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Mecânica dos Solos

AS TRÊS FASES DOS SOLOS


SOLO:

É um sistema particulado constituído por três fases fundamentais:

Fase Sólida: Formada por partículas minerais, orgânicas ou ambas;

Fase Líquida: Água que preenche parte ou todos os “vazios” deixados entre as
partículas;

Fase Gasosa: Ar ou vapor que ocupa parte dos vazios não ocupados pela água.

mineral

ar ou
vapor
água
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FASE SÓLIDA
A fase sólida é caracterizada pelo seu tamanho, forma, distribuição e composição
mineralógica dos grãos.

GRÃOS - ESQUELETO SÓLIDO


Quando um solo é o resultado da desagregação física ou mecânica de uma rocha, os
grãos são constituídos dos mesmos minerais que a rocha mater (mãe). Em geral, eles
têm uma forma +/- arredondada (solos transportados) ou angular (solos sedimentares)
e dimensões superiores a 2µ. Para essas partículas têm-se o seguinte, segundo a NBR
6502 da ABNT.
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FASE SÓLIDA

Nas frações pedregulho e areia o mineral mais encontrado é o quartzo, enquanto na


fração silte, calcita e mica podem também estar presentes.

Quando as partículas do solo têm dimensões inferiores a 2µ, a maioria delas é o


resultado não somente de uma desintegração mecânica, mas também de uma alteração
química.

Então, a estrutura cristalina desses grãos é diferente da rocha mater. Essas partículas
finas formam a fração argilosa do solo e são constituídas pelos, diversos minerais
argílicos, sendo os principais a caulinita, a ilita e a montmorilonita.
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FASE LÍQUIDA
Fase fluida composta em sua maior parte pela água, podendo conter solutos e outros
fluidos imiscíveis.

Pode-se dizer que a água se apresenta de diferentes formas no solo, sendo contudo
extremamente difícil se isolar os estados em que a água se apresenta em seu interior.
Os termos mais comumente utilizados para descrever os estados da água no solo são:
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FASE LÍQUIDA
ÁGUA LIVRE
É a água que preenche os vazios do solo. Pode estar em equilíbrio hidrostático ou fluir
sob a ação da gravidade ou de outros gradientes de energia. O seu estudo rege-se
pelas leis da Hidráulica.

Evapora-se completamente quando o solo é submetido a uma temperatura um pouco


superior a 100°C.
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FASE LÍQUIDA
ÁGUA CAPILAR
É a água que se encontra presa às partículas do solo por meio de forças capilares.

Esta se eleva pelos interstícios capilares formados pelas partículas sólidas, devido à
ação das tensões superficiais nos contatos ar-água-sólidos, oriundas a partir da
superfície livre da água.
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FASE LÍQUIDA
ÁGUA ADSORVIDA
É uma película de água que adere às partículas dos solos finos (φ<2µ) devido a ação de
forças elétricas desbalanceadas na superfície dos argilo-minerais. Está submetida a
grandes pressões,comportando-se como sólido na vizinhança da partícula de solo.

Esta água apresenta propriedades bastante diferentes das da água livre: pouca
mobilidade, viscosidade, e evapora-se somente à elevadas temperaturas (≈300º).

A água adsorvida desempenha um papel de lubrificante entre os grãos e tem uma


grande importância sobre as propriedades mecânicas dos solos finos.
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FASE LÍQUIDA
ÁGUA DE CONSTITUIÇÃO
É a água presente na própria composição química das partículas sólidas.

Não é retirada utilizando-se os processos de secagem tradicionais. Ex.:


Montmorilonita (OH)4Si2Al4O20nH2O.

ÁGUA HIGROSCÓPICA
Água que o solo possui quando em equilíbrio com a umidade atmosférica e a
temperatura ambiente.
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FASE GASOSA
AR E VAPOR D´ÁGUA - FASE GASOSA

O gás contido nos vazios de um solo é ar, quando o solo está seco e, uma mistura de ar
e vapor d’água, quando o solo está úmido.
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• As águas Livre, Higroscópica e Capilar, podem ser totalmente eliminadas à


temperaturas facilmente obtidas em laboratório.

• O comportamento de um solo depende da quantidade relativa de cada uma das


três fases que o compõe: sólidos, água e ar. Diversas relações são utilizadas
para expressar as proporções entre elas.

• Na engenharia prática, normalmente, mede-se o volume total, a massa de


água e a massa das partículas minerais do solo. Com estes valores, calcula-se
os valores restantes e as relações usuais entre massa e volume.
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RELAÇÕES VOLUMÉTRICAS

Índice de vazios: É definido como a relação entre o volume de vazios e o


volume de sólidos que compõem o solo.
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RELAÇÕES VOLUMÉTRICAS

Porosidade: É a relação entre o volume de vazios e o volume total do solo.


Valores geralmente entre 30% e 70%.
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Relação entre Porosidade e Índice de Vazios:

Grau de Saturação: É a relação entre o volume de água e o volume de vazios


contidos no solo.
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RELAÇÕES GRAVIMÉTRICAS

Teor de Umidade: É a relação percentual entre a massa de água contida no solo, e


a massa das partículas sólidas do mesmo.
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RELAÇÕES GRAVIMÉTRICAS

O teor de umidade de um solo pode ser determinado através de três


métodos:
Estufa
Álcool
Speedy - campo

Os métodos da estufa e do álcool baseiam-se na evaporação da água


contida na amostra pela elevação de temperatura, enquanto que o método
do Speedy é fundamentado em uma reação química entre a água contida no
solo e uma certa quantidade de carbonato de cálcio (carbureto)
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RELAÇÕES GRAVIMÉTRICAS
Teor de Umidade – Método do Speedy - REFERÊNCIA: DNER ME 052/94

A determinação do teor de umidade de solos e agregados miúdos com utilização do


aparelho “Speedy” tem base na reação química da água existente em uma amostra
com o carbureto de cálcio, realizada em ambiente confinado.

CaC2 + 2 H2O » C2 H2 + Ca (OH)2


(carbureto de cálcio + água » acetileno e hidróxido de cálcio)

O gás acetileno ao expandir-se gera pressão proporcional à quantidade de água


existente no ambiente. A leitura dessa pressão em um manômetro permite a avaliação
do teor de umidade de amostras.
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RELAÇÕES ENTRE PESOS E VOLUMES

Peso Específico dos Grãos (sólidos)


É a relação entre o peso das partículas sólidas e o seu volume. É uma
característica dos sólidos.
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RELAÇÕES ENTRE PESOS E VOLUMES


Peso Específico da Água
Embora varie um pouco com a temperatura, adota-se sempre como igual a 10 kN/m3, a
não ser em procedimentos de laboratório. É expresso pelo símbolo W.

Peso Específico Natural


Relação entre o peso total do solo e seu volume total. A expressão “peso específico
natural” é algumas vezes, substituída só por “peso específico” do solo. Tratando-se de
compactação do solo, o peso específico natural é denominado peso específico úmido.
Não varia muito entre os diferentes solos. Situa-se em torno de 19 a 20 kN/m3.
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RELAÇÕES ENTRE PESOS E VOLUMES


Peso Específico Aparente Seco
Relação entre o peso dos sólidos e o volume total.

Peso Específico Aparente Saturado


Peso específico do solo se viesse a ficar saturado. Expresso pelo símbolo , é da
sat
ordem de 20 kN/m3
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RELAÇÕES ENTRE PESOS E VOLUMES


Peso Específico Submerso
É o peso específico efetivo do solo quando submerso. Serve para cálculos de tensões
efetivas. É igual ao peso específico natural menos o peso específico da água.
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CÁLCULO DOS ÍNDICES DE ESTADO


Correlações Obtidas

Solo saturado S=1


Solo seco S=0
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Os pesos específicos são expressos em kN/m3. As relações entre quantidade


de matéria (massa) e volume são denominadas “massas específicas” e
expressas em t/m3 ou g/cm3. A relação entre pesos e massas específicas é a
aceleração da gravidade.

Massa Específica dos Grãos:

Massa Específica Relativa (densidade real):


É a relação entre a massa específica dos grãos sólidos e a massa
específica da água, à 4 ºC, submetida a 1 atm de pressão. (1 g/cm3)
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Exercício 1 – Para se construir um aterro, dispõe-se de uma quantidade de


terra, que é chamada pelos engenheiros de “área de empréstimo”, cujo volume
foi estimado em 3.000 m3. Ensaios mostram que o peso específico natural é da
ordem de 17,8 kN/m3 e que a umidade é de cerca de 15,8%. O projeto prevê que
no aterro o solo seja compactado com uma umidade de 18%, ficando com um
peso específico seco de 16,8 kN/m3. Que volume de aterro é possível construir
com o material disponível e que volume de água deve ser acrescentado?
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Exercício 2 – Uma amostra arenosa, colhida em um frasco com capacidade


volumétrica de 594cm3,pesou 1280g. O peso deste frasco coletor é de 350g.
Feita a secagem em estufa à 105oC, a amostra passou a pesar 870g (peso dos
grãos). Sabendo-se que o peso específico dos grãos é de 2,67g/cm3 determine:

a) O índice de vazios;
b) A porosidade;
c) O teor de umidade;
d) O grau de saturação;
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Exercício 3 – De uma jazida de solo selecionada para a construção de uma


barragem de terra retirou-se uma amostra de solo com uma massa de 750g.
Dividiu-se igualmente esta amostra em duas outras. Em uma foi determinado a
densidade dos grãos obtendo-se Gs=2,66. A outra amostra foi colocada em
estufa à 105ºC e, após secagem, foi determinada uma massa de 295g. Calcule
o teor de umidade, índice de vazios, porosidade e grau de saturação.
Considere o peso específico do solo =17,5 kN/m3. Calcule também o peso
específico saturado, peso específico submerso e o peso específico seco do
solo.
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Exercício 4 – O depósito de solo do problema anterior onde e=0,97 está sendo


considerado para ser utilizado em um aterro. Os ensaios de laboratório
revelaram que o solo, após compactado, não deve ter um índice de vazios
maior do que 0,68. Baseado nisso, determine a redução de volume do depósito
do seu estado natural para aquele após compactado.
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Exercício 5 – Deseja-se construir um aterro com material argiloso com uma


seção de 21m2 e 10 km de comprimento, com índice de vazios igual a 0,70.
Para tanto será explorada uma jazida localizada a 8,6 Km de distância do eixo
do aterro, cujos ensaios indicaram: índice de vazios = 0,398, teor de umidade =
30% e densidade real dos grãos = 2,6. Determinar: Quantos metros cúbicos de
material deverão ser escavados na jazida para construir o aterro.
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Exercício 5.A – 1)Tem se 1900g de solo úmido, o qual será compactado num
molde, cujo volume é de 1000 cm3. O solo seco em estufa apresentou um peso
de 1705g. Sabendo-se que o massa específica dos grãos (partículas) é de
2,66g/cm3 determine:

a- o teor de umidade
b- a porosidade
c- o grau de saturação
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Exercício 5.B – Sabendo se que o teor de umidade é de 24%, o grau de


saturação de 74,5% e a massa específica natural de 1,88 g/cm3, calcule o
índice de vazios e a porosidade

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