo e,
novamente, volta a ter a mesma seção inicial. Este tipo de estrangulamento é
denominado de garganta. A equação de Bernoulli aplicada entre as seções (1) e (2) na
figura abaixo fornece :
Como v2 > v1 , temos que P1 > P2 , pode-se avaliar a velocidade medindo-se a diferença
de pressão entre as seções (1) e (2). Portanto, conhecendo-se as áreas da seções,
pode-se medir a vazão com este dispositivo, pois pela equação da continuidade, temos :
SIFÃO:
Sifões são tubos, parcialmente forçados, conforme ilustração abaixo. Um sifão, para
funcionar, deve estar inicialmente cheio de fluido líquido. Depois de cheio (escorvado)
o fluido escoa-se devido ao desnível H1 entre o nível constante do reservatório (1) e o
nível de saída (3). O ponto (2) é o vértice do sifão sendo denominado a parte superior
do conduto como coroamento e a inferior como crista.
linha de corrente, é igual à carga total em qualquer ponto à jusante da mesma linha de
corrente mais a perda de carga entre os dois pontos”.
Então, a Diferença entre a Energia Inicial e a Energia Final de um líquido,
quando o mesmo flui em uma tubulação de um ponto a outro é chamada “Perda de
Carga ou Perda de Energia”. Essa diferença de energia que é dissipada sob a forma de
calor, é de grande importância nos problemas hidráulicos e por isso ela precisa ser
investigada. Essa perda de energia por fricção ou por atrito ocorre da seguinte
maneira:
A perda de carga TOTAL é a soma das perdas distribuídas mais as perdas localizadas.
(m/m)
(m)
ONDE:
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Hidráulica I 63
A perda de carga unitária pelo método racional pode ser obtida através da fórmula:
Q2
J = k. 5 (m/m)
D
Tabela – Valores das rugosidades internas dos materiais das tubulações (k)
Característica da tubulação Rugosidade (k), (mm)
Ferro fundido novo 0,26 – 1
Ferro fundido enferrujado 1 – 1,5
Ferro fundido incrustado 1,5 – 3
Aço laminado novo 0,0015
Aço rebitado 0,92 – 9,2
Aço galvanizado 0,15
Aço soldados liso 0,1
Aço muito corroído 2
Cobre, vidro ou chumbo 0,0015 a 0,03
Concreto bem acabado 0,3 a 1
Cimento bruto 1–3
Cimento alisado 0,3 – 0,8
Alvenaria de pedra bruta 8 – 15
Rocha bruta 0,2
Tijolo 5
Alvenaria de pedra regular 1
PVC 0,0015 a 0,12
Cálculo de f:
O coeficiente de perda de carga f é um adimensional que depende basicamente do
regime de escoamento.
Para o cálculo do f (utilizado na fórmula da perda de carga universal), precisa-se
saber o número de Reynolds e a rugosidade relativa do conduto, ou seja, a relação
entre o tamanho da aspereza das paredes do conduto (K) e o diâmetro do conduto (D)
é a Relação K/D.
A partir do número de Reynolds pode-se classificar o regime de escoamento e
indicar as expressões para o cálculo do coeficiente f.
Para Re < 2000 – Regime Laminar, e f é dado por:
64
f=
Re
−2
5,62 K
f = − 2 log 0,9 +
Re 3,71D
(m)
Onde:
v = velocidade média do fluido em uma tubulação (m/s);
g = aceleração da gravidade (m/s2);
k’ = coeficiente equivalente próprio do elemento causador da perda que depende da
geometria da singularidade (curva, registro, tê, etc) (Tabela abaixo).
Peça k’
Bocais 2,75
Comporta aberta 1,00
Controlador de vazão 2,50
0
Cotovelo de 90 0,90
0
Cotovelo de 45 0,40
Crivo 0,75
0
Curva de 90 0,40
0
Curva de 45 0,20
0
Curva de 22,5 0,10
Entrada de Borda 1,00
Entrada Normal 0,50
Junção 0,40
Medidor Venturi 2,50
Saída de canalização 1,00
Tê, passagem direita 0,60
Tê, saída de lado 1,30
Tê, saída bilateral 1,80
Registro de ângulo aberta 5,00
Registro de gaveta aberta 0,20
Registro de globo aberta 10,00
Válvula de pé 1,75
Válvula de retenção 2,50
hf total =
Fórmula de FLAMANT:
A fórmula de Flamant (1892) foi originalmente testada para tubos de parede lisa
de uma maneira geral; posteriormente mostrou ajustar-se bem aos condutos de
plástico de pequenos diâmetros (até 2”), como os usados em sistemas prediais de água
fria.
Fórmula de FAIR-WHIPPLE-HSIAO:
(1930). É utilizada para o cálculo dos condutos de pequenos diâmetros das
instalações prediais, ou seja, diâmetros de ½ a 4”.
Após um grande número de experiências, conduzidas segundo a técnica mais
avançada e sob um controle perfeito, Fair, Whipple e Hsiao propuseram fórmulas
especiais que tem sido aceitas e recomendadas como as mais satisfatórias para
pequenos diâmetros, incluindo as tubulações que conduzem água quente.
* Para tubos de aço galvanizado ou ferro fundido conduzindo água fria, a fórmula é:
* Não há fórmula específica para tubos de aço galvanizado conduzindo água quente,
mas a fórmula: J = 0,002021 Q1,88/ D4,88 tem sido empregada, pois apresenta
resultados em favor da segurança.
Em todas as expressões:
J = perda de carga unitária (m/m);
Q = vazão da água (m3/s);
D = diâmetro das tubulações (m).
A norma brasileira para instalações prediais também recomenda as fórmulas de
Fair-Whipple-Hsiao nas seguintes formas:
J = 19,8.106.Q1,88 .D −4,88 (para tubos hidraulicamente rugosos)
e
J = 8,63.106.Q1,75 .D −4,75 (para tubos hidraulicamente lisos)
Fórmula de HAZEN-WILLIAMS:
(EUA, 1903: Allen Hazen, Engenheiro civil e sanitarista e Gardner S. Williams,
professor de Hidráulica). Essa fórmula tem sido largamente empregada, sendo
aplicável a condutos de seção circular com diâmetro superior a 50 mm (acima de 2”)
porém na prática é utilizada para tubulações acima de 4”. É uma fórmula que pode ser
satisfatoriamente aplicada para qualquer tipo de material.
(m/m)
Onde:
Q = vazão de água (m3/s);
D = diâmetro das tubulações (m);
v = velocidade das tubulações (m/s);
J = perda de carga unitária (m/m);
C = coeficiente de perda de carga de Hazen-Williams, que depende da natureza e das
condições do material empregado nas paredes dos tubos (Tabela abaixo).
• a grande aceitação que teve a fórmula permitiu que fossem obtidos valores bem
determinados do coeficiente C, nessas condições pode-se estimar o envelhecimento dos
condutos;
• os limites de aplicação são os maiores: diâmetros de 50 até 3500 mm e velocidades até 3
m/s, ou seja, praticamente todos os casos práticos aí se enquadram.
• é uma fórmula que pode ser satisfatoriamente aplicada para qualquer tipo de conduto
(Condutos Livres ou Forçados).
J = K . (vn /D)
O coeficiente n varia entre 1,76 e 2, mas Darcy adotou na sua época (cerca de 150
anos atrás) o valor de n = 2, pois queria estabelecer uma fórmula prática.
Mais tarde, Reynolds, que investigou a velocidade-limite entre os regimes de
escoamento Laminar e Turbulento, chegou à conclusão de que o expoente n assume o
valor da unidade para o movimento laminar e que, para os movimentos turbulentos que
ocorrem na prática, n depende da rugosidade da parede dos condutos, oscilando entre
1,73 e 2. Para os condutos muito lisos, n é aproximadamente 1,75, ao passo que para
grandes turbulências, em condutos fortemente ‘incrustados’, n=2.
Válida para Re < 2000, mas com maior segurança para Re < 1000.
Outra apresentação da Fórmula de Poiseulle:
µ.v
J = 32.µ Onde: µ = viscosidade
γ.D2 γ = peso específico
v = velocidade
J = Ks . Q1,9
245.D4,9
(m)
sendo
hf1-2 = perda de carga entre os pontos 1 e 2 de uma instalação (m);
J = perda de carga unitária (m/m);
LV = comprimento virtual (m), é dado por: LV = LR + ∑ Leq
LR= comprimento real da tubulação (m);
Leq = comprimento equivalente da tubulação cuja perda de carga equivale àquela
promovida pela singularidade substituída (com as Tabelas).
Engenharia Civil - Prof. Msc. Vinícius Scortegagna
Hidráulica I 72
ANEXOS:
Registro de Gaveta aberto:
RESUMO:
Fórmulas para calcular a Perda de Carga:
Método Racional Método Empírico (hf = J.L)
L v2 - HAZEN – WILLIAMS
hf = f . . ou
D 2g J = 10,643. Q1,85 . C -1,85 . D -4,87
Q2 Utilizada em condutos de D ≥ 2” e seção
J = k. 5 → hf = J . L circular ( Na prática utilizada para D ≥ 4”)
D
Cálculo de f: - FÓRMULA DE SCOBEY
Válvulas de retenção:
Conexões
Conexões
Válvulas de pé e crivo