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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS – CTRN

UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL – UAEC

DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SOLOS EXPERIMENTAL

PESO ESPECÍFICO DOS GRÃOS (DENSIDADE REAL)

Professora: Veruschka Monteiro

Estagiário de Docência:

Grupo: Isadora Ribeiro de Andrade

Bruna Silveira Lira

Campina Grande, Junho de 2013


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Pesagem do Picnômetro + Água...................................................................................8


Figura 2 - Amostra sendo misturada pelo dispersador.................................................................9
Figura 3 - Transferência da amostra para o picnômetro..............................................................9
Figura 4 - Picnômetros na Bomba de Vácuo...............................................................................10
Figura 5 - Pesagem do Picnômetro + Água + Amostra................................................................11
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................4
1.1Justificativa.......................................................................................................................4
1.2 Objetivos.....................................................................................................................4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................4
3. MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................................6
3.1 Materiais...........................................................................................................................7
3.2 Métodos......................................................................................................................7
4. RESULTADOS EXPERIMENTAIS................................................................................12
5. CONCLUSÕES................................................................................................................13
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................14
PESO ESPECÍFICO DOS GRÃOS (DENSIDADE REAL)

1. INTRODUÇÃO

1.1Justificativa

Densidade real pode ser definida com sendo a razão entre o peso específico
ou massa específica do solo e o peso específico da água. Por considerar o
peso específico da água equivalente a 1,0g/cm 3, temos que a densidade real
tem o mesmo valor numérico da massa específica dos grãos de solo.

A determinação da densidade real dos solos é de fundamental importância


para a identificação das propriedades do mesmo.

Todas as obras na área da engenharia civil, de alguma forma, sustentam-se


sobre o solo. Muitas utilizam o próprio solo como elemento de construção, a
exemplo dos aterros em estradas, ou ate mesmo, a incorporação de solo nas
argamassas.

Dessa forma, temos que a estabilidade, juntamente com o comportamento


funcional e estético, da obra serão determinados, principalmente, pelo
desempenho dos solos. 

1.2 Objetivos

Este trabalho tem como objetivo determinar a massa específica dos grãos de
solo que passam na peneira de 4,8 mm, através do uso do picnômetro. O
ensaio foi realizado de acordo com as especificações da NBR 6508/1984.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

De acordo com Schmitz [20--] num solo, só parte do volume total é ocupado
pelas partículas sólidas. O volume restante costuma ser chamado de vazios,
embora esteja ocupado por água ou ar. Dessa forma, pode-se afirmar que o
solo é constituído de três fases: partículas sólidas, água e ar.

O comportamento de um solo depende da quantidade de cada uma das três


fases (sólido, água e ar), ou seja, as propriedades do mesmo irão variar de
acordo com o estado em que se encontra. Para determinar o comportamento
do solo são feitas diversas relações para expressar as proporções dessas
fases no solo, correlacionando seus pesos e volumes.

Lucena (2013) mostra as relações entre pesos e volumes:

 Peso Específico dos Grãos (sólidos): É a relação entre o peso das


partículas sólidas e o seu volume. É uma característica dos sólidos.
Ps
γ s=
Vs
 Peso Específico da Água: Embora varie um pouco com a temperatura,
adota-se sempre como igual a 10 kN/m 3, a não ser em procedimentos de
laboratório. É expresso pelo símbolo W.

 Peso Específico Natural: Relação entre o peso total do solo e seu


volume total. A expressão “peso específico natural” é algumas vezes,
substituída só por “peso específico” do solo. Tratando-se de
compactação do solo, o peso específico natural é denominado peso
específico úmido. Não varia muito entre os diferentes solos. Situa-se em
torno de 19 a 20 kN/m3.

Pt
n 
Vt

 Peso Específico Aparente Seco: Relação entre o peso dos sólidos e o


volume total.
Ps
γ d=
Vt

 Peso Específico Aparente Saturado: Peso específico do solo se viesse a


ficar saturado. Expresso pelo símbolo sat, é da ordem de 20 kN/m3
 Peso Específico Submerso: É o peso específico efetivo do solo quando
submerso. Serve para cálculos de tensões efetivas. É igual ao peso
específico natural menos o peso específico da água.

γ sub =γ n −γ w
Os pesos específicos são expressos em kN/m 3. As relações entre quantidade
de matéria (massa) e volume são denominadas “massas específicas” e
expressas em t/m3 ou g/cm3. A relação entre pesos e massas específicas é a
aceleração da gravidade.
Ms
 Massa Específica dos Grãos: ρs =
Vs
A Massa Específica Relativa (densidade real)pode ser definida como sendo a
relação entre a massa específica dos grãos sólidos e a massa específica da
água, à 4 ºC, submetida a 1 atm de pressão. (1 g/cm 3)

ρs γs
G s =δ = =
ρw γw

Teoricamente a densidade real pode ser encontrada através da divisão do peso


dos grãos de solo pelo seu volume. Esse valor varia pouco de um solo para
outro.
3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais

Os materiais utilizados para a realização deste ensaio são listados a seguir:


• Estufa capaz de manter a temperatura entre 60 e 65°C e entre 105 e 110°C;
• Aparelho de dispersão, com hélices metálicas substituíveis e copo munido de
chicanas metálicas;
• Picnômetro de 500 cm³, calibrado a 20°C, com a respectiva curva de
calibração (variação da massa do picnômetro cheio de água, até a marca da
referência, em função da temperatura);
• Bomba de vácuo com registros, vacuômetro e conexões, capaz de aplicar um
vácuo de 88 kPa (66 cm de Hg a 0°C), para remoção do ar aderente às
partículas do solo;
• Termômetro graduado em 0,1°C, de 0 a 50°C;
• Balança que permita pesar nominalmente até 1,5 kg, com resolução de 0,01g
e sensibilidade compatível;
• Funil de vidro;
• Dessecador

3.2 Métodos

O ensaio para a determinação da massa específica do solo seguiu as


recomendações na NBR 6508:1984. Para a preparação da amostra utilizada no
ensaio da massa específica, foram tomados cerca de 250g da amostra
preparada de acordo com as especificações da NBR 6457:1986.

Após a preparação da amostra, a mesma foi homogeneizada e pesada, com


resolução de 0,01g. Foi utilizado para esse ensaio duas amostras de 50g ( M 1 ¿
cada.

Foram pesados dois picnômetros de 500 cm³ com água, assim como mostra a
Figura 1.
Figura 1 - Pesagem do Picnômetro + Água.

Fonte: próprio autor

Após a colocação das amostras nos respectivos picnômetros e completar com


água destilada, a amostra a ser ensaiada deve ser colocada para descansar
por, no mínimo, 12 horas para que ocorra a completa imersão do material,
porém devido à falta de tempo para a realização do ensaio esse tempo pré-
determinado não foi cumprido.

Decorrido o tempo de descanso, a amostra foi transferida para o copo de


dispersão, lavando-se a cápsula com água destilada para completa remoção
do material, para que não ocorresse a perda do mesmo. A norma determina
que a amostra permaneça no dispersador por no mínimo 15 minutos, porém
esse tempo não foi obedecido durante a realização do ensaio. A Figura 2
mostra a amostra sendo misturada pelo dispersador.
Figura 2 - Amostra sendo misturada pelo dispersador

Fonte: próprio autor

Completo o tempo de dispersão da amostra, a mesma foi transferida de volta


para o picnômetro, com o auxílio do um funil de vidro, lavando o copo de
dispersão e o funil com água destilada para a completa remoção do material, a
fim de evitar a perda de amostra, como mostrado pela Figura 3.

Figura 3 - Transferência da amostra para o picnômetro

Fonte: próprio autor


Foi adicionada água destilada até cerca de metade do volume do picnômetro.
Os picnômetros foram colocados dentro de um dessecador que estava
conectado a bomba de vácuo, como mostra a Figura 4, e foi aplicado um vácuo
de, no mínimo, 88 kPa (66 cm de Hg a 0°C), durante pelo menos 15 minutos,
agitando o picnômetro em intervalos de tempo regulares.

Figura 4 - Picnômetros na Bomba de Vácuo

Fonte: próprio autor

Caso não ocorra a remoção total do ar aderente às partículas, deve-se colocar


o picnômetro em banho-maria durante 30 minutos, no mínimo, adicionando
água destilada para compensar a evaporação.

Feito esse processo, adiciona-se água destilada até cerca de 1 cm abaixo da


marca de calibração do picnômetro, e deixa em repouso até que a temperatura
do mesmo se equilibre com a do ambiente. E com auxilio de um conta-gotas,
adicionar água destilada no picnômetro até que a base do menisco coincida
com a marca de referência.

A parte externa do picnômetro e a parte interna do gargalo acima do menisco


foram enxugadas e então foi pesado Picnômetro + amostra + água ( M 2), como
mostra a Figura 5.
Figura 5 - Pesagem do Picnômetro + Água + Amostra

Fonte: próprio autor

Por fim, foi medida a temperatura do conteúdo do picnômetro com o auxilio de


um termômetro, com uma resolução de 0,1°C. E a partir desse valor, obtém-se
na curva de calibração correspondente, com resolução de 0,01 g, a massa do
picnômetro cheio de água até a marca de referência, e anotar como M 3.

Para calcular a massa específica dos grãos do solo utiliza-se a seguinte


formula:

M 1 x 100/(100+ h)
δ= x δT
[ M1x
100
100+ h ]
+ M 3 −M 2

Onde:

δ=¿ massa especifica dos grãos do solo, em g/cm³

M 1 = massa do solo úmido

M 2= massa do picnômetro + solo + água, na temperatura T de ensaio.

M 3= massa do picnômetro cheio de água até a marca de referência, na


temperatura T de ensaio.

h = umidade inicial da amostra

δ T = massa especifica da água, na temperatura T de ensaio.


4. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

A Tabela 1 a seguir mostra os resultados encontrados nesse experimento:

Tabela 1 - resultados do ensaio para determinação da massa específica.

Procedimento do ensaio Referência Picnômetro n° Picnômetro n°


Peso da amostra úmida M1 50,00g 50,00g
Picnômetro+amostra+água M2 667,30g 652,50g
Picnômetro+água M3 636,60g 622,00g
Temperatura da água T 28°C 28°C
Massa esp. da água δT 0,9963 g/cm³ 0,9963 g/cm³
Massa esp. dos grãos δ 2,69 2,66
Umidade média do solo h 2,447% 2,523%
Fonte: próprio autor

Para o primeiro picnômetro:

50 x 100/(100+2,45)
δ= x 0,9963=2,686
[ 50 x
100
100+2,45 ]
+636,6 0−667 ,3

Para o segundo picnômetro:

50 x 100/( 100+ 2,52)


δ= x 0,9963=2,6 59
[ 50 x
100
100+2,52 ]+ 622−652,5

O valor médio da massa específica dos grãos foi ρ g=2,67 5 g/cm ³ ,

A norma NBR 6508:1984 determina que os resultados não devem deferir mais
do que 0,02 g/cm3 entre si. Os resultados obtidos neste ensaio diferem em 0,03
g/cm3, fazendo com que a massa especifica obtida não seja satisfatória.

O resultado não satisfatório pode ter sido causado por diversos fatores, dentre
eles podemos citar a variação da umidade do ar, o tempo muito reduzido para
a realização do ensaio, erros de manuseio por parte do operador, entre outros.

Observando o resultado obtido nota-se a importância da realização do ensaio


obedecendo totalmente às recomendações das normas estabelecidas, os erros
cometidos durante cada etapa desse experimento acarretou em resultados
imprecisos que poderiam determinar de forma errônea o comportamento do
solo estudado.
5. CONCLUSÕES

Analisando o resultado obtido, conclui-se que o mesmo não foi satisfatório, não
estando de acordo com os requisitos estabelecidos pela NBR 6508:1984 que
estabelece uma diferença entre os resultados obtidos de no máximo 0,02
g/cm3, como os resultados deste ensaio ultrapassaram este limite máximo, é
possível afirmar que o resultado obtido é inexato.

A discrepância entre os resultados obtidos pode ter sido causada pela redução
do tempo de execução do ensaio e erros cometidos pelo operador durante o
ensaio.

Como os resultados obtidos não estão de acordo com as especificações da


NBR 6508:1984 deve-se repetir o experimento ate que resultados que
condizem com a norma utilizada sejam alcançados. Vale salientar que para a
obtenção desses resultados satisfatórios deve-se seguir rigorosamente o
procedimento descrito pela norma utilizada.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6508:


Determinação da massa específica. Rio de Janeiro, 1984. 8p
2. LUCENA, A. E. F. L. Aula 3 – Índices físicos. Paraíba: Universidade
Federal de Campina Grande, 2013. 29 slides, color.
3. PINTO, Carlos de Sousa. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16
aulas. 3 Edição. São Paulo. Oficina de Textos. 2006.
4. SCHMITZ, C. S. Mecânica dos solos: Módulo geral 1. Rio Grande do
Sul, [20--]. (Apostila).

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