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DRENAGEM DE OBRAS VIARIAS

Prof. João Goulart


Eng. Esp. em infraestrutura de
transportes e rodovias
Prof.joaogoulart@gmail.com
Planejamento de aulas
• Mecânica dos Fluidos e Hidráulica aplicada – 40 h

• Dispositivos de Drenagem – 40 h
Avaliação
• Mecânica dos Fluidos e Hidráulica aplicada – 40 h

• Prova 01 - xx/xx/xx
• Prova 02 – xx/xx/xx

• Dispositivos de Drenagem – 40 h

• Prova 03 – xx/xx/xx/
Introdução
A mecânica dos fluidos é o estudo dos fluidos em movimentos
( dinâmica dos fluidos) ou em repouso (estática dos fluidos). Tanto
os gases quanto os líquidos são classificados como fluidos, e o
número de aplicações dos fluidos na engenharia é enorme:
respiração, circulação sanguínea, natação, bombas, ventiladores,
turbinas, aviões, navios, rios, moinhos de vento, tubos, mísseis,
icebergs, motores, filtros, jatos e aspersores, so para citar alguns
exemplos. Quando pensamos nesse assunto, vemos que quase tudo
neste planeta ou é um fluido ou se move em um fluido ou próximo
dele.
O conceito de fluido
Do ponto de vista da mecânica dos fluidos, toda a matéria
encontra-se em somente dois estados, fluido e sólido. A
diferença entre esses dois estados é perfeitamente óbvia
para um leigo. A distinção técnica entre os dois estados está
na reação de cada um deles à aplicação de uma tensão de
cisalhamento ou tangencial.
O conceito de fluido
Qualquer tensão de cisalhamento aplicada a um fluido, não
importa quão pequena ela seja, resultará em movimento
daquele fluido. O fluido escoa e se deforma continuamente
enquanto a tensão de cisalhamento estiver sendo aplicada.
Como corolário, podemos dizer que um fluido em repouso
deve estar em um estado de tensão de cisalhamento igual a
zero, um estado geralmente chamado de condição de
estado hidrostático.
Dimensões e unidades
Uma dimensão é a medida pela qual uma variável fisica é
expressa quantitativamente. Uma unidade é um modo
particular de ligar um número à dimensão quantitativa.
Assim o comprimento é uma dimensão associada a variáveis
como distância, deslocamento, largura, deflexão e altura,
enquanto centímetros e polegadas são ambas unidades
numéricas para expressar o comprimento.
Dimensões primarias

Em mecânica dos fluidos há apenas quatro dimensões


primárias das quais todas as outras podem ser derivadas:
massa, comprimento, tempo e temperatura.

Fonte: http://wwwmecanicadosfluidos.blogspot.com.br/2010/11/analise-dimensional-e-semelhanca.html
O sistema internacional (SI)
O uso de uma constante de proporcionalidade na lei de Newton, é
evitado definindo-se a unidade de força exatamente em termos das
outras unidades básicas. No sistema SI, as unidades básicas são
newtons, quilogramas, metros e segundos. Definimos

1 newton de força = 1 N = 1 m/s2

O newton é uma força relativamente pequena, aproximadamente


igual ao peso de uma maçã. Além disso, a unidade básica de
temperatura no sistema SI é o grau Kelvin. O uso dessas unidades SI
(N, kg, m, s, K) não necessitára de fatores de conversão em nossas
equações.
O sistema internacional (SI)

Fonte: http://wiki.stoa.usp.br/O_que_%C3%A9_o_Sistema_Internacional_de_Unidades_de_Medidas_F%C3%ADsicas%3F
EXERCICIOS
PROPRIEDADES DOS FLUIDOS
Na maioria das aplicações em drenagem o fluido utilizado
será a água. Entretanto, o profissional pode vir a trabalhar
com outros tipos de fluidos, como por exemplo: óleos,
mercúrio e glicerina. Os fluidos podem ser caracterizados
pela suas propriedades. As principais são:

• Massa especifica
• Peso especifico
• Densidade relativa
• Viscosidade
PROPRIEDADES DOS FLUIDOS
1. MASA ESPECIFICA

A massa especifica de um fluido, representada por ρ (Letra


grega rô minúscula), é a sua massa por unidade de volume:

Unidades: kg/m3, g/cm3


Água: (4ºC): 1.000 kg/m3
Mercúrio: (15ºC): 13.600 kg/m3
PROPRIEDADES DOS FLUIDOS
2. PESO ESPECÍFICO

O peso específico de um fluido, representado por γ (letra


grega gama minúscula), é seu peso por unidade de volume.
Assim como a massa tem um peso p = m.g, a massa específica
e o peso específico são simplesmente relacionados pela
gravidade:

Unidades: N/m3, kgf/cm3


PROPRIEDADES DOS FLUIDOS
3. DENSIDADE RELATIVA

A densidade, representada por d, é a relação entre a massa


específica do fluido e a massa específica de um fluido
padrão de referência, usualmente a água a 4 ºc (para
liquidos) e o ar (para gases):

Unidades: adimensional
PROPRIEDADES DOS FLUIDOS
4. VISCOSIDADE

A viscosidade é uma medida quantitativa da resitência de


um fluido ao escoamento. Mais especificamente, ela
determina a taxa de deformação do fluido que é gerada
pela aplicação de uma dada tensão de cisalhamento.
Podemo-nos mover facilmente através do ar, que tem uma
viscosidade muito baixa. O movimento é mais difícil na
água, que tem viscosidade 50 vezes maios .
EXERCICIOS
HIDROSTÁTICA
1. PRESSÃO DOS FLUIDOS

Todo e qualquer fluido exercem pressão sobre as


superfícies. Pressão pode ser definida como:

Pressão

Unidades: Pa ( N/m2); kgf/cm2; m.c.a


HIDROSTÁTICA
2. LEI DE PASCAL

Segundo Pascal “ em qualquer ponto no interior de um


liquido em repouso, a pressão é a mesma em todas as
direções”.

Px PZ

Unidades: Pa ( N/m2); kgf/cm2; m.c.a


HIDROSTÁTICA
3. LEI DE STEVIN

Segundo Stevin “ a diferença de pressão entre dois pontos


de uma mesma massa liquida é igual á diferença de
profundidade entre eles multiplicada pelo peso especifico
do fluido”

P .g.H ou P γ.H
HIDRODINÂMICA

A hidrodinâmica é a ciência que estuda a água em


movimento. Neste capitulo iremos abordar aspectos
importantes da hidrodinâmica para a drenagem de obras
viarias, tais como, vazão, regime de escoamento e equação
da continuidade.
HIDRODINÂMICA
1. VAZÃO

Em que:
= Vazão;
A = Área da seção do
tubo;
V = Velocidade da água no
tubo.
HIDRODINÂMICA
HIDRODINÂMICA
HIDRODINÂMICA
HIDRODINÂMICA
HIDRODINÂMICA
2. REGIME DE ESCOAMENTO

Fonte: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/10/escoamento-turbulento.jpg
HIDRODINÂMICA
2.1 REGIME DE ESCOAMENTO LAMINAR

Partículas movem-se em trajetórias suaves ( Lâminas ou camadas) com cada camada


deslizando sobre outra adjacente.

Fonte: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/10/escoamento-turbulento.jpg
HIDRODINÂMICA
2.2 REGIME DE ESCOAMENTO TURBULENTO

Partículas movem-se em trajetórias irregulares. São os mais freguentes na pratica.

Fonte: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/10/escoamento-turbulento.jpg
EXERCICIOS
CONDUTOS FORÇADOS
Podem funcionar por gravidade, aproveitando a declividade
do terreno, ou por recalque (bombeamento), vencendo
desníveis entre ponto de captação e o ponto de utilização.
CONDUTOS FORÇADOS
1. PERDA DE CARGA

Definição: Perda de energia ocorrida no escoamento.


CONDUTOS FORÇADOS
2. CLASSIFICAÇÃO

- Perda de carga contínua: ocorre ao longo de um conduto uniforme


- Perda de carga localizada: ocorre em singularidades (acessórios)

Fonte: http://www.dec.uem.br/mbr/hidraulicaI.htm
CONDUTOS FORÇADOS
2. PERDA DE CARGA CONTÍNUA

Formulas

- Universa

- Práticas: Hazen Willians e Flamant


CONDUTOS FORÇADOS
2.1 FORMULA UNIVERSAL (Darcy-Weisbach)
Obtida através de fundamentos teóricos e análise
dimensional.

- Hf = perda de carga ( m.c.a);


- L = comprimento do tubo (m);
- D = diâmetro do tubo (m);
- V = velocidade da água (m/s);
- G = aceleração da gravidade (m/s2);
- f = coeficiente de atrito (Tabela).
CONDUTOS FORÇADOS
2.1 Tabela coeficiente de atrito.
CONDUTOS FORÇADOS
2.2 FORMULA PRÁTICAS Hazen Wilians
Recomenda-se a sua utilização em tubos maiores do
que 50 mm.

C = coeficiente de Hanzen Wilians (Tabelado em função do material do tubo)


Hf = m.c.a
L=m
D=m
Q = m3/s
CONDUTOS FORÇADOS
2.2 FORMULA PRÁTICAS Hazen Wilians

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAflesAG/modulo-i-perdas?part=3
CONDUTOS FORÇADOS
2.3 FORMULA PRÁTICAS Flamant
Recomenda-se a sua utilização em tubos menores do
que 50 mm.

b= coeficiente de Flamant (Tabelado em função do material do tubo)


Hf = m.c.a
L=m
D=m
Q = m3/s
CONDUTOS FORÇADOS
2.3 FORMULA PRÁTICAS Flamant

Pvc e polietileno: b = 0,000135

Ferro fundido e aço: b = 0,000230


EXERCICIOS
CONDUTOS FORÇADOS
2. PERDA DE CARGA LOCALIZADA
Definição: perda de energia localizada decorrente das
alterações verificadas no módulo e na direção da
velocidade de escoamento.
CONDUTOS FORÇADOS
1. PERDA DE CARGA LOCALIZADA

Determinação:

- Método dos coeficientes


- Método dos comprimentos equivalentes
CONDUTOS FORÇADOS
1.2 MÉTODO DOS COEFICIENTES

Hf

K = Coeficiente para cada acessorio;


V = Velocidade da água (m/s);
G = Aceleração da gravidade.
CONDUTOS FORÇADOS
2.1 MÉTODO DOS COEFICIENTES
CONDUTOS FORÇADOS
2. MÉTODO DOS COMPRIMENTOS EQUIVALENTES

Principio: Um conduto que apresenta ao


seu longo peças especiais, comporta-se, no
tocante às perdas de carga, como se fosse
um conduto retilíneo mais longo.
CONDUTOS FORÇADOS
2.2 MÉTODO DOS COMPRIMENTOS EQUIVALENTES
CONDUTOS LIVRES
O escoamento de água em um conduto livre, tem como característica
principal o fato de apresentar um superfície livre, sobre a qual atua a pressão
atmosférica. Rios, canais, calhas e drenos são exemplos de condutos livres de
seção aberta, enquanto que os tubos operam como condutos livres quando
funcionam parcialmente cheios, como é o caso das galerias pluviais e dos
bueiros.
CONDUTOS LIVRES
A solução de problemas hidráulicos envolvendo canais é mais
difícil do que aqueles relativos aos condutos forçados. Nos
condutos forçados, a rugosidade das paredes é bem definida
pelo processo industrial e pelos materiais utilizados, o mesmo
não ocorrendo com os canais naturais e os escavados em
terra, onde a incerteza na escolha do coeficiente de
rugosidade é muito maior do que nas tubulações. Quanto aos
parâmetros geométricos, nos condutos forçados as seções
são basicamente circulares, enquanto os canais apresentam
as mais variadas formas.
CONDUTOS LIVRES
1. ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DE UM CANAL

- Seção transversal;
- Seção molhada;
- Perímetro molhado;
- Raio hidráulico;
- Borda livre.
CONDUTOS LIVRES
1. ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DE UM CANAL
CONDUTOS LIVRES
1. ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DE UM CANAL
CONDUTOS LIVRES
1. ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DE UM CANAL
CONDUTOS LIVRES
2. FÓRMULA PARA DIMENSIONAMENTO DE CANAIS
(FÓRMULA DE MANNIMG)

A Fórmula de Manning é de uso muito difundido, pois alia


simplicidade de aplicação com excelente resultado prático.
Devido a sua intensa utilização, estão disponíveis na literatura
valores para o seu fator de rugosidade que cobre a maioria
das situações encontradas na prática.
CONDUTOS LIVRES
2.1 FÓRMULA PARA DIMENSIONAMENTO DE CANAIS
(FÓRMULA DE MANNIMG)

Q = Vazão transportada pelo canal (m3/s);


R = Raio hidráulico (m);
I = Declividade do canal (m/m);
n = Coeficiente de Manning.
CONDUTOS LIVRES

Fonte:http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAQMYAH/apost-hidraulica-final?part=5
CONDUTOS LIVRES
2.2 FÓRMULA DE MANNING PARA CONDUTOS CIRCULARES
PARCIALMENTE CHEIOS

0,375

Tabela – Valores de k

h/D 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 0,95 1,0


k 0,156 0,209 0,260 0,304 0,331 0,334 0,311
CONDUTOS LIVRES
3. VELOCIDADE DE ESCOAMENTO EM CANAIS

O custo de um canal é diretamente proporcional as suas


dimensões e será tanto menor quanto maior for a
velocidade de escoamento.
A utilização de velocidades altas está limitada pela
capacidade das paredes do canal resistirem a erosão. Por
outro lado, velocidades baixas implicam em canais de
grandes dimensões e assoreamento pela deposição do
material suspenso na água.
CONDUTOS LIVRES
3. VELOCIDADE DE ESCOAMENTO EM CANAIS

Tabela – Velocidade limite

Tipo de canal Velocidade mínima (m/s)

Areia muito fina 0,20 – 0,30


Terreno arenoso 0,60 – 0,80
Terreno argiloso 0,80 – 1,20
Concreto 4,00 – 10,0
CONDUTOS LIVRES
4. DECLIVIDADES RECOMENDADAS PARA CANAIS

Quanto maior a declividade do canal maior será a


velocidade de escoamento, o que pode provocar erosão
dos canais. As declividades recomendadas seguem na
tabela abaixo.

Tipo de canal Declividade (m/m)


Canal pequeno 0,0006 – 0,0008
Canal grande 0,0002 – 0,0005
CONDUTOS LIVRES
5. INCLINAÇÃO RECOMENDADAS PARA TALUDES DOS CANAIS

A inclinação dos taludes depende principalmente da


natureza das paredes.

Natureza das paredes m


Canais em terra sem revestimento 2,5 - 5
Terra compactada se revestimento 1,5
Concreto 0
BIBLIOGRAFIA
Mecânica dos fluidos/ Frank M. White; tradução Mario
Moro Fecchio, Nelson Manzanares Filho.
Resumo de aulas de Hidráulica Prof. Dr. Otávio
Rodrigues de melo Souza

Resumo de aulas

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