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ÍNDICES FÍSICOS – RELAÇÕES

ENTRE AS TRÊS FASES DO


SOLO

DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SOLOS I


CURSO: 5º PERÍODO DE ENGENHARIA CIVIL
PROFESSORA: QUÊNIA GOULART
Introdução

 O solo é constituído de três fases distintas: Partículas


sólidas, água e ar;

 É um sistema trifásico onde a fase sólida é um conjunto


de partículas minerais dispostas a formarem uma
estrutura porosa que conterá os elementos constituintes
das fases líquida e gasosa;

 O comportamento de um solo depende da quantidade


relativa de cada uma das três fases.
Figura 1 : Esquema de uma amostra de solo. (a) elemento de solo natural e (b) diagrama de fases
Introdução

 Os índices físicos são definidos como grandezas que


expressam as proporções entre pesos e volumes em que
ocorrem as três fases presentes numa estrutura de solo;

 São utilizados na caracterização de sua condições, em um


dado momento e por isto, podendo ser alterados ao longo do
tempo:

 As quantidades de ar e água podem variar


 Evaporação da água e substituição por ar
 Compressão do solo, que provoca a saída de água e ar

 A quantidade de partículas permanece a mesma, mas o estado


do solo altera.
Objetivos

 Definir índices físicos usados em geotecnia, que


juntos com a granulometria e limites de
consistência formam as propriedades índices que
são aplicadas na classificação e identificação dos
solos.

 Calcular pesos e volumes das três diferentes fases e


correlaciona-las.
Relação entre massas (pesos)

1. Teor de Umidade (w): é o teor de água presente no solo. É


determinado como a relação entre o peso de água e o peso
das partículas sólidas, em um volume de solo.

w = Ww/Ws

Obs: Pode ser expressa em


porcentagem (multiplicando
por 100)

O teor de umidade pode assumir o valor de 0% para solos secos até valores superiores a 100% em solos orgânicos
Relação entre volumes

1. Índice de vazios (e): É a medida do volume de vazios (relação entre o


volume de vazios e o volume das partículas sólidas , existente em igual
volume de solo). Tem por finalidade indicar a variação volumétrica do
solo ao longo do tempo

VV
e
VS
O índice de vazios deverá ser,
obrigatoriamente, maior do que zero
no seu limite inferior, enquanto não
há um limite superior bem definido
da estrutura do solo
Relação entre volumes

2. Porosidade (n): Outra medida do volume de vazios,


sendo a relação entre o volume de vazios e o
volume total da amostra.

VV
n
V
Pode variar de 0 – 1 ou de
0 – 100, quando expressa
em porcentagem
Relação entre volumes

3. Grau de Saturação (S): Relação entre o volume de


água e o volume de vazios. É a medida do volume de
vazios que é preenchido pela água.

VW
S
VV

Pode ser expresso em


porcentagem
Relações entre pesos e volumes

 Em Mecânica dos Solos se relaciona os pesos das


diferentes fases com seus volumes correspondentes por
meio pesos específicos. Essas relações são:

• Peso específico do solo úmido


• Peso específico do solo seco
• Peso específico do solo saturado
• Densidade das partículas sólidas
• Peso específico da água
• Peso específico do solo submerso
Relações entre pesos e volumes

1. Peso específico do solo úmido (ϒ): é o peso específico


do solo no estado natural (úmido). É a relação entre
o peso total e o volume total da amostra.

Unidades: g/cm³, kg/m3


kN/m³, t/m3

Sua magnitude depende da quantidade de


água nos vazios e dos grãos minerais
predominantes.
Relações entre pesos e volumes

2. Peso específico do solo seco (ϒd): é o peso específico do


solo quando está no estado seco (umidade = 0)

Unidades: g/cm³, kg/m3,


kN/m³, t/m3

O peso específico do solo seco é


empregadaopara verificar o grau de
compactação de bases de pavimentos e
barragens de terra.
Relações entre pesos e volumes

3. Peso específico do solo saturado (ϒsat): É a relação entre o


peso total (W) e o volume total (V), para a condição de grau
de saturação igual a 100%.

Unidades: g/cm³, kg/m3,


kN/m³, t/m3
Relação entre pesos e volumes

4. Peso específico do solo submerso (ϒsub): É o peso efetivo


do solo quando ele está submerso (quando a camada de
solo esta abaixo do lençol freático).

Unidades: g/cm³, kg/m3,


kN/m³, t/m3
Relações entre pesos e volumes

5. Peso específico dos sólidos (γs): É a relação entre o


peso dos sólidos e o volume dos sólidos, dependendo
dos minerais formadores do solo.

γs = Ws
Vs

Unidades: g/cm³, kg/m3,


kN/m³, t/m3
Relações entre pesos e volumes

6. Peso específico da água (ϒw ): É a razão entre o peso da


água e seu respectivo volume. Embora varie um pouco com
a temperatura, adota-se o valor de 9,8 kN/m³.

ϒw = Ww/Vw

Unidades: g/cm³, kg/m3,


kN/m³, t/m3
Relações entre pesos e volumes

7. Densidade das partículas sólidas (Gs): é a relação


entre a peso específico das partículas sólidas e o
peso específico da água a 4º C.

Gs = ϒs/ϒw

Tipicamente varia entre 2.6 e


2.8
Importante

 Para transformar as massas específicas em pesos


específicos, basta multiplicar pela força da gravidade.

 Neste caso, use unidades de força (N ou kN) no lugar de


massa (g ou kg).
 = g

N/m3 kg/m3 m/s2


Relações de Fase

 Dos índices citados anteriormente, somente três são


determinados diretamente em laboratório: a
umidade, a densidade real dos grãos e o peso
específico do solo úmido.

 A massa específica da água é adotada (1 g/cm³)

 Os outros índices são determinados a partir dos


índices acima determinados.
Determinação da massa específica úmida (ρ)

 Determinação do peso e volume de


uma amostra de solo:

 Anéis Metálicos

 Coleta-se uma amostra indeformada no


campo e com ela obtém-se corpos de provas
cilíndricos com anéis metálicos, que já
possuem volumes definidos;

 Pesa-se as amostras e é feita uma média das


massas para a obtenção da massa específica
úmida.
Determinação do teor de umidade (w)

 O teor de umidade é obtido por diferença de peso de uma


amostra de solo antes e após a secagem em estufa;

 Os procedimentos adotados no laboratório são:

 Toma-se uma cápsula de peso conhecido (WC)


 Seleciona-se uma porção de amostra representativa
(aproximadamente 50g)
 Coloca-se a amostra na cápsula e pesa-se o conjunto (WC + W)
 Seca-se em estufa o conjunto até a constância do peso
 Pesa-se novamente o conjunto (WC + WS)
Determinação da densidade real dos grãos (Gs)

 A densidade real dos grãos é determinado empregando


um frasco de vidro denominado picnômetro.

 O ensaio compara o peso de um picnômetro contendo


água destilada (W1) com o peso do mesmo picnômetro
contendo solo e água (W2) até a mesma marca;

 Sabendo que o volume de sólidos (Vs) é igual o volume


de água deslocada (Vw), tem-se:
Relações de Fase

 As fórmulas de definição dos índices físicos não são práticas. Para a


utilização em cálculos, recorre-se as fórmulas de correlação entre os
índices, como apresentados a seguir:
Importante

 Você não precisa decorar as fórmulas.

 Assuma GS (2.6-2.8) quando não for dado.

 Não misture massas específicas com pesos


específicos.

 Os grão (partículas) dos solo são incompressíveis.


Suas massas e volumes permanecem os mesmos
quaisquer que sejam os índices de vazios e as
transformação dos solo.
Exercício 1

Um corpo de prova cilíndrico de uma argila úmida


tem um diâmetro de 38 mm, altura de 76 mm e
massa de 174.2 g. Depois de seco em estufa à
105ºC por cerca de 24 horas a massa se reduziu a
148.4 g. Encontrar o peso específico do solo seco,
o peso específico do solo úmido e o teor de
umidade da argila.
Admitindo a densidade das partículas sólidas
como sendo 2.71, determinar o grau de saturação.
Exercício 2

Uma determinação de massa específica in situ


mostrou que a massa específica do solo úmido de
uma base compactada é de 2.06 g/cm3, com teor
de umidade de 11.6%. A densidade das partículas
sólidas é 2.69. Calcular a massa específica do solo
seco, a porosidade e o grau de saturação.

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