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UPRA - DEPARTAMENTO DE ENGª CIVIL

HIDRÁULICA GERAL I
aula nº 2

AMÂNDIO TEIXEIRA PINTO


PHD – DOUTOR EM ENGª CIVIL

“…nas coisas da água usa primeiro a Experiência e só depois a Razão…”


Leonardo da Vinci
Hidráulica Geral I

Propriedades dos Fluidos

Definição:

Um fluido consiste numa substância não sólida


que devido à pouca coesão intermolecular de
que dispõe, não tem forma própria e tende a
adoptar a forma do recipiente que o contém.
Os fluidos podem ser líquidos e gasosos. Água
e vapor de água são dois dos fluidos mais
usados industrialmente
Hidráulica Geral I

Características

q Os sólidos oferecem grande resistência à


mudança de volume e de forma.
q Os líquidos oferecem grande resistência à
mudança de volume mas não de forma.
q Os gases oferecem pouca resistência à
mudança de volume e de forma.
q Nenhum corpo seja ele sólido, líquido ou
gasoso se pode considerar incompressível.
Hidráulica Geral I
Hidráulica Geral I

Propriedades
Na Hidráulica são utilizadas algumas pro-
priedades e conceitos importantes que a seguir
se apresentam:
Massa Específica (r) - representa a quantidade de
massa de líquido por unidade de volume (Kg/m3)
r = m/v
Peso Específico (g) – é a força que a Terra exerce
sobre a unidade de volume de um líquido (KN/m3)
g = r.g
(onde g é a aceleração da gravidade)
Hidráulica Geral I

A massa específica r da água é variável


com a temperatura, sendo convencio-
nalmente definida como valendo 1000
kg/m3 a 4ºC. A 20ºC o valor de r é 998,2
kg/m3, pelo que o erro cometido ao
considerar-se como 1000 kg/m3 é muito
pequeno.
O peso específico g depende simultanea-
mente do valor da massa específica r e da
aceleração da gravidade g. Mas, pelas
mesmas razões, adopta-se normalmente o
valor de 10 KN/m3.
Hidráulica Geral I
Hidráulica Geral I

Densidade (d) – é a relação entre a massa (ou o


peso) de determinado volume de um corpo e a
massa (ou peso) de igual volume de água à
temperatura de 4ºC. A densidade é por isso
adimensional, isto é, não tem dimensões.
Viscosidade – é a medida de resistência interna
ou atrito interno de uma substância ao fluxo
(ou escoamento) quando submetida a uma
tensão. Quanto mais viscosa é a substância
mais difícil é o escoamento e maior o seu
coeficiente de viscosidade. Pode-se dizer que é
a resistência do líquido à deformação. Definem-
se dois coeficientes de viscosidade, a saber:
Hidráulica Geral I

Coeficiente de Viscosidade Dinâmica (µ) – é o


parâmetro que traduz a existência de
esforços tangenciais nos líquidos em
movimento. Supondo duas camadas de
superfície S que se movem à distância Dn e à
velocidade relativa DV, a força necessária
para o deslocamento é dada por
DF = µ.S.(DV/Dn)
µ é medido em poise e 1 poise = 0,1 N.s/m2..
O valor de µ para a água a 20ºC é de µ = 10-3
N.s/m2
Hidráulica Geral I

Coeficiente de viscosidade cinemática (n) – é


o quociente entre o coeficiente de viscosidade
dinâmica e a massa específica.

n = µ/ r
n mede-se em stokes. Para a água a 20ºC o
coeficiente de viscosidade vale n = 10-6m2/s
Hidráulica Geral I
Tensão superficial (s) – a tensão superficial dos
líquidos resulta da coesão entre as moléculas
líquidas. De facto cada molécula no interior de um
líquido está sujeita a forças moleculares exercidas
sobre elas pelas moléculas vizinhas. As moléculas
de um líquido em contacto com o ar (superfície livre
do líquido) estão sujeitas à acção das moléculas
inferiores e como estão livres por cima a resultante
das forças não é nula, existindo uma força de
compensação chamada tensão superficial. A
direcção da força é normal à superfície do líquido.
A superfície livre do líquido, ou superfície de
separação entre ar e água, comporta-se como uma
membrana tendida, tanto mais tensa quanto maior
for a tensão superficial.
Hidráulica Geral I

Como qualquer força, as suas unidades são


MLT-2, sendo representada no Sistema
Internacional (SI) por N/m.

A importância da tensão superficial nos


problemas de Engenharia está no fenómeno
da capilaridade que ocorre na superfície
livre de tubos de muito pequeno diâmetro
(ou vazios do solo). Nesses tubos nota-se
uma sobreelevação da superfície livre e esta
sobreelevação faz subir a água no tubo, pois
localmente a tensão superficial é superior á
força da gravidade.
Hidráulica Geral I

Pressão (p) – no geral os fluidos estão sujeitos


à pressão atmosférica, que se considera como
base de referência. Temos assim que a pressão
atmosférica é considerada, em termos dos
fluidos, como pressão nula. Os valores acima da
pressão atmosférica são as pressões relativas
(chamamos pressões manométricas). A soma da
pressão relativa com a atmosférica é a pressão
absoluta.
Pabs = Patm + Pman
Em Hidráulica é cómodo por vezes exprimir a
pressão em altura de coluna de água, h=p/g onde
g é o peso específico da água (já falámos de
mca).
Hidráulica Geral I

Experiência de Torricelli
Este cientista italiano deter-
minou o valor da pressão atmos-
férica, realizando a sua famosa
experiência com mercúrio (Hg).
Se tivesse usado água teria ne-
cessitado de um tubo com mais de
10,5 metros de altura.
A pressão atmosférica varia de
local para local e é tomada como
o valor 0, ou valor de referência.
Acima dela as pressões chamam-
se manométricas.
Hidráulica Geral I
Portanto as pressões podem ser do tipo:

Pressão Absoluta (Pabs ou Pa ): medida em


relação ao vazio absoluto.
Pressão Manométrica (Pman): medida em
relação à pressão atmosférica local.
Pressão Atmosférica Padrão (Patm): é a
pressão média ao nível do mar.

Relação de Pressões:

Pabs = Pman + Patm


Hidráulica Geral I

Celeridade da onda elástica (c)


– é a
velocidade com que uma variação da pressão se
propaga no interior de um líquido.

Este conceito tem muita importância nos estudos


relativos ao choque hidráulico ou golpe de
ariete.

Tensão de saturação do vapor de água (tv) –


quando a pressão na superfície livre desce
abaixo da tensão de saturação, o líquido entra
em ebulição (vaporiza). A tv varia com a
temperatura. A 100ºC é igual à pressão
atmosférica.

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