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Emulsões

Prof. Gildeon Marques


Emulsões
 Definições:
 Sistemas bifásicos nos quais um líquido está disperso
em outro líquido em forma de pequenas gotas (USP
XXV)
 Mistura homogênea, e relativamente estável, de dois
líquidos imiscíveis obtida a custa de um agente
emulsificante (AULTON, 2016).
Emulsões
 Características de uma boa emulsão
 Leitosa ou cremosa, líquidas ou semissólidas
 Constituídas por duas fases imiscíveis
 Sistema termodinamicamente instável
 Agregação lenta das gotículas dispersas (Coalescência)
 Cremagem lenta Aglomeração das gotículas dispersas na superfície (Formação de nata)
Densidade do L. dispersado > Densidade do L. dispersante

 Sedimentação lenta Densidade do L. dispersado < Densidade do L. dispersante

FRANZOL; REZENDE, 2015.


AULTON, 2016.
Emulsões
 Importância Homogeneidade
Brilho
 Características organolépticas Macio
Fino
Opacidade
 Absorção Mais rápida e mais completa do que (nas)
formas de suspensão ou comprimido

 Ativos hidro e lipossolúveis

 Penetração
Emulsões Emulsão óleo em água (O/A) Emulsão água em óleo (A/O)

 Componentes:
 Fase aquosa (A ou W)
 Fase oleosa (O ou L)
 Agente emulsificante

 Fases:
 Interna, dispersa ou descontínua
 Externa, dispersante ou contínua
Emulsões
Componentes
A. emulsificante

Fase aquosa Fase oleosa


 Antioxidantes  Antioxidantes
 Conservantes  Conservantes
 Emolientes  Quelantes
 Umectantes

Agente emulsificante

Tensoativos aniônicos Tensoativos catiônicos Tensoativos anfotéricos Tensoativos não iônicos

Estearato de sódio Brometo de cetiltrimetil amônio Alquilbetaína Estearato de sorbitan


Estearilsulfato de sódio Cloreto de dicetildimetil amônio Alquilimidazolina Oleato de sorbitan
Tween 20 e 80
Emulsões
 Componentes
 Fase aquosa
Antioxidantes Conservantes Umectantes
Emulsões
 Componentes
 Fase oleosa
Antioxidantes Conservantes Quelantes
Emulsões
 Componentes
São responsáveis pela redução da tenção interfacial entre
 Agentes tensoativos água e óleo permitindo que se misturem e formem uma
emulsão.

Estearato de sódio

Brometo de cetiltrimetil amônio


Alquilbetaína

Tween 20 Tween 80
Emulsões

FI

FE

Micrografia de uma emulsão


ANSEL; POPOVICH; ALLEN, 2013.
Emulsões
 Classificações:
 Quanto à carga:
 Iônicas
 Aniônicas (-)
+
-
 Catiônicas (+)
s/ carga
 Não-iônicas
Emulsões
 Classificações:
 Quanto ao tipo:
 O/A
 A/O

Fig. 4 – Representação esquemática de emulsões do tipo


O/A e A/O
Emulsões
 Aparência x Tamanho da partícula

Tamanho da Aparência
partícula (m)
>1 Branco
0,1 – 1 Azul-esbranquiçado
0,05 – 0,1 Semi-transparente
<0,05 Transparente
Emulsões
Indica a relação entre a parte hidrofílica e a
 Equilíbrio hidrófilo-lipófilo (EHL) lipofílica de um emulsionante.
 Produtos altamente polares ou hidrofílicos
 > EHL
 8 < EHL< 18 – Hidrofílicos – O/A

 Produtos menos polares e mais lipofílicos


 < EHL Baixo EHL Médio EHL Alto EHL
 3 < EHL < 6 – Lipofílicos – A/O

Representação do EHL em função da fração hidro ou lipofílica da molécula emulsionante


Emulsões
 Atividade esperada x EHL

ANSEL; POPOVICH; ALLEN, 2013.


Emulsões
 Valores de EHL de alguns emulsionantes

ANSEL; POPOVICH; ALLEN, 2013.


Emulsões
 Valores de EHL necessários para alguns óleos
ou ceras
Produto A/O O/A
Cera de abelhas 5 12
Álcool cetílico - 15
Parafina líquida 4 12
Vaselina sólida 4 12
Vaselina líquida 4 10,5
Lanolina 8 10
Ácido esteárico - 17
Óleos vegetais - 7-12
Silicones - 10,5
Delineamento de Formas Farmacêuticas – Aulton
Farmacotécnica – Ansel
Emulsões
 Como determinar o valor de EHL de um
tensoativo/emulsionante?

 Calcula-se o percentual da porção hidrofílica, com base na


massa molar do tensoativo, e depois divide o valor por 5;

 Isto mantém a escala de EHL menor e mais fácil de utilizer;

 O valor então é atribuído ao tensoativos.


Emulsões
 Exemplo
 Oleth-20: álcool oléico etoxilado com 20 moles de óxido de
etileno (corresponde à porção hidrofílica)
1º. Massa molar dos 20 moles de óxido de etileno (1,0 mol = 44)
20 x 44 = 880
2º. Soma-se esse valor à massa molar do álcool oléico
880 + 270 = 1150
3º. Calcula-se o percentual de 880 em 1150

1150---------100
880---------X
X= (880 x 100)/1150
X= 76,5%

4º. 76.5% / 5 = 15,3

EHL
Emulsões
 Relembrando!

 O valor de EHL é uma indicação da solubilidade do surfactante


 Quanto menor o valor de EHL, mais lipofílico ou solúvel em óleo
é o surfactante
 Quanto maior o valor de EHL, mais hidrossolúvel ou hidrofílico o
surfactante é
 Esta propriedade de solubilidade do surfactante é um indicador
do seu provável uso final
Emulsões
 Relembrando!

 Os valores de EHL são calculados apenas para surfactantes


não-iônicos
 O valor de EHL é o percentual de peso molecular da porção
hidrofílica do surfactante não-iônico, dividido por cinco
 O que significa quando você ouve falar de um aniônico com um
“EHL” por 40 ou mais?
 Este número é um número relativo ou comparativo e não um cálculo
matemático
Emulsões
Principais métodos de preparação
Em pequena escala
Laboratório ou na farmácia

+
Fase interna
Fase +
Método continental ou goma seca
contínua A. emulsificante

+
Fase Fase contínua
Método do inglês ou goma úmida interna +
A. emulsificante

Método do frasco ou de Forbes Para óleos voláteis ou óleos menos


Agitar viscosos
Agitar
Goma arábica 2 partes de água
Goma arábica
Goma arábica
2 partes do óleo
2 partes do óleo
2 partes do óleo 2 partes do água
Frasco Frasco ANSEL; POPOVICH; ALLEN, 2013.
Emulsões
Principais métodos de preparação
Em grande escala
Em pequena escala
Laboratório ou na farmácia

Método continental ou goma seca


Método do inglês ou goma úmida
Método do frasco ou de Forbes.

Homogeneizador Brinkmann

Gral de porcelana e um pistilo Homogeneizador manual ANSEL; POPOVICH; ALLEN, 2013.


Emulsões
 Exemplos
 Emulsão de óleo mineral
Emulsões
 Estabilidade de emulsões
 Instabilidade
 Separação completa: quebra
 Reações químicas;
 Precipitação de tensoativos solúveis em água;
 Interação ativo/tensoativo
 Efeitos microbiológicos;
 Desidratação da película de proteção.

 Separação parcial:
 Peso específico das fases;
 Dimensões das gotículas da fase dispersa;
 Viscosidade da fase externa.
Referências
ANSEL, H. C., POPOVICH, N. G., ALLEN, L. V. JR. Farmacotécnica. Formas Farmacêuticas e
Sistemas de Liberação de Fármacos. 6. ed. São Paulo: Editorial Premier, 2000. 568p.
ANSEL, H. C., POPOVICH, N. G., ALLEN, L. V. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação
de fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
AULTON, M. E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2. ed. Porto Alegre: Artmed. 2005.
677p.
CORTE, T. W. F. Desenvolvimento e avaliação da eficácia de emulsões cosméticas para
xerose senil. Porto Alegre: PUC-RS. 2006. 144p.
FRANZOL, A.; REZENDE, M. C. Estabilidade de emulsões: um estudo de caso envolvendo
emulsionantes aniônico, catiônico e não-iônico. Polímeros, v. 25, p. 1-9, 2015.
LACHMAN, L., LIEBERMAN, H. A., KANIG, J. L. Teória e Prática na Industria Farmacêutica. 3.
ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, vol. I e II, 2001. 1517p.
PRISTA, L. N., ALVES, C. A., MORGADO, R. Tecnologia Farmacêutica. 4. ed. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, vol.I, II e III, 1995. 2257p.
ZANIN, S. M. W.; MIGUEL, M. D.; CHIMELLI, M. C.; DALMAZ, A. C. Parâmetros físicos no estudo
da estabilidade das emulsões. Revista Visão Acadêmica, v. 2, n. 2, p. 47-58, 2001.
ZANIN, S. M. W.; MIGUEL, M. D.; CHIMELLI, M. C.; OLIVEIRA, A. B. Determinação do equilíbrio
hidrófilo-lipófilo (ehl) de óleos de origem vegetal. Revista Visão Acadêmica, v. 3, n. 1, p. 13-18,
2002.

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