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Universidade Federal de Alagoas

Campus do Sertão
Eixo de Tecnologia

Mecânica dos Solos I


Aula 06 – Índices Físicos
Prof. Alexandre Nascimento de Lima

Delmiro Gouveia, março de 2023.


Introdução
O comportamento de um solo depende da quantidade relativa
de cada uma de suas três fases. Na figura estão representadas,
de modo esquemático, as três fases que normalmente ocorrem
nos solos.
Relações entre volumes
1. Porosidade (n)
A porosidade é definida como a relação entre o volume de
vazios e o volume total. O intervalo de variação da porosidade
está compreendido entre 0 e 1.

𝑉𝑣
𝑛=
𝑉𝑡
Relações entre volumes
2. Grau de saturação (Sr)
Os vazios do solo podem estar apenas parcialmente ocupados
por água. A relação entre o volume de água e o volume dos
vazios é definida como o grau de saturação, expresso em
percentagem e com variação de 0 a 100% (solo saturado).

𝑉𝑤
𝑆𝑟 = ∙ 100
𝑉𝑣
Relações entre volumes
3. Índice de vazios (e)
O índice de vazios é definido como a relação entre o volume
de vazios e o volume das partículas sólidas, expresso em
termos absolutos, podendo ser maior do que a unidade. Sua
variação é de 0 a ∞.

𝑉𝑣
𝑒=
𝑉𝑠
Relações entre pesos e volumes
4. Peso específico (γ)
O peso específico de um solo é a relação entre o seu peso total
e o seu volume total, incluindo-se aí o peso da água existente
em seus vazios e o volume de vazios do solo.

𝑃𝑡
𝛾=
𝑉𝑡
Relações entre pesos e volumes
5. Peso específico das partículas sólidas (γs)
É obtido dividindo-se o peso das partículas sólidas (não
considerando-se o peso da água) pelo volume ocupado pelas
partículas sólidas (sem a consideração do volume ocupado
pelos vazios do solo).
É o maior valor de peso específico que um solo pode ter (as
outras duas fases que compõe o solo são menos densas que as
partículas sólidas).
𝑃𝑠
𝛾𝑠 =
𝑉𝑠
Relações entre pesos e volumes
6. Peso específico do solo seco (γd)
Corresponde a um caso particular do peso específico do solo,
obtido para Sr = 0.

𝑃𝑠
𝛾𝑑 =
𝑉𝑡
Relações entre pesos e volumes
7. Peso Específico do solo saturado (γsat)
É o peso específico do solo quando todos os seus vazios estão
ocupados pela água.
É numericamente dado pelo peso das partículas sólidas
dividido pelo volume total do solo. Corresponde ao caso
particular para Sr = 1.

𝑃𝑡
𝛾𝑠𝑎𝑡 =
𝑉𝑡
Relações entre pesos e volumes
8. Peso Específico do solo submerso (γsub)
Neste caso, considera-se a existência do empuxo de água no
solo. Logo, o peso específico do solo submerso será
equivalente ao o peso específico do solo menos o peso
específico da água.

𝛾𝑠𝑢𝑏 = 𝛾𝑠𝑎𝑡 − 𝛾𝑤
Diagrama de fases
As relações entre pesos ou entre volumes, por serem
adimensionais, não serão modificadas caso os volumes de
água, ar e sólidos sejam divididos por um determinado fator,
conservado constante para todas as fases.
Este fator pode ser escolhido, por exemplo, para que o volume
de sólidos se torne unitário (ou, em outras palavras, dividindo-
se todos os termos por Vs).
Deste modo, utilizando-se as relações entre volumes e entre
pesos e volumes, definidas anteriormente, temos:
Diagrama de fases
Diagrama de fases
Utilização do diagrama de fases para a determinação das
relações entre os diversos índices físicos
Com o uso das figuras anteriores, diversas relações podem ser
facilmente definidas entre os índices físicos:
𝛾
𝛾𝑑 =
1+𝑤
𝛾𝑠 . 𝑃𝑤 = 𝛾𝑤 . 𝑆𝑟. 𝑒
𝛾𝑠 + 𝑆𝑟. 𝑒. 𝛾𝑤
𝛾=
1+𝑒
Relações entre pesos e volumes
9. Umidade
A umidade é definida como a relação entre o peso da água e o
peso dos sólidos em uma porção do solo, sendo expressa em
percentagem.
𝑃𝑤 𝛾𝑤 . 𝑆𝑟. 𝑒
𝑤= = ∙ 100
𝑃𝑠 𝛾𝑠
Ou definida como a relação entre o volume de água e o
volume total de solo:
𝑉𝑤 𝑆𝑟. 𝑒
𝜃= = = 𝑆𝑟. 𝑛 ∙ 100
𝑉𝑡 1 + 𝑒
Relações entre pesos e volumes
10. Densidade relativa Dr
Por possuírem arranjos estruturais bastante simplificados, os
solos grossos podem ter o seu comportamento avaliado pela
sua curva característica e sua densidade relativa Dr.
Há uma variedade grande de ensaios para a determinação de
emin e γd,máx; todos eles envolvem alguma forma de vibração.
Para emax e γd,min, geralmente se adota a colocação do solo
secado previamente, em um recipiente, tomando-se todo
cuidado para evitar qualquer tipo de vibração.
Relações entre pesos e volumes
10. Densidade relativa Dr
A densidade relativa é um índice adotado apenas na
caracterização dos SOLOS NÃO COESIVOS.

𝑒𝑚𝑎𝑥 − 𝑒 𝛾𝑑𝑚𝑎𝑥 𝛾𝑑 − 𝛾𝑑𝑚𝑖𝑛


𝐷𝑅 % = × 100 = × 100
𝑒𝑚𝑎𝑥 − 𝑒𝑚𝑖𝑛 𝛾𝑑 𝛾𝑑𝑚𝑎𝑥 − 𝛾𝑑𝑚𝑖𝑛
Relações entre pesos e volumes
10. Densidade relativa Dr
A tabela abaixo apresenta a classificação da compacidade dos
solos grossos em função de sua densidade relativa.
DR (%) Designação
0 a 30 Fofa
30 a 70 Medianamente compacta
70 a 100 Compacta
Ensaios necessários
1. Determinação da umidade
A umidade do solo é geralmente determinada em estufa, em
laboratório.
Uma amostra de solo úmido é pesada, levada a uma estufa
(105 ˚C e 110 ˚C), até constância de peso (24 hs) e pesada
novamente.
O peso da água existente no solo é igual a diferença entre os
pesos da amostra antes e após esta ser levada à estufa, sendo a
umidade do solo a razão entre esta diferença e o peso da
amostra determinado após secagem.
Ensaios necessários
1. Determinação da umidade
Alguns outros métodos utilizados na determinação da
umidade do solo em campo e em laboratório:
• Speedy (campo);
• Fogareiro à álcool (campo);
• Estufa a 60°C (laboratório, no caso da suspeita de existência
de matéria orgânica);
• Sonda de nêutrons (campo);
• TDR (campo).
Ensaios necessários
1. Determinação da umidade
Ensaios necessários
2. Determinação do peso específico do solo (NBR
9813:2016)
Equipamentos:
Ensaios necessários
2. Determinação do peso específico do solo (NBR
9813:2016)
Equipamentos:
Ensaios necessários
2. Determinação do peso específico do solo (NBR
9813:2016)
Equipamentos:
Ensaios necessários
2. Determinação do peso específico do solo (NBR
9813:2016) – Procedimento:
1) Determinar a massa do cilindro de cravação (Mc), com
resolução de 1,0 g, e o seu volume interno (Vc), com
resolução de 0,1 mm para a altura e o diâmetro interno em
quatro posições e anotar a massa e o volume do cilindro
(resolução de 1,0 cm3);
2) Assentar o cilindro de cravação, levemente lubrificado
internamente com óleo, na superfície do terreno devidamente
nivelada e isenta de partículas soltas;
Ensaios necessários
2. Determinação do peso específico do solo (NBR
9813:2016) – Procedimento:
3) Montar o restante do equipamento e iniciar a cravação do
cilindro, pela da queda livre do soquete de cravação, haste
sempre na vertical, até que o cilindro fique com sua borda
superior 1,0 cm abaixo da superfície do terreno;
4) Desmontar o conjunto de cravação e escavar o terreno
circunvizinho ao cilindro. Cortar o solo por baixo do cilindro,
a uma profundidade de no mínimo 5,0 cm abaixo da
sua borda inferior;
Ensaios necessários
2. Determinação do peso específico do solo (NBR
9813:2016) – Procedimento:
5) Utilizando a espátula, remover o excesso de solo e rasar
ambas as faces do corpo de prova, com auxílio de régua
biselada.;
6) Determinar imediatamente a massa do cilindro contendo o
material (Mt), com resolução de 1,0 g;
7) Remover o corpo de prova do cilindro e, do centro dele,
tomar uma amostra para determinação do teor de umidade
(w), de acordo com a ABNT NBR 6457:2016;
Ensaios necessários
2. Determinação do peso específico do solo (NBR
9813:2016) – Cálculos:
100
𝜌𝑑 = 𝜌𝑛𝑎𝑡
100 + 𝑤
Onde:
ρd = massa específica aparente seca do solo in situ (g/cm3);
ρnat = massa específica aparente natural do solo in situ (g/cm3);
w = teor de umidade do solo in situ (%).
Ensaios necessários
2. Determinação do peso específico do solo (NBR
7185:2016) – Aparelhagem:
Ensaios necessários
2. Determinação do peso específico do solo (NBR
7185:2016) – Aparelhagem:
Ensaios necessários
3. Determinação do peso específico das partículas
Esta determinação é efetuada exclusivamente em laboratório,
utilizando-se o picnômetro e os detalhes de sua execução são
apresentados na NBR 6458:2016.
Ensaios necessários
3. Determinação do peso específico das partículas
Esta determinação é efetuada exclusivamente em laboratório,
utilizando-se o picnômetro e os detalhes de sua execução são
apresentados na NBR 6458:2016.
Valores típicos
Índices físicos
SOLOS n (%) e γd (kN/m3) γ (kN/m3) γsat (kN/m3)
Areia c/ pedregulho 18 – 42 0,22 – 0,72 14 – 21 18 – 23 19 – 24
Areia média a grossa 25 – 45 0,33 – 0,82 13 – 18 16 – 21 18 – 21
Areia fina e uniforme 33 – 48 0,49 – 0,82 14 – 18 15 – 21 18 – 21
Silte 30 – 50 0,48 – 1,22 13 – 19 15 – 21 18 – 22
Argila 30 – 55 0,48 – 1,22 13 – 30 15 – 22 14 – 23
FIM
alexnlima@gmail.com

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