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MFLU

Mecânica dos Fluídos


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MFLU – Mecânica dos Fluídos

SUMÁRIO

1. Medidas da massa e do peso dos fluidos


2. Propriedades dos fluidos - força e tensões.
3. Estática dos fluidos - Vasos comunicantes.
4. Escoamento de fluídos reais.
5. Números de Reynolds e tipos de escoamento de fluídos.
6. Equação de continuidade de Bernoulli.
7. Equações e gráficos para cálculo de perda de carga de fricção,
localizada e comprimento equivalente.
8. Escoamento em encanamento e dutos de ar
9. Velocidade de escoamento em tubulações.
10. Encanamentos Compostos.
11. Escoamento externo - Camada limite.
12. Dimensionamento de bombas hidráulicas
13. Golpe de líquido ou golpe de aríete.
14. Cavitação.
15. Medição de escoamento de fluidos.
16. Curvas características de sistemas de bombeamento - NPSH
17. Ponto de operação de uma bomba de fatores que deslocam.
18. Perfil da perda de carga no bocal de 50mm-Experiência 1.
19. Perfil da velocidade do Ar no bocal de 50mm Experiência 2.
20. Perfil da perda de carga no duto de ar com bocal de 50mm Experiência 3.
21. Perfil da velocidade no duto de ar com 50mm -Experiência 4.
22. Perfil da pressão através da secção transversal do duto de ar -Experiência 5

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Definição de Mecânica dos Fluidos

 A mecânica dos fluidos é o ramo da mecânica que estuda o comportamento físico dos fluidos e
suas propriedades. Os aspectos teóricos e práticos da mecânica dos fluidos são de fundamental
importância para a solução de diversos problemas encontrados habitualmente na engenharia,
sendo suas principais aplicações destinadas ao estudo de escoamentos de líquidos e gases,
máquinas hidráulicas, aplicações de pneumática e hidráulica industrial, sistemas de ventilação e
ar condicionado além de diversas aplicações na área de aerodinâmica voltada para a indústria
aeroespacial.

 O estudo da mecânica dos fluidos é dividido basicamente em dois ramos, a estática dos fluidos e
a dinâmica dos fluidos. A estática dos fluidos trata das propriedades e leis físicas que regem o
comportamento dos fluidos livre da ação de forças externas, ou seja, nesta situação o fluido se
encontra em repouso ou então com deslocamento em velocidade constante, já a dinâmica dos
fluidos é responsável pelo estudo e comportamento dos fluidos em regime de movimento
acelerado no qual se faz presente a ação de forças externas responsáveis pelo transporte de
massa

 Dessa forma, pode-se perceber que o estudo da mecânica dos fluidos está relacionado a muitos
processos industriais presentes na engenharia e sua compreensão representa um dos pontos
fundamentais para a solução de problemas geralmente encontrados nos processos industriais.

Definição de Fluido
Um fluido é caracterizado como uma substância que se deforma continuamente quando
submetida a uma tensão de cisalhamento, não importando o quão pequena possa ser essa tensão. Os
fluidos incluem os líquidos, os gases, os plasmas e, de certa maneira, os sólidos plásticos. A principal
característica dos fluidos está relacionada a propriedade de não resistir a deformação e apresentam a
capacidade de fluir, ou seja, possuem a habilidade de tomar a forma de seus recipientes. Esta
propriedade é proveniente da sua incapacidade de suportar uma tensão de cisalhamento em equilíbrio
estático.
Os fluidos podem ser classificados como: Fluido Newtoniano ou Fluido Não Newtoniano. Esta
classificação está associada à caracterização da tensão, como linear ou não-linear no que diz respeito à
dependência desta tensão com relação à deformação e à sua derivada.

Divisão dos Fluidos


Os fluidos também são divididos em líquidos e gases, os líquidos formam uma superfície livre,
isto é, quando em repouso apresentam uma superfície estacionária não determinada pelo recipiente
que contém o líquido. Os gases apresentam a propriedade de se expandirem livremente quando não
confinados (ou contidos) por um recipiente, não formando portanto uma superfície livre.A superfície livre
característica dos líquidos é uma propriedade da presença de tensão interna e atração/repulsão entre
as moléculas do fluido, bem como da relação entre as tensões internas do
líquido com o fluido ou sólido que o limita.
Um fluido que apresenta resistência à redução de volume próprio é denominado fluido
incompressível, enquanto o fluido que responde com uma redução de seu volume próprio ao ser
submetido a ação de uma força é denominado fluido compressível.

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Unidades de Medida

Antes de iniciar o estudo de qualquer disciplina técnica, é importante entender alguns conceitos
básicos e fundamentais. Percebe-se que muitos alunos acabam não avançando nos estudos, e por isso
não aprendem direito a disciplina em estudo, por não terem contato com estes conceitos. Nesta
primeira aula serão estudadas as unidades e a importância do Sistema Internacional de Unidades (SI).
No nosso dia-a-dia expressamos quantidades ou grandezas em termos de outras unidades que
nos servem de padrão. Um bom exemplo é quando vamos à padaria e compramos 2 litros de leite ou
400g de queijo. Na Física é de extrema importância a utilização correta das unidades de medida.
Existe mais de uma unidade para a mesma grandeza, por exemplo, 1metro é o mesmo que 100
centímetros ou 0,001 quilômetro. Em alguns países é mais comum a utilização de graus Fahrenheit (°F)
ao invés de graus Celsius (°C) como no Brasil. Isso porque, como não existia um padrão para as
unidades, cada pesquisador ou profissional utilizava o padrão que considerava melhor.

Sistema Internacional de Unidades


Como diferentes pesquisadores utilizavam unidades de medida diferentes, existia um grande
problema nas comunicações internacionais.
Como poderia haver um acordo quando não se falava a mesma língua? Para resolver este
problema, a Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM) criou o Sistema Internacional de Unidades
(SI).
O Sistema Internacional de Unidades (SI) é um conjunto de definições, ou sistema de unidades,
que tem como objetivo uniformizar as medições. Na 14ª CGPM foi acordado que no Sistema
Internacional teríamos apenas uma unidade para cada grandeza. No Sistema Internacional de Unidades
(SI) existem sete unidades básicas que podem ser utilizadas para derivar todas as outras.

Unidades Básicas do Sistema Internacional (SI)


Grandeza Nome Símbolo
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo aegundo s
Intensidade de corrente elétrica ampère a
Temperatura termodinâmica kelvin k
Quantidade de substância mole mol
Intensidade luminosa candela cd

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Resumo das Unidades Básicas


Unidade de comprimento - O metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo,
durante um intervalo de 1 / 299 792 458 do segundo.
Unidade de massa - O quilograma é a unidade de massa; é igual à massa do protótipo
internacional do quilograma.
Unidade de tempo - O segundo é a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação
correspondente à transição entre os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio
133.
Unidade de intensidade de corrente elétrica - O ampere é a intensidade de uma corrente
constante que, mantida em dois condutores paralelos, retilíneos, de comprimento infinito, de seção
circular desprezível e colocados à distância de 1 metro um do outro no vácuo, produziria entre estes
condutores uma força igual a 2 x 10-7 newton por metro de comprimento.
Unidade de temperatura termodinâmica - O kelvin, unidade de temperatura termodinâmica, é a
fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica do ponto triplo da água.
Unidade de quantidade de matéria - O mole é a quantidade de matéria de um sistema contendo
tantas entidades elementares quantos os átomos que existem em 0,012 quilograma de carbono 12.
Quando se utiliza o mole, as entidades elementares devem ser especificadas e podem ser átomos,
moléculas, íons, elétrons, outras partículas ou agrupamentos especificados de tais partículas.
Unidade de intensidade luminosa - A candela é a intensidade luminosa, numa dada direção, de
uma fonte que emite uma radiação monocromática de freqüência 540x1012 hertz e cuja intensidade
energética nessa direção é 1 / 683 watt por esterorradiano.

Unidades Suplementares (Ângulos)


Unidade de ângulo plano - O radiano (rad) é o ângulo plano compreendido entre dois raios de
um círculo que, sobre a circunferência deste círculo, interceptam um arco cujo comprimento é igual ao
do raio.
Unidade de ângulo sólido - O esterorradiano (sr) é o ângulo sólido que, tendo seu vértice no
centro de uma esfera, intercepta sobre a superfície desta esfera um área igual a de um quadrado que
tem por lado o raio da esfera.

Grandeza Nome Símbolo Expressão em


unidades básicas SI
Ângulo plano Radiano rad m.m-1 = 1
Ângulo sólido esterorradiano sr m2.m-2 = 1

Unidades Derivadas do (SI)


As unidades derivadas do SI são definidas de forma que sejam coerentes com as unidades
básicas e suplementares, ou seja, são definidas por expressões algébricas sob a forma de produtos de
potências das unidades básicas do SI e/ou suplementares, com um fator numérico igual a 1. Várias
unidades derivadas no SI são expressas diretamente a partir das unidades básicas e suplementares,
enquanto que outras recebem uma denominação especial (Nome) e um símbolo particular.
Se uma dada unidade derivada no SI puder ser expressa de várias formas equivalentes
utilizando, quer nomes de unidades básicas/suplementares, quer nomes especiais de outras unidades
derivadas SI, admite-se o emprego preferencial de certas combinações ou de certos nomes especiais,
com a finalidade de facilitar a distinção entre grandezas que tenham as mesmas dimensões. Por
exemplo, o 'hertz' é preferível em lugar do 'segundo elevado á potência menos um'; para o momento de
uma força, o 'newton.metro' tem preferência sobre o joule.

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Tabela de Unidades Derivadas


Grandeza Nome Símbolo
Superfície metro quadrado m2
Volume metro cúbico m3
Velocidade metro por segundo m/s
Aceleração metro por segundo ao quadrado m/s2
Números de ondas metro a potência menos um m-1
Massa específica quilograma por metro cúbico kg/m3
Velocidade angular radiano por segundo rad/s
Aceleração angular radiano por segundo ao quadrado rad/s2

Resumo das Unidades Derivadas


Unidade de velocidade - Um metro por segundo (m/s ou m s -1) é a velocidade de um corpo que,
com movimento uniforme, percorre, o comprimento de um metro em 1 segundo.
Unidade de aceleração - Um metro por segundo quadrado (m/s 2 ou m s-2) é a aceleração de um
corpo, animado de movimento
uniformemente variado, cuja velocidade varia, a cada segundo, de 1 m/s.
Unidade de número de ondas - Um metro á potência menos um (m-1) é o número de ondas de
uma radiação monocromática cujo comprimento de onda é igual a 1 metro.
Unidade de velocidade angular - Um radiano por segundo (rad/s ou rad s-1) é a velocidade de um
corpo que, com uma rotação uniforme ao redor de um eixo fixo, gira em 1 segundo, 1 radiano.
Unidade de aceleração angular - Um radiano por segundo quadrado (rad/s2 ou rad s-2) é a
aceleração angular de um corpo animado de uma rotação uniformemente variada, ao redor de um eixo
fixo, cuja velocidade angular, varia de 1 radiano por segundo,em 1 segundo.

Unidades Derivadas com Nomes e Símbolos Especiais

Grandeza Nome Símbolo Expressão em Expressão em


outras Unidades SI unidades básicas SI
Frequência hertz Hz s-1
Força newton N mkgs-2
Pressão pascal Pa Nm-2 m-1kgs-2
Energia, trabalho, joule J Nm m2kgs-2
quantidade de calor
Potência watt W Js-1 m2kgs-3
Quantidade de coulomb C as
eletricidade
Carga elétrica
Potencial elétrico volt V WA-1 m2kgs-3A-1
força eletromotriz
Resistência elétrica ohm Ω VA-1 m2kgs-3A-2
Capacidade elétrica farad F CV-1 m-2kg-1s4A2
Fluxo magnético weber Wb Vs m2kgs-2A-1
Indução magnética tesla T Wbm2 Kgs-2A1
indutância henry H WbA-1 m2kgs-2A-2

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Resumo das Unidades


Unidade de freqüência - Um hertz (Hz) é a freqüência de um fenômeno periódico cujo período é
de 1 segundo.
Unidade de intensidade de força - Um newton (N) é a intensidade de uma força que, aplicada a
um corpo que tem uma massa de 1 quilograma, lhe comunica uma aceleração de 1 metro por
segundo quadrado.
Unidade de pressão - Um pascal (Pa) é a pressão uniforme que, exercida sobre uma superfície
plana de área 1 metro quadrado, aplica perpendicularmente a esta superfície uma força total de
intensidade 1 newton.
Unidade de Energia, trabalho, Quantidade de calor - Um joule (J) é o trabalho realizado por uma
força de intensidade 1 newton, cujo ponto de aplicação se desloca de 1 metro na direção da força.
Unidade de potência, fluxo radiante - Um watt (W) é a potência que dá lugar a uma produção de
Energia igual a 1 joule por segundo.
Unidade de Quantidade de carga elétrica - Um coulomb (C) é a quantidade de carga
transportada em 1 segundo por uma corrente elétrica de intensidade igual a 1 ampère.
Unidade de potencial elétrico, força eletromotriz - Um volt (V) é a diferencia de potencial elétrico
que existe entre dois pontos de um condutor elétrico que transporta uma corrente de intensidade
constante de 1 ampère quando a potencia dissipada entre estes pontos é igual a 1 watt.
Unidade de resistência elétrica - Um ohm (W) é a resistência elétrica que existe entre dois
pontos de um condutor quando uma diferença de potencial constante de 1 volt aplicada entre estes dois
pontos produz, nesse condutor, uma corrente de intensidade 1 ampère. (não há força eletromotriz
no condutor).
Unidade de capacitância elétrica - Um farad (F) é a capacitância de um capacitor elétrico que
entre suas armaduras aparece uma diferença de potencial elétrico de 1 volt, quando armazena uma
quantidade de carga igual a 1 coulomb.
Unidade de fluxo magnético - Um weber (Wb) é o fluxo magnético que, ao atravessar um circuito
de uma só espira produz na mesma uma força eletromotriz de 1 volt, quando se anula esse fluxo em um
segundo por decaimento uniforme.
Unidade de indução magnética - Um tesla (T) é a indução magnética uniforme que, distribuída
normalmente sobre una superfície de área 1 metro quadrado, produz através desta superfície um fluxo
magnético total de 1 weber.
Unidade de indutância - Um henry (H) é a indutância elétrica de um circuito fechado no qual se
produz uma força eletromotriz de 1 volt, quando a corrente elétrica que percorre o circuito varia
uniformemente á razão de um ampère por segundo.

Unidades Derivadas Usando Aquelas que tem Nomes Especiais no (SI)


Grandeza Nome Símbolo Expressão em
unidades básicas SI
Viscosidade dinâmica pascal segundo Pas m-1 kg s-1
Entropia joule por kelvin J/K m2 kg s-2 K-1
Capacidade térmica específica joule por quilograma. kelvin J/(kg K) m2 s-2 K-1
Condutividade térmica watt por metro kelvin W/(m K) m kg s-3 K-1
Intensidade de campo elétrico volt por metro V/m m kg s-3 A-1

Resumo das Unidades


Unidade de viscosidade dinâmica - Um pascal segundo (Pa s) é a viscosidade dinâmica de um
fluido homogêneo, no qual, o movimento retilíneo e uniforme de uma superfície plana de 1 metro
quadrado, da lugar a uma força resistente de intensidade 1 newton, quando há uma diferença de
velocidade de 1 metro por segundo entre dois planos paralelos separados por 1 metro de distância.
Unidade de entropia - Um joule por kelvin (J/K) é o aumento de entropia de um sistema que
recebe uma quantidade de calor de 1 joule, na temperatura termodinâmica constante de 1 kelvin,
sempre que no sistema no tenha lugar nenhuma transformação irreversível.
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Unidade de capacidade térmica específica (calor específico) - Um joule por quilograma kelvin
(J/(kg K) é a capacidade térmica específica de um corpo homogêneo com massa de 1 quilograma, no
qual a adição de uma quantidade de calor de um joule, produz uma elevação de temperatura
termodinâmica de 1 kelvin.
Unidade de condutividade térmica - Um watt por metro kelvin (W/ m.K) é a condutividade térmica
de um corpo homogêneo isótropo, no qual uma diferença de temperatura de 1 kelvin entre dois planos
paralelos, de área 1 metro quadrado e distantes 1 metro, produz entre estes planos um fluxo térmico de
1 watt.
Unidade de intensidade de campo elétrico - Um volt por metro (V/m) é a intensidade de um
campo elétrico, que aplica uma força de intensidade 1 newton sobre um corpo eletrizado com
quantidade de carga de 1 coulomb.

Prefixos no Sistema Internacional

Tabela de Conversão de Unidades

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Propriedades dos Fluidos


Algumas propriedades são fundamentais para a análise de um fluido e representam a base para
o estudo da mecânica dos fluidos, essas propriedades são específicas para cada tipo de substância
avaliada e são muito importantes para uma correta avaliação dos problemas comumente encontrados
na indústria. Dentre essas propriedades podem-se citar: a massa específica, o peso específico e o peso
específico relativo.

Massa Específica
Representa a relação entre a massa de uma determinada substância e o volume ocupado por
ela. A massa específica pode ser quantificada através da aplicação da equação a seguir.
onde, é a massa específica, m representa a massa da substância e V o volume por ela
ocupado.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a massa é quantificada em kg e o volume em m³,
assim, a unidade de massa específica é kg/m³.

Peso Específico
É a relação entre o peso de um fluido e volume ocupado, seu valor pode ser obtido pela
aplicação da equação a seguir

Como o peso é definido pelo princípio fundamental da dinâmica (2ª Lei de Newton) por , a equação
pode ser reescrita do seguinte modo:

A partir da análise das equações é possível verificar que existe uma relação entre a massa específica
de um fluido e o seu peso específico, e assim, pode-se escrever que:

onde, é o peso específico do fluido, W é o peso do fluido e g representa a aceleração da gravidade,


em unidades do (SI), o peso é dado em N, a aceleração da gravidade em m/s² e o peso específico em
N/m³.

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Peso Específico Relativo


Representa a relação entre o peso específico do fluido em estudo e o peso específico da água.
Em condições de atmosfera padrão o peso específico da água é 10000N/m³, e como o peso
específico relativo é a relação entre dois pesos específicos, o mesmo é um número adimensional, ou
seja não contempla unidades.

Tabela de Propriedades dos Fluidos

Massa Específica - Peso Específico - Peso específico


Líquido (kg/m³) (N/m³) Relativo - r

Água 1000 10000 1

Água do mar 1025 10250 1,025

Benzeno 879 8790 0,879

Gasolina 720 7200 0,720

Mercúrio 13600 136000 13,6

Óleo lubrificante 880 8800 0,880

Petróleo bruto 850 8500 0,850

Querosene 820 8200 0,820

Etanol 789 7890 0,789

Acetona 791 7910 0,791

Exercícios Resolvidos
1) Sabendo-se que 1500kg de massa de uma determinada substância ocupa um volume de 2m³,
determine a massa específica, o peso específico e o peso específico relativo dessa substância.

Dados: H2O = 10000N/m³, g = 10m/s².

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Massa Específica: Peso Específico: Peso Específico Relativo:


Exercício 2

2) Um reservatório cilíndrico possui diâmetro de base igual a 2m e altura de 4m, sabendo-se que o
mesmo está totalmente preenchido com gasolina (ver propriedades na Tabela), determine a massa de
gasolina presente no reservatório.

Massa Específica
720kg/m³ (obtido na tabela de propriedades dos fluidos)

Exercícios Propostos
1) A massa específica de uma determinada substância é igual a 740kg/m³, determine o volume
ocupado por uma massa de 500kg dessa substância.

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2) Sabe-se que 400kg de um líquido ocupa um reservatório com volume de 1500 litros, determine sua
massa específica, seu peso específico e o peso específico relativo. Dados:

H2O = 10000N/m³, g = 10m/s², 1000 litros = 1m³.

3) Determine a massa de mercúrio presente em uma garrafa de 2 litros. (Ver propriedades do mercúrio
na Tabela). Dados: g = 10m/s², 1000 litros = 1m³.

4) Um reservatório cúbico com 2m de aresta está completamente cheio de óleo lubrificante (ver
propriedades na Tabela). Determine a massa de óleo quando apenas ¾ do tanque estiver ocupado.

Dados: H2O = 10000N/m³, g = 10m/s².

5) Sabendo-se que o peso específico relativo de um determinado óleo é igual a 0,8, determine seu
peso específico em N/m³.

Dados: H2O = 10000N/m³, g = 10m/s².

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Estática dos Fluidos


A estática dos fluidos é a ramificação da mecânica dos fluidos que estuda o comportamento de um
fluido em uma condição de equilíbrio estático, ao longo dessa aula são apresentados os conceitos
fundamentais para a quantificação e solução de problemas relacionados à pressão estática e escalas
de pressão.

Definição de Pressão
A pressão média aplicada sobre uma superfície pode ser definida pela relação entre a força aplicada e a
área dessa superfície e pode ser numericamente calculada pela aplicação da equação a seguir.

Unidade de Pressão no Sistema Internacional


Como a força aplicada é dada em Newtons [N] e a área em metro ao quadrado [m²], o resultado
dimensional será o quociente entre essas duas unidades, portanto a unidade básica de pressão no
sistema internacional de unidades (SI) é N/m² (Newton por metro ao quadrado).
A unidade N/m² também é usualmente chamada de Pascal (Pa), portanto é muito comum na indústria
se utilizar a unidade Pa e os seus múltiplos kPa (quilo pascal) e MPa (mega pascal). Desse modo,
as seguintes relações são aplicáveis:
1N/m² = 1Pa
1kPa = 1000Pa = 10³Pa
1MPa = 1000000Pa = 106Pa

Outras Unidades de Pressão


Na prática industrial, muitas outras unidades para a especificação da pressão também são utilizadas,
essas unidades são comuns nos mostradores dos manômetros industriais e as mais comuns são: atm,
mmHg, kgf/cm², bar, psi e mca. A especificação de cada uma dessas unidades está apresentada a
seguir.
atm (atmosfera)
mmHg (milímetro de mercúrio)
kgf/cm² (quilograma força por centímetro ao quadrado)
bar (nomenclatura usual para pressão barométrica)
psi (libra por polegada ao quadrado)
mca (metro de coluna d’água)

Tabela de Conversão de Unidades de Pressão


Dentre as unidades definidas de pressão, tem-se um destaque maior para a atm (atmosfera) que
teoricamente representa a pressão necessária para se elevar em 760mm uma coluna de mercúrio,
assim, a partir dessa definição, a seguinte tabela para a conversão entre unidades de pressão pode ser
utilizada.
1atm = 760mmHg
1atm = 760mmHg = 101230Pa
1atm = 760mmHg = 101230Pa = 1,0330 kgf/cm²
1atm = 760mmHg = 101230Pa = 1,0330 kgf/cm² = 1,01bar
1atm = 760mmHg = 101230Pa = 1,0330 kgf/cm² = 1,01bar = 14,7psi
1atm = 760mmHg = 101230Pa = 1,0330 kgf/cm² = 1,01bar = 14,7psi = 10,33mca

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Pressão Atmosférica e Barômetro de Torricelli


Sabe-se que o ar atmosférico exerce uma pressão sobre tudo que existe na superfície da Terra.
A medida dessa pressão foi realizada por um discípulo de Galileu chamado Evangelista Torricelli, em
1643.
Para executar a medição, Torricelli tomou um tubo longo de vidro, fechado em uma das
pontas, e encheu-o até a borda com mercúrio. Depois tampou a ponta aberta e, invertendo o tubo,
mergulhou essa ponta em uma bacia com mercúrio. Soltando a ponta aberta notou que a coluna de
mercúrio descia até um determinado nível e estacionava quando alcançava uma altura de cerca de 760
milímetros.
Acima do mercúrio, Torricelli logo percebeu que havia vácuo e que o peso do mercúrio
dentro do tubo estava em equilíbrio estático com a força que a pressão do ar exercia sobre a superfície
livre de mercúrio na bacia, assim, definiu que a pressão atmosférica local era capaz de elevar uma
coluna de mercúrio em 760mm, definindo desse modo a pressão atmosférica padrão.
O mercúrio foi utilizado na experiência devido a sua elevada densidade, se o líquido fosse
água, a coluna deveria ter mais de 10 metros de altura para haver equilíbrio, pois a água é cerca de 14
vezes mais leve que o mercúrio.

O Barômetro de Torricelli
Dessa forma, Torricelli concluiu que essas variações mostravam que a pressão atmosférica
podia variar e suas flutuações eram medidas pela variação na altura da coluna de mercúrio. Torricelli
não apenas demonstrou a existência da pressão do ar, mas inventou o aparelho capaz de realizar sua
medida, o barômetro como pode se observar na figura.

Exercícios Resolvidos
1) Uma placa circular com diâmetro igual a 0,5m possui um peso de 200N, determine em Pa a pressão
exercida por essa placa quando a mesma estiver apoiada sobre o solo.

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Solução do Exercício 1
Área da Placa: Determinação da Pressão:

 

 
 

2) Determine o peso em N de uma placa retangular de área igual a 2m² de forma a produzir uma
pressão de 5000Pa.

Solução do Exercício 2

Cálculo do Peso:

A Força calculada corresponde ao peso da placa

Exercícios Propostos
1) Uma caixa d'água de área de base 1,2m X 0.5 m e altura de 1 m pesa 1000N que pressão ela exerce
sobre o solo?
a) Quando estiver vazia
b) Quando estiver cheia com água

Dados: H2O = 10000N/m³, g = 10m/s².

2) Uma placa circular com diâmetro igual a 1m possui um peso de 500N, determine em Pa a
pressão exercida por essa placa quando a mesma estiver apoiada sobre o solo.

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3) Converta as unidades de pressão para o sistema indicado. (utilize os fatores de conversão


apresentados na tabela).
a) converter 20psi em Pa.
b) converter 3000mmHg em Pa.
c) converter 200kPa em kgf/cm².
d) converter 30kgf/cm² em psi.
e) converter 5bar em Pa.
f) converter 25mca em kgf/cm².
g) converter 500mmHg em bar.
h) converter 10psi em mmHg.
i) converter 80000Pa em mca.
j) converter 18mca em mmHg.

4) Converta as unidades de pressão para o sistema indicado. (utilize os fatores de conversão


apresentados na tabela).
a) converter 2atm em Pa.
b) converter 3000mmHg em psi.
c) converter 30psi em bar.
d) converter 5mca em kgf/cm².
e) converter 8bar em Pa.
f) converter 10psi em Pa.

Escoamento Laminar
Ocorre quando as partículas de um fluido movem-se ao longo de trajetórias bem definidas,
apresentando lâminas ou camadas (daí o nome laminar) cada uma delas preservando sua característica
no meio. No escoamento laminar a viscosidade age no fluido no sentido de amortecer a tendência de
surgimento da turbulência. Este escoamento ocorre geralmente a baixas velocidades e em fluídos que
apresentem grande viscosidade.

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Escoamento Turbulento
Ocorre quando as partículas de um fluido não movem-se ao longo de trajetórias bem definidas, ou seja
as partículas descrevem trajetórias irregulares, com movimento aleatório, produzindo uma transferência
de quantidade de movimento entre regiões de massa líquida. Este escoamento é comum na água, cuja
a viscosidade e relativamente baixa.

Visualização de Escoamentos Laminar e Turbulento em Tubos Fechados

Número de Reynolds
O número de Reynolds (abreviado como Re) é um número adimensional usado em mecânica dos
fluídos para o cálculo do regime de escoamento de determinado fluido dentro de um tubo ou sobre uma
superfície. É utilizado, por exemplo, em projetos de tubulações industriais e asas de aviões. O seu
nome vem de Osborne Reynolds, um físico e engenheiro irlandês. O seu significado físico é um
quociente entre as forças de inércia e as forças de viscosidade.

Número de Reynolds em Tubos


Re<2000 – Escoamento Laminar.
2000<Re<2400 – Escoamento de Transição.
Re>2400 – Escoamento Turbulento.

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= massa específica do fluido

= viscosidade dinâmica do fluido

V = velocidade do escoamento
D = diâmetro da tubulação
Tabelas de Viscosidade Dinâmica

gases viscosidade (Pa·s)

hidrogênio 8,4 × 10−6


ar 17,4 × 10−6
xenônio 21,2 × 10−6

Líquidos a 20°C viscosidade (Pa·s)


álcool etílico 0,248 × 10−3
acetona 0,326 × 10−3
metanol 0,597 × 10−3
benzeno 0,64 × 10−3
água 1,0030 × 10−3
mercúrio 17,0 × 10−3
ácido sulfúrico 30 × 10−3

Importância do Número de Reynolds


A importância fundamental do número de Reynolds é a possibilidade de se avaliar a estabilidade
do fluxo podendo obter uma indicação se o escoamento flui de forma laminar ou turbulenta. O número
de Reynolds constitui a base do comportamento de sistemas reais, pelo uso de modelos reduzidos. Um
exemplo comum é o túnel aerodinâmico onde se medem forças desta natureza em modelos de asas de
aviões.
Pode-se dizer que dois sistemas são dinamicamente semelhantes se o número de Reynolds, for
o mesmo para ambos.

Exemplo de Escoamento laminar e Turbulento em um Ensaio de Túnel de Vento

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Número de Reynolds em Perfis Aerodinâmicos


Para aplicações em perfis aerodinâmicos, o número de Reynolds pode ser expresso em função da
corda média aerodinâmica do perfil da seguinte forma.

onde: v representa a velocidade do escoamento, é a densidade do ar, a viscosidade dinâmica do

ar e a corda média aerodinâmica do perfil.

Fluxo Turbulento em Perfis Aerodinâmicos


A determinação do número de Reynolds representa um fator muito importante para a escolha e análise
adequada das características aerodinâmicas de um perfil aerodinâmico, pois a eficiência de um perfil
em gerar sustentação e arrasto está intimamente relacionada ao número de Reynolds obtido.
Geralmente no estudo do escoamento sobre asas de aviões o fluxo se torna turbulento para números
de Reynolds da ordem de 1x107, sendo que abaixo desse valor geralmente o fluxo é laminar.

Exercícios Resolvidos
1) Calcular o número de Reynolds e identificar se o escoamento é laminar ou turbulento sabendo-se
que em uma tubulação com diâmetro de 4cm escoa água com uma velocidade de 0,05m/s.

Solução do Exercício:
Viscosidade Dinâmica da água:

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→ Escoamento Laminar

2) Determine o número de Reynolds para uma aeronave em escala reduzida sabendo-se que a
velocidade de deslocamento é v = 16 m/s para um vôo realizado em condições de atmosfera padrão ao

nível do mar ( = 1,225 kg/m³). Considere = 0,35 m e = 1,7894x10-5 kg/ms.

Solução do exercício

Exercícios Propostos
1) Calcular o número de Reynolds e identificar se o escoamento é laminar ou turbulento sabendo-se
que em uma tubulação com diâmetro de 4cm escoa água com uma velocidade de 0,2m/s.

2) Um determinado líquido, com kg/m³, escoa por uma tubulação de diâmetro 3cm com uma velocidade
de 0,1m/s, sabendo-se que o número de Reynolds é 9544,35. Determine qual a viscosidade dinâmica
do líquido.








3) Acetona escoa por uma tubulação em regime laminar com um número de Reynolds de 1800.
Determine a máxima velocidade do escoamento permissível em um tubo com 2cm de diâmetro de
forma que esse número de Reynolds não seja ultrapassado.

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4) Benzeno escoa por uma tubulação em regime turbulento com um número de Reynolds de 5000.
Determine o diâmetro do tubo em mm sabendo-se que a velocidade do escoamento é de 0,2m/s.









Regime Permanente
Para que um escoamento seja permanente, é necessário que não ocorra nenhuma variação de
propriedade, em nenhum ponto do fluido com o tempo.

Equação da Continuidade
A equação da continuidade relaciona a vazão em massa na entrada e na saída de um sistema.



Para o caso de fluido incompressível, a massa específica é a mesma tanto na entrada quanto na saída,
portanto:

A equação apresentada mostra que as velocidades são inversamente proporcionais as áreas, ou seja,
uma redução de área corresponde a um aumento de velocidade e vice-versa.

Exercícios Resolvidos
1) Para a tubulação mostrada na figura, calcule a vazão em massa, em peso e em volume e determine
a velocidade na seção (2) sabendo-se que A1 = 10cm² e A2 = 5cm².
Dados: = 1000kg/m³ e v1 = 1m/s.

Solução do Exercício
Aplicação da Equação da Continuidade entre os pontos (1) e (2).

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2) Um tubo despeja água em um reservatório com uma vazão de 20l/s e um outro tubo despeja um
líquido de massa específica igual a 800kg/m³ com uma vazão de 10 l/s. A mistura formada é
descarregada por um tubo da área igual a 30cm². Determinar a massa específica da mistura no tubo de
descarga e calcule também qual é a velocidade de saída.

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Exercícios Propostos
1) Água é descarregada de um tanque cúbico com 3m de aresta por um tubo de 3cm de diâmetro. A
vazão no tubo é de 7 l/s. Determine a velocidade de descida da superfície livre da água do tanque e
calcule quanto tempo o nível da água levará para descer 15cm. Calcule também a velocidade de
descida da água na tubulação.

2) Um determinado líquido escoa por uma tubulação com uma vazão de 5 l/s. Calcule a vazão em
massa e em peso sabendo-se que = 1350kg/m³ e g = 10m/s².

3) Água escoa na tubulação mostrada com velocidade de 2m/s na seção (1). Sabendo-se que a área da
seção (2) é o dobro da área da seção (1), determine a velocidade do escoamento na seção (2).

4) Calcule o diâmetro de uma tubulação sabendo-se que pela mesma escoa água com uma velocidade
de 0,8m/s com uma vazão de 3 l/s.






5) Sabe-se que para se encher o tanque de 20m³ mostrado são necessários 1h e 10min, considerando
que o diâmetro do tubo é igual a 10cm, calcule a velocidade de saída do escoamento pelo tubo.

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6) Determine a velocidade do fluido nas seções (2) e (3) da tubulação mostrada na figura.
Dados: v 1 = 3m/s, d1 = 0,5m, d2 = 0,3m e d3 = 0,2m.

7) Para a tubulação mostrada determine:


a) A vazão e a velocidade no ponto (3).
b) A velocidade no ponto (4).
Dados: v 1 = 1m/s, v 2 = 2m/s, d1 = 0,2m, d2 = 0,1m, d3 = 0,25m e d4 = 0,15m.

Energia Associada a um Fluido


a) Energia Potencial: É o estado de energia do sistema devido a sua posição no campo da
gravidade em relação a um plano horizontal de referência.
b) Energia Cinética: É o estado de energia determinado pelo movimento do fluido.
c) Energia de Pressão: Corresponde ao trabalho potencial das forças de pressão que atuam no
escoamento do fluido.

Equação de Bernoulli
Hipóteses de Simplificação:
Regime permanente.
Sem a presença de máquina (bomba/turbina).
Sem perdas por atrito.
Fluido incompressível.
Sem trocas de calor.
Propriedades uniformes nas seções.

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Exercícios Resolvidos
1) Determine a velocidade do jato de líquido na saída do reservatório de grandes dimensões mostrado
na figura.
Dados: h20 = 1000kg/m³ e g = 10m/s².

Solução do Exercício

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Exercícios Propostos
1) Determine a altura da coluna da água no reservatório de grandes dimensões mostrado na figura.
Dados: h20 = 1000kg/m³ e g = 10m/s².

2) Água escoa em regime permanente através do tubo de Venturi mostrado. Considere no trecho
mostrado que as perdas são desprezíveis. Sabendo-se que A1 = 2,5A2 e que d1 = 10cm. Determine
a vazão de água que escoa pelo tubo.

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Definição de Máquina na Instalação


A máquina em uma instalação hidráulica é definida como qualquer dispositivo que quando
introduzido no escoamento forneça ou retire energia do escoamento, na forma de trabalho.
Para o estudo desse curso a máquina ou será uma bomba ou será uma turbina.

Potência de uma Bomba


Se a máquina for uma bomba, ela fornece energia ao escoamento.
A potência de uma bomba é calculada pela equação apresentada a seguir.
NB é a potência da bomba.
HB = é a carga manométrica da bomba.

  B é o rendimento da bomba.

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Bombas Hidráulicas
Definição
São Máquinas Hidráulicas Operatrizes, isto é, máquinas que recebem energia potencial (força
motriz de um motor ou turbina), e transformam parte desta potência em energia cinética (movimento) e
energia de pressão (força), cedendo estas duas energias ao fluído bombeado, de forma a recirculá-lo ou
transportá-lo de um ponto a outro.
Portanto, o uso de bombas hidráulicas ocorre sempre que há a necessidade de aumentar-se a
pressão de trabalho de uma substância líquida contida em um sistema, a velocidade de escoamento, ou
ambas.

Classificação das Bombas


Devido a grande diversidade das bombas existentes, pode-se utilizar uma classificação resumida,
dividindo-as em dois grandes grupos:

A) Bombas Centrífugas ou Turbo-Bombas, também conhecidas como Hidro ou Rotodinâmicas;


B) Bombas Volumétricas, também conhecidas como de Deslocamento Positivo.

Bombas Centrífugas
Nas Bombas Centrífugas, ou Turbo-Bombas, a movimentação do fluído ocorre pela ação de
forças que se desenvolvem na massa do mesmo, em conseqüência da rotação de um eixo no qual é
acoplado um disco (rotor, impulsor) dotado de pás (palhetas, hélice), o qual recebe o fluído pelo seu
centro e o expulsa pela periferia, pela ação da força centrífuga, daí o seu nome mais usual.
Em função da direção do movimento do fluído dentro do rotor, estas bombas dividem-se em:
A.1.Centrífugas Radiais (puras): A movimentação do fluído dá-se do centro para a periferia do
rotor, no sentido perpendicular ao eixo de rotação;
OBS.: Este tipo de bomba hidráulica é o mais usado no mundo, principalmente para o transporte de
água, e é o único tipo de bomba fabricada pela SCHNEIDER, cujos diferentes modelos e aplicações
estão apresentados neste catálogo.
A.2.Centrífugas de Fluxo Misto (hélico-centrífugas): O movimento do fluído ocorre na direção
inclinada (diagonal) ao eixo de rotação;
A.3.Centrífugas de Fluxo Axial (helicoidais): O movimento do fluído ocorre paralelo ao eixo de
rotação.

Bombas Volumétricas
Nas Bombas Volumétricas, ou de Deslocamento Positivo, a movimentação do fluído é
causada diretamente pela ação do órgão de impulsão da bomba que obriga o fluído a executar o
mesmo movimento a que está sujeito este impulsor (êmbolo, engrenagens, lóbulos, palhetas).
Dá-se o nome de volumétrica porque o fluído, de forma sucessiva, ocupa e desocupa espaços
no interior da bomba, com volumes conhecidos, sendo que o movimento geral deste fluído dá-se na
mesma direção das forças a ele transmitidas, por isso são chamadas de deslocamento positivo. As
Bombas Volumétricas dividem-se em:
B.1.Êmbolo ou Alternativas (pistão, diafragma, membrana);
B.2.Rotativas (engrenagens, lóbulos, palhetas, helicoidais, fusos, parafusos, peristálticas).

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Funcionamento da Bomba Centrífuga Radial


A Bomba Centrífuga tem como base de funcionamento a criação de duas zonas de pressão
diferenciadas, uma de baixa pressão (sucção) e outra de alta pressão (recalque).
Para que ocorra a formação destas duas zonas distintas de pressão, é necessário existir no
interior da bomba a transformação da energia mecânica (de potência), que é fornecida pela máquina
motriz (motor ou turbina), primeiramente em energia cinética, a qual irá deslocar o fluído, e
posteriormente, em maior escala, em energia de pressão, a qual irá adicionar “carga” ao fluído para que
ele vença as alturas de deslocamento.

Partes de uma Bomba


Existem três partes fundamentais na bomba:
A) Corpo (carcaça), que envolve o rotor, acondiciona o fluído, e direciona o mesmo para a
tubulação de recalque;
B) Rotor (impelidor), constitui-se de um disco provido de pás (palhetas) que impulsionam o
fluído;
C) Eixo de acionamento, que transmite a força motriz ao qual está acoplado o rotor, causando o
movimento rotativo do mesmo.
Antes do funcionamento, é necessário que a carcaça da bomba e a tubulação de sucção
estejam totalmente preenchidas com o fluído a ser bombeado.

Detalhes de uma Bomba

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Funcionamento da Bomba

Bombas Centrífugas

Aplicações das Bombas


Bombas centrífugas: irrigação, drenagem e abastecimento.
Bombas a injeção de gás: abastecimento a partir de poços profundos.
Carneiro hidráulico e bombas a pistão: abastecimento em propriedades rurais.
Bombas rotativas: combate a incêndio e abastecimento doméstico.

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Cavitação em Bombas
Como qualquer outro líquido, a água também tem a propriedade de vaporizar-se em
determinadas condições de temperatura e pressão. E assim sendo temos, por exemplo, entra em
ebulição sob a pressão atmosférica local a uma determinada temperatura, por exemplo, a nível do mar
(pressão atmosférica normal) a ebulição acontece a 100°C. A medida que a pressão diminui a
temperatura de ebulição também se reduz. Por exemplo, quanto maior a altitude do local menor será a
temperatura de ebulição. Em consequência desta propriedade pode ocorrer o fenômeno da cavitação
nos escoamentos hidráulicos.

Fenômeno da Cavitação
Chama-se de cavitação o fenômeno que decorre, nos casos em estudo, da ebulição da água no
interior dos condutos, quando as condições de pressão caem a valores inferiores a pressão de
vaporização. No interior das bombas, no deslocamento das pás, ocorrem inevitavelmente rarefações no
líquido, isto é, pressões reduzidas devidas à própria natureza do escoamento ou ao movimento de
impulsão recebido pelo líquido, tornando possível a ocorrência do fenômeno e, isto acontecendo,
formar-se-ão bolhas de vapor prejudiciais ao seu funcionamento, caso a pressão do líquido na linha de
sucção caia abaixo da pressão de vapor (ou tensão de vapor) originando bolsas de ar que são
arrastadas pelo fluxo. Estas bolhas de ar desaparecem bruscamente condensando-se, quando
alcançam zonas de altas pressões em seu caminho através da bomba. Como esta passagem gasoso-
líquido é brusca, o líquido alcança a superfície do rotor em alta velocidade, produzindo ondas de alta
pressão em áreas reduzidas. Estas pressões podem ultrapassar a resistência à tração do metal e
arrancar progressivamente partículas superficiais do rotor, inutilizando-o com o tempo.

Características da Cavitação
Quando ocorre a cavitação são ouvidos ruídos e vibrações característicos e quanto maior for a bomba,
maiores serão estes efeitos. Além de provocar o desgaste progressivo até a deformação irreversível dos
rotores e das paredes internas da bomba, simultaneamente esta apresentará uma progressiva queda de
rendimento, caso o problema não seja corrigido. Nas bombas a cavitação geralmente ocorre por altura
inadequada da sucção (problema geométrico), por velocidades de escoamento excessivas (problema
hidráulico) ou por escorvamento incorreto (problema operacional).

Efeitos da Cavitação

Exercícios Propostos
1) A massa específica de uma determinada substância é igual a 900kg/m³, determine o
volume ocupado por uma massa de 700kg dessa substância.

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2) Sabe-se que 600kg de um líquido ocupa um reservatório com volume de 2500 litros,
determine sua massa específica, seu peso específico e o peso específico relativo.

Dados: 
H2O = 10000N/m³, g = 10m/s², 1000 litros = 1m³.

3) Determine a massa de gasolina presente em uma reservatório de 4 litros. (Ver propriedades da


gasolina na Tabela). Dados: g = 10m/s², 1000 litros = 1m³.

4) Uma caixa d'água de área de base 1,4m X 0.6 m e altura de 0,8 m pesa 1500N que pressão ela
exerce sobre o solo?
a) Quando estiver vazia
b) Quando estiver cheia com água

Dados: 
H2O = 10000N/m³, g = 10m/s².

5) Converta as unidades de pressão para o sistema indicado. (utilize os fatores de conversão


apresentados na tabela).
a) converter 30psi em Pa.
b) converter 4000mmHg em Pa.
c) converter 600kPa em kgf/cm².
d) converter 10kgf/cm² em psi.
e) converter 15bar em Pa.
f) converter 45mca em kgf/cm².
g) converter 1500mmHg em bar.
h) converter 18psi em mmHg.
i) converter 180000Pa em mca.
j) converter 38mca em mmHg.

6) O nível de água contida em uma caixa d’água aberta à atmosfera se encontra 22m acima do nível de
uma torneira, determine a pressão de saída da água na torneira.

Dados: 
H2O = 10000N/m³, g = 10m/s².

Golpe de aríete
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O golpe de aríete (também conhecido na literatura em inglês e na internet pelo nome de "water
hammer" i.e. "martelo de água") é um distúrbio que consiste em fortes oscilações de pressão,
normalmente disparadas por mudanças bruscas na velocidade de escoamento de um líquido dentro de
um encanamento.
As mudanças de velocidade capazes de gerar um golpe de aríete podem ser provocadas, por exemplo,
pelo fechamento muito rápido de uma válvula, pela partida ou parada súbita de uma bomba etc.

As consequências indesejáveis do golpe de aríete


Os surtos de pressão sucessivos causadas por um golpe de aríete costumam alcançar valores muitas
vezes superiores à pressão normal de trabalho e, além disto, são de natureza vibratória, o que aumenta
o seu poder destrutivo.
Mesmo quando não causa danos imediatos, o golpe de aríete, repetido muitas vezes, pode trazer
problemas a médio ou longo prazo pelo fenômeno de fadiga de material.
Como resultado, podem ocorrer problemas em sistemas hidráulicos como, por exemplo,
enfraquecimento de vedações, vazamentos, ruptura de canos e conexões, ou danos a outros
componentes do sistema.
Os sensores usados em sistemas de automação industrial são especialmente vulneráveis, conforme
será detalhado mais adiante.
Já em instalações hidráulicas de grande porte, as consequências de um golpe de aríete podem ser
catastróficas.
Um exemplo bastante ilustrativo é o acidente ocorrido na usina hidroelétrica de Oigava, no Japão.
Por um erro durante a realização de serviços de manutenção, a válvula principal de uma das turbinas
hidráulicas foi fechada instantaneamente (em vez de gradativamente, como seria normal) provocando
um forte golpe de aríete.
O surto de pressão resultante causou o rompimento do conduto forçado (de grossa chapa de aço) na
sua parte inferior.
O escoamento violento da água, por sua vez, provocou a separação da coluna de água na parte
superior, com formação de vácuo e consequente colapso (implosão) do conduto. O saldo foi a
destruição total do conduto e a perda de três vidas.
Num outro campo, na área espacial, o programa Apollo sofreu um importante atraso, após um acidente
no qual um golpe de aríete rompeu uma tubulação, permitindo o vazamento de três milhões de litros de
oxigênio líquido.

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E na catástrofe da usina nuclear de Chernobil, o golpe de aríete, apesar de não ter sido apontado como
a causa primária do acidente, contribuiu, na sequência de eventos, para uma maior destruição do
reator.
Sem dúvida, o campo onde o golpe de aríete é mais temido é nas usinas nucleares.
A profusão de encanamentos e bombas nestas usinas e a sua "tolerância zero" a vazamentos
radioativos, faz com que o golpe de aríete seja motivo de preocupação constante e mereça atenção
muito especial dos projetistas.

MEDIÇÃO DE ESCOAMENTO

INTRODUÇÃO
Na maioria das operações realizadas nos processos industriais é muito importante efetuar a medição e
o controle da quantidade de fluxo de líquidos, gases e até sólidos granulados, não só para fins
contábeis, como também para a verificação do rendimento do processo.
Assim, estão disponíveis no mercado diversas tecnologias de medição de vazão cada uma tendo sua
aplicação mais adequada conforme as condições impostas pelo processo.
Neste capítulo abordaremos algumas destas tecnologias, suas aplicações, e os princípios físicos
envolvidos, bem como os testes, calibração e suas interligações elétricas em forma de malhas de
medição, registro, indicação e controle.

DEFINIÇÃO
Vazão pode ser definida como sendo a quantidade volumétrica, mássica ou gravitacional de um fluido
que passa através de uma seção de uma tubulação ou canal por unidade de tempo.
Observação:
A vazão também pode ser obtida pelo resultado da multiplicação da área seccional pela média da
velocidade do fluido.

Vazão Volumétrica
É definida como sendo a quantidade em volume que escoa através de uma certa seção em um intervalo
de tempo considerado. É representado pela letra Q e expressa pela seguinte equação:

Onde:
V = volume
t = tempo

Unidades de Vazão Volumétricas


As unidades de vazão volumétricas mais utilizadas são: m3/s, m3/h, l/h, l/min GPM, Nm3/h e SCFH.
Na medição de vazão volumétrica é importante referenciar as condições básicas de pressão e
temperatura, principalmente para gases e vapor pois o volume de uma substância depende da pressão
e temperatura a que está submetido.

Vazão Mássica
É definida como sendo a quantidade em massa de um fluido que atravessa a seção de uma tubulação
por unidade de tempo. É representada pela letra Qm e expressa pela seguinte equação:

Onde:
m = massa
t = tempo

Unidades de Vazão Mássica


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As unidades de vazão mássica mais utilizadas são: kg/s, kg/h, T/h e Lb/h.

Relação Entre Unidades


A relação entre as unidades de medição de vazão volumétrica e mássica pode ser obtida
pela seguinte expressão:
Onde: Qm = . Qv
= massa específica

Vazão Gravitacional
É a quantidade em peso que passa por uma certa seção por unidade de tempo. É representada pela
letra Q e expressa pela seguinte equação:
Onde:
W = peso

Unidade Gravitacional
As unidades de vazão gravitacional mais utilizadas são: kgf/h e lbf/h.

CONCEITOS FÍSICOS BÁSICOS PARA MEDIÇÃO DE VAZÃO


Calor Específico
Define-se calor específico como o quociente da quantidade infinitesimal de calor fornecido a uma
unidade de massa duma substância pela variação infinitesimal de temperatura resultante deste
aquecimento.
Na prática, temos: A quantidade de calor necessária para mudar a temperatura de 1 grama
de uma substância em 1ºC.
O conhecimento do calor específico de determinada substância é muito importante para um
bom controle da vazão.
Para exemplificar, podemos citar o caso em que se deseja controlar a vazão de um fluido no
estado gasoso, tendo uma placa de orifício como elemento primário.
É necessário que se conheça a relação “k” do calor específico do gás a ser medido, para
podermos calcular o seu coeficiente de correção da expansão térmica, e posteriormente dimensionar a
placa de orifício.
Esta relação do calor específico K é a relação do calor específico de um volume constante CV
relativo ao calor específico da pressão constante CP do gás.

Equação ( 1 )
Onde:
k = relação dos calores específicos
CP = calor específico à pressão constante J/Kg x K
CV = calor específico a volume constante J/kg x K
K → Temperatura em Kelvin

Viscosidade
É definida como sendo a resistência ao escoamento de um fluido em um duto qualquer.
Esta resistência provocará uma perda de carga adicional que deverá ser considerada na medição de
vazão.
Viscosidade absoluta ou dinâmica
Define-se como sendo o atrito interno num fluido, que se opõe ao movimento relativo de suas moléculas
e ao movimento de corpos sólidos que nele estejam. É representada pela letra grega (mi).
Unidade absoluta ou dinâmica

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As unidades de viscosidade dinâmicas mais utilizadas na indústria são:

Viscosidade cinemática
É a relação entre a viscosidade absoluta e a massa específica de um fluido, tomados à

mesma temperatura. É representada pela letra (ni).


Unidade de Viscosidade Cinemática
As unidades de viscosidade cinemática mais utilizadas na indústria são:

m2/s, stoke (cm2/s) e centistoke.

Tipos de Escoamento

Regime Laminar
Se caracteriza por um escoamento em camadas planas ou concêntricas, dependendo da forma do duto,
sem passagens das partículas do fluido de uma camada para outra e sem variação de velocidade, para
determinada vazão.

Regime Turbulento
Se caracteriza por uma mistura intensa do líquido e oscilações de velocidade e pressão. O movimento
das partículas é desordenado e sem trajetória definida.

Número de Reynolds
Número adimensional utilizado para determinar se o escoamento se processa em regime laminar ou
turbulento. Sua determinação é importante como parâmetro modificador dos coeficiente de descarga.

Onde:
V - velocidade (m/s)
D - diâmetro do duto (m)

- viscosidade cinemática (m /s)


2

Observação:
Na prática, se Re 2.320, o fluxo é turbulento, caso contrário é sempre laminar.
Nas medições de vazão na indústria, o regime de escoamento é na maioria dos casos turbulento com
Re 5.000.

Distribuição de Velocidade em um Duto


Em regime de escoamento no interior de um duto, a velocidade não será a mesma em todos os pontos.
Será máxima no ponto central do duto e mínima na parede do duto.

Regime Laminar
É caracterizado por um perfil de velocidade mais acentuado, onde as diferenças de velocidades são
maiores.

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Regime Turbulento
É caracterizado por um perfil de velocidade mais uniforme que o perfil laminar. Suas diferenças de
velocidade são menores.

Observação:
Por estas duas fórmulas percebe-se que a velocidade de um fluido na superfície da seção de um duto é
zero (0). Podemos entender o porque da velocidade nas paredes da tubulações considerando também
o atrito existente entre o fluido e a superfície das tubulações.

Vx = velocidade num ponto qualquer da seção


Vmáx = velocidade no eixo central da seção
rx = raio da seção
n = coeficiente variável que depende do número de Reynold.
TABELA - Relação entre Red e N

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TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS MEDIDORES DE VAZÃO


Existem três tipos fundamentais de medidores de vazão: indiretos, diretos e especiais.

Medição de Vazão por Perda de Carga Variável


Considerando-se uma tubulação com um fluido passante, chama-se perda de carga dessa tubulação a
queda de pressão sofrida pelo fluido ao atravessá-la. As causas da perda de carga são: atrito entre o
fluido e a parede interna do tubo, mudança de pressão e velocidade devido a uma curva ou um
obstáculo, etc.
Os diversos medidores de perda de carga variável usam diferentes tipos de obstáculos ao fluxo do
líquido, provocando uma queda de pressão. Relacionando essa perda de pressão com a vazão,
determina-se a medição de vazão pela seguinte equação:

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Onde:
Q = vazão do fluido do local do estreitamento
K = constante
P1 = Pressão Medida
Pp = Pressão de Projeto
T1= Temperatura medida
Tp = Temperatura de projeto
P = perda de carga entre o fluxo, a montante e jusante do estreitamento.

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Medição de Vazão através do Tubo de Pitot


É um dispositivo utilizado para medição de vazão através da velocidade detectada em um determinado
ponto de tubulação.
O tubo de Pitot é um tubo com uma abertura em sua extremidade, sendo esta, colocada na direção da
corrente fluida de um duto, mas em sentido contrário. A diferença entre a pressão total e a pressão
estática da linha nos fornecerá a pressão dinâmica a qual é proporcional ao quadrado da velocidade.

Utilizando o tubo pitot, determina-se um diferencial de pressão, que corresponde a pressão dinâmica e
com o valor dessa pressão através da fórmula abaixo, obtemos a velocidade de um ponto de medição.

Onde:
PD = pressão dinâmica em kgf/cm 2
= peso específico do fluido em kgf/m3
V = velocidade do fluido em m/s
g = aceleração da gravidade m/s2

O tubo de Pitot mede apenas a velocidade do ponto de impacto e não a velocidade média do fluxo.
Assim sendo, a indicação da vazão não será correta se o tubo de impacto não for colocado no ponto
onde se encontra a velocidade média do fluxo.
Pesquisadores, concluíram que o valor da velocidade média seria 0,8 da velocidade máxima do duto.

Velocidade média = 0,8 * Velocidade máxima

Através deste dado podemos concluir que para determinarmos a vazão em uma tubulação a partir da
velocidade máxima da mesma bastaria multiplicarmos este valor (v máx) pelo fator 0,8 e em seguida
multiplicarmos pela seção do tubo. Para a determinação da velocidade média em uma tubulação

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recomenda-se medir pelo menos em dois pontos perpendiculares conforme figura 06, fazendo a média
destas velocidades teremos a velocidade média da tubulação.

Em termos práticos, para se determinar a velocidade média do fluido no interior de um duto, utiliza-se a
tomada de impacto do tubo de pitot entre 0,25 x D e 0,29D em relação a parede do tudo, pois nesta
posição a velocidade do fluido se iguala à velocidade média do fluido.

Observação:
1. O eixo axial do tubo de pitot deve ser paralelo ao eixo axial da tubulação e livre de vibrações.
2. O fluido deverá estar presente em uma única fase (líquido, gás ou vapor) e ter velocidade entre 3 m/s
a 30 m/s para gás e entre 0,1 m/s e 2,4 m/s para líquidos.

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Curvas características de sistemas de bombeamento - NPSF


Definição: A sigla NPSH, vem da expressão Net Positive Suction Head, a qual sua tradução literal para
o Português não expressa clara e tecnicamente o que significa na prática. No entanto, é de vital
importância para fabricantes e usuários de bombas o conhecimento do comportamento desta variável,
para que a bomba tenha um desempenho satisfatório, principalmente em sistemas onde coexistam as
duas situações descritas abaixo:

 Bomba trabalhando no inicio da faixa, com baixa pressão e alta vazão;


 Existência de altura negativa de sucção;

Quanto maior for a vazão da bomba e a altura de sucção negativa, maior será a possibilidade da bomba
cavitar em função do NPSH.

Em termos técnicos, o NPSH define-se como a altura total de sucção referida a pressão atmosférica
local existente no centro da conexão de sucção, menos a pressão de vapor do líquido.

NPSH = (Ho - h - hs - R) - Hv

Onde:

Ho = Pressão atmosférica local , em mca (tabela 1);


h = Altura de sucção, em metros (dado da instalação);
hs = Perdas de carga no escoamento pela tubulação de sucção, em metros;
R = Perdas de carga no escoamento interno da bomba, em metros (dados do fabricante);
Hv = Pressão de vapor do fluído escoado, em metros (tabela 2);

1. Para que o NPSH proporcione uma sucção satisfatória à bomba, é necessário que a pressão em
qualquer ponto da linha nunca venha reduzir-se à pressão de vapor do fluído bombeado. Isto é evitado
tomando-se providências na instalação de sucção para que a pressão realmente útil para a
movimentação do fluído, seja sempre maior que a soma das perdas de carga na tubulação com a
altura de sucção, mais as perdas internas na bomba, portanto:

Ho - Hv > hs + h + R

2. NPSH DA BOMBA E NPSH DA INSTALAÇÃO: Para que se possa estabelecer, comparar e


alterar os dados da instalação, se necessário, é usual desmembrar-se os termos da fórmula
anterior, a fim de obter-se os dois valores característicos (instalação e bomba), sendo:

Ho - Hv - h - hs = NPSHd (disponível), que é uma característica da instalação hidráulica. É a


energia que o fluído possui, num ponto imediatamente anterior ao flange de sucção da bomba,
acima da sua pressão de vapor. Esta variável deve ser calculada por quem dimensionar o sistema,
utilizando-se de coeficientes tabelados e dados da instalação;

R = NPSHr (requerido), é uma característica da bomba, determinada em seu projeto de fábrica,


através de cálculos e ensaios de laboratório. Tecnicamente, é a energia necessária para vencer as
perdas de carga entre a conexão de sucção da bomba e as pás do rotor, bem como criar a
velocidade desejada no fluído nestas pás. Este dado deve ser obrigatoriamente fornecido pelo
fabricante através das curvas características das bombas (curva de NPSH);

Assim, para uma boa performance da bomba, deve-se sempre garantir a seguinte situação:
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NPSHd > NPSHr

1.

2. EXEMPLO: Suponhamos que uma bomba de modelo hipotético Ex.1 seja colocada para operar
com 35 mca de AMT, vazão de 32,5 m3 /h, altura de sucção de 2,5 metros e perda por atrito na
sucção de 1,6 mca. A altura em relação ao nível do mar onde a mesma será instalada é de
aproximadamente 600 metros, e a temperatura da água é de 30ºC, verificaremos:

o VERIFICAÇÃO DO NPSHr:

Conforme curva característica do exemplo citado, para os dados de altura (mca) e vazão
(m³/h) indicados, o NPSHr da bomba é 4,75 mca, confira a seguir.

o CÁLCULO DO NPSHd:

Sabendo-se que:

NPSHd = Ho - Hv - h - hs

Onde:

Ho = 9,58 (tabela 1)
Hv = 0,433 (tabela 2)
h = 2,5 metros (altura sucção)
hs = 1,60 metros (perda calculada para o atrito na sucção)

Temos que:

NPSHd = 9,58 - 0,433 - 2,5 - 1,60

NPSHd = 5,04 mca

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Analisando-se a curva característica abaixo, temos um NPSHr de 4,95 mca.

Portanto: 5,04 > 4,95

Então NPSHd > NPSHr

A bomba nestas condições funcionará normalmente, porém, deve-se evitar:

 Aumento da vazão;
 Aumento do nível dinâmico da captação;
 Aumento da temperatura da água.

Havendo alteração destas variáveis, o NPSHd poderá igualar-se ou adquirir valores inferiores
ao NPSHr , ocorrendo assim a cavitação.

Propriedades físicas dos fluidos e variáveis de processo

• Propriedades físicas que distinguem analiticamente os fluidos e são mais empregadas no estudo
do escoamento de fluidos.
– Massa específica () - Peso específico ()
– Densidade (d) - Volume específico (s)
– Viscosidade ( ou ) - Pressão de vapor (Pvap)

Para entender o comportamento dos fluidos, estuda-se as variações sofridas pelas propriedades acima
em função de variáveis de processo (T e p).

Variáveis de processo
• Temperatura (Noção Intuitiva)

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Grandeza física que indica o estado (grau de agitação) das partículas de um corpo, caracterizando o
seu estado térmico.

Temperatura:

Conversão entre as escalas mais usadas:

Capacidade Térmica – C

– É uma característica do corpo;


– A capacidade térmica corresponde à quantidade de calor (recebida ou cedida) que leva
a uma variação na temperatura do corpo;
– É dada pela relação da quantidade de calor recebida por um corpo e a variação de
temperatura sofrida pelo mesmo. É representada pela letra C e é medida em calorias por
grau Celsius (cal/°C) ou caloria por Kelvin (cal/K).

Q
C
dT

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Variáveis de processo

• Pressão: Define-se pressão como a razão entre a componente normal de uma força e a área em
que ela atua.

F
p
A

Unidades de pressão:
- Pa (N m-2), kPa (103 Pa), kgf cm-2, lbf in2 (psi), m H2O, mm Hg (Torr), atm, bar.

Variáveis de processo

• Escalas para medição da Pressão:

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Pressão em fluidos estáticos

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• Massa específica ou densidade absoluta ()


É a quantidade de massa de uma substância existente em um determinado volume, ou seja, a massa
que ocupa uma unidade de volume.
m
ρ
V

• Unidades de medida:
– kg m-3, kg L-1, ton m-3, g cm-3, lbm ft-3.

• Densidade (d)

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É a razão entre a massa específica de uma substância e a massa específica de uma substância de
referência em condições-padrão.
Corresponde ao número de vezes que um material é “mais pesado” que outro.

ρ
d
ρ padrão

Unidades de medida: é adimensional.

• Densidade (d)
Substância de referência e condições-padrão.
 Líquidos e sólidos: geralmente água
Condições diversas são aplicadas:
 4ºC – T em que a água possui maior ;
 20ºC – T recomendada pela ISO;
 15ºC – T empregada pelo API.
 Gases e vapores: ar (diversas condições-padrão)
 Densidade do petróleo:

141,5
º API   131,5
d 60/60

• Volume específico (s)


É o volume ocupado por uma determinada massa de uma substância, ou seja, o volume ocupado por
unidade de massa.
Corresponde ao inverso da massa específica:

V 1
s  
m 

Unidades de medida:
– m3 kg-1, L kg-1, m3 ton-1, cm3 g-1.

• Peso específico ()


É a força exercida, por unidade de volume, em um corpo de massa específica  submetido à aceleração
da gravidade g ( 9,81 m s-2).

Corresponde à razão entre o peso de um corpo e seu volume, ou seja,

mg
  ρg
V

• Unidades de medida:
– N m-3, lbf ft-3.

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• Variação da massa específica com a temperatura.


– Normalmente, aumentando-se a temperatura, o volume do fluido aumenta por conta da
dilatação.
m
ρ
V

(a)

Substância T (K)  (kg m-3)

Água 273 999,6

Água 300 996,4

Vapor d´água 380 0,5863

Vapor d´água 800 0,2579

Ar atmosférico 300 1,1614

Ar atmosférico 800 0,4354

Etanol líquido 351 757

Etanol vapor 351 1,44

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Dilatação anômala da água

Entre 0 e 4°C, a água quando aquecida diminui seu volume. Em 4°C a água assume seu menor volume
específico e, portanto, sua maior massa específica.

Bismuto, Ferro e Antimônio também se contraem na fusão.

Variação da massa específica com a


pressão

• Líquidos: são praticamente incompressíveis, só


sofrem variações significativas a altas pressões;

• Gases: são compressíveis. Efeitos significativos de p


em  são observados.
Lei dos gases ideais

m
pV  nRT  RT
Mm
m p  Mm
 
V RT

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• Viscosidade absoluta ou dinâmica ()

Pode ser encarada como a resistência do fluido ao escoamento, ou seja, é a resistência que todo fluido
oferece ao movimento relativo de suas partes.

Funciona como uma espécie de “atrito interno”, descrevendo a "fluidez" da substância.

Por exemplo, o mel apresenta uma resistência maior à deformação (ao escoamento) que a água,
dizemos , então, que ele é mais viscoso que água.

Entendendo a viscosidade
Forças tangenciais (forças de cisalhamento) arrastam o fluido no sentido do movimento.

No fluido, a lâmina de líquido vizinha à placa adere a esta e acompanha a mesma em seu movimento. A
lâmina seguinte desliza sobre a primeira, apresentando velocidade menor que a da placa. Quanto mais
distante da placa estiver a lâmina líquida, menor é sua velocidade.

As forças de resistência viscosa agentes nas faces de uma lâmina têm intensidade proporcional à área
das faces, e ao gradiente de velocidade entre elas:

F v
 
A x

• Viscosidade absoluta ()


Matematicamente,
v
 
x
 - é a tensão cisalhante;
 - é a viscosidade absoluta;

v/x - é o gradiente de velocidade, chamado taxa de


cisalhamento, ou ainda, de taxa de deformação.

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• Principais unidades de medida:


- Pa  s (N m-2 s), lbf ft-2  s, centipoise = 10-2 dina cm-2 s.

v
 
x

 - é a tensão cisalhante;

 - é a viscosidade absoluta;

v/x - é o gradiente de velocidade, chamado taxa de cisalhamento ou ainda taxa de deformação.

Variação da viscosidade com a agitação

v
Fluidos Newtonianos:  
x

Fluidos não-Newtonianos:
u 1
 v   v   v   v 
u

  k    k       
 x   x   x   x 

u – índice de comportamento do escoamento;


k – índice de consistência e  - viscosidade aparente.

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Alguns exemplos:
- Plástico ideal: suspensões de argila, pasta dental;
- Dilatantes (u > 1): suspensões de amido e areia;
- Pseudoplásticos (u < 1): soluções poliméricas, polpa de papel em água;
- Tixotrópicos: muitas tintas, colas, sabões;
- Reopéticos: suspensões de betonita e argila, sóis.

Variação da viscosidade de fluidos newtonianos com T e p

• Para gases:
– Aumento na temperatura, aumenta a viscosidade;
– A pressão somente influencia a partir de 1000 kPa, onde aumentos na pressão causam
aumentos na viscosidade.
Exemplo: a viscosidade do N2 a 25ºC dobra seu valor quando a pressão varia de 100 kPa para 50000
kPa.
• Para líquidos:
• Aumento na temperatura, diminui a viscosidade;
• A pressão geralmente não exerce efeito, porém grandes aumentos já foram
comprovados a pressões muito altas. H2O (10000 atm) = 2  H2O (1 atm).

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Variação da viscosidade com a temperatura

Coeficiente de viscosidade - Líquidos e Gases

Líquidos T (oC) m (cP) Gases T (oC) m (cP)

água 0 1,80 Ar 0 0,01733

água 20 1,002 Ar 100 0,0202

água 100 0,2821 H2 0 0,0085

Éter sulfúrico 20 0,24 He 0 0,0189


Mercúrio 20 1,55 O2 0 0,0192
Glicerina anidra 20 1390 CO2 0 0,01370

Óleo de oliva 30 1200 CO2 100 0,01828

• Viscosidade cinemática ()


É a razão entre a viscosidade absoluta e a massa específica.




Principais unidades de medida:


- m2 s-1, ft2 s-1, centistokes (cSt) = 10-2 cm2 s-1.

μ (cP)
 (cSt ) 
d

• Viscosidade cinemática ()


Unidades especiais empregadas na indústria:
SSU (Segundo Saybolt Universal): Corresponde ao tempo, em segundos, que um fluido leva para
escoar 60 cm3, em condições controladas de temperatura, através de um orifício padrão. Para
viscosidades elevadas ( > 250 SSU), emprega-se ainda o SSF (Segundo Saybolt Furol), difere de SSU
por empregar um orifício padrão com maior diâmetro.

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• Pressão de vapor (Pvap)


Corresponde à pressão em que a fase líquida está em equilíbrio com a fase gasosa (vapor).

Compressão isotérmica
- ab: compressão do vapor; - bc: mudança de fase (P = Pvap);
- cd: compressão do líquido.

• Pressão de vapor (Pvap)

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Fluidos – Grandezas Fundamentais


• Vazão: É a quantidade de fluido que atravessa um sistema estudado por unidade de tempo.
• A vazão pode ser:
– Vazão mássica: quantidade = massa;
– Vazão volumétrica: quantidade = volume;
– Vazão molar: quantidade = número de moles.
• Algumas unidades de medida empregadas:
– Vazão mássica = kg s-1, kg min-1, ton h-1, g s-1;
– Vazão volumétrica: m 3 s-1, m3 h-1, L s-1, galão h-1;
Vazão molar: mol s-1, mol h-1, kgmol s-1, lbmol s-1.
• Relação entre vazão mássica e volumétrica
 
m  V

A vazão mássica é o produto da massa específica pela vazão volumétrica.

Relação entre vazão molar e as outras vazões

 
 m V
n 
Mm Mm

Lei Pascal
Blaise Pascal (1623-1662) foi um físico, filósofo e matemático francês de curta existência, que como
filósofo e místico teve uma das afirmações mais pronunciadas pela humanidade nos séculos
posteriores: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”. Como físico, em um de seus

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estudos, esclareceu o princípio barométrico, a prensa hidráulica e a transmissibilidade das pressões.


O princípio físico que se emprega aos elevadores hidráulicos de postos de combustíveis e aos freios
hidráulicos foi descoberto por Pascal. O enunciado do princípio de Pascal diz que:

O acréscimo de pressão produzido num líquido em equilíbrio transmite-se integralmente a todos


os pontos do líquido.

Uma aplicação simples deste princípio é a prensa hidráulica. A prensa é um dispositivo com dois vasos
comunicantes, que possui dois êmbolos de diferentes áreas sobre a superfície do líquido.

Aqui temos o esquema de um elevador hidráulico. A prensa é um mecanismo eficaz de aumento da


força aplicada. Para isso basta construir um dispositivo com área maior do que a área na qual se vai
aplicar a força. Fazendo isso podemos levantar o carro. O mesmo vale para o sistema de freio
hidráulico de um carro.

Compressibilidade dos Fluidos


Um fluido é relativamente incompressível quando o valor do seu módulo de elasticidade volumétrico é
grande, ou seja, é necessária uma grande variação de pressão para criar uma variação de pressão
muito pequena no volume ocupado pelo fluido. Deste modo, é possível concluir que os líquidos podem
ser considerados como incompressíveis na maioria dos problemas de engenharia. O módulo de
elasticidade volumétrico dos líquidos aumenta com a pressão, mas, normalmente, o que interessa é o
seu valor a uma pressão próxima da atmosfera. Usualmente, o módulo de elasticidade volumétrico é
utilizado para descrever os efeitos da compressibilidade nos líquidos (mas também pode ser utilizado
para descrever o comportamento dos gases)
Quando os gases são comprimidos (ou expandidos), a relação entre a pressão e a massa específica
depende da natureza do processo. Se a compressão, ou a expansão, ocorre à temperatura constante
(processo isotérmico).
Se a compressão, ou expansão, ocorre sem atrito e calor não é transferido do gás para o meio e vice
versa (processo isoentrópico).

Fundamentos do Fluidostática
A estática dos fluidos trata de fluidos em repouso, ou ainda de fluidos em rotação de corpo rígido.
Nestas situações não há tensões de cisalhamento agindo, há apenas tensões normais (pressão). A
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pressão média é calculada dividindo-se a força normal que age numa superfície plana, pela área da
mesma.

Manometria
Umas das técnicas utilizadas na medição da pressão envolve o uso de colunas de líquido verticais ou
inclinadas. Os dispositivos para a medida da pressão baseados nesta técnica são denominados
manômetros. O barômetro de mercúrio é um exemplo deste tipo de manômetro, mas existem muitas
outras configurações que foram desenvolvidas para resolver problemas específicos. Os três tipos usuais
de manômetros são o tubo piezométrico, o manômetro em U e o com tubo inclinado.

Tubo Piezometrico
O tipo mais simples de manômetro consiste num tubo vertical aberto no topo e conectado ao recipiente
no qual desejamos conhecer a pressão.

Manômetro com o Tubo em U


A maior vantagem do manômetro com tubo em U é que o fluido manométrico pode ser diferente do
fluido contido no recipiente onde a pressão deve ser determinada. O fluido do recipiente pode ser tanto
um gás quanto um líquido. Se o recipiente contém um gás, a contribuição da coluna de gás, pode ser
desprezada.
O manômetro com tubo U também é muito utilizado para medir diferenças de pressão em sistemas de
fluidos.

Manômetro com Tubo Inclinado

É frequentemente utilizado para medir pequenas variações de pressão

Dispositivos Mecânicos e Elétricos para Medição da Pressão


É baseado no princípio de que todas as estruturas elásticas deformam quando submetidas a uma
pressão diferencial e que esta deformação pode ser relacionada com o valor da pressão. Ex:
manômetro de Bourdon.
O barômetro aneroide é um tipo de manômetro mecânico que é utilizado para medir a pressão
atmosférica
Transdutor de pressão é utilizado onde é necessário medir a pressão com um dispositivo que converta
o sinal de pressão numa saída elétrica.

Princípios de Arquimedes
Nós sempre identificamos uma força, exercida pelos fluidos, sobre os corpos que estão completamente
submersos ou flutuando. A força resultante gerada pelo fluido e que atua nos corpos é denominada de
empuxo. Esta força líquida vertical, com sentido para cima, é o resultado do gradiente de pressão (a
pressão aumenta com a profundidade).

Equilíbrio Relativo
O equilíbrio relativo acontece quando um fluido está em repouso em relação a um sistema de
referência fixo ao recipiente em que o fluido se encontra. Como as partículas do fluido não terão
movimento em relação ao recipiente, também não haverá tensão de cisalhamento.

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A figura abaixo pode exemplificar melhor:

O fluido, quando em relação ao sistema O’XYZ, está em movimento. Mas em relação ao sistema fixo no
recipiente, que é o Oxyz, o fluido permanece em equilíbrio estável (desde que a aceleração seja
constante). Assim, como esse fluido estará em repouso em relação a somente um desses dois
referenciais adotados, ele estará em EQUILÍBRIO RELATIVO.

Fundamentos da Cinemática dos Fluidos

Os fluidos normalmente apresentam a tendência de escoar. È muito difícil “segurar” um fluido ou


restringir seu movimento. Por menor que seja a tensão de cisalhamento aplicada num fluido ela induzirá
um movimento no fluido. De modo análogo, um desbalanço apropriado das tensões normais (pressão)
também provocará o movimento nos fluidos.

É muito fácil observar escoamentos fascinantes como aquele associado com a fumaça descarregada
por uma chaminé ou o escoamento da atmosfera indicado pelo movimento das nuvens. O movimento
das ondas num lago ou a mistura de tintas num balde também são exemplos de visualização de
escoamentos. Muitas informações úteis destes escoamentos podem ser obtidas a partir de sua análise
cinemática e sem considerar as forças que os provocam.

Campo de Velocidade
Os fluidos apresentam movimentos moleculares, ou seja, as moléculas do fluido sempre estão se
movimentando de um ponto para outro ponto. Uma porção típica de fluido contém tantas moléculas que
ficaria totalmente inviável descrever o movimento de todas as moléculas individualmente. Em vez disto,
nós formulamos a hipótese de meio contínuo e consideramos o fluido como composto por partículas
fluidas que interagem entre si e com o meio. Cada partícula contém muitas moléculas. Assim, nós
podemos descrever o escoamento de fluido em função do movimento das partículas fluidas (velocidade
e aceleração) em vez do movimento das moléculas.

Campo de Aceleração

A aceleração de uma partícula é a taxa de variação de sua velocidade. Para escoamento em regime
transitório, a velocidade numa dada posição (ocupada por diferentes partículas) pode variar com o
tempo e, deste modo, proporcionar uma aceleração. Mas uma partícula fluida também pode ser
acelerada enquanto escoa de um ponto para o outro devido a variação de sua velocidade. Por exemplo,
a água está escoando, em regime permanente, numa mangueira de jardim apresentará uma aceleração
quando escoar da mangueira, onde a velocidade é relativamente baixa, para a seção de descarga do
bocal da mangueira (onde a velocidade é relativamente alta)

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Vazão Volumétrica
Em hidráulica ou em mecânica dos fluidos, define-se vazão como a relação entre o volume e o tempo.
A vazão pode ser determinada a partir do escoamento de um fluido através de determinada seção
transversal de um conduto livre (canal, rio ou tubulação aberta) ou de um conduto forçado (tubulação
com pressão positiva ou negativa). Isto significa que a vazão representa a rapidez com a qual um
volume escoa. As unidades de medida adotadas são geralmente o m³/s, m³/h, l/h ou o l/s.

Cálculo da Vazão Volumétrica

A forma mais simples para se calcular a vazão volumétrica é apresentada a seguir na equação
mostrada. Q v representa a vazão volumétrica, V é o volume e t o intervalo de tempo para se encher o
reservatório.

Qv= V/t

Método Experimental

Um exemplo clássico para a medição de vazão é a realização do cálculo a partir do enchimento


completo de um reservatório através da água que escoa por uma torneira aberta. Considere que ao
mesmo tempo em que a torneira é aberta um cronômetro é acionado. Supondo que o cronômetro foi
desligado assim que o balde ficou completamente cheio marcando um tempo t, uma vez conhecido o
volume V do balde e o tempo t para seu completo enchimento, a equação é facilmente aplicável
resultando na vazão volumétrica desejada.

Relação entre Área e Velocidade

Outra forma matemática de se determinar a vazão volumétrica é através do produto entre a área da
seção transversal do conduto e a velocidade do escoamento neste conduto. É possível observar que o
volume do cilindro é dado por:

V= d . A

Substituindo essa equação na equação de vazão volumétrica, pode-se escrever que:

Qv= d . A/t

A partir dos conceitos básicos de cinemática aplicados em Física, sabe-se que a relação d/t é a
velocidade do escoamento, portanto, pode-se escrever a vazão volumétrica da seguinte forma:

Qv= v .A

Q v representa a vazão volumétrica, v é a velocidade do escoamento e A é a área da seção transversal


da tubulação.

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BIBLIOGRAFIA

BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pearson, 2005. 410 p.
WHITE, Frank M. Mecânica dos fluidos. 4. ed. Rio de janeiro: McGraw-Hill, c1999. 570 p.
POTTER, Merle C.; WIGGERT, D. C.; HONDZO, Midhat. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2004. 688 p.
FOX, Robert W.; MCDONALD, Alan T. Introdução à mecânica dos fluidos. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC –
Livros Técnicos e Científicos, c1998. 662 p.
https://www.agro.ufg.br/up/68/o/1.1.2__Propriedades_dos_fluidos.pdf
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo;
Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues.
Fundamentos da Mecânica Dos Fluidos Bruce R. Munson; Donald F. Young e Theodore H. Okiishi.

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