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Hidráulica

5º Período
Profª.: Aline Gomes
Conceito

Hidráulica: Significa condução de água. É o conjunto de técnicas ligadas ao


transporte de líquidos, em geral, e de água, em particular.

Para a engenharia a hidráulica é a aplicação dos conceitos da mecânica dos


fluidos (Fenômenos de transporte) na resolução de problemas ligados à captação,
armazenamento, controle, transporte e uso da água.

Aplicação: recursos hídricos, construção civil (instalações prediais de água e


esgoto), saneamento básico, engenharia ambiental (hidráulica fluvial), eng. de
transporte (navegação), eng. agrícola (irrigação), e na indústria (resfriamento de
equipamentos).

Veremos a hidráulica ser aplicada em canais, instalações prediais (água e


esgoto), vertedores, corpos hídricos (condutos livres), condutos forçados ou de
pressão, bueiros e bombas (estações elevatórias), sistemas de coleta e drenagem de
água e esgoto, represas, barragens, estações de tratamento de água e esgoto...

A disciplina de Hidráulica, voltada a Engenharia Civil, pode ser dividida em:

Propriedades físicas dos fluídos;


Hidrostática;
Hidrometria;
Hidrodinâmica;
Condutos livres;
Condutos forçados;
Bombas hidráulicas;
Sistemas de recalque; e
Sistemas urbanos de hidráulica aplicada.
PROPRIEDADES DOS FLUIDOS

Fluídos: São substâncias ou corpos cujas moléculas ou partículas têm a propriedade


de se mover, umas em relação às outras, sob ação de forças de mínima grandeza.

Os fluidos podem ser: líquidos ou gasos.

Trataremos em hidráulica apenas dos líquidos, e estes têm suas moléculas mas
próximas e formam a configuração do recipiente que os contém, mudando a sua
forma com as mudanças de forma do recipiente, mas conservando o seu volume
praticamente constante.

As principais propriedades são:

- Massa específica (ρ)


Massa do corpo por unidade de volume. O fluído só vai poder ocupar um espaço
quando estiver sendo armazenado.

ρ = m/v [kg/m³]

Água (4ºC): 1.000 kg/m³


Mercúrio (15ºC): 13.600 kg/m

- Viscosidade específica (µ)


É a resistência do fluído à deformação que resulta do seguinte: quando ocorre um
escoamento há um movimento relativo das suas partículas.
Capacidade de um fluído escorrer com maior ou menor facilidade. Está relacionada
com a tensão de cisalhamento de um fluido.

µ= v . ρ [kg/m².s]

- Peso especíco (γ)

γ= w/v [N/m³]

γ= ρxg

g=9,8m/s²

Peso específico da água γ água= 9800 N/m³

- Densidade (d)

É a relação entre massa específica de um fluído e massa específica de outro fluído


tomado por base (geralmente a água)

d= ρ líquido/ ρágua [adimensional]

- Tensão superficial (σ)

Na superfície de contato entre dois fluidos não micíveis (fluidos que não se misturam,
como por exemplo: água e ar), forma-se uma película elástica capaz de resistir a
pequenos esforços .
A tensão superficial é a força de coesão necessária para formar a película.

σ = F/A [N/m]

- Capilaridade dos líquidos

h= 4 σ cos α [m] h= 2 σ cos α [m]


ρ.g d γr

σ= tensão superficial [N/m]


d= diâmetro do tudo (m)
α= ângulo de contato (º)
ρ = massa específica (kg/m³)
h= altura capitar (m)
g= aceleração da gravidade (m/s²)
Quanto menor for o diâmetro do tubo maior a altura capilar.

OBS.: para água limpa à 20ºC a tensão σ = 0,073N/m

Exercício 1: Uma caixa de 1,5 x 1,0 x 1,0 m armazena 1.497,5 kg de água. Determine
o peso específico da água em N/m³ . Considere g = 9,80 m/s².

Exercício 2: Considere um tubo capilar de raio 1mm, ângulo de contato água-ar =0º,
tensão superficial = 0,073 N/m e massa volumétrica = 1000 kg/m³. Calcular a
ascenção capilar.

Exercício 3: Um reservatório de glicerina tem uma massa de 1.200 kg e um volume


de 0,952 m3 . Determine a densidade relativa da glicerina.
HIDROSTÁTICA

A Hidráulica teórica pode ser dividida em Hidrostática e Hidrodinâmica. Neste


capítulo iremos abordar aspectos importantes sobre a água em repouso (Hidrostática).
O mesmo servirá de base para o estudo da Hidráulica aplicada. Abordaremos pressão
dos fluídos, Lei de Pascal, Lei de Stevin, escalas de pressão, medidores de pressão e
empuxo.
É a parte da Hidráulica que estuda os líquidos em repouso, bem como as forças que
podem ser aplicadas em corpos neles submersos.

Pressão
É a força que atua em uma superfície por unidade de área. Quando a força atua
uniformemente distribuída sobre a área:

Ex.:Despresando-se o peso da caixa, determinar a pressão exercida sobre o apoio:


Cubo com medidas: 1,25m x 1,00 x 0,8
LEI DE PASCAL

"Em qualquer ponto no interior de um líquido em repouso, a pressão é a mesma em


todas as direções."
Exercício 5: Se aplicarmos uma força de 50N no êmbolo menor que tem diâmetro de
1,00cm, qual a força que deverá ser aplicada no êmbolo de 6,00cm?

Lei de Stevin – pressão devido a coluna líquida

"A diferença de pressão entre dois pontos de uma mesma massa líquida em equilíbrio
é igual à diferença de profundidade entre eles multiplicada pelo peso específico do
fluído."
Exercício 6:

Determine a pressão sobre um ponto situado a uma profundidade de 30m.


(ρ=1.000 kg/m³; g=9,81 m/s²)

Exercício 7:
Um manômetro situado no fundo de um reservatório de água registra uma pressão de
196.200 Pa. Determine a altura da coluna de água do reservatório.
ESCALAS DE PRESSÃO

Para expressar a pressão de um fluído podemos utilizar duas escalas:


- Pressão manométrica: pressão em relação à pressão atmosférica
- Pressão absoluta: pressão em relação ao vácuo absoluto

Na hidráulica normalmente são utilizadas pressões manométricas, pois a Patm atua


em todos os pontos a ela expostos, de forma que as pressões acabam se anulando.

MEDIDORES DE PRESSÃO (MANÔMETROS)

Existem diversos equipamentos que podem ser utilizados para medir pressão. Na
Hidráulica os mais utilizados são: piezômetro, tubo em U, manômetro diferencial e
manômetros analógicos e digitais.

Piezômetro

O piezômetro é o mais simples dos manômetros. O mesmo consiste em um tubo


transparente que é utilizado como para medir a carga hidráulica. O tubo transparente
(plástico ou vidro) é inserido no ponto onde se quer medir a pressão. A altura da água
no tubo corresponde à pressão, e o líquido indicador é o próprio fluído da tubulação
onde está sendo medida a pressão. Quando o fluído é a água só pode ser utilizado
para medir pressões baixas (a limitação é a altura do piezômetro).
Tubo em U

Para poder determinar altas pressões através da carga hidráulica utiliza-se o Tubo em
U. Neste manômetro utiliza-se um líquido de grande massa específica, normalmente
mercúrio, que deve ser imiscível com o fluído da tubulação onde será medida a
pressão. A pressão na tubulação provoca um deslocamento do fluído indicador. Esta
diferença de altura é utilizada para a determinação da Pressão. Um lado do
manômetro fica conectado no ponto onde se deseja medir a pressão e o outro lado
fica em contato com a pressão atmosférica. Para calcular a pressão utilizando a carga
hidráulica utiliza-se a expressão da Lei de Stevin:

Pressão no ponto 1:
Exercício 8: O manômetro de Tubo em U, esquematizado a seguir, está sendo
utilizado para medir pressão em uma tubulação conduzindo água (ρ = 1.000kg/m³). O
líquido indicador do manômetro é o mercúrio (ρ = 13.600kg/m³). Determine a
pressão no ponto 1 sabendo que h1 = 0,5 m e h2 = 0,9 m.

Manômetro diferencial

O manômetro do tipo Tubo em U pode ser utilizado para medir a diferença de pressão
entre dois pontos, neste caso o mesmo passa a ser chamado de manômetro
diferencial. Neste tipo de medidor também é utilizado um líquido de grande massa
específica, normalmente mercúrio, que deve ser imiscível com o fluído da tubulação
onde será medida a diferença de pressão. Os dois lados do manômetro estão
conectados com os pontos onde se deseja medir a diferença de pressão. Para calcular
a pressão utilizando a carga hidráulica utiliza-se a expressão da Lei de Stevin:
Exercício 9: Qual é a diferença de
pressão entre os pontos 1 e 2? O fluído
nas duas tubulações é água e o líquido
indicador é mercúrio.
Manômetro metálico tipo Bourdon

O manômetro analógico tipo Bourdon serve para medir pressões manométricas


positivas e negativas, quando são denominados vacuômetros. Os manômetros
normalmente são instalados diretamente no ponto onde se quer medir a pressão.
Ocasionalmente, para facilitar as leituras, o manômetro pode ser instalado a alguma
distância, acima ou abaixo, do ponto cuja pressão se quer conhecer. Se o manômetro
for instalado abaixo do ponto, ele medirá uma pressão maior do que aquela ali
vigente; se for instalado acima ele medirá uma pressão menor.

Manômetro Digital

O manômetro digital possibilita uma leitura precisa, porém de custo elevado. As


mesmas considerações sobre o manômetro metálico, com relação ao ponto de
medição, servem para os digitais.
Empuxo

Um corpo total ou parcialmente imerso em um fluído, recebe dele um empuxo igual e


de sentido contrário ao peso do fluído deslocado pelo corpo e que se aplica no seu
centro de gravidade.
A pressão exercida pelo fluído em sua base inferior é maior do que a pressão que o
fluído exerce no topo do corpo, portanto existe uma resultante das forças verticais,
dirigida de baixo para cima, denominada empuxo (E).
V= volume do corpo submerso [m³]
Onde, ρ .g.V representa o peso do fluído deslocado pelo corpo submerso.

Força resultante exercida por um líquido em equilíbrio sobre superfícies planas


submersas
As forças devidas à pressão sobre superfícies planas submersas são levadas em
consideração no dimensionamento de comportas, tanques e registros. No estudo dessa
força devem ser levadas em consideração duas condições distintas:
- Superfície plana submersa na horizontal
- Superfície plana submersa na posição inclinada

Força resultante e centro de pressão em superfícies planas horizontais


A pressão sobre a superfície plana será a mesma em todos os seus pontos e agirá
perpendicularmente a ela.

Força resultante = Pressão . Área

A força resultante atuará verticalmente no centro de pressão da superfície, que no


caso, coincide com o seu centro de gravidade.

Exercício 12: Qual é força sobre um comporta quadrada (1 x 1m) instalada no fundo
de um reservatório de água de 2 m de profundidade (ρ água =1.000 kg/m³ ).
Força resultante e centro de pressão em superfícies planas inclinadas

Em que:
h cg – profundidade do centro de gravidade da superfície imersa

Representação do centro de gravidade e pressão.


Cp= Centro de pressão
Tabela – Área, momento de inércia da área e posição do centro de gravidade das
principais formas geométricas.

Exercício 13: Uma barragem com 20 m de comprimento retém uma lâmina de água
de 7 m. Determinar a força resultante sobre a barragem e seu centro de aplicação.
HIDRODINÂMICA

A Hidrodinâmica é a ciência que estuda a água em movimento. Neste capítulo iremos


abordar aspectos importantes da Hidrodinâmica para a Hidráulica, tais como, vazão,
regime de escoamento, equação de continuidade e o teorema de Bernoulli.

VAZÃO

Em que:
Q – vazão;
A – área da seção do tubo;
V – velocidade da água no tubo.
Obs: Equação muito utilizada para o dimensionamento de tubos com base na
velocidade da água.
REGIME DE ESCOAMENTO

- Regime Laminar: a trajetória da partícula é bem definida


- Regime Turbulento: as partículas se deslocam desordenadamente
- Regime de Transição: instável
- Experimento de Reynolds:
Em que:
NR – Nº de Reynolds (adimensional)
V – velocidade (m/s);
D – diâmetro (m);
ν - viscosidade cinemática (m 2 /s)
- Regime Laminar: NR ≤ 2.000
- Regime Turbulento: NR ≥ 4.000
- Transição: 2.000 < NR < 4.000

Exercício 14: Determine o regime de escoamento sabendo que o tudo tem um


diâmetro de 75 mm e transporta água (ν = 10 -6 m² /s) com uma vazão de 20 m³ /h.
EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE

TEOREMA DE BERNOULLI PARA UM FLUÍDO PERFEITO

“No escoamento permanente de um fluído perfeito a energia total permanece


constante”
Energia Total = Energ. de Pressão (Ep)+Energ. de Velocidade (Ev)+Energ. de Posição
(Epos)
Exercício 15: Sabendo que: P1 = 1,5 kgf/cm 2 , V1 = 0,6
m/s, D1 = 250 mm, D2 = 200 mm, Fluído perfeito e
diferença de altura entre 1 e 2 é de 10 m. Determine:
a) A vazão na tubulação
b) A pressão no ponto 2
TEOREMA DE BERNOULLI PARA UM FLUÍDO REAL

Exercício 16: No esquema a


seguir, a água flui do
reservatório para o aspersor.
O aspersor funciona com uma
pressão de 3 kgf/cm 2 e vazão
de 5 m3/h. A tubulação tem 25
mm de diâmetro. Determine a
perda de energia entre os
pontos A e B.
HIDROMETRIA

Definição : Medição de vazão


O planejamento e o manejo adequado dos recursos hídricos implicam no
conhecimento dos volumes e vazões utilizados nos seus diferentes usos múltiplos;
Sistemas de irrigação bem planejados e operados são dotados de estruturas para
medição de vazão, desde as mais simples, como vertedores, até comportas
automatizadas.

MEDIÇÃO DE VAZÃO EM CANAIS

Método direto
Neste método mede-se o tempo gasto para encher um recipiente de volume
conhecido. A vazão é determinada dividindo-se o volume do recipiente pelo tempo
requerido para o seu enchimento.
Recomenda-se que o tempo mínimo para o enchimento do recipiente seja de 20
segundos.
Este processo aplica-se a pequenas vazões, como as que ocorrem em riachos e canais
de pequeno porte. Na irrigação este método é utilizado para medir a vazão em sulcos,
aspersores e gotejadores.

Método da velocidade
Este método envolve a determinação da velocidade e da seção transversal do canal
cuja vazão se quer medir.
a) Determinação da seção de escoamento
Em canais de grande porte e que apresentam seção irregular, rios por exemplo, a
seção de fluxo é obtida dividindo-se a seção transversal em segmentos. A área de
cada segmento é obtida multiplicando-se sua largura pela profundidade média da
seção. A soma das áreas fornece a área total da seção de escoamento.

b) Determinação da velocidade de escoamento


A determinação da velocidade média de escoamento é dificultosa, uma vez que
ocorrem variações significativas na sua intensidade dentro da seção de escoamento.
O método do flutuador é utilizado para medir a velocidade de escoamento quando
não se necessita de grande precisão. Quando houver esta necessidade, a velocidade é
medida através de molinetes.
b.1) Método do flutuador
Este método se aplica a trechos retilíneos de canal e que tenham seção transversal
uniforme. As medidas devem ser feitas em dias sem vento, de forma a se evitar sua
influência no caminhamento do flutuador. Para facilitar a medida, devem ser
esticados fios no início no meio e no final do trecho onde se pretende medir a
velocidade. O flutuador deve ser solto à montante, a uma distância suficiente para
adquirir a velocidade da corrente, antes dele cruzar a seção inicial do trecho de teste.
Com a distância percorrida e o tempo, determina-se a velocidade média do flutuador
através da fórmula:
Exercício 17: Pretende-se medir a vazão de um rio através do método do flutuador.
Para tanto, foi delimitado um trecho de 15 m, que foi percorrido pelo flutuador em
30, 28 e 32 s. A seção transversal representativa do trecho está na figura. Determine:
a) a seção de escoamento; b) a velocidade média do flutuador; c) a velocidade média
do rio; d) a vazão do rio.
b.2) Método do Molinete
Para medir a velocidade em canais de grande porte, ou um rio, visando a obtenção de
informações mais precisas e rápidas, utilizam-se os molinetes. Quando o molinete é
imerso no canal, as suas hélices adquirem uma velocidade que é proporcional à
velocidade da água. Esta última é determinada medindo-se o tempo gasto para um
certo número de revoluções e utilizando-se a curva de calibração do molinete, que
relaciona a velocidade de rotação do molinete à velocidade da água no canal.

Os molinetes são utilizados para medir a velocidade da água a diversas profundidades


e posições em uma seção transversal do canal, ou rio. As medições de velocidade
podem ser feitas em múltiplas profundidades, duas profundidades ou em uma única
profundidade.

Método das múltiplas profundidades: Consiste na medição da velocidade em diversos


pontos, desde o fundo do canal até a superfície da água. Se a velocidade for medida
em posições uniformemente espaçadas, a velocidade média aproxima-se da média das
velocidades medidas.

Método das duas profundidades: A velocidade é medida a 20 e 80% da profundidade


de cada segmento, começando a partir da superfície da água. A velocidade média de
escoamento é dada pela média das duas velocidades.

Método da profundidade única: A velocidade é determinada a 60% da profundidade


do canal. Este método é utilizado para canais com profundidades inferiores a 30 cm.

Vertedores

Vertedores são aberturas feitas na parte superior de uma parede ou placa, por onde o
líquido escoa. Sua principal utilização se dá na medição e controle da vazão em
canais.
Os vertedores mais utilizados no controle da irrigação são os de parede delgada
(espessura da parede é inferior a metade da sua carga hidráulica), com formato
retangular, triangular e trapezoidal. Esses tipos de vertedores não são recomendados
para canais transportando material em suspensão, uma vez que a precisão das
medidas é reduzida pelo acúmulo deste material no fundo do canal.

Cuidados na instalação do vertedor:


- a carga hidráulica (H) não deve ser inferior e nem superior a 60 cm;
- a carga hidráulica (H) deve ser medida a uma distância do vertedor equivalente a
4H. Na prática adota-se uma distância de 1,5 m;
- a distância do fundo do canal à soleira do vertedor deve ser no mínimo, 2H;
- o nível de água à jusante deve ficar, no mínimo, 10 cm abaixo da soleira do
vertedor.
• Vertedor Retangular (parede delgada)

Os vertedores retangulares são muito utilizados para medir e controlar a vazão de


canais de irrigação. Os vertedores podem ser divididos em duas categorias: sem e
com contração lateral.

Para a determinação da vazão através do vertedor retangular, sem contração lateral,


utiliza-se a fórmula a seguir:

Exercício 18: Determine a vazão do canal sabendo que a soleira do vertedor


retangular (sem contração lateral) tem 2 m e a carga hidráulica é de 35 cm.

Exercício 19: Determine a vazão do canal sabendo que a soleira do vertedor


retangular (com contração lateral) tem 2 m e a carga hidráulica é de 35 cm.

• Vertedor Triangular (parede delgada)

Os vertedores triangulares são precisos para medir vazões na ordem de 30 l/s, embora
o desempenho até 300 l/s também seja bom.
Exercício 19: Determine a vazão do canal sabendo que o vertedor triangular tem um
ângulo de 90º e a carga hidráulica é de 20 cm.

• Vertedor Trapezoidal (parede delgada)


Para a determinação da vazão através do vertedor trapezoidal, utiliza-se a fórmula a
seguir:

Exercício 20: Determine qual deve ser a largura da soleira em um vertedor


trapezoidal para medir uma vazão de 1700 l/s com uma carga hidráulica de 50 cm.

Calhas
Uma calha é um equipamento de medição, construído ou instalado em um canal, que
permite a determinação da sua descarga através de uma relação cota-vazão. Ela
apresenta uma seção inicial convergente, que serve para direcionar o fluxo para uma
seção contraída, que funciona como uma transição entre o canal e a garganta. Após a
garganta, se inicia uma divergente, cuja função é retornar o fluxo de água ao canal. A
garganta atua como uma seção de controle, onde ocorrem velocidade e altura de
escoamento críticas, que permitem a determinação da vazão com precisão com uma
única leitura do nível de água na seção convergente da calha. Muitos são os tipos de
calhas disponíveis, porém, os mais utilizados são a Parshall e a WSC.

MEDIDORES DE VAZÃO EM TUBULAÇÕES

Hidrômetros

Hidrômetros são aparelhos utilizados para a determinação da vazão em tubos. O mais


comum é o hidrômetro de volume. Esse hidrômetro possui um compartimento que
enche e esvazia continuamente, determinando assim o volume que escoa em um certo
intervalo de tempo.
Tubo de Venturi

O tubo venturi é um dispositivo de redução da seção de escoamento da tubulação,


graças ao qual a carga piezométrica é transformada em carga de velocidade.
Medindo-se esta queda de pressão pode-se calcular a velocidade de escoamento e,
consequentemente, a vazão. A queda de pressão que se verifica entre a entrada do
venturímetro e a garganta pode ser relacionada à vazão através da expressão:
Diafragma (Orifício)

O diafragma consiste em uma placa com um orifício instalada em uma tubulação. O


funcionamento é semelhante ao venturímetro. O aumento da velocidade de
escoamento através do orifício implica em uma queda de pressão entre as faces de
montante e jusante da placa. A equação do venturímetro para determinação da vazão
pode ser utilizada para o diafragma, sendo adotado um Cv médio de 0,62.
CONDUTOS FORÇADOS

PERDA DE CARGA
Definição: Perda de energia ocorrida no escoamento.

CLASSIFICAÇÃO
- Perda de carga contínua: ocorre ao longo de um conduto uniforme
- Perda de carga localizada: ocorre em singularidades (acessórios)

PERDA DE CARGA CONTÍNUA

- O coeficiente de atrito depende do Nº de Reynolds (NR) e da Rugosidade relativa


( ε /D); ε -rugosidade absoluta (tabelado);
Exercício 17: Determinar hf, sabendo que: Q = 221,76 m³/h; L = 100 m; D = 200
mm); Tubulação de Ferro Fundido (ε = 0,25 mm) ; Água na Temperatura de 20ºC - ν
ν = 10 -6 m² /s.

FÓRMULAS PRÁTICAS
- Hazen Wilians : recomenda-se a sua utilização em tubos maiores do que 50 mm.

- Flamant : recomenda-se a sua utilização em tubos menores do que 50 mm.

Exercício 18: Determinar o diâmetro, sabendo que: Q = 42,12 m 3 /h; L = 100 m;


Tubulação de PVC (C = 150); Perda de carga admissível = 2 mca

PERDA DE CARGA LOCALIZADA

- Definição: Perda de energia localizada decorrente das alterações verificadas no


módulo e na direção da velocidade de escoamento.
- Princípio: Um conduto que apresenta ao seu longo peças especiais, comporta-se, no
tocante às perdas de carga, como se fosse um conduto retilíneo mais longo.
Exercício 19: Uma estação de bombeamento eleva 144 m 3 /h de água para um
reservatório de acumulação através de uma tubulação de Ferro Fundido (C = 130)
com 2000 m de comprimento e 200 mm de diâmetro. Determine a perda de carga
total (Contínua + localizada). Utilize ambos os métodos de determinação da perda de
carga localizada.

TEOREMA DE BERNOULLI PARA FLUÍDOS REAIS E PERDA DE


CARGA

Exercício 20: Determinar a vazão que


circula do reservatório A para o
reservatório B: D = 100 mm; L = 1000 m;
Tubulação de PVC (C = 150)
Exercício 21: A água flui do reservatório A para o ponto B, onde se encontra em
funcionamento um aspersor com 1,5 kgf/cm 2 de pressão e vazão de 1500 L/h. Tendo
uma tubulação de PVC (b= 0,000135 ) com diâmetro de 25 mm e comprimento de 50
m, determine qual deve ser a altura do reservatório para abastecer o aspersor.

Exercício 22: Determine a perda de carga localizada e o coeficiente “K” do cotovelo


de 90º. Vazão na saída da tubulação = 2000 L/h. Diâmetro da tubulação de PVC = 20
mm.
BOMBAS
- Definição: Equipamento mecânico que transfere energia para o fluído
- Acionamento: Motores mais utilizados – Elétrico e Diesel

CLASSIFICAÇÃO
- Bombas: Dinâmicas e Volumétricas

- Bombas Volumétricas
+ Característica: A quantidade de líquido é definida pelas dimensões geométricas da
bomba
+ Tipos:
- Pistão: abastecimento doméstico (manual e roda d’água)
- Diafragma: produtos químicos e material abrasivo
- Engrenagens: fluídos de alta viscosidade

- Bombas Dinâmicas
+ Característica: o movimento rotacional do rotor inserido na carcaça é o responsável
pela
transformação de energia.
+ Tipos:
- Centrífuga (Radial)
- Axial
- Mista

TERMINOLOGIA

Hgt – Altura geométrica total;


HgR - Altura geométrica de recalque;
HgS - Altura geométrica de sucção;
H manométrica = H geométrica + Hf
HmR = Altura manométrica de recalque;
HmS = Altura manométrica de sucção;
HmT = Altura manométrica Total;
HmT = HmR + HmS

Exemplo:

HfS = 2m
HfR = 8m
Determine: HgR, HgS, HgT, HmR, HmS, HmT
Resposta: 26m, 4m, 30m, 34m, 6m, 40m

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